Estamos neste momento entre épocas e já se estava à espera de um mercado de verão diferente no futebol feminino, ainda mais quando o teto salário parecia certo, devido à mudança de dinâmicas com três clubes a lutar pelo título e o resto do campeonato a ter que investir mais para poder também competir entre si e possivelmente jogar a olho a olho versus um “grande”, como tem vindo a acontecer ao longo das últimas épocas.
O Braga, por exemplo, após acabar em 3º lugar com 34 pontos, menos 8 que o primeiro e segundo lugar detinham devido a um empate frente à Ovarense e 3 jogos perdidos frente ao Sporting (2) e Benfica (1), despediu-se de cerca de 8 atletas do seu plantel principal, 7 das quais marcavam presença constante nos onzes iniciais ou como suplentes utilizadas. Estão neste momento a chamar jogadoras da formação e a ir buscar algumas jogadoras internacionais, como seria de esperar e terão um pouco mais de liberdade após a decisão da FPF de retirar o “Salary Cap”.
Vamos agora olhar para o Sporting. Apenas 3 saídas do plantel: Hannah Wilkinson, Diana Silva e Carole Costa, jogadoras que se encontravam em fim de contrato e não renovaram. Mesmo que envolvam jogadoras importantes, são saídas que abrem lugar à formação que não tem sido aproveitada como merecia nas últimas épocas. Entretanto, as restantes que se encontravam em fim de contrato renovaram com o clube: Carlyn Baldwin, Carolina Mendes, Nevena Damjanovic, Amanda Pérez, Joana Martins, Fátima Pinto e Neuza Besugo. Apesar de que na minha opinião estava na altura para uma certa mudança mais significativa em certas posições, é bom também saber que a formação poderá ter um papel mais importante e não perderemos a química já criada ao longo dos últimos anos.
A notícia mais chocante das últimas semanas terá sido mesmo a troca do Sporting pelo Benfica de Carole Costa. Após três anos de leão ao peito, a internacional portuguesa assina pelo Benfica para cobrir a saída de Raquel Infante e reforçar a defesa encarnada. Definitivamente um choque para o meio sportinguista, especialmente com um acordo de “não agressão” que impediria a contratação de jogadoras do Sporting para o Benfica e vice-versa nas modalidades mas é dito que a decisão já estava realizada em janeiro entre clube e jogadora, em fim de contrato com o Sporting, antes da realização do acordo.
É comum ver estas movimentações nas modalidades femininas sem tanto destaque, por exemplo no hóquei, futsal e outras mas com o futebol a ganhar posição em Portugal e numa modalidade onde estas duas equipas são profissionais e conseguem igualmente apresentar boas condições, ao contrário das modalidades de pavilhão femininas, seria de esperar que o Sporting conseguisse manter a defesa internacional, mesmo sem a Champions Feminina, competição que deverá de ser do Benfica (a FPF ainda não se pronunciou sobre quem nomearão para a UWCL). Perder uma jogadora desse calibre será difícil de colmatar no onze inicial, especialmente quando a meu ver não temos ninguém que poderá assumir de imediato o papel da central e um dos nossos problemas na época passada era definitivamente uma defesa (e meio-campo) “desligada”.
Agora esperamos pelo início dos jogos de pré-época, que nem sabemos como funcionarão já que o Sporting gostava de fazer uma visita a clubes de Espanha e também convidar clubes internacionais à academia, algo que não deverá ser tão fácil com a atual situação da pandemia. Esperamos por um anúncio de quando arrancará a Liga BPI com o novo formato e do calendário de jogos. Por último, esperamos não haver mais surpresas más nas transferências de verão porque estamos a viver um tempo tão bizarro que não se pode descartar nada a este ponto.
* às quintas, o Alex deita mãos à tarefa de dizer ao mundo que o futuro do Sporting e do futebol também passa pelo futebol feminino
10 Julho, 2020 at 13:29
Gosto de escrita desassombrada.
Bom trabalho e vamos tentar fazer a melhor omelete possível com os ovos que temos.
SL
10 Julho, 2020 at 13:30
Não concordo que a formação não tenha sido aproveitada nos anos anteriores.
Quem tinha qualidade, jogou, mesmo que pouco, porque também não era fácil tirar o lugar às normalmente titulares. Quer com o Nuno Cristóvão, quer com a Susana Cova, foram dadas oportunidades.
Das jogadoras que vêm da formação, a que eu aposto mais é na Andreia Jacinto. Parece-me a mais preparada pela qualidade que demonstra.
Nas outras vejo alguma dificuldade em assumirem-se como reais mais valias para já – mesmo a Marta Ferreira que marca golos como quem come pipocas. É que o contexto da 2ª Liga ou das Juniores é muito inferior ao contexto da 1ª Liga, que já nem é famoso se compararmos com outras Ligas europeias. Portanto, têm muito que melhorar mas isso vai lá com o tempo e o normal crescimento delas.
O que me parece ridículo é irem buscar estrangeiras de qualidade duvidosa, como a Meister ou como a Amanda. Mesmo a Baldwin não dá nada que uma qualquer portuguesa não dê.
Para irem contratar estrangeiras destas, mais vale apostar nas nossas jovens – parece que se passa no FF o mesmo que se passa no FM, onde há sempre um cepo a tapar o crescimento de alguém com talento!
Não estou por dentro do que serão os planteis do Benfic@ ou do Braga este ano. Mas acho que, sendo mais comedidos nos gastos, continuarão a tentar ter planteis para lutar pelo titulo.
Dizem que o Famalicão vai também investir para isso. Vamos ver.
Já ontem comentei, no geral, sobre o que acho que se tem feito e, tirando o primeiro ano, onde o trabalho foi muito bom, nos 3 seguintes nunca estiveram à altura do que se exigia.
Ganharam tudo nos 2 primeiros anos, fruto do excelente trabalho do primeiro ano e da fantástica entrega das jogadoras no 2º ano, e daí para cá… bola! E, na minha opinião, sempre por culpa do mau trabalho feito no clube, porque as jogadoras deram sempre tudo o que tinham para dar.
Mau planeamento, más escolhas dos “reforços”, treinadores questionáveis…
Penso que o nível, em termos de qualidade, do FF este ano será inferior mas vamos ver… Que o nosso plantel é pior que o do ano passado, para mim, é uma evidência.
10 Julho, 2020 at 13:34
Não esperamos por quando arrancará a Liga BPI, mas sim se à excepção do Futebol Profissional que arranca pois um cidadão não pode ser impedido se exercer a sua profissão, qualquer outro escalão ou modalidade dita amadora irá arrancar este ano.
10 Julho, 2020 at 13:50
Vamos esperar que seja uma equipa que dignifique o Leão Rampante
Sporting Sempre..?!!
10 Julho, 2020 at 13:58
As lampiãs camones também estão a debandar?
Entretanto, hoje haverá(ia?) reunião entre as principais federações de desporto de pavilhão e dgs. Estamos em Julho, nem treinos colectivos há, muito menos calendário.
Se forem exigidos testes semanais a todos os intervenientes, metade das equipas deve abdicar de competir (relembrar que ainda por cima muitos dos atletas são literalmente amadores, pelo que nem a uma espécie de semi-confinamento podem ser sujeitos).
10 Julho, 2020 at 15:35
Neste momento a única coisa que está definida é o futebol profissional. Nem o CNS está garantido. Quanto mais o resto.
Não são só os testes que custam 120 euros. Num plantel e semanalmente upa upa. No caso do feminino apenas as três teriam condições de o fazer. E temos a contingencia da quarentena. Um jogador dá positivo, todos os elementos da ficha de jogo das duas semanas anteriores que poderiam ter estado em contacto com o atleta, são colocados em isolamento por duas semanas. Onde vão os organizadores arranjar datas para realizar jogos suspensos? E um jogador amador quer que tem o seu trabalho e fica isolado durante duas semanas. Quem paga o seu salário na sua profissão? O seguro desportivo não cobre essa situação. Há muita coisa em jogo e poucas respostas.
10 Julho, 2020 at 15:11
Acho que o actual plantel, tal como está, precisava de alguns (poucos) ajustes para tentar o título nacional.
Caso esse fosse conseguido, então deveria apostar-se em mais alguns acertos (poucos) de qualidade indiscutível.
Para o momento acho que deveriam sair 3 das 5 estrangeiras, ficando só a Nevena e a Raquel (as outras, estou de acordo com o Miguel não acrescentam muito ao plantel e só tapam lugares de jovens formadas no Clube). Contrataria 2 centrais estrangeiras, altas, fortes e rápidas a que juntava a Mariana Azevedo e a Bruna Costa. Guarda redes não mexia: estamos muito bem servidos. Defesa Direito ia com a Fontemanha (capitã) e a Beckert; defesas esquerdos a Joana Marchão e a Alícia Correia.
Trinco a Tatiana Pinto e a Bárbara Lopes a suplente; a box-to-boxe e “faz-tudo” no meio campo, apostava em força na Nevena que acho que tem características invulgares para essa posição e função (no jogo com o carnide e, eventualmente, com o Braga) colocá-la-ia em funções mais defensivas, mais preocupada no apoio à Tatiana; a sua suplente a Fátima Pinto; a 10 a Raquel Fernandes e a sua suplente a Andreia Jacinto; a PL a Carolina Mendes e a sua suplente a Marta Ferreira (jogos que peçam avançada mais móvel e mais raçuda na reacção á perda de bola no ataque); na média/extrema direita a Ana Borges (por favor, não insistam com ela a defsa direito para fazer a ala toda porque só se desgasta e perde fulgor e velocidade na frente) e a Joana Martins a sua suplente; na média/extrema esquerda a Ana Capeta com a Besugo a suplente. As restantes jovens (Inês Gonçalves, Carolina Jóia, Mariana Rosa, Kika, Margarida Sousa, Vera Cid) alternariam semanas de treino na A com outras na B, jogando como titulares desta e entrando com alguma regularidade (mesmo que a suplentes) em jogos da A de maior desequilíbrio, para ajudar a colmatar ausências por lesão ou castigo ou mesmo para jogar com a gestão de esforço.
Acho que o que se poupava com as saídas já confirmadas e mais as das 3 estrangeiras que cito (Meister, Baldwin e Perez) daria para contratar duas centrais de grande qualidade. E é a partir daí (principalmente havendo qualidade na formação) que se constroem bons grupos.
Em caso de sermos campeãs, aí acho que se devia apostar numa boa trinco (a Dayane, central do PSG, “enche-me as medidas” para essa posição) e uma boa pontas de lança (dado o nosso estilo de jogo, a prioridade seria uma ao jeito da Sam Kerr, não necessitando de ser alta – e manter a Carolina para os jogos de chuveirinho).
Um abraço e saudações leoninas
10 Julho, 2020 at 16:09
Esse plantel poderia muito bem ser campeão e dominar isto…
Mas é assim tão difícil perceber o básico?
Não há na estrutura quem veja isto?
Se dizem que ainda vão contratar uma estrangeira, com o dinheiro que pagam à Baldwin, à Amanda e a Meister, não traziam a outra boa central que falas?
10 Julho, 2020 at 18:07
E ainda tem o que poupam com a Carole, com a Diana e com a Hannah, Seria um plantel mais equilibrado e com menos custos.
Não sei se garante qualquer coisa, mas, no mínimo, disputaria com mais trunfos, a Liga com o Carnide.
Mas, sobretudo, já há muito que deveriam ter procurado estruturar a “secção” com vista a capacitá-la para atrair mais público e para alocar meios que lhe permitam gerar mais receitas (merchandising, jogos no Alvalade, bilhética, gameboxes, jogo de apresentação, eventos, etc).
Isso independentemente de ser OBRIGAÇÃO da SAD fazer o investiment que for considerado como base para o objectivo inicialmente definido (ficar entre as 8 melhores da Europa)
SL
10 Julho, 2020 at 18:53
Continuamos todos a bater no ceguinho.
Saíam as 3 estrangeiras já faladas e contratava-se uma lateral direito e duas centrais para a defesa. Uma trinco, uma jogadora que pudesse jogar nas alas ou como segunda avançado e uma ponta de lança com envergadura ao estilo da trinco. Não necessitavam de ser todas estrangeiras, mas convinha devido à necessidade de qualidade (é preciso melhorar o scouting).
Deve ser preciso tirar um curso de 20 anos para perceber isto.
20 Julho, 2020 at 23:52
Sporting Clube de Portugal – Futebol Feminino
30 de junho 2020
A jogadora Carole Costa termina a sua ligação ao #FutFemSCP no final desta temporada.
Obrigado por todo o esforço e dedicação, Leoa
———————————————————————————
2020.07.09 – 05:18
Humberto Fernandes: João Luis Santos Guerreiro ela assinou compromisso com o SLB em 06JAN2020.
Estava o SCP ainda na luta pelas 3 provas: Liga BPI, Taça Portugal e Taça da Liga.
A 12JAN2020 vai o Sporting CP jogar à Tapadinha com o Benfica a 1ª jornada da Taça da Liga.
A Carole Costa aos 19′ vê um cartão amarelo e com o SCP a vencer por 2-1, aos 73′, num lance abordado todo ele desastrada e imprudentemente vê cartão vermelho directo, com penalty a favor do Benfica que empata o jogo, ficando as leoas a jogar com 10.
Não deixa de ser sintomático o estado geral da equipa, nomeadamente no capítulo defensivo, que num curto espaço de tempo sofre, posteriormente, duas derrotas por 3-0, ambas em casa (as maiores derrotas que o SCP sofreu em casa desde o início do projecto em 2016) sendo afastado pelo SC Braga de duas competições: TP (26JAN2020) e TLiga (29.02.2020)
Custa-me constatar mas a jogadora quanto a mim, saiu do clube pela porta do fundo.
Pelo que foi noticiado, se bem entendi, quando da ‘celebração’ do pacto entre os clubes, já tinha a jogadora assinado compromisso com o Benfica’ (o tal 06JAN) ficando o ‘caso’ como facto consumado, ou seja, de fora do pacto.
Quer dizer, para alguns (SLB e os que assim pensam, mormente ao que parece também Carole Costa), não é ‘reprovável’ uma jogadora conhecendo ‘o mundo do futebol’ em Portugal e do peso que tem a rivalidade entre os ‘grandes’ de Lisboa e do significado de porventura haver algum/alguns ‘entendimentos’ assumidos, logo a 06JAN2016, ‘de mãos dadas, com o rival, vamos a isso que é uma pressa’.
Para ‘leoa’, parece-me passar-lhe ao lado, que (até) mesmo na selva – e falo do reino animal, com leoas das que ‘rugem’, ele há princípios e regras.
Bem que gostava de saber qual a actuação, ou falta dela, por parte do Sporting CP quanto a uma eventual e atempada proposta de continuidade, e se afirmativo (se a houve) que resposta teve.
Até porque, do outro lado, num conhecido fórum é afirmado pelo user ‘anarcos’ em 16JUN2020, quanto ao ‘pacto’ (‘chutando para canto’ que ela se havia comprometido em 06JAN):
“É criminoso e imoral.
Serve para chantagear atletas como a Carole Costa (desde Janeiro legalmente livre de assinar por qualquer clube) e aceitar uma proposta de renovação ou a ter de voltar ao estrangeiro, visto neste momento ser o Benfica o único com condições de a contratar em Portugal.
Por isso são ‘pactos fantasma’: para ninguém conseguir fazer prova de que existem, se algum caso chegar aos tribunais”