O que é que o dia 27 de Março de 1955 e o dia 27 de Março de 2015 têm em comum? São duas datas marcantes para a história do nosso Sporting.
A 27 de Março de 1955, tinha início a construção do Estádio José Alvalade. O Estádio, que viria a ser inaugurado no dia 10 de Junho do ano seguinte, foi construído com grande rapidez, tendo as obras, executadas por um número de trabalhadores que chegou a atingir 1.400, durando pouco mais de um ano. Talvez tenha sido tanta rapidez que levou o futuro presidente da FPF Silva Resende, então jornalista da Bola, a escrever, no dia da inauguração, “vê-se e mal se acredita”.
O projecto foi assinado pelos Arquitectos António Augusto Sá da Costa e Anselmo Fernandez, este um dos maiores sportinguistas de todos os tempos. Basta recordar que foi atleta do clube durante dezassete anos, que não cobrou honorários pelo seu trabalho na elaboração do projecto e que foi o treinador da equipa que conquistou a Taça das Taças em 1964, cargo que também exerceu gratuitamente. A parte de engenharia foi projectada por Ruy José Gomes e a construção esteve a cargo da empresa Alves Ribeiro sob a direcção de obras de Mário Themudo Barata.
Curiosamente, o projecto inicial nunca foi concretizado. Estava previsto um estádio simétrico, com a bancada central poente a encontrar uma réplica exacta a nascente – duas centrais, com uma pala cada uma. No entanto, a bancada nascente nunca viria a ser construída, sendo a parte do Estádio que lhe estava destinada ocupada pelo peão e, a partir de 1983, pela Bancada Nova, que não era fiel aos planos originais.
A construção do estádio implicou um grande esforço financeiro. Um grupo de 43 sócios constituiu-se como garante do primeiro pagamento, no valor de oito milhões de escudos, à Alves Ribeiro, bem como de um empréstimo no mesmo valor ao Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa. Muito do dinheiro necessário ao pagamento da construção do Estádio foi doado pelos sócios. Em 30 de Maio de 1954, meses antes do início dos trabalhos, já se estimava que os sportinguistas tivessem contribuído com cerca de oito milhões de escudos, quantia assinalável para a época. Sob a liderança do Presidente Góis Mota, e da Comissão Central do Estádio liderada pelo Dr. Manuel Carvalho Brito das Vinhas, os sócios e adeptos mobilizaram-se e ficaram célebres as sessões de “picaretada”, nas quais os leões pagavam às vezes até vinte escudos pelo direito de ajudar na demolição do campo antecessor do Estádio José Alvalade.
Este estádio que foi a casa do Sporting durante quase 50 anos, tinha na Porta 10-A uma espécie de ex-libiris, onde se juntavam os adeptos e passavam todos os profissionais do Clube.
60 anos depois, a 27 de Março de 2015, Bruno de Carvalho, então presidente do Sporting Clube de Portugal, colocava a primeira pedra do Pavilhão João Rocha. No sentido de concretizar uma das suas promessas eleitorais, Bruno de Carvalho lançou, a 10 de Julho de 2014, a Missão Pavilhão, com vista à angariação de recursos financeiros para a construção do Pavilhão João Rocha para as modalidades. O objectivo final da Missão Pavilhão foi a angariação de 10 milhões de euros, a serem repartidos pela construção do Pavilhão João Rocha e pela restauração do Edifício Multidesportivo.
Correspondendo ao anseio de todos os Atletas, Sócios e Adeptos que desde Janeiro de 2004 tinham andado de pavilhão em pavilhão a defenderem as cores leoninas, na Assembleia Geral de 18 de Janeiro de 2015, foi apresentado o projecto do Pavilhão João Rocha pela FICOPE, empresa encarregue da coordenação geral e da gestão da construção.
Na ocasião, foi divulgado que o novo pavilhão do Sporting Clube de Portugal seria construído no mesmo local do antigo Estádio José Alvalade, tendo a construção sido adjudicada à Somague por 9.621.557 €, mobiliário e taxas de construção incluídos.
Deste montante, 7,5 milhões de euros seriam para o novo recinto, cujas obras se deveriam iniciar em Junho de 2015 e estar concluídas em Outubro de 2016, com o Sporting Clube de Portugal a desejar inaugurar o Pavilhão João Rocha em Dezembro de 2016.
O Pavilhão João Rocha teria quatro bancadas com uma lotação de 3000 lugares sentados, distribuídos por 3 pisos, integrando uma sala de aquecimento com 14x20m, a Loja Verde, uma extensão do Museu Mundo Sporting, um Auditório com 50 lugares sentados, um busto de João Rocha e um mural com o nome de todos os que contribuíram para a angariação de dinheiro através da Missão Pavilhão. Para além disso, na sua envolvente, encontrar-se-ia um monumento ao Sporting Clube de Portugal na rotunda da rua Francisco Stromp, um passeio da fama de homenagem aos Heróis Leoninos e integrados nas zonas verdes três campos de futebol de 7 para as escolas de futebol.
No dia 27 de Março de 2015, o Sporting Clube de Portugal assinalou o início da construção do Pavilhão João Rocha, com um programa recheado de actividades.
Tudo começou com um treino aberto no Estádio de Alvalade onde estiveram mais de 4000 pessoas. Neste treino, três Sócios, previamente sorteados, tiveram a possibilidade de treinar com a equipa principal em pleno relvado. No final do treino houve ainda lugar à distribuição de autógrafos e ao convívio de perto entre jogadores e adeptos.
Terminada a festa no relvado e nas bancadas de Alvalade, ela prosseguiu no exterior do estádio, com o lançamento da primeira pedra do Pavilhão João Rocha. A cerimónia iniciou-se com os discursos oficiais do presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, a comemorar dois anos de mandato, e do então vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina. A colocação da primeira pedra aconteceu às 12:30, seguindo-se a inauguração do outdoor do pavilhão às 12:40 e o descerrar das placas toponímicas das ruas Vítor Damas e José Travassos às 13 horas.
De destacar que por baixo da primeira pedra foi colocada uma caixa do tempo com objectos emblemáticos, como a edição do Jornal Sporting com anúncio do Pavilhão João Rocha, livros sobre Vítor Damas e José Travassos, o Boletim Municipal de Lisboa, os jornais desportivos do dia, a lista de convidados da cerimónia e os contratos assinados.
No dia do lançamento da primeira pedra do Pavilhão João Rocha, várias modalidades abriram as suas portas aos sócios e adeptos, que tiveram a oportunidade de experimentar não só as diversas modalidades como, nalguns casos, treinar ao lado dos atletas.
Paralelamente a todas estas actividades, o Museu Mundo Sporting esteve de portas abertas a todos aqueles que quiseram visitá-lo gratuitamente, entre as 10 e as 17 horas.
Após 22 meses e 18 dias de obra, o que corresponde a um total de 689 dias, o Pavilhão João Rocha ficou pronto para ser inaugurado e assim abrir as suas portas a Atletas, Sócios e Adeptos assumindo aquilo para que foi construido, ser, desde o dia 21 de Junho de 2017, a casa das modalidades do Sporting Clube de Portugal.
27 Março, 2020 at 14:54
“Anselmo Fernandez, este um dos maiores sportinguistas de todos os tempos. Basta recordar que foi atleta do clube durante dezassete anos, que não cobrou honorários pelo seu trabalho na elaboração do projecto e que foi o treinador da equipa que conquistou a Taça das Taças em 1964, cargo que também exerceu gratuitamente.”
Onde estão estes líderes?
27 Março, 2020 at 15:51
Comentou-se muito no início (lembro-me de visitar o pavilhão ainda em construção) que devia ser maior.
Muitos tinham na cabeça talvez as enchentes em Odivelas, já nem vou à velhinha Nave.
Adoro o JR, vou qd poucos vão e de facto são muito mais as vezes que está quase vazio que cheio.
Para um clube onde tanto defendemos o ecletismo e onde as modalidades servem de argumento para a guerra aberta que se vive, é uma desilusão, confesso.
Sobre Alvalade, só digo que tenho umas saudades do caralho. Sem ganharmos nada, eram tempos felizes.
27 Março, 2020 at 15:57
As enchentes em Odivelas foram em que jogos? Pois.
A assistência no Casal Vistoso era um sinal óbvio que perdemos o “hábito” de apoiar as modalidades.
27 Março, 2020 at 16:34
Há que condecorar e aplaudir a croquetagem que decidiu acabar com a tradição e cultura eclécticas (até a pista de atletismo deitaram fora) , presentes no nosso Clube desde os seus primórdios.
VIVA OS ILLUMINATI
27 Março, 2020 at 16:40
para lá de todas as questões fracturantes e de toda a clivagem que existe entre os adeptos, há todo um trabalho a ser feito e não existem sinais de que alguém esteja a pensar seriamente nisto.
Roça o inacreditável estarmos a assinalar três anos de Pavilhão e não existir, por exemplo, uma estratégia implementada para que se venda uma gamebox que dê acesso a estádio e a pavilhão ou, pelo menos, que exista um bilhete dia de Sporting que convide a ir ver tudo e mais alguma coisa que aconteça nessa data.
27 Março, 2020 at 16:48
Concordo.
Ninguém soube criar uma estratégia que fizesse os Sportinguistas voltarem ao pavilhão. Nem antes, nem agora.
27 Março, 2020 at 21:57
Ahahahahahahahahhahaha!! PRI-CE-LESS!!
27 Março, 2020 at 22:47
Ia jurar que vi o pavilhão cheio, logo no seu primeiro ano de vida, a celebrar os títulos nacionais de TODAS as nossas modalidades.
Com um presidente maluco lá no meio a festejar também, mas se calhar foi impressão minha. Estratégia? Não, foi tudo por acaso.
28 Março, 2020 at 1:20
Já sabes como é.sempre a esfregar no passado e sempre mansa com o varandas e amigos…a sonsa é o costume,nada de novo.
28 Março, 2020 at 6:26
Está gente hipócrita e sonsa merece o actual estado em que se encontra o clube.
O que este ser rasgava as vestes neste blogue por coisas como a cor dos calções e agora anda tão mansa…
27 Março, 2020 at 16:58
Tampouco se tem visto um trabalho de calendarização de pelo menos 2 jogos seguidos , o que teoricamente “duplicaria” as assistências, porque por vezes, a deslocação ao JR apenas para ver um jogo de volei (45′) ou hoquei (1h e pouco), acaba por não ser entusiasmante.
Possivelmente também não seria má ideia LEVAREM-SE as equipas da formação para, no mínimo e graças à grande qualidade das nossas equipas profissionais, tomarem banhos de competitividade e de “Sportinguismo triunfador”.
28 Março, 2020 at 9:53
*Tampoco se tem visto
27 Março, 2020 at 18:06
Enquanto o pessoal não admitir que o futebol é que carrega isto e tentar colar as modalidades no máximo aos jogos de futebol…
27 Março, 2020 at 18:29
A estrategia tem de ser a motivacao dos Sportinguistas: nao e’ por falta de vitorias ou por nao termos excelentes executantes. Obviamente que existirem jogos no JR “colados” ao F11 ajudava, mas ja’ nos tempos da Nave/Pavilhao era assim – notava-se menos porque era mais pequena. O proximo “Cal” que tente, que ouca a sensibilidade dos socios & adeptos e que tente encher – -os Nucleos serao sempre uma parte importante nesta equacao.
Eu nunca entrei no JR, por exemplo, porque desde que abriu nunca estive em PT na altura de haver jogos. Tenho esse dever de la’ ir com o meu pai e as minhas filhas, independentemente de haver um jogo e F11 ou nao. Como eu existem mais, por certo.
SL
27 Março, 2020 at 16:56
Sem dúvida.
Vistoso, Mafra, onde vi várias vezes o Andebol (até na Torre da Marinha andaram com a casa às costas), Livramento onde o hóquei treinava tarde e a más horas, Alverca… etc, etc, etc.
Os atletas foram bastante beneficiados com o JR (e até os mais jovens/miúdas já com esta direção), mas os adeptos que tanto falam nisto apenas davam aquele espetáculo nos jogos decisivos ou playoffs.
O meu aplauso para quem fora de horas, durante a semana, em jogos supostamente “ganhos” estava lá tb com os atletas.
27 Março, 2020 at 17:26
braveheart, só insisto no Casal Vistoso pela localização.
Nos outros locais ainda arranjávamos a desculpa do “é longe” .
Para o Livramento nem setas havia, pá! 😛
27 Março, 2020 at 18:37
E eu sei a qtd de vezes que lá foste.
Como dizes, para a malta de lx… era fácil.
27 Março, 2020 at 20:07
+1
27 Março, 2020 at 16:31
Impossível de entrar naquele pavilhão sabendo que o responsável foi expulso do Sporting precisamente naquele pavilhão. Eu sinto vergonha e confesso que este ano não meti lá os pés. O espírito perdeu-se algures e não é com está direção que será recuperado.
Estes são bons é a destruir, construir não é para eles.
27 Março, 2020 at 16:43
Correcto Val; eu sou assíduo do JR e constato que enquanto na época de 18/19 as presenças foram em crescendo, ajudando bastante nas victórias épicas que ali conquistamos, agora dá-se o inverso: o pessoal vai-se eclipsando, o entusiasmo esmorecendo e sai-se de lá com a desagradável impressão de assistirmos à queima dos últimos cartuchos numa guerra perdida.
27 Março, 2020 at 16:48
A tristeza que isto me dá, quer o Val Verde escreveu, quer o que o leo14 relatou.
27 Março, 2020 at 18:45
Ya.
Os atletas que se fodam. Que outros apoiem.
Estás no teu direito.
Eu ainda tentei trocar a box futebol pela das modalidades…
Vou lá muitas vezes com os putos (à vez, conforme as modalidades), quero lá saber quem é o presidente.
E claro, não esqueço quem levou o projeto até ao fim.
28 Março, 2020 at 1:22
Brave mas verdade seja dita que mesmo no pavilhão já não há aquela magia,o ambiente está tenso,diria que pior que no estádio onde existem os croquetes das centrais que apoiam o vagandas,no pavilhão não,nem nada que se pareça,quando ele raramente mete lá as patas,é o que é…
27 Março, 2020 at 19:54
Mil vezes vencer tudo nas modalidades do que ganhar uma ou outra vez no futebol.
Ainda bem que há locais sportinguistas onde se pode juntar Sporting e Bruno de Carvalho sem ser para mandar abaixo.
Quem não tem Memória não pode viver o Presente nem construir o Futuro.
27 Março, 2020 at 22:26
Mete me nojo que os ingratos de merda que os sportinguistas são…mandaram embora o homem que realizou este sonho ou da nossa tv…era só isto que é para não me alongar mais.
28 Março, 2020 at 3:18
Por alguns comentários, vejo que a malta ainda não aprendeu. O ressabiamento é tão grande que cega.
Ora que o varandas acabe o mandato e que a seguir venha de lá outro croquete, que é disto que o povo gosta.
28 Março, 2020 at 10:10
A fossa é tão imunda que até os grupos de apio às modalidades que expontaneamente se formaram e orgulhosamente mantêm as suas tarjas bem erguidas, deixaram de ser filmados pela nossa TV, no cumprimento de ordens superiores. Razão? Conotados como viúvas do BdC
28 Março, 2020 at 19:06
Passado e presente ligados para as vitórias!
Gosto da ideia!!!