Amorim havia afirmado existirem pessoas que já tinham desistido do Sporting e a equipa entrou em Portimão decidida a dar motivos aos adeptos para acreditarem nela. Em onze minutos decidiu o jogo, mostrou futebol e reclamou tempo para crescer
Bastaram onze minutos para o Sporting se suicidar na Liga Europa, bastaram onze minutos para o Sporting decidir o jogo em Portimão. Coisas do futebol e coisas de uma equipa a léguas de ser consistente.
Os Leões entravam em campo na ressaca de uma eliminação europeia, humilhante, num caseiro 1-4 frente ao Lask, com o técnico, Rúben Amorim, a usar a conferência de imprensa para apontar o dedo a quem “desistiu do Sporting”. Desta equipa, leia-se, num claro pedido de tempo e de créditos para um conjunto de jogadores onde não falta talento, mas aos quais pode faltar tempo para combiná-lo e, assim, formar uma equipa consistente e com larga margem de crescimento.
Ora, se a ideia era passar das palavras à prática, o Sporting não podia ter entrado melhor em campo. Pressão alta, variações de flanco constantes com a bola de pé para pé, trocas posicionais na frente, vertigem, intensidade. Como se tudo o que faltou na quinta tivesse ficado guardado para atingir de morte um Portimonense que nem sabia de onde elas batiam.
Assim, em onze minutos, o Sporting marcou dois grandes golos e arrumou a partida. o primeiro, numa jogada individual de Nuno Mendes, o lateral esquerdo que foi possuído pelo espírito de Rivaldo e fintou um, dois, três até a meter lá dentro, tornando-se no defesa mais jovem do Sporting a marcar o primeiro golo pelo clube, com 18 anos, 3 meses e 16 dias. O segundo, num grande movimento colectivo, com a bola a rodar da esquerda para a direita e a acabar num cruzamento para a cabeçada furiosa de Nuno Santos.
Antes disso, logo no primeiro minuto, já Porro – belíssimas combinações com Tiago Tomás e Vietto – tinha ameaçado marcar, dando o mote para o que se seguiria, no jogo em que Wendel, de abalada para a Rússia, deu o seu lugar a Peter Pote aka Pedro Gonçalves, na única alteração no onze feita pelo treinador em relação a quinta-feira. O que não significa que, tacticamente, não tenham existido nuances e foi visível o facto de Matheus Nunes assumir claramente a posição seis, quem sabe preparando a entrada de Palhinha.
Paulo Sérgio, técnico algarvio, não demorou a reagir: não meteu um pinheiro, mas logo aos 20 minutos tirou Lucas Tagliapietra e fez entrar Welinton Júnior, abdicando dos cinco defesas. O extremo agitou o jogo da turma de Portimão, enquanto o Sporting ia tirando o pé do acelerador e ia deixando o jogo correr para o intervalo, enquanto o árbitro ignorava olimpicamente a mão cheia de entradas dos jogadores algarvios a pedir um cartão amarelo.
Como seria de esperar, a primeira cartolina a sair do bolso foi para Coates, logo a abrir a segunda parte e, qual embirração, aos 80 o central uruguaio veria ser-lhe anulado um daqueles golos que só são anulados ao Sporting. Isto, num segundo tempo onde Gonçalo Inácio e Tabata se estrearam, com o segundo a poder marcar, onde Adan fez a defesa da noite e onde o Sporting abdicou da posse de bola e foi deixando correr o tempo, nem sempre gerindo bem e mostrando que tanto nessa capítulo como na parte física ainda existe muito trabalho a ser feito.
Mas o mais importante estava feito: três pontos conquistados e a mensagem do treinador passada à prática por aqueles que ele afirma ter orgulho de treinar e que pede que sejam apoiados. Cheap Trick não dia melhor.
5 Outubro, 2020 at 17:15
Era bom que pudessem separar a equipa de futebol, sempre que entra em campo, da merda de Direcção que temos e do cretino do Varandas, porque se é verdade que esta Direcção tem feito algo entre um trabalho de merda e uma merda dum trabalho, também é verdade que hoje temos um plantel com muito potencial para ser muito bom daqui a 2/3 épocas, ainda que agora, dada a sua juventude, esteja sujeito a cometer muitos erros.
Cabe-nos, a nós sócios, duas coisas esta época:
a) fazer o necessário para CORRER com o Varandas
b) apoiar esta equipa de miúdos que será a base do nosso futuro no futebol
Ontem, cerca de 72 horas depois do rude golpe que os austríacos nos infligiram, tivemos uma entrada de leão, cerca de 20 minutos de bom futebol e o jogo resolvido em 11 minutos porque do outro lado estava uma equipa com fracos praticantes – alguma vez uma equipa destas tem algum jogador que valha 10M€?
A 20 minutos bons, de domínio completo, seguiram-se 70 minutos entre o mediano e o fraco. Há, para mim, uma de duas coisas nesta equipa:
a) uma óbvia falta de mentalidade ganhadora, que imponha mais empenho e vontade durante mais tempo de jogo
b) uma óbvia falta de estofo na equipa, que permita maior afirmação durante mais tempo de jogo
Junto a isto, a falta de alguns jogadores melhores para os lugares do Neto, do Feddal e do Vietto – estão cerca de 12M€ investidos nestes 3 jogadores, 2 deles com mais de 30 anos!
Acho difícil que se opte por Quaresma e Inácio para fazerem trio com o Coates ao mesmo tempo, para já. Mas o Quaresma devia ser já opção – porque me parece dar mais garantias que o Inácio e porque o Neto é pior que o Feddal.
Quanto ao Vietto, era bom que tivéssemos um Vietto de 90 minutos e não o que temos, que aparece só em 15 ou 20 minutos de jogo, ainda que nesse tempo se perceba alguma qualidade.
O ideal era conseguirem vendê-lo e recuperar os 7,5M€ que, estupidamente, deram por ele. Mas quem será tão cego como nós?
Esta época vai ser muito do que se tem visto até agora, nestes escassos 3 jogos. Contra equipas mais fracas podemos ganhar com algum à vontade, contra equipas medianas podemos ganhar mas também podemos perder porque se cometem muitos erros, e contra equipas mais fortes a coisa vai ser complicada – e ainda não apanhámos nenhuma dessas equipas mas na próxima jornada já defrontamos o Porto e já vai dar para ver alguma coisas!
Para mim o plantel estava fechado e só se saísse alguém que jogasse regularmente no 11 – por exemplo o Vietto ou o Neto – é que considerava contratar mais alguém.
Não acho bem que o João Mário venha emprestado – porque não acho que seja um jogador que traga a intensidade à equipa que ela precisa e vindo emprestado vai tirar o lugar para algum jovem evoluir. Já não me importava se vendessem o Vietto e viesse para o seu lugar, mesmo emprestado.
Quanto ao Slimani, se venderem o Sporar, sim, podem trazê-lo. Se não venderem, esqueçam.
Com o dinheiro que já enterraram nestes 2 anos, é com estes que temos de ir à luta. É esperar que a equipa melhores, que os jogadores evoluam e que a Direcção vá embora.
Em Janeiro, esperemos que com outra Direcção, logo se vê.
Se João Mário e Slimani vierem, nenhum vai custar menos de 3M€ brutos em salários – se não for mais. Slimani ganha 2,8M€ limpos… Acredito que baixará até aos 2M€ limpos, o que seriam 4M€ brutos. Não acredito que baixe mais. O João Mário ganha 3M€ limpos. Não acredito que aceite menos de 2M€ limpos. Ou o Inter participa com algum ou acho complicado Só aqui são 6 a 8 M€ a somar ao que já custa a época. Estamos a falar de cerca de mais 10% de orçamento por 2 jogadores.
Vêm melhorar assim tanto a equipa que se justifique esse gasto? Tenho as minhas duvidas.
Continuo na minha.
Tentar destituir a Direcção e apoiar a equipa sempre que entrar em campo. É isto que nos cabe fazer.
5 Outubro, 2020 at 22:57
Alguém que explique ao RA que o que se passa no Sporting não tem nada a ver com ele nem com ter jogado do outro lado muitos anos. Já foram muitos a fazer isso e nunca foi um problema… Haja paciência.
O que se passa é haver muitos sócios, onde eu me incluo, que não aceitam que se branqueie o que se passou e que se procure avançar sem corrigir os erros cometidos. Isso não vai acontecer. O que espero é que o próximo Presidente tenha a inteligência de perceber isso e promova rapidamente a correção das expulsões e suspensões. Quem o fizer conseguirá unir os Sportinguistas. Até lá, bem podem andar com narrativas bacocas que não sairemos disto.