Este fim de semana a equipa feminina de voleibol brindou-nos com um jogo interessante e foi vencer, a Matosinhos, o Leixões SC na estreia oficial da época 2020/2021. Como a equipa masculina continua sem jogar, vamos a um novo post exclusivo para as meninas.

Antes de mais, agradecer ao Tiago pela ajuda nestas últimas semanas e ao Cherba as férias que me proporcionou. Quero continuar a estimar este meu lugar na Tasca por isso Cherba, se me estás a ouvir, és o maior!

Quanto ao jogo há algumas notas a ter e vamos numerá-las:

1. O Sporting foi jogar a um pavilhão que devia estar vazio, mas alguém achou que não devia estar. A bancada estava montada, por isso não foi uma surpresa que pessoas estivessem a ocupá-la. Há duas discussões aqui, a primeira é se devia haver público nos pavilhões, outra é que estando legalmente proibido porque é que lá estavam pessoas. O sentido de responsabilidade é um assunto cada vez mais sério e que influência direta e indiretamente a vida de pessoas. Se nos colocamos num tempo histórico ímpar, como é uma pandemia, esta ganha uma nova vida. A palavra vida no seu sentido literal também. Recordo o vídeo com as palavras do mister Rui Costa quando fala precisamente deste assunto. Gostava de também colocar as palavras do Miguel Albuquerque, como líder das modalidades nomeado pelo presidente Frederico Varandas, mas não existiram. A estrutura não acompanhou as palavras do treinador que, na verdade, falou em nome próprio. De realçar que o João Castro, no Sporting 160 de ontem, também colocou estas declarações nas notas finais.

2. Vamos a 3 números importantes: 210, 1617 e 8536. Foram 210 os dias que nos separaram do nosso último jogo oficial, com o Boavista FC. Foi tempo a mais a fervilhar por um jogo a sério de voleibol. Finalmente regressou um pouco de normalidade ao feminino.

O número 1617 representa os dias, contas feitas por mim, entre o último jogo oficial da Vanessa Paquete num pavilhão, ao serviço do Porto Vólei, e este jogo com o Leixões. Já era tempo de voltar aos pavilhões e aos pontos na saída de rede. Mais de 1500 dias é demais!

Por último, o maior número de todos. A Gabriella Rocha demorou 8536 dias a vestir a camisola mais bonita do mundo e estrear-se oficialmente pelo clube com os melhores adeptos à face da terra. Que tenha desfrutado bem porque é um privilégio ao dispor de poucos.

3. Quanto ao jogo, o jogado, valeu mais pelo resultado que pela grande exibição. E ainda bem! Seria mau regressar de uma pausa tão prolongada, depois de uma pré-época intensa e apresentar já voleibol “pó mundial”. Ainda assustámos no primeiro set com uma derrota pesada por 14-25. Pelo menos eu assustei-me. Depois disso começamos a encarreirar e fomos construir uma vitória cimentada e justa, vencendo os 3 sets seguintes por 25-23, 25-19 e 25-20. Em termos negativos, referir que nos faltou alguma eficácia no ataque. A Ana Couto foi variando bastante o jogo, mas ninguém se destacava como pontuadora. Este jogo foi ganho pela defesa e é bom que seja assim também. Há muito por onde trabalhar.

4. Sem qualquer dúvida, o destaque do jogo vai para a Daniela Loureiro. Este foi o melhor jogo que a vi jogar de sempre (e eu já vi alguns). Pode já ter feito outros bons jogos, claro, mas neste a Daniela esteve soberba. Apesar do voleibol ser um desporto coletivo e ser sempre a equipa, como um todo a vencer jogos, estou em crer que sem a Daniela Loureiro, não teríamos vencido. Uma qualidade impressionante nas inúmeras ações de receção que a equipa do Leixões insistia que fizesse. Diria que foram perto de 30 as vezes que as adversárias serviram para ela. Depois na defesa foi uma estrela. A bola simplesmente não caia! Brilhante!

5. Uma palavra para a Fernanda Silva que estava do outro lado do campo. Foi esquisito vê-la como adversária e então de vermelho foi pior. A Fernanda marcou uma fase importante da nossa equipa, principalmente pelo que trouxe quando estávamos na segunda divisão, onde foi uma peça importantíssima. Esteve connosco na Tasca e brilhou na entrevista. Está numa boa equipa, cheia de boas jogadoras e títulos recentes no palmarés. Recordo que o Leixões foi tricampeão nacional com a nossa Ana Couto como distribuidora e a Bruninha a participar nas últimas épocas de campeã. Vai ter também a possibilidade de ir ao melhor restaurante de Matosinhos, o Fernando, onde se come peixe divinalmente. Ainda regressará ao PJR, num jogo onde acredito que a emoção possa dominar.

6. É fácil para mim perceber que será um campeonato intenso e que estaremos na luta por um lugar nos primeiros classificados, para depois, no playoff, lutar para ser campeã. Precisam que as lesões não existam, como todas as equipas, e precisam de projeção por parte do Sporting. Uma notoriedade cimentada na qualidade desportiva e não apenas na beleza das atletas. Certamente que a equipa de visão estratégica já deve ter reparado que o campeonato feminino de voleibol parece a 1ª liga de futebol, o que em termos de comunicação, é uma ajuda gigante. Ora vejam: FC Porto, SL Benfica, CD Aves, Sporting CP, Boavista FC, CF os Belenenses, Leixões SC, SC Braga e Vitória SC.

7. Por último, para quando o Sporting tiver um tempito, sem pressão que isto é “só voleibol”, era interessante atualizar, no site, esta equipa.

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol) –