O Sporting disponibilizou aos seus sócios o relatório e as contas do clube referente a 2018/19, tendo registado um resultado negativo de aproximadamente 11,4 milhões de euros.

Este é um relatório obviamente marcado pelo rescaldo do ataque à Academia, de onde podemos retirar algumas notas
1. embora negativo, o resultado foi menos negativo do que em 2017/18, onde esse número ascendia aos 19,1 milhões de euros
2. o passivo consolidado subiu dos 378 milhões para os 421 milhões. Olhando para o copo meio cheio, podemos dizer que os valores da transferência de Bruno Fernandes para o Manchester United ainda não constam destas contas
3. este aumento de passivo está directamente ligado à antecipação de 65M da NOS, para pagar compromissos à banca e dívida a fornecedores de curto prazo
4. é de questionar que os gastos com pessoal andem à volta dos 70 milhões, apenas cinco milhões abaixo do ano anterior onde tínhamos o milionário Jorge Jesus como treinador e vários jogadores com folha salarial a bater no tecto definido pelo clube
5. as dívidas a fornecedores aumentaram quatro milhões. Se a escalada continuar «por culpa do Covid», vai ser engraçado perceber qual a herança colocada em cima da mesa quando se realizarem eleições, em 2022
6. a meio do mandato, a imagem que fica é a de um clube cada vez mais enterrado em dívidas, com uma política desportiva desastrosa e praticamente já sei anéis herdados para poder equilibrar as contas. E mesmo sabendo que o Matheus Nunes vai pagar o Rúben Amorim, o Silas e o Keizer todos juntos, torna-se complicado justificar como gastámos dez milhões num treinador que não passa de um enorme “e se correr bem?”

Juntamente com o relatório disponibilizado, seguiu uma apreciação ao documento por parte do o Conselho Fiscal e Disciplinar, na qual é explicada que a situação económica do Grupo Sporting é “difícil” mas não “inultrapassável”. Aquele órgão leonino, contudo, considera fundamental que sejam tomadas “decisões que levem ao equilíbrio operacional” das contas, ao contrário do que se verifica neste momento. Curiosamente, ou talvez não, este parecer é publicado no jornal oficioso do Clube lado a lado com mais um capítulo do «bora vender a SAD». Coincidências.

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