Zero ídolos, sim. Prefiro exemplos, que custa mais do que ser ídolo. No fundo vai tudo dar ao mesmo, o que muda é a forma como um gajo eleva um jogador a esse patamar.

Não é coincidência que os meninos que criamos cagam em nós (não é uma generalização, é uma tendência) e a malta de fora que trazemos respeitam o clube. Quando me perguntam sobre referências no futebol, não consigo arranjar muitos tugas que nos últimos 30 anos tenham chegado a esse patamar. O mais próximo disso é Pedro Barbosa e Sá Pinto. O próprio João Pinto, Paulo Bento e Rui Jorge, antigas referências dos rivais, respeitaram mais o clube do que outros aqui criados. Mas se olhar para estrangeiros, é à escolha do freguês, nem preciso de listar, todos sabemos quem eles são. É malta que quando chega, se calhar até nem conhece a grandeza do Sporting mas depois de uma ou duas épocas rapidamente se apercebem da mesma e vêm o Sporting como destino final das suas carreiras porque chegam à conclusão que, se calhar, poucos ou nenhum clube que representaram antes tem o nr de adeptos que nós temos. Terem vivido grande parte das suas carreiras fora deste esterco chamado futebol português, onde todos os meios são válidos para atingir um fim, também terá o seu peso. Já os outros, longe vão os tempos em que o sonho de um menino é chegar ao plantel principal, ser campeão e fazer carreira com a verde-e-branca. É trampolim mas mesmo os trampolins podiam ser geridos com benefícios para ambas as partes, o que não acontece. Preferem ser mercadoria quando nós, adeptos, queremos é referências. Assim fica difícil.

Espero, sinceramente, que esta nova ninhada siga o exemplo dos Mathieus e Coates desta vida. Sendo um formação lover, o pé mantém-se atrás. Vejo um Nuno Mendes, Quaresma, Joelson, por aí fora e os meus primeiros pensamentos são: Quem é o empresário? Quem é o pai?Já têm contrato assinado? Garantimos que não espetam a faca? É fodido viver o clube e a formação assim, mas gato escaldado de água fria tem medo. Isto não invalida que vibre com as jogadas da criançada. Sobretudo quando são bons e esta fornada realmente tem muita qualidade ainda que seja num contexto completamente favorável (sem objectivos, sem público no estádio e num plantel mediano para objectivos maiores). Mas temos aqui uma oportunidade de criar a espinha dorsal para lutar pelo título, seja lá quando isso for.

Ligamento colateral medial. Eu tive no outro lado, também ruptura parcial. Não é agradável, mas dava-lhe para continuar a carreira. Em dois meses estava a correr. Menos mau. Vai ter uma recuperação mais fácil.