Bom dia para os meus amigos da Tasca
Com o ano prestes a fundar
Desejo -vos boa saúde para o tempo que resta…e que continue no Ano que aí vem…

Continuação de Boas Festas para todos
Abraço e SL
Sporting Sempre…!!

Assim, fica confirmada a tendência bem portuguesa para premiar e condecorar criminosos e vigaristas, não esqueço que este foi um dos apanhados no processo Furacão, que regularizou a correr dividas fiscais e só não apanharam mais nada porque foi trabalhar para o Dono Disto Tudo.

“Segunda-feira, Jorge Jesus vai receber de Marcelo a Ordem do Infante Dom Henrique”

https://observador.pt/2019/12/27/segunda-feira-jorge-jesus-recebe-de-marcelo-a-ordem-do-infante-dom-henrique/

Depois de 140M em vendas há dividas por pagar, vendam, vendam mais e acabem com o circo.

“Novo pedido de insolvência da SAD do Sporting – Record
A Socas Investment, Lda. pediu a insolvência da Sporting SAD devido a uma dívida que, segundo o relatório e contas da época 2018/19, ultrapassava 1 milhão …”

Rui Pinto ao Expresso.

“Os guardas dizem-me que Portugal precisa de gente como eu e que esta prisão não é como as outras – esta é o paraíso”

Preso há nove meses na cadeia da Polícia Judiciária, em Lisboa, Rui Pinto, o rosto do Football Leaks, deu esta semana a sua primeira entrevista desde que foi extraditado para Portugal. Falou em exclusivo à revista “Der Spiegel”, parceira do Expresso no consórcio European Investigative Collaborations (EIC), sobre a sua experiência na prisão e o impacto das denúncias que fez.

Alguma vez imaginou que o Football Leaks podia acabar consigo preso em Lisboa?

Estava ciente de que qualquer coisa podia acontecer. Sabia que as autoridades portuguesas perseguem os denunciantes, tinha de estar preparado para isso.

Como é que os guardas o tratam?

Não tenho razões de queixa. São extremamente educados. Falamos muito. Eles dizem que a prisão não é sítio para mim e que o país precisa de mais pessoas como eu, dispostas a lutar contra a corrupção e os conflitos de interesse.

Chegou a estar em isolamento mais de seis meses. Agora tem contacto com outros detidos?

Sim. Pude movimentar-me no início de outubro e agora passo algum tempo numa área com outros presos a quem é permitido trabalhar na prisão. Cozinham, lavam roupa, gerem uma pequena loja. Posso sair da cela e passar algum tempo com eles, mas não posso trabalhar. Não posso ir ao pátio central no exterior. Houve uma ordem do diretor da prisão nesse sentido.

O que sabe dos outros presos?

Muitos estão em prisão preventiva, como eu, mas alguns já foram condenados. Há muitos sul-americanos, alguns apanhados em tráfico de droga.

Quando o entrevistámos, em janeiro, tinha receio de ser confrontado com violência nas prisões portuguesas. Esse receio confirmou-se?

Até agora não testemunhei nenhum comportamento violento. Mas os guardas também me dizem que esta prisão é o paraíso, comparada com outras do resto do país.

Como é que o isolamento o afetou psicologicamente?

Primeiro, foi muito difícil. Somos todos seres humanos e precisamos de contacto com outras pessoas. Mas tive de aceitar a situação e adaptar-me. Foi muito importante não perder o foco. Serei acusado de crimes que não cometi, mas não vou denunciar ninguém.

O foco em quê?

As autoridades portuguesas têm medo do que eu sei, e é por isso que é importante que eu não perca a cabeça. No início tirei notas relacionadas com o meu processo no meu caderno, mas depois tiraram-mo. A minha advogada estava presente quando fizeram buscas na cela e disse que era ilegal tirarem-me os apontamentos. Não foram os guardas que o fizeram, foram os procuradores. Eles fazem o que querem. Passou um mês até me devolverem o caderno.

Olhando para a sua situação atual, acha que valeu a pena?

Houve alguns resultados. Houve processos fiscais contra superestrelas do futebol, como José Mourinho, Radamel Falcao e Ángel Di María. Cris­tiano Ronaldo foi condenado por fraude fiscal. Há um processo fiscal contra a Doyen e Nélio Lucas em Espanha. Há investigações na Bélgica e em França. É preciso ser paciente para avaliar se valeu a pena.

As suas revelações melhoraram alguma coisa no mundo do futebol?

No ano passado, a “Der Spiegel” e o EIC revelaram como os grandes clubes da Europa planeavam juntar forças para formar uma Superliga exclusiva. Depois da publicação, todos negaram essas notícias. Mas Florentino Pérez, o presidente do Real Madrid, criou uma nova associação internacional de clubes que irá concorrer com a UEFA e com a Associação de Clubes Europeus. Eles querem fazer a Superliga. Tem sido a mesma porcaria durante anos. E continua.

Pensa que os clubes de futebol tentaram esperar que a tempestade do Football Leaks passasse?

Enquanto as suas equipas estiverem a ganhar, as pessoas não se preo­cupam, mesmo que saibam de más práticas, crimes e problemas. Não posso lutar contra isso. O futebol é intocável. E as autoridades protegem o sector, porque é de elevado interesse público.

Porque é que pensa que assim é?

Se olharem para o Benfica, o maior clube em Portugal, podem ver que é como um polvo de influência sobre a elite da nação. O Benfica está bem ligado à polícia, aos procuradores e aos políticos e dá-lhes regularmente bilhetes VIP de borla para os jogos do clube. Seria um enorme conflito de interesses se alguma vez tivessem de investigar o Benfica de forma séria.

O seu julgamento deverá arrancar no início do próximo ano. Porque é que terá de continuar preso até lá?

Não faz sentido. Não é razoável e é injusto. Pedi à juíza autorização para ir para casa até ao começo do julgamento, mas a procuradora insistiu que há um risco de eu interferir com a investigação, de que eu possa envolver-me em atividades ilícitas juntamente com autoridades do exterior… É ridículo.

A quem se refere a procuradora?

Penso que queria referir-se a procuradores de outros países que querem colaborar comigo e trabalhar com os dados que eu reuni para investigar crimes no mundo do futebol. Não é incrível? Em Portugal, não só os denunciantes são criminalizados como também as pessoas que os querem proteger.

As autoridades portuguesas não têm interesse em colaborar consigo?

A procuradora disse-me que a única colaboração que espera de mim é que me incrimine voluntariamente. Eles não querem usar os dados que eu reuni, que têm imensas provas de crimes cometidos por gente poderosa do mundo do futebol. Revelei más práticas no interesse do bem comum. Mas o único perseguido sou eu, o denunciante. Retratam-me como um perigo para a segurança pública.

Arrepende-se de alguma coisa?

Arrependo-me do primeiro contacto que tive com a Doyen, em 2015. Fui ingénuo e foi claramente um erro abordá-los. As autoridades dizem que foi uma tentativa de extorsão e usam isso para me manter preso. Na minha opinião, não cometi um crime. Abordei-os para testar o valor da informação que reuni, nunca pretendi ficar com o dinheiro deles.

Não foi só acusado de tentativa de extorsão. Os procuradores acusam-no de 147 crimes, incluindo pirataria e violação de correspondência. Como responde a essas alegações?

Sei que parece um número elevado de crimes e provavelmente serei acusado de crimes que não cometi. Mas toda a investigação foi completamente enviesada e tem enormes erros. Aceder à infraestrutura dos servidores da sociedade de advogados PLMJ, por exemplo, deve contar apenas como um crime. Mas eles contaram cada endereço de e-mail, num total de mais de 70 crimes. É muito estranho.

Mas têm razão em dizer que foi o Rui que acedeu ao servidor?

Isso é questionável. Irei discuti-lo em tribunal. É prematuro falar agora.

Isso leva a pensar que poderá admitir a pirataria, depois de sempre nos ter dito que não é um hacker.

Aceito totalmente que, do ponto de vista da lei portuguesa, alguns dos meus atos possam ser considerados ilegais, e irei responder por eles. Mantenho que muitas coisas mencionadas [na acusação] não foram feitas de forma ilegal. E não me considero um hacker.

Então, o que é pirataria para si?

Para mim, pirataria é entrar num sistema à força e explorá-lo. Eu nunca fiz isso.

Segundo a acusação, no seu portátil encontraram programas para piratear…

É verdade, mas esse computador não era usado só por mim. Depois, lá porque o software está lá, não significa que eu o tenha usado. Em terceiro lugar, a acusação nunca diz que algum desses programas foi usado para aceder aos dados.

Tem insistido que não é um hacker e que não agiu sozinho, mas desde a sua detenção o Football Leaks parou. O que é que aconteceu aos seus alegados colegas?

Têm de ter paciência. É verdade que eu era a cara do projeto, mas veremos o que acontecerá num futuro próximo. Para mim, pirataria é entrar num sistema à força e explorá-lo. Eu nunca fiz isso.

No seu apartamento em Budapeste, as autoridades apreenderam mais de uma dezena de discos de dados. Alguns não estavam encriptados. Foi descuido?

Na verdade, um desses discos estava meio estragado. E outro foi criado por outra pessoa em Sarajevo. Infelizmente, estava no meu apartamento naquele momento, porque o estava a usar para fazer cópias.

Esse disco rígido tinha material que outra pessoa recolheu?

Digo-o uma vez mais: as autoridades vão atribuir-me muitos crimes que não cometi. Mas não vou denunciar ninguém.

Qual pensa que será o resultado da acusação?

Duvido que tenha um julgamento justo. Penso que talvez este caso acabe no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, porque Portugal não quer saber da proteção de denunciantes.

Tem receio de alguma coisa?

Não, não tenho medo.

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É também por isto que o Sporting foi silenciado…! O Sporting calou-se, o Porto não se cala! Esta é a diferença entre ser a puta de Portugal e ter amor próprio!

O espanhol Adel Mechhaal venceu a 12.ª edição da corrida de São Silvestre. Samuel Barata ficou pelo segundo posto, com Paulo De Paula compeltar o pódio

No lado feminino, Jéssica Augusto foi a grande vencedora., Dulce Félix ficou no segundo lugar e Susana Godinho terceira classificada.

Bom dia, boas festas e bom final de ano.

Andava eu descansado nas minhas férias natalícias quando sou brindado por uma dupla entrevista que não é mais do que um chorrilho de falsidades, mentiras, hipocrisias e incongruências.

Então o nosso presidente, perdão vice-presidente com a área financeira, espera foi o team manager, olha afinal foi o diretor desportivo, porra foi mesmo um jogador de seu nome Bruno Fernandes, o one man show que se mistura com a grandeza do Sporting, que deu uma entrevista repartida em duas partes que me tiraram do sério.

Tenho por hábito ler e tomar, dentro do possível, conhecimento dos assuntos antes de abordá-los, como tal aqui vai a minha análise:

– Comecemos pela supertaça, então a saída/permanência não afetou o jogador ou a equipa, apesar da exibição de merda, mas já é utilizada para desculpar o despedimento de Keizer;

– Depois temos a versão presidente/vice-presidente, justificando as saídas/vendas (raphinha e Thierry foram Obrigados a sair), justificando a sua recusa dos 5M, que afinal são líquidos (e que mais tarde serão retribuídos garanto eu) devido às condições financeiras do Sporting (o jogador assumiu a pasta financeira e eu verti uma lágrima com esta justificação), e por fim temos Bruno Zenha Fernandes a partir tudo e a dizer que nenhum jogador sairá pelo valor do feliz lampião e que as maiores vendas do futebol tuga de que se lembra são Hulk e Militão. Engraçada esta amnésia seletiva que se arrasta pela entrevista e que omite Sempre os trabalhos de relevo da anterior direção ou do Sporting (esquecer-se de João Mário que até foi para Itália…);

– A versão alcochete é de bradar aos céus, desde os suores frios e de fugir com a família para o Porto no próprio dia (informação transata), temos agora um lamentável episódio. Ora o jogador e a família não têm condições de segurança para voltar ora a mulher só quer Lisboa e de preferência o Sporting. Ficar 3 horas à espera de prestar testemunho e reviver os momentos de alcochete foi doloroso, mas quando interrogado apresentou amnésia seletiva. Não se lembra de quem andava a filmar no balneário, mas o áudio do que já tinha dito aos colegas não deveria ter vindo a público, adoro esta coerência. Ah, e para quem quase tem pesadelos com alcochete na entrevista ainda dá para ironizar com o tolinho do advogado do ex-presidente….

– Temos a versão diretor desportivo/team manager a justificar as exibições de Jesé, Vietto e Bolasie (estão em adaptação) ou de Doumbia e a avançar que muito dificilmente nas primeiras semanas do ano (estou a ser simpático) Fernando será um jogador a ter em conta;

– Voltamos à versão presidente a desvalorizar ativos (aqui varandas já faz escola), acusando Wendell e Jovane de serem maus profissionais. Pior ainda goza com o mau profissionalismo do Wendell ao apostar contra ele (imaginem que Wendell dava uma entrevista em que afirma que tinha apostado com o plantel que os que rescindiram voltariam todos por muito mais dinheiro, tinha o mesmo destino que Nani). Um dia ainda se saberá o que se passou no balneário antes desse castigo ao brasileiro;

– Nesta entrevista Bruno Fernandes apresenta todos os galos do balneário e agora sabemos que do grupo que manda(va) no balneário apenas Coates não rescindiu….

– A equipa está unida e com vontade de vencer, os treinadores é que não têm sorte por esta ou aquela razão, claro que sim e aquele balneário parece um templo budista;

– Diz o artista que rejeitou o carnide, verdade, mas descubram porquê que ele rasgou um contrato acertado com o seu empresário e em que só faltava a sua assinatura;

– Por fim, o senhor que transporta a braçadeira diz que os mais novos devem respeitar os mais velhos e que falta respeito dentro do clube, será que ele já se olhou ao espelho?

Com as inverdades posso eu bem, mas mentiras com este teor sobre o Sporting é de levar uma pessoa ao extremo.

Relativamente ao gabinete de psicologia gostei da reportagem, mas pelo que percebi aquele grupo só trabalha com os atletas até aos sub23, quem são os incompetentes que estão com a equipa sénior? O gabinete invisível?

Desculpem pelo off topic de posts anteriores.

Bom ano e que 2020 traga aquilo que todos queremos.

Diz-me com quem andas:

https://www.publico.pt/2019/12/26/economia/noticia/apollo-abre-porta-venda-casas-dar-direito-preferencia-1898310

Luísa Pinto 26 de Dezembro de 2019, 21:00

A Neptunecategory, uma das quatro empresas criadas pela Apollo para parquear o património imobiliário comprado à Fidelidade em Agosto do ano passado, foi recentemente transformada em sociedade anónima, com um capital social de um milhão de euros.

O portefólio imobiliário da Fidelidade Property, constituído por 271 imóveis situados em várias zonas do país, mas com particular incidência em Lisboa e no Porto, foi vendido em lote, por 425 milhões de euros, e distribuído por quatro empresas portuguesas: a Meritpanorama, a Fragrantstrategy, a Notablefrequency e a Neptunecategory, cada uma delas criadas com um capital social de 100 euros e controladas a partir de um paraíso fiscal.

Entretanto, e como o PÚBLICO noticiou no início de Dezembro, a Apollo foi fazendo alguns rearranjos no portefólio, fazendo transferência de propriedades entre as suas subsidiárias, no sentido de melhor valorizar a oferta que, assumidamente, quer voltar a pôr no mercado. Alguns moradores que haviam ficado com a Meritpanorama como senhorio aquando da transacção de todo o portefólio receberam cartas a indicar que o proprietário iria passar a ser a Neptunecategory, através de “uma escritura pública de permuta” que fazia a transmissão de propriedade. A Neptunecategory passou a assumir “os direitos e obrigações que resultam do contrato de arrendamento (…) não resultando da referida transmissão qualquer alteração aos termos e condições acordadas nos contratos”.

Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, a transformação da Neptunecategory numa sociedade anónima vai permitir colocar à venda esta sociedade e os seus activos imobiliários – inquilinos incluídos. O registo foi efectuado no passado dia 12 de Dezembro e, de acordo com o acto societário entretanto publicado, foram nomeados para o conselho de administração da empresa três cidadãos com residência no Luxemburgo: Patrick Thomas Mabry como presidente e Jason Brian Stramel e Mathieu Minnaert como vogais.

De acordo com vários especialistas em direito imobiliário consultados pelo PÚBLICO, o facto de uma sociedade limitada ser transformada em sociedade anónima não tem qualquer tipo de impacto na relação entre senhorios e inquilinos ao nível dos respectivos direitos e obrigações. Mas já tem impacto considerável em termos de obrigações fiscais. Como explica Henrique Moser, do Departamento de Imobiliário da Sociedade de Advogados Antas da Cunha Ecija, “a transmissão de 75%, ou mais, das quotas de uma sociedade implica o pagamento de IMT, contrariamente ao que se passa na transmissão de acções em iguais circunstâncias”. E isso explica o facto de ser tão comum, na actividade imobiliária, proceder-se à transformação de uma sociedade por quotas em sociedade anónima antes de determinada transacção. “Precisamente para se evitar o pagamento de IMT”, admite o jurista.

Porém, o que parece estar em causa com esta transformação pode não ser apenas a isenção de IMT na futura transacção – de que a Apollo também já beneficiou, como avançou o PÚBLICO. “Não assiste direito de preferência dos inquilinos na alienação das participações sociais das sociedades por quotas ou anónimas”, afirma Henrique Moser. “O facto de se estar a vender uma sociedade com o seu património invalida que possa ser dado o lugar ao exercício do direito de preferência por partes dos inquilinos, porque o que está a ser vendido é apenas uma sociedade”, confirma Rita Afonso.

O PÚBLICO questionou fonte oficial da Apollo acerca do nome do potencial comprador da Neptunecategory, mas mais uma vez a empresa escusou-se a fazer comentários ou a dar explicações sobre a sua actividade. Entretanto, os inquilinos que já tentaram manifestar junto da Meritpanorama a intenção de exercer o direito de preferência e comprar a fracção que habitam – teriam direito a isso por viverem no imóvel há mais de dois anos – continuam a esbarrar num muro de silêncio.

Rita Tigeleiro Afonso, do Departamento de Direito Imobiliário da VCA – Valadas Coriel & Associados, recorda que as mais recentes alterações ao Código Civil permitem que, mesmo no caso de vendas em bloco, “os inquilinos podem exercer o direito de preferência apenas relativamente à sua fracção ou à parte do prédio objecto de arrendamento, caso este não esteja constituído em propriedade horizontal”. E que, no caso de se pretender vender um imóvel não sujeito ao regime da propriedade horizontal, “os arrendatários que assim o pretendam podem exercer os seus direitos de preferência em conjunto, adquirindo, na proporção, a totalidade do imóvel em compropriedade”.

Porém, pode repetir-se o que aconteceu no passado, quando a Fidelidade vendeu à Apollo o lote inteiro, mesmo depois de os vários inquilinos (e autarquias, como foi o caso da Câmara do Porto) terem manifestado a intenção de exercer o direito de preferência. “Caso o vendedor não aceite o direito de preferência apenas relativamente à sua fracção ou à parte do prédio objecto de arrendamento, alegando que tal lhe acarreta prejuízo considerável, não restará outra alternativa ao arrendatário senão a de intentar uma acção de preferência, cabendo ao vendedor a prova do alegado prejuízo considerável”, recorda Rita Afonso. É o que a Câmara do Porto está a tentar fazer em tribunal. A jurista da VCA reafirma que “a lei exige a demonstração da existência de prejuízo apreciável [por parte de vendedor], não podendo ser invocável a mera contratualização da não redução do negócio como fundamento para esse prejuízo”.

A polémica em torno das antigas casas da Fidelidade ganhou notoriedade pública em meados de 2018, quando a seguradora controlada pelo grupo chinês Fosun vendeu cerca de duas mil fracções de imóveis espalhados pelo país sem ter dado aos inquilinos o direito de preferência sobre imóveis que ocupavam. O exercício do direito de preferência é um direito dos inquilinos com mais de três anos de contrato, mas também de entidades públicas como câmaras municipais ou Direcção-Geral de Património Cultural, no caso de edifícios de interesse cultural. Inicialmente, a Fidelidade começou por indicar a intenção de fazer um negócio único, depois acabou por garantir que tinha acordado com a Apollo a possibilidade de que quem tivesse direito de preferência o pudesse exercer, “podendo recomprar ao comprador as fracções a um valor equivalente ao da aquisição [de cada uma das unidades]”. Mas dado que havia imóveis que estavam registados como propriedade vertical, e que por isso não poderiam ser transaccionados de forma fraccionada, a incerteza instalou-se entre os moradores. A discussão chegou mesmo à Assembleia da República, culminando na aprovação da Lei 64/2018 – que alterou o Código Civil de forma a garantir o exercício do direito de preferência aos arrendatários na alienação dos imóveis onde residem. Uma medida que já chegou depois de o polémico negócio ter sido concretizado.

Nova taxa de IMT no OE 2020
A proposta de Orçamento do Estado para 2020 prevê a criação de uma nova taxa de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) de 7,5% na compra de habitações com um valor patrimonial tributário superior a um milhão de euros.

A medida significa um agravamento da carga fiscal em relação aos valores de hoje, pois, neste momento, aplica-se uma taxa de IMT de 6% aos prédios urbanos destinados à habitação que tenham uma base tributável acima de 574.323 euros ou de 550.836 euros – consoante se destinem a habitação própria e permanente, ou sejam prédios não destinados à habitação própria e permanente.

A proposta orçamental do Governo incluiu uma outra alteração de IMT, ao prever a caducidade da isenção do imposto para os bancos e outras instituições de crédito na compra de casas nos processos de execução, falência, insolvência ou dação em cumprimento.

Mesmo que a venda aconteça no prazo de cinco anos, a isenção deixa de se aplicar se as casas forem vendidas a entidades que, à luz das regras do IRC, tenham relações especiais com a instituição de crédito (como por exemplo, ser participada pelo banco).