Uma verdadeira leoa.
Esta é daquelas que conta.

“O objetivo, quando se joga por este clube, é ganhar troféus. Devemos vencer todas as competições.”

Mainada! Pensassem assim todos dentro do clube.

Dá para pensar porque não existe um investimento minimamente adequado nas Sporting Futebol SAD alocado ao Futebol Feminino (algo como o que OFERECERAM ao Rio Ave para ficarem com um qualquer Nuno Santos – 3,5M€; só que para ser usado com critério 2,5Me em 3 ou 4 reforços: lateral direita (?), central alta, trinco defensiva mas com bom passe curto e longo e boa saída de bola, ponta de lança eficiente; a Nevena passar a 8 box-to-box). O milhão restante para ser investido na competitividade na Formação.
Um abraço e saudações leoninas

“A facilidade com que qualquer pessoa pode hoje expressar a sua opinião é simultaneamente a força e a fraqueza da democracia.
É bem frágil o equilíbrio entre a defesa de valores democráticos e a convivência quotidiana com ideias dissonantes. Será que somos democráticos na exacta medida em que isso não perturba os nossos valores e crenças? Deve haver liberdade de expressão numa sociedade democrática para quem defende valores não democráticos? Ou será que vivemos numa época em que ser democrata é defender a censura?” – Suzana Salgado.
Vivia eu em Rabat e a comunidade lusófona naquela cidade era exígua. Um belo dia desembarca nas paragens o “grande Capitão” Mário Wilson. Tinha sido contratado como Responsável pela Administração e Treino do todo-poderoso team palaciano, as Forças Armadas Reais (FAR).
MW, inquestionavelmente um excepcional ser-humano e exímio contador de estórias, levou para o nosso grupo com a sua imensa alegria de viver, o seu bom garfo e bom copo, uma lufada de ar fresco. As tertúlias e os convívios dos fins-de-semana, tornaram-se momentos bons de serem vividos. Até que (há sempre um dia, como reza o fado) alguém pôs em cima da mesa o tema do “natural vs. contranatura”, aproximando ingenuamente a pólvora e o lume para uma insana explosão. Inquirido sobre o meu parecer, limitei-me a dizer que os anos que vivera em Paris (terra do debate por excelência) e o facto de residir junto à Porte de S.Denis, …..tinham feito de mim um open mind na matéria e por conseguinte não tinha objecções ou reparos sobre tendências sexuais. Fazia minha a máxima de Platão: “cada qual, cada quem”. Cai entretanto na desdita de ressalvar que não me sentiria excepcionalmente feliz se tivesse que lidar com um caso desta natureza dentro das minhas 4 paredes.
E catrapus! Mestre Mário, “amigo de peito” com quem amiúde confraternizava e confidenciava, “foi aos arames”, apoplético roçou a ofensa, considerando que eu era um Neanderthal; reforçando que ele também tinha nascido “calhau” mas que tinha evoluído. A troca de palavras azedou-se, o charme derreteu-se; MW abandonou brusca e furiosamente o convívio quando lhe fiz lembrar que não era a 1ª vez que sofria processos evolutivos, pois todos sabíamos como a sua verdura Sportinguista se tinha transformado em idolatria encornada!
Preparava-me eu também para abandonar o convívio quando a anfitriã do dia, Maria de Lourdes, Lente na Faculdade de Letras da Universidade Mohammed V, moçambicana de origem tal como MW e sua contemporânea, me aconchegou o esfrangalhado estão de espírito: “Deixa cair J., o Mário “viu a luz” para essa abertura quando o filho resolveu deixar a bola e o armário.
Rodapé: Dois dias depois MW foi desculpar-se e a Terra continuou a girar sobre si mesma e à volta do Rei Sol.