A incompetência que (des)governa o Sporting Clube de Portugal há décadas é resultado da formação/educação de base que grassa dentro das elites da maioria das famílias suportadas por duplas consoantes.

Habituados a um mundo minoritário mas com muito poder, crescem bandos de adultos onde o valor pelo trabalho/mérito/esforço nunca foi a realidade. Os dirigentes pertencem a um quotidiano onde, desde crianças, lhes são atribuídas capacidades/atributos que nunca conquistaram.

Entre os pais, tios, avós, “tios”, amigos e muitos empregados, os “meninos” foram crescendo no meio de elogios, palmadinhas e facilitismos que, quando raramente contrariados ou evitados, uma pequena birra ou chantagem devolveria o equilíbrio fugazmente perdido. No meio da mediocridade de quem cresce dentro da falsidade, os meninos têm acesso às melhores escolas (desculpem, colégios), universidades (privadas, de preferência aquelas onde se reza e se faz MBAs na língua de origem do senhor dom vovô), não por mérito mas “porque podem”.

Mais tarde, o 1º emprego surge numa grande empresa/escritório onde um familiar, “tio” ou parceiro de negócios do papá, os acolhe num cargo/função com uma responsabilidade e vencimento nada compatível com a realidade (do mundo real), e, muito menos, com as suas valências e experiência q o menino adquiriu nos longos anos da Univ (no Rugby) e nos intercâmbios em London ou cm caddy em Bellas (com 2 L), durante a reunião em q o papá decidia a insolvência de + uma empresa de decoração de interiores q tinha oferecido para a mãe andar entretida.

A vida é fácil e continua com glamour. Ganha-se bem, mantêm-se mordomias e, ao redor, os elogios continuam a ecoar. Nas suas cabeças a única coisa que evolui é a Arrogância e um Autismo induzido desde tenra idade. Eles são, de facto, os maiores. Pelo menos é isso que sempre lhes foi dito e o mundo em que vivem (e com quem vivem), não lhes permite pensar o contrário (no fundo, são mais umas “vítimas do sistema”).

São estas crias com origem na Qt da Marinha, Lapa e Av. de Roma q chegam ao Sporting (a Alvalade, q parece melhor). Gente q não precisou de aprender, evoluir, escutar, observar, testar, errar e, acima de td, se sacrificar é q vai dirigir um Clube q é só isso, um Club (sem o E). E os valores q conhecem trazem para esse cargo q acham q é do seu mundo por direito. No Sporting encontram o q mais gostam: Estatuto. É isso q importa manter. As derrotas, falências, dívidas ou subida de passivo são sempre justificadas ou empurradas (ignoradas pela Cobardia).

As suas cabeças foram formatadas para q a responsabilidade nunca seja sua. Pq são mt bons! E não chegam aqui sozinhos. Vem + 1 “primo”, “amigo fantástico” e 1 colega da empresa “q sabe imenso de futebol”, pois priva com jogadores no Estoril Open e até já foi ver 1 jogo a Madrid. O Sporting está condenado. Esta elite, apesar de pequena, multiplica-se muito e aumenta, cada vez mais, o seu poder. Especialmente num país onde a meritocracia não tem lugar face às “cunhas” e favores.

Surpreende q ainda haja estupefacção qd vemos o Presidente, perante o desastre de plantel, resultados e planificação de época, dizer “Quem contesta o trabalho desta Direção ou não percebe nada de futebol ou é intelectualmente desonesto”. Este é o ADN q trouxeram para o Clube.

Eles não vão, nunca, evoluir porque não erraram. Nunca vão aprender porque não falharam em nada (a vida mostras-lhe isso mesmo). Admitir que precisam de ajuda? O quê? Mas isso nunca foi preciso! Eles acham mesmo que tudo o que têm foi conquistado! (Sim, foi, mas não por eles).

Falta Mundo à liderança do Sporting. Falta humildade, reconhecimento das capacidades dos outros e da forma árdua como se trabalha para se chegar ao topo. Se aos 25 anos têm aquilo que 95% da população nunca terá aos 70, porque haveriam de mudar ou baixar a cabeça?

Podem achar q sinto Inveja. Nada. Inveja de não ter humildade, não querer aprender, evoluir, crescer, saber sempre +, me rodear dos melhores, ouvir, não ser acrítico, valorizar o Esforço e de ter consciência q, mesmo, adicionando Dedicação e Devoção poderei não ter a Glória? Nada.

Tenho é pena. Do (nosso) Sporting. Só.

roquette

Texto escrito por Cantinho do Morais na sua página pessoal/twitter

*“outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na internet verde e branca