Na 4ª, Feira 27 de Maio, mais uma vez e pela terceira semana consecutiva, o advogado Carlos Barbosa da Cruz vem a terreiro, no seu espaço mediático no pasquim oficioso do Clube (o Record), defender a “sua” peregrina ideia de que vender a maioria do capital da SAD é a melhor solução para o Futebol do Sporting.
Não passa despercebida a “coincidência” da localização do espaço reservado à “crónica” do senhor, “o Cantinho do Morais”: exactamente muito estrategicamente “encafuado” entre uma notícia sobre as Contas Consolidadas do Sporting e o estado preocupante das finanças do universo sportinguista e um título de manchete “Nova emissão de VMOCS de ‘elevada importância’ – operação depende dos Bancos”.
Mas voltarei a essa “coincidência” no final deste artigo. Importa agora analisar a retórica promocional de tão expedito “vendedor” do capital da Sporting Futebol SAD.
Que argumentos usa esta ‘notável’ figura para defender o ‘leilão’ da maioria do capital da SAD a investidor(es) privado(s)?
Primeiro atira a farpa de que os opositores da “sua” solução procuram ATEMORIZAR os sportinguistas com a perda do ecletismo e o definhar e desaparecer de Modalidades do Clube e a cresscente diminuição do interesse dos sportinguistas em se manterem como sócios do SCP. E como “prova” ele que esses “temores” são infundados? Porque “O Sporting … é um clube eclético e esta é uma matriz identitária e um património inalienável do Clube.” E que, por isso, “qualquer negociação que venha a ser feita sobre a entrada de investidores passará por garantir níveis de financiamento do clube que permitam a manutenção e crescimento das Modalidades“.
Ou seja, o senhor acena aos sportinguistas com a “cenoura” de um privado interessado não só em investir magotes de dinheiro na Sporting Futebol SAD para passarmos a “ser clientes assíduos do Marquês de Pombal e recorrentes da Champions“, mas também uma chusma de euros no Sporting Clube pois “quantos mais títulos forem ganhos, maior a projecção e notoriedade da marca e qualquer pessoa percebe isso.”
Como se já não fosse uma tarefa hercúlea encontrar um investidor de monta para apostar no medíocre e corrompido Futebol português, ainda se terá de convencer tal capitalista que o melhor investimento é numa SAD que não consegue ganhar há 18 anos e que apenas ganhou 2 vezes em quase 40 anos (tendo essas honrosas excepções acontecido quando os dois corruptores crónicos estavam distraídos com um terceiro corruptor que se meteu pelo meio). Para cúmulo ainda teriam de convencer um tal “benemérito” a ter que investir também no Sporting Clube e nas suas Modalidades como condição para poder adquirir a maioria do capital de tão “atractiva” SAD.
Mas onde é que irão desencantar uma tal criatura? Espero sinceramente que nunca a encontrem, pois quem estiver disposto a isso ou não estará no seu perfeito juízo ou só é investidor porque ganhou uma choruda herança (a fazer bons negócios é que não teria sido). Com um tal discernimento, suspeito que a sua capacidade para fazer dos adeptos da Sporting Futebol SAD, “clientes assíduos do Marquês de Pombal e recorrentes da Champions” seria ainda menor que a competência actualmente evidenciada por Varandas e sus muchachos.
Não bastando tudo isso, ainda teriam de convencer esse pateta-mor do grande capital de que só poderia vender Gameboxes a quem fosse sócio do SCP. Isto porque o douto advogado Carlos Barbosa da Cruz garante que “uma alteração accionista” não fará os sócios “desertar, antes pelo contrário“. Pois, estou mesmo a ver o accionista principal a querer fazer dinheiro com as Gameboxes e a vendê-las a preço de saldo para acomodar o acúmulo da despesa anual feita pelos Sócios para pagarem as suas quotas, só para que estes não desertem … do Clube; ah! … e só pode vender a estes! … a quem não for sócio não! … porque aí também deixa de haver vantagem em ser sócio. Mais uma vez, não é de um investidor capitalista que se está a falar, mas sim de um tolo com dinheiro, que não gosta de o ter e que não sabe como o gastar.
Garante o advogado C.B da C. A que “qualquer negociação que venha a ser feita sobre a entrada de investidores passará necessariamente por garantir niveis de financiamento do Clube, que permitam a manutenção e crescimento das Modalidades“. Não sei de onde lhe surgiu tamanha garantia. Terá sido do actual CD? Se foi, não consigo perceber como vão negociar com um investidor u financiamento que eles próprios retiram ao Clube, desviando para a SAD o dinheiro dos direitos televisivos da Sporting TV afectos ao contracto da NOS. Talvez fosse o senhor da Cruz fosse mais útil se ANTES DE TENTAR CONVENCER UM PUTATIVO INVESTIDOR NA SAD A TAMBÉM INVESTIR NO CLUBE, começasse por CONVENCER OS ACTUAIS ÓRGÃOS SOCIAIS DO SPORTING A DEIXAR DE DESVIAR DINHEIROS DO CLUBE PARA A SAD.
Fica assim comprovado que “um cenário de investimento exterior no capital da SAD” tenderá a reduzir drasticamente o número de associados do Sporting. Isso porque uma SAD gerida maioritariamente por um capitalista se estará marimbando para os sócios do Sporting Clube de Portugal. O que quer é cativar os ADEPTOS do Futebol do Sporting, pois, manter o quadro actual de vendas de gameboxes SÓ A SÓCIOS não lhe seria económicamente favorável.
Mas tomemos ainda um outro argumento dirimido (ou uma outra cenoura agitada) pelos defensores da venda da maioria da SAD a um investidor milionário: “não vejo que em Liverpool, em Manchester em Paris ou em Valência haja menos fervor clubista“. Dois realces nesta “constatação” do distinto advogado.
Primeiro, compara realidades que (exceptuada parcialmente a parisiense) que nada têm que ver com as dos 3 “grandes” do Futebol português. Desde logo, porque a paixão ou fervor nessas cidades pelos seus Clubes é quase exclusiva à geografia dessas mesmas cidades (e um pouco às suas envolventes regionais); o Benfica, o Sporting e até o Porto assentam a sua dimensão numa expansão ORGÂNICA de cariz nacional e até mesmo da diáspora. Depois porque não deixa de ser ‘estranho’ que quem atire como ‘garantia’ de manutenção das Modalidades o chavão de que “O Sporting desde a sua fundação é um clube eclético e esta é uma matriz identitária e um património inalienável do Clube.“, não pareça perceber que é ele que está a “confundir as situações” ao comparar clubes ecléticos como o Sporting, o Benfica e o Porto com os clubes de Liverpool, de Manchester, de Valência e mesmo de Paris. Bem vistas as situações a comparação da dimensão orgânica do Sporting deveria ser feita com o Real Madrid e a comparação da dimensão eclética com o mesmo Real, o Barcelona e o CSKA de Moscovo. O CSKA não sei se ainda é Clube do exército russo, mas de Real e Barça tenho a perfeita noção de que as suas ‘SADs’ de Futebol não são detidas maioritariamente por nenhum investidor milionário.
Segundo realce para a nuance de, nesta crónica, ao estabelecer a comparação e agitar a cenoura do “sucesso” não mencionar directamente os Clubes mas sim as suas cidades. Esta nuance não terá sido ocasional ou mero lapso retórico. A intenção é clara. Falar de Manchester deixa no ar o sucesso do Manchester City do sheik Mansour de Abu Dhabi e não o enorme fracasso do United. O futebol do Man Utd foi maioritariamente adquirido pelo americano Malcolm Grazer, em 2005, que transferiu para o Clube uma enorme dívida, o que provocou a crescente ira dos sócios que estão a fundar um novo Clube. E, diga-se, muitíssimo pouco tem ganho o Futebol do Man Utd desde essa aquisição.
Mas o City também deixou de ser um bom exemplo para a ‘cartilha’ de da Cruz, Fróes, Leitão & outros associados: isso porque “ao Manchester City foi atribuída, no passado mês de fevereiro, a maior penalização até hoje aplicada a um clube: exclusão das provas da UEFA nas épocas 20/21 e 21/22, mais 30 milhões de multa, por ter inflacionado receitas de patrocínios entre 2012 e 2016, no valor de 140 milhões de euros“. Todas essas verbas foram canalizadas para o clube através de empresas detidas por Mansour Bin Zayed, o proprietário do Man. City, e a ‘marosca’ foi descoberta através da averiguação de documentos colocados no Football Leaks. Ou seja, o investidor, na ânsia de fazer chegar o City ao patamar mais alto da Premier League, tentou contornar as regras do fair play financeiro através da injeção ‘camuflada’ de dinheiro na equipa. Ganhou quatro campeonatos ingleses… mas foi apanhado pela UEFA e agora paga a fatura.” (sic José Ribeiro in ‘Lá vem a conversa de alienar a SAD’ – O leonino, 11-05-2020).
Refira-se ainda que outro exemplo citado, o PSG, também não deveria constituir exemplo para ninguém de boa índole, dado que ‘também já teve uma sanção de 30 milhões em 2014, para além de ter sofrido restrições na inscrição de jogadores nas provas da UEFA. O financiamento através de patrocínios inflacionados era feito por empresas do Qatar, país que na prática é o verdadeiro proprietário do PSG através da QSI (Qatar Sport Investment). Depois de novamente apertado por novas investigações na sequência das contratações de Neymar e Mbappé, Nasser Al-Khelaifi, o rosto da QSI no PSG, mudou de estratégia e encontrou forma do grupo hoteleiro Accor tornar-se no patrocinador das camisolas da equipa, a troco de 50 milhões de euros/ano (o quarto maior patrocínio de camisolas no Mundo). Se o City, de forma encapotada, recebeu 140 milhões em cinco anos, agora, às claras, o PSG no mesmo período encaixará de forma legal… 250 milhões. E sabem quem é um dos principais accionistas da cadeia Accor? Precisamente a QIA (Qatar Investment Authority), cujo dono é o… Qatar’ (sic José Ribeiro, ibidem).
Finalmente uma palavrinha para os tais “embrulhos” que envolvem no jornal ‘Record’ esta crónica de Carlos Barbosa da Cruz.
Embrulho 1: as Contas Consolidadas do Grupo Sporting e o respectivo recado do Conselho Fiscal a dizer aos sócios que “não há caminho alternativo ao que está ser seguido, sob pena de ficar em causa a sobrevivência do Clube” ou que “… é neste momento impossível prever a dimensão do impacto negativo que a actual situação pode provocar no PATRIMÓNIO DO CLUBE. (… ) o SCP no seu todo, no qual se inclui o universo de associados, TERÁ DE ESTAR PREPARADO PARA ALTERAÇÕES PROFUNDAS QUE SE VENHAM A MOSTRAR NECESSÁRIAS para assegurar o tuturo do Clube“. Este é o primeiro embrulho: envolve um pacote de MARGARINA VAQUEIRO (para quem viu o “Último Tango em Paris”).
Embrulho 2: ‘Nova emissão de VMOCs de elevada importância – operação depende dos Bancos’. Emitem-se mais Valores Mobiliários Obrigatoriamente Conversíveis (em Acções da SAD) o que constituiria o aumento da dívida do Clube à Banca, tornaria mais difícil ao Clube operar à sua integral reconversão, e abriria ainda mais as portas à venda a investidores privados que, por essa via e SEM QUALQUER INTEVENÇÃO DOS ASSOCIADOS, retirariam do Clube a maioria do Capital da SAD. De qualquer modo, é minha opinião de que esta operação está votada ao insucesso uma vez que depende do investimento dos Bancos. Bancos para quem o Futebol há já 6 anos é considerado um “produto tóxico”. Este é o segundo embrulho: envolve um ELIXIR DE BANHA DA COBRA (para quem lia “Lucky Luck”).
Mesmo com tais embrulhos, dificlmente convencerão um grande investidor a garantir um enorme finaciamento na Sad e no Clube.
Resta o cenário da aquisição ao preço da “uva mijona” da maioria da SAD, não para a fazer dela uma marca competitiva e ganhadora ou sequer financeiramente viável, mas para servir de “entreposto” de negociatas mais escusas ou de plataforma de poder mediático para “capitalistas” da nossa praça.
ESTE POST É DA AUTORIA DE… Álvaro Dias Antunes
a cozinha da Tasca está sempre aberta a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
31 Maio, 2020 at 22:35
Já saiu o Relatório e Contas do 3° Trimestre…
Aguardam-se opiniões dos especialistas 🙂
31 Maio, 2020 at 22:36
Contas do 3º trimestre reveladas e com alguma maquilhagem.
31 Maio, 2020 at 22:37
A SAD foi negociada há 2 anos atrás, tudo isto foi meticulosamente delineado.
Transformaram o sporting num dos tentáculos do cartel encornado
1 Junho, 2020 at 4:25
Nem mais! Toda esta golpada teve em vista a venda da SAD.
Claro que para isso tinham de correr com o Leão sem Medo, aka BdC.
31 Maio, 2020 at 22:42
Versão oficial do clube na CUfina
A SAD do Sporting divulgou este domingo as contas referentes ao 3º trimestre, onde se destaca um lucro de 30,2 milhões de euros, valor que, de resto, é “o maior volume de negócios da história do Sporting em termos homólogos (nove meses)”. Há um ano, recorde-se, a sociedade registara prejuízos de 5,9 milhões de euros.
Para a referida verba em muito contribuiu a venda recorde de Bruno Fernandes para o Manchester United, oficializada no passado mercado de inverno, por 55 milhões de euros fixos, além de outros 25 milhões em variáveis, dos quais 10 milhões são considerados facilmente alcançáveis. Além disso, as contas já incluem a verba despendida na contratação de Rúben Amorim, ao Sp. Braga, por 12,3 milhões de euros (10 M€ + IVA).
Entre 1 de julho de 2019 e 31 de março deste ano, a SAD contabilizou um total de 110,5 milhões de euros em vendas, impulsionado, também, pelos negócios por Bas Dost, Thierry Correia ou Raphinha. Por este motivo, o volume de negócios passou dos 109,8 M€ para os 156,1 M€.
A SAD refere ainda a condenação de Rafael Leão, sentenciado a pagar 16,5 M€ ao Sporting por “resolução ilícita de contrato” no verão de 2018, contudo ainda não contabiliza este valor no ‘bolo’.
Sublinhe-se, ainda, o “decréscimo salarial de 3 M€ (ou 6%) e de 10M€ (ou 16%) sem indemnizações face ao período homólogo”; o “capital próprio positivo de 6,6 M€ (negativo em 23,6 M€ em junho de 2019)”; e a “redução do passivo em 20,8 M€ onde 17 M€ são relativos amortização de dívida bancária”.
31 Maio, 2020 at 22:43
pretendem concretizar a fusão, por incorporação, da Sporting SAD (Sociedade Incorporante) e Sporting Património e Marketing, SA (Sociedade Incorporada).
Depois, irão proceder a um aumento do capital social da Sporting SAD por entrada em espécie, a realizar por subscrição particular pela sociedade Holdimo – Participações e Investimentos, SA, no montante de 20 milhões de euros, mediante a conversão de um crédito daquela entidade sobre a Sporting SAD, resultante de contrato de parceria de cooperação financeiro-desportiva, através de emissão de 20 milhões de novas acções com o valor nominal de um euro cada. Segundo avança o Jornal de Negócios, o empresário angolano Álvaro Sobrinho, dono da Newshold (accionista da Cofina), é um dos investidores ligados à empresa.
De seguida, haverá um outro aumento de capital da Sporting SAD num montante total de 18 milhões de euros, a realizar por novas entradas em dinheiro através de subscrição particular junto de investidor, ou investidores seleccionado(s) pela administração da SAD. Serão emitidas 18 milhões de novas acções, com o valor nominal de um euro cada.
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O Sporting aceita ainda dar como hipoteca aos bancos credores o direito de superfície do Estádio José Alvalade e do Edifício Multidesportivo como garantia de pagamento dos valores em dívida.
Avança também a emissão de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis em acções da Sociedade (“VMOC”), no montante de 80 milhões de euros, com prazo de 12 anos e obrigatoriamente convertíveis em acções ordinárias da Sporting SAD a um preço de um euro cada, com uma taxa de juro anual bruta condicionada de 4%, devida quando existam resultados distribuíveis pela Sporting SAD. Esta operação consiste na conversão de créditos detidos sobre a Sporting SAD pelo Banco Espírito Santo (24 milhões de euros) e Banco Comercial Português (56 milhões de euros).
Num comunicado publicado no seu site, o Sporting revela ainda que apresentará uma proposta à Assembleia Geral do clube de contrair um empréstimo bancário até ao montante global de 68 milhões de euros, “destinado a liquidar dívida do Sporting perante a Sporting SAD, bem como a liquidar dívida do Sporting e Sporting SAD perante os bancos”.
Os 18 milhões nunca chegaram a entrar.
A reestruturação financeira iniciada em 2013 foi a possível, dado o estado calamitoso em que a Dinastia cRoquette deixou o clube. Foi a vacina possível para o vírus covid71 da altura. No entanto, o vírus evoluiu para uma nova estirpe e agora está difícil de encontrar uma nova vacina.
No entanto, a conclusão que tiro é que, tanto a academia como o estádio de Alvalade e o multidesportivo são do novo banco e do millennium bcp.
Podem ficar com eles. Só quero que o Sporting clube de Portugal mantenha em sua posse o pavilhão João Rocha. Caso se tenha que arranjar um novo sítio para jogar, não há problema. Umas vezes joga-se no estádio de Leiria, outras no Estádio do Jamor e a academia pode ser em Odivelas-Lisboa (olá Godinho, dirão os mais atentos eheh) . Afinal, somos o Sporting clube de Portugal.
Por um lado, até acho que são os cRquettes arrogantes, ignorantes, egoistas e egocêntricos que traçarão o seu fim trágico. Venha de lá essa refundação, em que todos os fundadores do novo Sporting serão aqueles que contribuíram para erguer o pavilhão João Rocha, com Bruno de Carvalho à cabeça. Isto é o que os cRoquettes vão conseguir com a venda da Sporting Sad. No limite até podemos chegar a acordo com a B Sad, para não passarmos aqueles anos todos a subir de divisões, até chegar à primeira divisão. Que lindo conto seria se se tornasse realidade.
31 Maio, 2020 at 23:26
Serviço público leonino.
31 Maio, 2020 at 22:57
21 de junho de 2013
O processo de reestruturação operacional, societária e
financeira do Sporting já arrancou. Na próxima assembleia geral
(AG), marcada para 30 deste mês no pavilhão da Ajuda, o clube
leonino vai propor a entrada de novos acionistas e dar como hipoteca
aos bancos credores, BES e BCP, o Estádio José Alvalade e o
Edifício Multidesportivo, como garantia de pagamento de dívidas. Os
traços gerais do plano desenhado pela direção presidida por Bruno
de Carvalho para o futuro do Sporting foram ontem revelados em
comunicado enviado à CMVM, em que constam os seis pontos que estarão
em cima da mesa para discussão na AG.
O primeiro passo será dado com a fusão por incorporação da
Sporting Património e Marketing SA na Sporting SAD. Mas a grande
novidade está no segundo ponto.
A SAD leonina pretende fazer um aumento de capital que vai ditar a
entrada de um novo acionista, a Holdimo. A sociedade controlada pelo
luso-angolano Álvaro Sobrinho, dono do jornal Sol e com
participações na Cofina e Impresa, e que mantém um conflito com
Ricardo Salgado, presidente executivo do BES (por causa da banca em
Angola), vai passar a deter uma participação no clube leonino na
sequência de um aumento de capital. Esta operação não é mais do
que um crédito de 20 milhões de euros que a Holdimo tinha sobre a
Sporting SAD e que agora será convertido em 20 milhões de ações.
Na prática, a Holdimo deixa de ter o crédito e passa a controlar
20 milhões de ações do clube de Alvalade. Este crédito foi
contraído pelo Sporting ainda durante o mandato de Godinho Lopes e
resultou de um contrato de parceria de cooperação
financeiro-desportiva. Com o aumento, o capital da sociedade
desportiva passará dos atuais 39 milhões de euros para 59 milhões.
Mas a entrada de novos acionistas não fica por aqui. A direção
de Bruno de Carvalho pretende ainda obter luz verde dos acionistas
para realizar um ou mais aumentos de capital, num montante total de
18 milhões de euros, que será feito através de “subscrição
particular junto de investidor, ou investidores de referência
selecionado(s) pelo conselho de administração”. Isto significa
que, na sequência desta operação, o capital social da SAD de
Alvalade passará para 77 milhões de euros e irão entrar mais novos
acionistas que poderão, ou não, ser igualmente estrangeiros.
A SAD pretende ainda emitir 80 milhões de euros de Valores
Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis, com prazo a 12 anos e
taxa de juro anual bruta condicionada a 4%, e que serão subscritos
pelo BES e BCP. Estes títulos serão convertidos em ações e, como
acontece com a Holdimo, trata-se de uma conversão de créditos
detidos pelo BES (24 milhões) e BCP (56 milhões) sobre o Sporting.
Estas três operações vão alterar a estrutura acionista do
Sporting, que nunca correrá o risco de perder a maioria do capital
social da SAD. No entanto, certo é que os angolanos da Holdimo
passaram a controlar mais de 20% do capital do clube de Alvalade, que
conta com Joaquim Oliveira (presidente do conselho de administração
da Controlinveste, proprietária do Dinheiro Vivo, entre outros
títulos) como acionista com mais de 5% do capital detido através da
Sportinveste. A reestruturação do Sporting prevê ainda a
constituição de hipoteca sobre o direito de superfície do Estádio
José Alvalade e do Edifício Multidesportivo junto dos bancos
credores (BES e BCP) como forma de garantia de pagamento dos valores
em dívida. Como último ponto da AG, está ainda prevista a eleição
do conselho fiscal e do revisor oficial de contas, bem como confirmar
e alargar para cinco o número de membros do Conselho de
Administração da Sporting SAD.
Segundo o documento ontem enviado à CMVM, a reestruturação do
clube de Alvalade tem por objetivo “elevar os capitais próprios e
dotar a sociedade dos meios necessários à gestão da atividade”.
Contactado pelo Dinheiro Vivo, Godinho Lopes não quis comentar o
plano. No entanto, o Dinheiro Vivo sabe que, em linhas gerais, o
antigo presidente do Sporting concorda com a reestruturação que irá
a votos na próxima semana.
Os 18 milhões nunca chegaram a entrar.
A reestruturação financeira iniciada em 2013 foi a possível, dado o estado calamitoso em que a Dinastia cRoquette deixou o clube. Foi a vacina possível para o vírus covid71 da altura. No entanto, o vírus evoluiu para uma nova estirpe e agora está difícil de encontrar uma nova vacina.
No entanto, a conclusão que tiro é que, tanto a academia como o estádio de Alvalade e o multidesportivo são do novo banco e do millennium bcp.
Podem ficar com eles. Só quero que o Sporting clube de Portugal mantenha em sua posse o pavilhão João Rocha. Caso se tenha que arranjar um novo sítio para jogar, não há problema. Umas vezes joga-se no estádio de Leiria, outras no Estádio do Jamor e a academia pode ser em Odivelas-Lisboa (olá Godinho, dirão os mais atentos eheh) . Afinal, somos o Sporting clube de Portugal.
Por um lado, até acho que são os cRquettes arrogantes, ignorantes, egoistas e egocêntricos que traçarão o seu fim trágico. Venha de lá essa refundação, em que todos os fundadores do novo Sporting serão aqueles que contribuíram para erguer o pavilhão João Rocha, com Bruno de Carvalho à cabeça. Isto é o que os cRoquettes vão conseguir com a venda da Sporting Sad. No limite até podemos chegar a acordo com a B Sad, para não passarmos aqueles anos todos a subir de divisões, até chegar à primeira divisão. Que lindo conto seria se se tornasse realidade.
Ps: Cherba, este post substitui o anterior (estou no telemóvel e, por isso, copiei mal o texto no post anterior).
1 Junho, 2020 at 8:58
Essa, a de 2013. Em 2018, a proposta que fez soar o alarme nos Sobrinhos & companhia ilimitada, que são mais cásmães.
https://maisfutebol.iol.pt/liga/bruno-de-carvalho/sporting-nova-reestruturacao-financeira-para-compra-da-vmoc
31 Maio, 2020 at 23:24
Há uma questão que o meu pai colocou e também fiquei com dúvidas. O que ganha a generalidade dos “croquetes” com a venda da SAD? Claro que existem os mamões mas pessoas como Carlos Barbosa da Cruz e outros parecidos não se acabava a mama de convites para tribunas, viagens? São pessoas com zero de interesse para um investidor, são croquetes com mania que são alguém mas são pouco mais que parasitas.
1 Junho, 2020 at 0:05
Ganham por fazerem a propaganda.
Hã sempre interesses por detrás que passam despercebidos aos nossos olhos.
Há sempre um familiar ou amigo que vai ganhar com estas trafulhices.
31 Maio, 2020 at 23:37
61 milhões de dívidas a fornecedores, quando no período homólogo era de 47… uiii.
1 Junho, 2020 at 0:23
Sem o Bruno Fernandes o prejuízo seria 25M e ainda faltam 3 meses e o problema é que não vislumbro mais nenhum BFernandes no plantel. Vai doer ou se vai … Os gastos e as dividas continuem a aumentar exponencialmente …
O resultado é areia para os olhos de quem não está atento, já aqui tinha dito que estas contas em termos de resultados iriam servir para tapar o sol com uma peneira, olhem para os números que interessam ou seja o valor dos gastos, pois os anéis já se foram todos ….
1 Junho, 2020 at 0:27
Desta vez até o osso vai.
1 Junho, 2020 at 0:46
E o dinheiro do Bruno Fernandes só entra em Junho de 2021.
SL
1 Junho, 2020 at 1:00
Se entrar, não vá haver outra pandemia…..
1 Junho, 2020 at 1:20
Quando o dinheiro entra nao e relevante para o apuramento do resultado do exercicio.
Entra no proximo relatorio como proveito e vai se sentar no banco (de suplentes) dos clientes. Se meter o Mendes, esses valores a receber vao desparecer sem grande reflexo na tesouraria.
1 Junho, 2020 at 1:31
De forma simples.
Ha a situação patrimonial (com a tesouraria subjacente) e operacional (com impacto nos resultados do exercicio).
Quando compro um jogador por 10 milhoes (contrato de 5 anos), mesmo que pague a pronto, nao estou a penalizar o resultado desse ano em 10 milhoes, mas em 2 (amortizo o custo pelo numero de anos do xontrato).
Por outro lado, se vendo um gajo por 50 milhoes, mesmo que so receba daqui a 10 anos, a mais valia (valor de venda menos o que falta amortizar do seu custo) entra toda no exercicio em que faco a venda.
Numa situação absurda, mesmo vendendo 200 milhoes, se nao receber nada no imediato, posso ter um resultado fabuloso na epoca x, mas ter a corda na garganta porque so vou receber daqui a y anos e, por abusrdo, posso ter dividas de fornecedores (gastos que ainda nao paguei) a vencer no imediato.
Resumindo, o saldo de transferencias é importante para o resultado do ano (nao esquecer que as mais valias sao contabilizadas deduzidas do valor de compra que falta amortizar). A gestao do que se deve (fornecedores) e o que se tem a receber (clientes) é importante para a sustentabilidade (liquidez).
Depois temos a questao de solvabilidade, questao dos capitais proprios, que é mais abstrata. Posso fazer uma reavaliacao de activos, em que nao estou a ter nenhuma “receita” e, do nada, tenho um aumento de capital proprio.
1 Junho, 2020 at 1:31
Parece-me que este é um dos maiores problemas do SCP actualmente: para “equilibrar as contas” tem que obter receitas extraordinárias com a venda de jogadores.
E problema porque não resta nenhum “valor” no plantel.
Neste momento, e para o próximo defeso, não temos um jogador que seja que possa valer € 20M. Nem perto disso, temo.
Pelo que, se os custos não diminuirem drasticamente (e tudo indica que não irão diminuir) vamos estar em grandes apuros…
SL
1 Junho, 2020 at 1:36
Por isso a solucao da formacao e a mais sustentavel.
Criar valor do nada. Vale zero em balanco, desponta, e faz se uma mais valia.
Melhor que comprar entulho, que aumenta o activo, sim senhora, mas tem peso no passivo. Depois passa a bugiganga e a conta tem de ser paga.
Os melhores negocios da historia da SAD foram feitos com a formacao.
As compras, em 90% dos casos, representaram perda. Sem proveito desportivo. Mas eles nunca estao preparados. Como se a merda que se compra nos catalagos manhosos de verao tivesse.
1 Junho, 2020 at 1:43
Caro Sporting Sempre,
Certo.
Suponho que é por isso que tem vindo a sair na CS a possibilidade de venda de vários dos nossos jovens por valores entre os € 10M e os € 15M… Max, Quaresma, Jovane, bla, bla, bla.
Os melhores negócios possíveis são os dos nossos jovens (sendo certo que o SCP, ao que me lembre, tem por regra não conseguir rentabilizar as suas aquisições – excepções poderão ser Slimani e Raphinha e… mais nenhum?)
Obviamente, essas possibilidades de venda (se é que são reais) não têm em conta o impacto – em primeiro lugar desportivo, em segundo lugar económico – que jovens como Max, Quaresma, Joelson, MAtheus Nunes, etc. podem trazer ao nosso clube se não andarmos “desesperados” para fazer vendas….
SL
1 Junho, 2020 at 1:51
Sou completamente contra a politica desportiva actual. Podia estar horas a descrever porque.
Do ponto de vista da navegacao a vista, do safar a pele, do aguentar mais uns tempos sabe se la para fazer o que, a venda de um quaresma que nao vale nada (nas contas, claro esta), sao 10 milhoes a menos no prejuizo da epoca. Mesmo que depois va para a conta clientes a receber e que esse valor venha a ser liquidado com um vietto desta vida, cujo valor depois e amortizado nos 5 anos seguintes, penalizando o resultado de cada exercicio em 2 milhoes.
Quem vier a seguir, que feche a porta.
O ordinario do varandas tem a lata de falar em heranca pesada, mas ja sacou uns 200 milhoes.
Quem vier a seguir quanto vai conseguir fazer, por melhor que seja a arte e o engenho, com a bugiganga comprada pelo maqueiro? La terao que ser os da formação. Ups…. o tipo ja os hipotecou todos ao amigalhaco (da onca) do mendes.
Um desastre a vista.
1 Junho, 2020 at 1:55
“Mesmo que depois va para a conta clientes a receber e que esse valor venha a ser liquidado com um vietto desta vida, cujo valor depois e amortizado nos 5 anos seguintes, penalizando o resultado de cada exercicio em 2 milhoes.”
Basta uma palavra para descrever isso, CARROSSEL, já lá estamos, temos pena.
1 Junho, 2020 at 1:36
Imagina as contas sem os 100M das vendas de jogadores …. pois é!
1 Junho, 2020 at 1:43
+1
SL
1 Junho, 2020 at 1:29
Pagina 50 do ReC ficamos a saber que o aumento do activo em 9M basicamente resulta dos 10M do RAm cujo gasto será incorporado nas contas distribuído pela duração do contrato.
https://twitter.com/RiskosRang/status/1267247581610094593
1 Junho, 2020 at 1:37
Ahahahahahaha.
Ainda vamos fazer mais valias disso
Esse vai ser daqueles activos que se transforma numa liabilitie, quando o varandas pagar para correr com ele, quando precisar de novo balao de oxigenio.
Que calamidade.
1 Junho, 2020 at 7:14
Mais uma missa do padre no jornal oficial do clube. Não me parece nada inocente. O cenário está a ser pintado semana a semana no Record. À narrativa patética da herança pesada juntou-se o covid.
Mas…eis que surgem os resultados do 3 trimestre anunciados com toda a pompa. Como se não soubessemos que esse documento podia apenas trazer uma linha: venda de BF e que impacta todos os valores, sejam de custo (com as 458 renovações antes de sair) ou de receitas (com a melhor venda de sempre). O que me interessa é ver o valor do resultado deste ano fiscal. Com este trimestre, o impacto do covid tem de ser residual, é a conclusão que chego.