Agora por causa do Marega ficou toda a gente “chocada” com o racismo. Ficaram sim chocados com a revolta do Marega (tanto assim é, que quase todos os jogadores em campo tentaram impedi-lo de abandonar o jogo) não com os sons do macaco. De resto, ainda não há muito tempo passou-se algo de semelhante no Dragão, num jogo para as competições europeias. E é evidente que é um problema do futebol e de gente estúpida, porque não é um insulto que se empregue contra todos os jogadores negros da equipa adversária, apenas contra aqueles que são muito bons, porque os atrasados mentais que o fazem sabem que é um insulto muito grave e ofensivo.
É verdade que Portugal é um país profundamente racista e classista, não está é habituado a ser confrontado com isso, pois as minorias raciais aqui, ao contrário do que acontece nos EUA, e também devido ao atraso deste país, não são reivindicativas e têm muito pouca consciência da sua opressão. Mas é racista desde logo com a ladaínha do lusotropicalismo, que é um insulto à inteligência das pessoas, quanto mais dos povos que foram por nós colonizados. Parem com as tretas, nenhum colonialismo é bom do lado dos colonizados. Não venham cá com as fábulas de fascistas com boa imagem, como o Jaime Nogueira Pinto, a branquear o que de pior Portugal colonial fez. Os portugueses não ganham nada em viver numa ilusão.
Dito isto, Portugal também não tem de pedir desculpa pelo seu passado, porque isso não leva a nada, e porque de resto também tem capital de queixa. Portugal também foi invadido por forças estrangeiras, perdeu a independência para os espanhóis, foi vítima dos imperialismos inglês e francês no séc. XIX, teve de aceitar a “protecção” do império Americano, e anda há mais de trinta anos a aturar voluntariamente a treta da solidariedade de Bruxelas, que é outro embuste. Ainda hoje o chamuças foi chamar de forretas os países contribuintes líquidos da UE (só não diz que estes chamam pedintes aos países da “coesão”), quando o que seria desejável era que Portugal – tal como a Irlanda – já fosse também um contribuinte líquido, porque era sinal que tinha enriquecido e já não precisava de andar a pedir dinheiro aos outros.
Não precisamos da validação dos outros, não precisamos que os outros nos digam que o nosso colonialismo foi melhor do que o dos outros impérios europeus, isso é provincianismo. O que está feito está feito. Ninguém nos vai pedir desculpa, e também não temos de pedir desculpa a ninguém. Mais importante é o que se faz hoje, para dignificar TODOS os habitantes de Portugal, sem distinção.
Quanto ao classismo, temos vários casos na sociedade portuguesa, nomeadamente quando alguém que não advém das “boas” famílias chega ao topo. Uma das instituições mais classistas é precisamente o Sporting, e a prova mais recente é a forma como Bruno de Carvalho nunca foi respeitado, apesar do seu trabalho em prol do clube. Em contrapartida, Vagandas, que tem sido sempre uma nulidade, beneficia da condescendência da comunicação social e de grande parte dos sócios, porque é um menino das Avenidas Novas de Lisboa.
Ainda hoje ouvi o podcast dele na rádio Estádio, em que ele se indigna por o MP o censurar por criticar os jogadores em público, no Facebook, e em privado, nas reuniões. O que está a ser censurado é Bruno de Carvalho ter existido como presidente do Sporting. O que não se aceitava de maneira nenhuma, fizesse ele o que fizesse, era que Bruno de Carvalho fosse presidente do Sporting. Isto é mais revelador sobre o país do que sobre a personalidade de Bruno de Carvalho, como se nas reuniões nos outros clubes nunca houvesse caralhadas, ou os outros presidentes fossem uns homens muito “civilizados”. Que país hipócrita…
Quem escreve assim NÃO merece castigo !
É duma clarividência e sensatez, que desarma …(espero!)os incautos, e denuncia, a anarquia e caos social que se vive em Portugal.
Além de revelar claramente, a estupidificação maciça da sociedade, promovida por quem controla a comunicação social desse país !
Quanto ao Sporting Clube de Portugal, está nos cuidados intensivos, com o cangalheiro por perto, qual abutre .
Excelente texto, ao ler a parte final lembrei-me de algo que julgo já ter lido por aqui em que comparam o fantoche com o Zé das galinhas que ganhou um concurso qualquer. É isso mesmo um país de hipócritas,
De facto, a maior ofensa de Bruno de Carvalho foi demonstrar de forma inequívoca que, qualquer pessoa inteligente, independentemente do sobrenome, pode e deve (acrescento eu) ser muito melhor do que os seus pares, mas sobretudo, muito melhor do que os tais que ostentam os tais sobrenomes …
Mas o maior pecado do Bruno de Carvalho foi o não se ter deixado ‘amestrar’ pelos ‘donos do dinheiro’ … E ter continuado a defender, de forma intransigente (e até obstinada, acrescento eu) os superiores interesses do SCP … Até mesmo o que lhe tem acontecido na vida pessoal atesta isso … TEm sido vitima de uma perseguição sem cartel … Que tem não um mas sim vários mandantes … A seu tempo saberemos “os nomes dos bois” …
Só era desnecessário, sobretudo por uma questão de coerência de discurso, chamar chamuça ao nosso primeiro sinistro. De resto, clarividência! Um homem no lugar que não lhe pertence é abatido: classismo puro ou puro sportinguismo. Eu cá desconfio sempre da pureza…
OK, retiro o chamuças, mas sinistro está perfeito!
Este deve ser ainda mais protegido pela comunicação social do que o Sócrates. Ainda no outro dia, o debate quinzenal correu-lhe muito mal, desde logo por ter metido os pés pelas mãos com a questão que o Rui Rio levantou sobre a linha circular no Metro de Lisboa. Rui Rio já está a pensar, e bem, nas eleições autárquicas, e percebeu que esta matéria levanta grandes preocupações nas populações que vivem a norte de Lisboa, pois serão muito prejudicadas com a linha circular, porque a linha amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras, e todos os passageiros terão de sair no Campo Grande, quando agora podem seguir até ao Rato. Só quem quer apanhar a linha verde é que tem de sair no Campo Grande.
A opção do governo é duvidosa, tresanda a interesses imobiliários e particulares, mas levantaram-se logo todos os comentadores a defender a linha circular, pois como muitos moram no centro de Lisboa, seriam beneficiados, e os suburbanos que se lixem. Os mesmos suburbanos que cada vez menos podem trazer o carro para a cidade, e têm de se aguentar em transportes públicos cheios. Que se lixe a equidade e a coerência no investimento público. Faz-se a linha circular contra a opinião dos técnicos e das populações, porque sim.
Mas o mais cómico foi ver o director do jornal Público a defender na televisão que como o debate tinha corrido mal ao primeiro-ministro, por este não estar preparado para as perguntas do Rio, que provou que o governo mentiu, o Costa devia receber antes as questões por escrito para se poder preparar! E é um diretor de um jornal dito de referência que diz uma barbaridade destas! Só falta defender que seja o governo a escolher as perguntas da oposição. Miserável!
21 Fevereiro, 2020 at 21:31
Off topic:
Tenho alguma esperança que já tenha entrado providência cautelar do movimento dar futuro ao Sporting. Sem ruído, para evitar movimentação do PMAG….
21 Fevereiro, 2020 at 23:45
Agora por causa do Marega ficou toda a gente “chocada” com o racismo. Ficaram sim chocados com a revolta do Marega (tanto assim é, que quase todos os jogadores em campo tentaram impedi-lo de abandonar o jogo) não com os sons do macaco. De resto, ainda não há muito tempo passou-se algo de semelhante no Dragão, num jogo para as competições europeias. E é evidente que é um problema do futebol e de gente estúpida, porque não é um insulto que se empregue contra todos os jogadores negros da equipa adversária, apenas contra aqueles que são muito bons, porque os atrasados mentais que o fazem sabem que é um insulto muito grave e ofensivo.
É verdade que Portugal é um país profundamente racista e classista, não está é habituado a ser confrontado com isso, pois as minorias raciais aqui, ao contrário do que acontece nos EUA, e também devido ao atraso deste país, não são reivindicativas e têm muito pouca consciência da sua opressão. Mas é racista desde logo com a ladaínha do lusotropicalismo, que é um insulto à inteligência das pessoas, quanto mais dos povos que foram por nós colonizados. Parem com as tretas, nenhum colonialismo é bom do lado dos colonizados. Não venham cá com as fábulas de fascistas com boa imagem, como o Jaime Nogueira Pinto, a branquear o que de pior Portugal colonial fez. Os portugueses não ganham nada em viver numa ilusão.
Dito isto, Portugal também não tem de pedir desculpa pelo seu passado, porque isso não leva a nada, e porque de resto também tem capital de queixa. Portugal também foi invadido por forças estrangeiras, perdeu a independência para os espanhóis, foi vítima dos imperialismos inglês e francês no séc. XIX, teve de aceitar a “protecção” do império Americano, e anda há mais de trinta anos a aturar voluntariamente a treta da solidariedade de Bruxelas, que é outro embuste. Ainda hoje o chamuças foi chamar de forretas os países contribuintes líquidos da UE (só não diz que estes chamam pedintes aos países da “coesão”), quando o que seria desejável era que Portugal – tal como a Irlanda – já fosse também um contribuinte líquido, porque era sinal que tinha enriquecido e já não precisava de andar a pedir dinheiro aos outros.
Não precisamos da validação dos outros, não precisamos que os outros nos digam que o nosso colonialismo foi melhor do que o dos outros impérios europeus, isso é provincianismo. O que está feito está feito. Ninguém nos vai pedir desculpa, e também não temos de pedir desculpa a ninguém. Mais importante é o que se faz hoje, para dignificar TODOS os habitantes de Portugal, sem distinção.
Quanto ao classismo, temos vários casos na sociedade portuguesa, nomeadamente quando alguém que não advém das “boas” famílias chega ao topo. Uma das instituições mais classistas é precisamente o Sporting, e a prova mais recente é a forma como Bruno de Carvalho nunca foi respeitado, apesar do seu trabalho em prol do clube. Em contrapartida, Vagandas, que tem sido sempre uma nulidade, beneficia da condescendência da comunicação social e de grande parte dos sócios, porque é um menino das Avenidas Novas de Lisboa.
Ainda hoje ouvi o podcast dele na rádio Estádio, em que ele se indigna por o MP o censurar por criticar os jogadores em público, no Facebook, e em privado, nas reuniões. O que está a ser censurado é Bruno de Carvalho ter existido como presidente do Sporting. O que não se aceitava de maneira nenhuma, fizesse ele o que fizesse, era que Bruno de Carvalho fosse presidente do Sporting. Isto é mais revelador sobre o país do que sobre a personalidade de Bruno de Carvalho, como se nas reuniões nos outros clubes nunca houvesse caralhadas, ou os outros presidentes fossem uns homens muito “civilizados”. Que país hipócrita…
21 Fevereiro, 2020 at 23:56
Chapeau!
22 Fevereiro, 2020 at 6:29
Caro Jordão,
Quem escreve assim NÃO merece castigo !
É duma clarividência e sensatez, que desarma …(espero!)os incautos, e denuncia, a anarquia e caos social que se vive em Portugal.
Além de revelar claramente, a estupidificação maciça da sociedade, promovida por quem controla a comunicação social desse país !
Quanto ao Sporting Clube de Portugal, está nos cuidados intensivos, com o cangalheiro por perto, qual abutre .
21 Fevereiro, 2020 at 23:57
Excelente texto, ao ler a parte final lembrei-me de algo que julgo já ter lido por aqui em que comparam o fantoche com o Zé das galinhas que ganhou um concurso qualquer. É isso mesmo um país de hipócritas,
22 Fevereiro, 2020 at 0:19
E isto tudo Jordão … E mais um par de botas!!!
De facto, a maior ofensa de Bruno de Carvalho foi demonstrar de forma inequívoca que, qualquer pessoa inteligente, independentemente do sobrenome, pode e deve (acrescento eu) ser muito melhor do que os seus pares, mas sobretudo, muito melhor do que os tais que ostentam os tais sobrenomes …
Mas o maior pecado do Bruno de Carvalho foi o não se ter deixado ‘amestrar’ pelos ‘donos do dinheiro’ … E ter continuado a defender, de forma intransigente (e até obstinada, acrescento eu) os superiores interesses do SCP … Até mesmo o que lhe tem acontecido na vida pessoal atesta isso … TEm sido vitima de uma perseguição sem cartel … Que tem não um mas sim vários mandantes … A seu tempo saberemos “os nomes dos bois” …
22 Fevereiro, 2020 at 0:25
Só era desnecessário, sobretudo por uma questão de coerência de discurso, chamar chamuça ao nosso primeiro sinistro. De resto, clarividência! Um homem no lugar que não lhe pertence é abatido: classismo puro ou puro sportinguismo. Eu cá desconfio sempre da pureza…
22 Fevereiro, 2020 at 10:30
OK, retiro o chamuças, mas sinistro está perfeito!
Este deve ser ainda mais protegido pela comunicação social do que o Sócrates. Ainda no outro dia, o debate quinzenal correu-lhe muito mal, desde logo por ter metido os pés pelas mãos com a questão que o Rui Rio levantou sobre a linha circular no Metro de Lisboa. Rui Rio já está a pensar, e bem, nas eleições autárquicas, e percebeu que esta matéria levanta grandes preocupações nas populações que vivem a norte de Lisboa, pois serão muito prejudicadas com a linha circular, porque a linha amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras, e todos os passageiros terão de sair no Campo Grande, quando agora podem seguir até ao Rato. Só quem quer apanhar a linha verde é que tem de sair no Campo Grande.
A opção do governo é duvidosa, tresanda a interesses imobiliários e particulares, mas levantaram-se logo todos os comentadores a defender a linha circular, pois como muitos moram no centro de Lisboa, seriam beneficiados, e os suburbanos que se lixem. Os mesmos suburbanos que cada vez menos podem trazer o carro para a cidade, e têm de se aguentar em transportes públicos cheios. Que se lixe a equidade e a coerência no investimento público. Faz-se a linha circular contra a opinião dos técnicos e das populações, porque sim.
Mas o mais cómico foi ver o director do jornal Público a defender na televisão que como o debate tinha corrido mal ao primeiro-ministro, por este não estar preparado para as perguntas do Rio, que provou que o governo mentiu, o Costa devia receber antes as questões por escrito para se poder preparar! E é um diretor de um jornal dito de referência que diz uma barbaridade destas! Só falta defender que seja o governo a escolher as perguntas da oposição. Miserável!
22 Fevereiro, 2020 at 16:56
Não assisti a essa pérola. Mas se é o director do Público quem os diz… estamos mesmo entregues à bicharada!