Apenas em Fevereiro de 1968, com 25 anos, ingressou no Sporting Clube de Portugal a convite de João Roque, numa altura em que, após ter regressado de África onde cumpriu o serviço militar, já se destacava nas corridas de amadores.
Em Abril do mesmo ano conquistou o Campeonato Nacional de Fundo para Amadores e foi logo incluído na equipa do Sporting para a Volta a Portugal, estreando-se com um sensacional 2º lugar. Foi seleccionado para representar Portugal no Campeonato Mundial de Estrada, em Imola, onde conseguiu a melhor classificação portuguesa de sempre, ao ficar em 16º lugar, classificação que melhoraria um lugar, no ano seguinte.
Depois ganhou todas as Voltas a Portugal entre 1969 e 73, no entanto, acabou desclassificado por doping em 69 e 73, pelo que só conta com três triunfos no seu palmarés, onde se contam 25 vitórias em etapas dessa prova.
Entre 1968 e 73 ganhou seis vezes consecutivas o Campeonato Nacional de fundo, ao que somou os títulos nacionais de perseguição individual de 1971 e de contra-relógio por equipas em 1968 e 69, entre vários Grandes Prémios conquistados com a camisola do Sporting e os honrosos 2º lugar na Volta ao Luxemburgo de 1969 e 5º lugar na Volta à Suíça de 1972.
Estes feitos valeram-lhe quatro Prémios Stromp na categoria Atleta Profissional, conquistados nos anos de 1968, 1969, 1971 e 1972, aos quais viria a juntar um 5º na categoria Saudade, atribuído a titulo póstumo em 1984.
Descoberto por Jean de Gribaldy, a sua classe leva-o a equipas estrangeiras, mas depois de um 2º lugar na Vuelta de 1974, regressa no ano seguinte quando o Sporting aposta forte na modalidade, mas sem grande sucesso.
Emigrou de novo porque o seu lugar era no Tour entre os melhores do mundo, onde em treze participações ficou oito vezes nos dez primeiros, entre as quais estão dois 3º lugares, com cinco vitórias em etapas, incluindo o mítico Alpe d’Huez a 15 de Julho de 1979, onde foi colocado em sua honra um busto em bronze.
Na Volta à Espanha participou cinco vezes e para além do 2º lugar de 74, ganhou três etapas e chegou a andar cinco dias de amarelo.
Regressou pela última vez ao Ciclismo leonino em 1984, já com 40 anos. No dia 30 de Abril disputava-se a Volta ao Algarve, quando Agostinho que vestia a Camisola Amarela, sofreu um hematoma epidural agudo no crânio, por não usar capacete, num acidente provocado por um cão que se atravessou no seu caminho. Mas mesmo assim voltou a montar a bicicleta e cortou a meta com a ajuda de dois colegas do Sporting. Seria operado em Lisboa, dez horas após do acidente, tarde de mais. Faleceu no dia 10 de Maio de 1984 com apenas 41 anos.
No dia 1 de Julho de 2014 recebeu a título póstumo, o prémio Leões Honoris Sporting na categoria Saudade, durante a I Gala Honoris Sporting.
Joaquim Agostinho, o melhor ciclista português de todos os tempos, nasceu a 7 de Abril de 1943. Há 77 anos.
7 Abril, 2020 at 17:34
Grandíssimo! Lenda! Puro Sporting Clube de Portugal sobre rodas!
Choraria ao ver o que fizeram com o ciclismo há uns meses.
7 Abril, 2020 at 17:42
Grande Joaquim Agostinho.
R.I.P.
7 Abril, 2020 at 17:43
Gigante, daquelas mortes difíceis de explicar e de engolir
7 Abril, 2020 at 17:52
Lembro-me do meu pai chorar – e é raríssimo ver o meu pai chorar- aquando da morte de Agostinho.
Uma lenda Sportinguista, como um Damas ou um Livramento, todos partiram muito cedo.
SL
7 Abril, 2020 at 18:01
Enorme…
7 Abril, 2020 at 18:31
Mais do que ciclista, foi um dos maiores atletas do desporto português.
Lenda.
7 Abril, 2020 at 18:31
Lembro-me tão bem do dia em que morreu. Fiquei desolado porque, para mim, Agostinho era o Sporting, como era o Carlos Lopes, o Fernando Mamede, o Ramalhete ou o Manuel Fernandes. O meu avô, para me consolar, disse-me que havia homens que eram tão grandes que não morriam. Ele tinha razão.
7 Abril, 2020 at 19:18
este artigo ja deve ter uns aninhos bons, até porque sendo recente tem ali uma incorrecção ( o 15º posto no mundial de 1969 foi quanto muito a sua melhor prestação individual em mundiais, não foi a melhor portuguesa de sempre)
de resto não estragar o post com cenas depois das bocas em relaçao ao ciclsimo actual, porque teria que referir declaraçoes recentes de um ciclista e o que ele disse sobre os dirigentes do clube que começaram a parceria.
7 Abril, 2020 at 20:04
… creio que o melhor resultado de sempre em mundiais se refere à época… como me parece lógico… 42 anos depois (desse melhor resultado) tivemos um campeão do mundo….28 anos depois da sua morte…
7 Abril, 2020 at 21:59
Tu terias sempre que referir qualquer coisa para puxar o lustro ao croquete.
O presente é este: Rebentou com o ciclismo.
E vem mais a caminho. Voleibol, futebol feminino, atletismo já dão sinais.
Uns criam e reactivam, outros destroem e acabam com modalidades.
Uns são do Sporting, os outros são do teu Campo Grande.
7 Abril, 2020 at 22:48
riga o texto refere a melhor classificação de sempre até aquela data; logo a seguir refere que o próprio fez melhor no ano seguinte. E já tivemos, bem depois disso um Campeão do Mundo (Rui Costa?).
Mas que nem se compare a concorrência internacional. O Agostinho viveu na época de ouro do ciclismo europeu e mundial: Eddy Merckx, Raymond Poulidor, Van Impe, Luis Ocaña, Joop Zoetmelk, Gimomdi, Thévenet e outros.
SL
7 Abril, 2020 at 22:59
Tu és só estupido. Obvio que se reporta à data.
És das maiores merdas que aqui andam…
Só um post sobre o Agostinho me faz cometar as tuas alarvidades!
Z
8 Abril, 2020 at 9:19
merdas es tu e outros cabroes como tu
7 Abril, 2020 at 19:31
Viveu como símbolo desportivo nacional.
Morreu como símbolo do atraso nacional.
7 Abril, 2020 at 19:37
O melhor ciclista português de todos os tempos e um dos melhores do mundo no seu tempo, respeitado por todos os grandes campeões!
7 Abril, 2020 at 20:06
Este é e será sempre o meu maior ídolo leonino. Desde os meus 11 áos 15 anos ia sempre a pé dos Olivais Norte até à antiga Calçada de Carriche (ainda com o piso de paralelepípedos) para ver a última etapa, o contra-relógio Mafra Estádio de Alvalade.
Porque era normalmente aí que ele (o último a partir porque vestia a amarela) “papava” 2 m ao Fernando Mendes (normalmente o 2º lugar) e 4 ao João Roque ou ao Leonel Miranda (normalmente o terceiro). Aquela “calçada”, subindo a pique, com aquele piso e após mais de 40Km de corrida individual era um penar para qualquer ciclista … menos para o nosso Joaquim … que ultrapassava os seus rivais sem tirar o traseiro do selim.
Um poço de energia! Uma enorme capacidade de sacrifício! Uma mentalidade de campeão! E uma alma imensa!
Parabéns Joaquim! Onde quer que estejas!
7 Abril, 2020 at 20:35
Álvaro nessa época havia também o José Martins da Coelima e o Firmino Bernardino do nosso Sporting
7 Abril, 2020 at 22:51
Mas esses ficavam bem abaixo. O Firmino era um óptimo trepador e, conforme corriam as etapas da Penha e Torre, fazia uma boa classificação; ganhou o Prémio da Montanha uma ou duas vezes. Mais regular nos lugares cimeiros era o Joaquim Andrade, do Sangalhos (um ciclista muito completo).
SL
7 Abril, 2020 at 20:53
All of fame……
7 Abril, 2020 at 20:58
Lenda
7 Abril, 2020 at 22:08
Agostinho e Yazalde… para além do meu pai e dos meus avós são razões mais do que suficientes para ser Sporting…
7 Abril, 2020 at 22:53
Ora aí está! curiosamente também 2 dos meus maiores ídolos no Sporting. Acrescentava, Moniz Pereira, Carlos Lopes, Vitor Damas e Fernando Mamede.
SL
7 Abril, 2020 at 23:56
Mundo Desportivo (RTP), programa apresentado por Rui Tovar, dedicado à carreira do maior ciclista português de sempre: Joaquim Agostinho. Entrevistas com Manuel Graça e a João Roque, intercaladas com diversas imagens de arquivo.
https://youtu.be/tfQX_SzcDOw
https://youtu.be/KeNeeJyzpMs
8 Abril, 2020 at 0:58
O enorme e grandioso Joaquim Agostinho.
Via como miúdo a tour de France toda só para ver se a câmara da moto apanhava nem que fosse por segundos o nosso Joaquim Agostinho.
Orgulho
8 Abril, 2020 at 1:41
Eu, os primeiros tours do Agostinho (acho até que todos), apenas dava na RTP um resumo alargado da etapa, à noite, com comentários (e nalguns dias entrevista ao Joaquim ou ao Gribaldy, dono da sua equipa e que arranhava uma espécie de frantuguês).
Por isso, era todas as tardes a interromper as futeboladas nas horas dos noticiários da Emissora Nacional, que tinha um correspondente que punha a par do decurso de cada jornada.
Nas segundas, quintas e sábados ia religiosamente comprar a Bola (que custo partilhado com mais 3 amigos, que não havia pão pra malucos) para ler as crónicas do Carlos Miranda. Essas valiam bem a pena 4 páginas de uma prosa eloquente, descrevendo todas as incidências das etapas, decorridas entre cada edição, perspectivas das etapas futuras, classificações curtas entrevistas com o Joaquim e notas sobre os “locais de relevo que o Tour ia percorrendo.
Vale por isto dizer que a Bola, na altura em que só saía 3 vezes por semana (como o Record ou o Mundo Desportivo) conseguiam ser jornais que cobriam bem quase todas as Modalidades.
8 Abril, 2020 at 9:02
Eu nessa altura Álvaro vivia na Alemanha e dava em directo
8 Abril, 2020 at 7:31
O ano passado voltei à estrada para ver o Sporting pedalar. Coisas que se entranham devido às saudades do Grande Agostinho.
8 Abril, 2020 at 12:15
O maior ciclista português de todos os tempos.
Uma Lenda, um Leão, um campeão.
8 Abril, 2020 at 15:27
Grande sportinguista e grande atleta.
Outro que sofreu na pele o facto de representar o Sporting e não o clube do regime!