O ano é de festa, o de 2006. É o centenário do Sporting Clube de Portugal. Os seniores falham o título (ganha o Porto), os mais novos respondem à letra com três títulos de campeão. Craques.

Juniores
Romaria a Alcochete, é gente que nunca mais acaba. O trânsito é tal que há pessoas a chegar às bancadas durante o intervalo. Incrível, e verídico. Entre os ilustres espectadores, o treinador do Belenenses (Jorge Jesus) e o seleccionador sub19 (Carlos Dinis). A adesão maciça deve-se à possibilidade de um feito histórico, o de juntar pela primeira os três títulos das camadas jovens, ainda por cima em ano de centenário. O objectivo é publicamente traçado e gloriosamente atingido. Nove dias depois de juvenis e iniciados, eis os juniores a dar um ar de sua graça. Basta o empate, tal o domínio ao longo das cinco jornadas anteriores, só que o leão quer sempre rugir mais alto. Que se cuide o Boavista, sem argumentos para travar o rei da selva. Diogo Tavares falha golos em série e, à quarta, decide oferecer o 1-0 a David Caiado. Aos 59 minutos, o 2-0 numa jogada de André Nogueira e concluída por (agora sim) Diogo Tavares.

SPORTING-BOAVISTA 2-0
6.ª e última jornada da fase de grupos
Sábado, 24 Junho 2006
Estádio Aurélio Pereira, em Alcochete
Árbitro André Gralha

SPORTING – Rui Patrício; André Nogueira, Paulo Renato, Daniel Carriço e André Marques; Zezinando e Celestino; Pereirinha (Tiago Pinto, 72), João Martins (João Gonçalves, 83) e David Caiado; Diogo Tavares (Tomané, 63)
Treinador Luís Martins

BOAVISTA – Marco; Montenegro (Pedro Oliveira, 51), Victor, Pinheiro e Leandro (David, 60); Magalhães, Danny, Gilberto e Rui Gomes; Horácio e Manuel (Marouane, 73)
Treinador António Caetano

Marcadores 1-0 David Caiado (20); 2-0 Diogo Tavares (59)
Indisciplina expulsão do sportinguista Tiago Pinto (90+3, vermelho directo)

Juvenis
Três derrotas em três anos. Leia bem: três derrotas em três anos. O Sporting sagra-se tricampeão nacional e só perde três jogos nessa campanha gloriosa. O título assenta-lhe como uma luva, fruto de uma regularidade arrepiante entre 28 vitórias, cinco empates e uma derrota (vs Benfica, na terceira fase de grupos) mais 136-16 em golos. Por falar neles, há sete jogadores com mais de 10 ou mais golos: Adrien (10), André Santos (10), Calvete (11), Vivaldo (13), Marco Matias (13), Cacito (16) e Bruno Matias (28). No jogo do tudo ou nada, no Olival, basta o empate. Que chega na segunda parte, através de uma fabulosa corrida desenfreada de 50 metros do lateral Flávio Pina. O remate é colocado, o golo colossal. Até o treinador portista João Carlos aplaude. “Eles merecem.” O eles é o Sporting, tricampeão. De nada vale o 6-0 do Benfica ao Boavista. A igualdade pontual é vantajosa para o Sporting com base no confronto directo (1-2, 3-1).

FC PORTO-SPORTING 1-1
6.ª e última jornada da fase de grupos
Quinta-feira, 15 Junho 2006
Centro de treinos e formação, no Olival
Árbitro Albano Correia

FC PORTO – Leonardo; Valter, André Pinto, Pereira e Carlos Santos (Hugo, 78); Michael e Graça (Elísio, 71); Marco Aurélio, Coelho e Freitas; Mohamed (Miguel, 54)
Treinador João Carlos

SPORTING – André Martins; Figueiredo, Abreu, Pedrosa e Flávio Pina (Bruno Simões, 77); Adrien, Diogo Amado e André Santos (Helmet Calvete, 47); Bruno Matias, André Cacito (Rui Lopes, 47) e Vivaldo Arrais
Treinador João Couto

Marcadores 1-0 Coelho (35); 1-1 Flávio Pina (65)

Iniciados
Sporting, 10 pontos. Benfica, dois. A desigualdade entre as duas equipas é mais que evidente à partida para a última jornada da fase de grupos, que ainda inclui FC Porto (9) e Vitória SC (5). Para chegar ao ambicionado título em ano de centenário, o Sporting tem de ganhar ao rival em Odivelas. Está de chuva e, com tantos sintéticos armados com mini-bancadas à volta, o dérbi joga-se num campo sem honra nem glória. O Sporting irrita-se, claramente. E começa a desbobinar como nunca. Um, dois, três, quatro. Acaba aos seis. Seis-zero ao Benfica. É obra, uma cabazada pouca vista. Verdade, o Benfica joga com dez elementos durante quase toda a segunda parte, culpa da expulsão do lateral-esquerdo Fábio Rafael, só que nada justifica seis golos sofridos. Curiosidade maiúscula: seis golos, seis jogadores. Ninguém bisa, ninguém assina hat-tricks. Um por todos e todos por um. Abre Luís Carlos, fecha Cédric Soares.

BENFICA-SPORTING 0-6
6.ª e última jornada da fase de grupos
Quinta-feira, 15 Junho 2006
Campo n.º 2, em Odivelas
Árbitro Nuno Borba

BENFICA – Rui Pires; Fábio Rocha, Hugo Carvalho, Tomás Jorge e Fábio Rafael; Vicente Feijó, André Delfino, Pedro Melo (Sérgio Rita, 65) e Artur Lourenço; Abdel Vieira (Roderick, 65) e Jorge Graça (Pedro Gomes, 35)
Treinador João Barbosa

SPORTING – Ruben Luís; Tiago Bastos, Filipe Paiva, Nuno Reis e Mário Rui; Luís Almeida, Renato Santos (Sérgio Simões, 55), Luís Carlos (Tiago Fernandes, 65) e Diogo Ribeiro; Cédric Soares e Bruno Silva
Treinador Luís Gonçalves

Marcadores 0-1 Luís Carlos (4); 0-2 Bruno Silva (45 gp); 0-3 Diogo Ribeiro (50); 0-4 Luís Carlos (65); 0-5 Sérgio Simões (68); 0-6 Cédric Soares (69)
Indisciplina expulsão de Fábio Rafael (45, vermelho directo)

texto roubado daqui