1964 é o ano da única conquista europeia leonina além-fronteiras. Sob o comando do luso-espanhol Anselmo Fernández, que entrou no decorrer da época substituindo o brasileiro Gentil Cardoso, o leão ergueu bem alto o seu nome no contexto futebolístico europeu, depois do seu eterno rival Benfica o ter feito poucos anos antes, em 1961 e 1962, na Taça dos Campeões Europeus. A conquista leonina, essa, deu-se na já extinta Taça das Taças, competição da UEFA exclusiva, como a designação sugere, aos vencedores das respetivas taças nacionais. Eram tempos áureos do futebol português na Europa do desporto-rei…
Com a conquista, em 1963, no mítico Jamor, da sexta Taça de Portugal do seu palmarés, diante do Vitória Sport Clube, numa goleada por quatro golos sem resposta, os leões garantiram, assim, o direito à participação na Taça das Taças no ano seguinte, percurso que iniciou de forma muito complicada. Na primeira ronda, diante da representante italiana Atalanta, foi necessário um terceiro jogo de desempate. À derrota por 2-0 em Bergamo, respondeu o conjunto leonino com um triunfo por três bolas a uma em Alvalade. Não estando ainda na altura em vigor a regra do golo fora, foi, então, necessário o jogo do tudo ou nada, em campo neutro, em Barcelona, na vizinha Espanha.
Na Catalunha, registou-se um teimoso empate a uma bola no final dos 90 minutos. No tempo extra, porém, Lúcio Soares e Mascarenhas viraram a contenda a favor dos verde e brancos, que seguiram, assim, para a segunda ronda a eliminar. Segunda ronda que acabou por definir-se como um autêntico passeio para a equipa portuguesa. Contundentes 16-1 aos cipriotas do APOEL, no que é, até hoje, a maior goleada de sempre da história das competições europeias, seguido de um triunfo por 0-2 no Chipre, por mera formalidade.
Nos quartos-de-final, o sempre todo-poderoso Manchester United, orientado pelo lendário Sir Matt Busby. Como na primeira ronda a eliminar, os leões fizeram das extremas dificuldades forças e, a uma comprometedora derrota por 4-1 em Inglaterra, com hat-trick de Denis Law e ainda um do mítico Bobby Charlton, respondeu o Sporting Clube de Portugal com uma goleada tremenda aos Red Devils na capital portuguesa. Foi, nada mais, nada menos, do que uma mão cheia, com golos de Morais, do brasileiro Géo Carvalho e do seu compatriota Osvaldo, que imitou a façanha protagonizada por Law na primeira mão. A real lei, essa, foi mesmo em tons de verde. Além da tremenda reviravolta a tamanho ilustre, nunca, até hoje, o Manchester United sofreu derrota por tamanhos números na Europa, tendo o clube leonino cravado de história, uma vez mais com golos, um recorde que até hoje perdura.
Já só com quatro clubes em competição, foi a vez de os lisboetas colocarem uma vez mais à prova o tamanho dos seus sonhos. A um duplo empate com os franceses do Olympique Lyonnais, seguiu-se, tal como com a Atalanta, a «negra», também na vizinha Espanha, desta vez na capital, no Estádio Metropolitano de Madrid, tendo Osvaldo Silva, a meio do segundo tempo, num lance de recarga ainda na pequena área, colocado o Sporting na desejada final, a disputar uma semana depois!
Na capital belga Bruxelas, o Sporting e os húngaros do MTK Budapeste, que tinham em Károly Sándor a sua figura de proa, proporcionaram espetáculo arrebatador com seis golos, três para cada lado, e… adiaram tudo para uma finalíssima a disputar somente dois dias depois, no mesmo país, mas na cidade de Antuérpia.
Antuérpia ficou, então, marcada para sempre na história do leão. Num jogo mais fechado, a defensiva leonina conseguiu neutralizar Sándor, que esteve envolvido em todos os golos apontados pelos húngaros em Bruxelas, e um corte do lado direito da defensiva húngara, ainda no primeiro tempo, originou um canto para a equipa portuguesa. E aí, bem no cantinho, fez-se história. Morais encarregou-se da marcação e surpreendeu o guardião magiar com um belo arco para o meio da sua baliza. Um canto direto que valeu a… eternidade! Não houve mais golos até final, não obstante a forte pressão exercida pelos húngaros, tendo o troféu mesmo viajado para o reino do leão. O Sporting Clube de Portugal rugia, como nunca, na Europa, numa campanha épica, difícil e com muito golo. Foram 36(!) nos 12 jogos disputados, culminado pelo mais belo e artístico vindo de um canto também para o cantinho mais ocidental da Europa, com muito esforço, dedicação, devoção e… glória!
16 Maio, 2020 at 12:35
Criança de tenra idade à data.
A história contou-me o meu pai.
SL
16 Maio, 2020 at 12:52
Uma marca. Inesquecível até para quem, como eu, não era sequer gente na altura.
16 Maio, 2020 at 13:03
Então quando formos ao S. Luis beber um bejeca estarei acompanhado por um jovem !
16 Maio, 2020 at 13:21
Na flor da idade 🙂
16 Maio, 2020 at 13:05
Uma enorme vitória para sempre no nosso querido imaginário LEONINO!
N e do meu tempo mas sempre fiquei com a sensação q o NOSSO SCP poderia e deveria ter conquistado a Europa mais vezes… provavelmente em 74, 91, 04 e 12 (já n puxou mais para trás para o tempo dos 5 violinos pq n havia competições europeias, se n tou certo q se teria ganho aí qq coisa tb).
16 Maio, 2020 at 13:09
Grande Epopeia…!!
Sporting Sempre…!!
SL
16 Maio, 2020 at 13:50
Dificilmente repetiremos algo assim.
A LE não é impossível, mas só depois de arrumar a casa e ganhar um campeonato em Portugal.
16 Maio, 2020 at 15:12
Até uns quartos da Champions. Seguisse o Sporting o modelo do Ajax. Investir nos miúdos e ir comprando um craque de vez enquando.
O Porto consegue-o com relativa regularidade, embora o carnide tenha mais dificuldades por causa das arbitragens.
É impensável um clube com a dimensão do Sporting só ter passado uma vez os grupos da Champions e mesmo aí ter levado 12 do Bayern.
Como futebolista do Sporting teria até um bocado de vergonha em ter no clube campeões europeus de futsal, hóquei, judo, atletismo, ver outras modalidades fazer boas campanhas europeias como o andebol, voleibol e o ténis de mesa… e eu a ficar pelos 16avos da Liga Europa…
16 Maio, 2020 at 18:21
Eles não têm vergonha. Ordenado certo ao fim do mês, ninguém exigente para pressionar.
Para ter essa regularidade, primeiro é preciso ganhar cá dentro.
E para ganhar cá dentro é preciso estabilidade e um projeto.
Ainda antes disso, o campeonato não ser corrupto.
16 Maio, 2020 at 18:51
nem mais!
ainda assim e preciso ter um treinador ganhador e jogadores com perfil competitivo superior… coisa q com esta CORJA de croquetes, ja percebemos ser impossível.
club de campo e negociatas de camarote… apenas e so isso!
16 Maio, 2020 at 19:02
Se nem com grande treinador e grandes jogadores nos deixaram ganhar…
Primeiro… estes bazarem.
Depois, o resto. E não será fácil.
16 Maio, 2020 at 15:27
Estará para sempre gravado na História do nosso Grande Amor, o nome destes atletas que levaram à prática a frase Fundadora.
O meu humilde obrigado a Todos.
Viva o Sporting de exigência e rigor.
L SL
16 Maio, 2020 at 17:59
finais felizes…
17 Maio, 2020 at 10:01
E a mim, das memórias que tenho de puto quando os lampiões costumavam gozar comigo por causa das Champions que tinham, o meu dizia me, diz que o Sporting tem uma taça que os outros já nunca poderão ganhar!!e resultava os putos calavam se, até que chegou a uma idade que já sabiam o que era a taça das taças e a Champions e aí já não tinha o mesmo efeito…
Só tenho pena de não haver Champions no tempo dos 5 violinos a história tinha sido outra…
17 Maio, 2020 at 10:27
Cherba, falta aí o pormaior do Senhor Hilário da Conceição, por ter partido a perna, não poder jogar a finalíssima e a equipa ao chegar a Portugal ter ido directa do aeroporto a sua casa para o capitão poder levantar a taça.
🙂