matheus castro“O Matheus que me desculpe mas eu vou contar a história porque é um exemplo para os jovens. O Matheus não jogava no Chaves (Grupo Desportivo de Chaves) quando eu cheguei, porque o Matheus pensava que ser jogador de futebol era pôr o necessaire debaixo do braço Louis Vuitton, por um gelzinho na cabeça, um bom perfume, e ter um carro e dar umas voltas com ele.

Ele vinha com a ideia que isso era um jogador de futebol, e chegou com essa ideia a Chaves e pensava que em Chaves eram todos menos do que ele. Ele, não jogou, não jogou, não jogou, eu punha-o a aquecer 90 minutos e punha-o 2 ou 3 minutos do fim… e houve um dia que ele chegou ao treino e pediu para falar comigo…”

“-É assim, tu és grande, grande, grande jogador miúdo, sabes porquê que és grande jogador? Porque tu transportas contigo todas as condições que o jogador deve ter: capacidade física, capacidade técnica, entendes o jogo, agora falta-te aqui uma coisa, a tua dimensão mental…aí eu percebi que ele não tinha culpa.”

“Fizemos um pacto os dois, ele ficou com uma responsabilidade e eu fiquei com outra responsabilidade, eu fiquei com a responsabilidade de olhar por ele enquanto treinador e ele ficou com a responsabilidade de olhar por mim enquanto jogador. E foi assim eu olhei por ele e ele por mim, porque como eu vos disse no inicio os jogadores é que nos fazem, eu ajudei-o, ele ajudou-me, mas o grande mérito é do Matheus por tudo aquilo que ele fez.”

Luís Castro sobre Matheus Pereira em conversa na Quarentena da Bola – Por Rémulo Jónatas