Jogo pouco conseguido, por vezes entediante, com uma equipa à procura de identidade e de personalidade. Coisa que não faltou a Jovane Cabral na hora de atirar à baliza e resolver a partida

jovane

A pose, o gesto técnico, a bomba, o festejo. Uma sequência que não é nova, mas que mudou de protagonista, com Jovane a substituir Bruno Fernandes e a decidir de livre directo uma partida que entrava para a meia hora final completamente amarrada, sem que o Sporting conseguisse abrir brechas suficientes na defesa pacense.

Esse foi, aliás, o maior problema da equipa leonina: a falta de velocidade. A genica de Acuña, nos primeiros 15 minutos, deixava antever algo diferente, mas assim que os castores começaram a fechar os corredores, o Sporting deixou de ter velocidade de ideias e de processos para chegar com perigo à baliza contrária. Mesmo com o regresso de Wendel, a empurrar Battaglia para fora dos convocados e a provocar-me um sorriso, quando recordamos momentos de perigo temos um grande falhanço de Sporar, isolado, na primeira parte, e uma arrancada de Jovane, já na segunda, à qual o ponta de lança chega atrasado. E mais uma bomba de Jovane, claro, que embateu com estrondo na trave.

Depois, houve Max, garantindo que o Sporting não perdia a vantagem quando os amarelos resolveram subir as linhas e atormentar uma linha defensiva onde um sofrível Borja substituiu surpreendentemente um Mathieu que, a meio da semana, andava a comprar caixas de papelão para embalar vá lá saber-se o quê.

Uma dessas defesas, surge num lance onde Rui Costa mostrou que não há pandemia que o impeça de tentar prejudicar o Sporting: o rapazinho do Paços isolou-se e Max abafou-lhe o remate; o rapazinho deixa-se cair aparatosamente e o homem do apito vem por ali fora, peito feito, e aponta para a marca de penalty. Valha-nos que sobrou vergonha para, quando confrontado com as imagens do VAR, recuar na decisão e deixar o palerma do Pepa a gritar que consegue ver coisas que mais ninguém vê.

E assim se escreve a crónica de um jogo chatinho, que ainda teve a boa notícia da estreia de Nuno Mendes e que serviu para estes miúdos darem mais um passo na procura de identidade e de personalidade. Coisa que vai levar tempo, mas que nos conforta bem mais do que ver Eduardos Henriques com a verde e branca vestida.