Está de regresso o campeonato!
O último (que foi o nosso primeiro) terminou sem que nenhuma das equipas se tenha sagrado vencedora do mesmo e o meu desejo para este é que não seja interrompido e que possamos confirmar o nosso favoritismo dentro de campo.
O sorteio ditou uma curta deslocação nesta 1ª jornada. Atravessámos o Tejo e fomos até ao Barreiro defrontar o Galitos (não confundir com os de Aveiro, que esses ficam chateadíssimos com o facto!).
O Galitos está longe de ser uma equipa fraca, embora, comparativamente com a época passada, talvez estejam mais fracos, sobretudo ao nível dos estrangeiros…
Vamos tratar já do elefante na sala: realizámos uma má exibição do ponto de vista ofensivo!
No primeiro período, parecia que estava a ver um jogo do Inatel (e atenção que já vi bons jogos no Inatel), só que com um ritmo mais elevado. O Sporting procurava fazer tudo muito depressa, mas de forma muito atabalhoada. Maus passes, péssimas decisões, más escolhas de lançamento ou lançamentos forçados, bolas que batem em várias mãos e perdem-se pela linha lateral ou final… O primeiro período teve de tudo! Não que no resto do jogo não tenha continuado assim, sobretudo no terceiro período, mas houve alguns (poucos) momentos melhores, pelo que destacaria talvez o 4º período como o mais positivo.
Este foi mais um jogo ganho na defesa; neste ponto continuamos fortíssimos. E é normal que assim seja, pois trazemos trabalho feito da época passada e a casa começa a construir-se pelas fundações.
Quanto ao ataque, ainda necessita de algum trabalho. A troca de Abu por Fields obrigou-nos a mudar a nossa forma de jogar. Travante tem este ano outro (maior) papel na construção e Shakir ainda está a tentar adaptar-se ao estilo de jogo praticado.
Quero crer que esta má exibição foi fruto do cansaço. As equipas portuguesas não estão habituadas a fazer 3 jogos em 5 dias, ainda por cima quando dois desses jogos são uma meia-final e uma final de uma competição.
Não existe muito mais para falar acerca deste jogo. Acabamos por vencer por 20 pontos (53-73) num mau jogo de basquetebol. Fields fez 13 pontos e 9 ressaltos, Shakir e Catarino 11 pontos e Travante e Ellisor 10.
Na segunda jornada, a primeira em nossa casa, recebemos o Maia Basket, equipa que o ano passado nos deu muito trabalho (basta recordar que foi para o intervalo a vencer o jogo), e vencemos por 96-66. 30 pontos de diferença mostram bem o que foi o jogo.
Se olharmos também para a estatística, verificamos que dominámos em vários aspectos do jogo: pontos na área pintada, pontos feitos em contra-ataque, pontos vindos do banco, percentagens de 2 e 3 pontos, ressaltos, assistências, turnovers e até o tempo em que estivemos em vantagem.
Entrámos muito bem no jogo com um parcial de 10-2, mas depois voltamos a cair um pouco ao longo do 1º período, coisa que o Maia aproveitou para ir recuperando através do seu jogo exterior, terminando o mesmo com apenas 5 pontos de desvantagem (21-16). No início do segundo quarto, o Maia continuou a corrigir as situações defensivas e ofensivas e aproveitava a nossa rotação de jogadores para passar para a frente. É preciso dizê-lo, o Maia rodou muito pouco a equipa, com os seus jogadores do 5 inicial a estarem praticamente todos acima dos 34 minutos em campo.
Essa liderança durou pouco mais de 1 minutos. O Sporting voltou a arregaçar as mangas e nunca mais parou. Fomos para o intervalo a ganhar por 10, terminámos o 3º período a ganhar por 20 e acabamos o jogo a ganhar por 30.
Travante terminou com 30 pontos, em apenas 22 minutos, Fields fez mais um duplo-duplo (13 pontos e 16 ressaltos) e “Sir” James Ellisor, acrescentou mais 19 pontos e 7 ressaltos.
Aquilo que podemos reter deste encontro foi um melhor jogo colectivo em termos ofensivos, com um jogo mais variado e jogadas bonitas. Terminámos o jogo com 22 assistências, o que é bem demonstrativo disto que refiro. Resta saber se aconteceu por mérito próprio, se por cansaço da equipa do Maia ou se por ambas. Se defensivamente já percebemos que a equipa continua muito eficaz, ofensivamente ainda não estamos consistentes, o que é normal.
Existem 2 pontos que gostava de ver melhorados. A saber:
Bloqueios ofensivos.
Seja na entrega de bola à mão, seja no jogo de 2 contra 2, o Sporting não tira muito proveito dos bloqueios, sobretudo no jogo de 2×2 entre o base e o poste. Quem não se lembra de Karl Malone e John Stockton? De Steve Nash e Amare Stoudamire ou das equipas de Mike D’Antoni (que treinou a dupla que referi atrás), que dependem quase exclusivamente de um bloqueio alto? Tendo um poste dominante e com bom jogo de pés como Bailey Fields, seria expectável que aproveitássemos este movimento tão característico do basquetebol e que colocássemos Fields em posição de rolar para o cesto, para uma finalização fácil. O parceiro ideal para este “jogo” seria Shakir Smith, que tem um bom lançamento exterior e também não se atemoriza ao entrar para o cesto para finalizações mais próximas do mesmo.
Já o sistema da entrega da bola à mão que o Sporting utiliza mais esta época (clara influência do tempo que Luís Magalhães passou em São Francisco), se bem feito, dá à equipa variadíssimas oportunidades para criar desequilíbrios na defesa, que podem, depois, ser aproveitados de variadíssimas formas. No entanto, lá está!, dependem de bloqueios, embora, neste caso, feitos de forma mais dissimulada (no futuro, vou tentar explicar melhor como funciona este “sistema” ofensivo).
Bloqueio defensivo.
Sofremos imenso frente aos bósnios para a Champions. E nem sequer vou ter em conta a altura, porque um bom bloqueio defensivo pode ser feito por um jogador bastante mais baixo. Tem é que ser feito mais longe do cesto e tem que ter a devida compensação da restante equipa. Aos 3 jogadores que compõem o triângulo que fecha a área pintada deve juntar-se o quarto elemento que fechará as entradas para o cesto e os ressaltos longos. E esta época, eu não tenho gostado do que tenho visto. Contra o Maia, voltamos a permitir que o adversário fizesse mais de 10 ressaltos ofensivos, por exemplo.
Obviamente que existem mais pontos a melhorar, estranho era se assim não fosse, mas, para já, ficaria muito satisfeito se melhorássemos estes dois que referi.
Na próxima jornada, vamos à ilha da Madeira visitar o CAB, naquela que se espera que seja uma difícil deslocação, não pela viagem (que a pista do aeroporto já foi prolongada para o mar), mas pela boa equipa que vamos defrontar. Aquilo que espero é que a equipa do Sporting tenha cuidado com a poncha…
Saudações leoninas a todos.
*quando o nosso Basquetebol entra na quadra, o Tigas dispara um petisco a saber a cesto de vitória sobre a sineta
20 Outubro, 2020 at 19:00
Parece uma equipa capaz de entrar brevemente em modo “rolo compressor”.
SL
20 Outubro, 2020 at 20:46
Assim parece. Vamos ver…
20 Outubro, 2020 at 19:46
Eu pensava de início que o jogo era em Aveiro…
O jogo do Maia não foi assim tão fácil, o cinco inicial teve de reentrar a meio do último período. Alguns jogadores do banco estiveram mesmo mal.
20 Outubro, 2020 at 20:46
Sim, porque o Maia pouco rodou e os “titulares” deles, eram melhores que a nossa rotação.
20 Outubro, 2020 at 21:31
Mas por outro lado tinham quase 40 minutos em cima.
20 Outubro, 2020 at 21:46
Num jogo ou noutro, dá para “aguentar”. Se o fizerem de forma consistente, vão berrar a meio da época, ou na melhor das hipoteses, na segunda metade da 2a volta.
20 Outubro, 2020 at 19:46
É ganhar o campeonato que o Covid nos tirou e fazer a dobradinha.
Equipa competente e grande treinador.
Diria que no que toca à direção, é das raras coisas bem feitas.
20 Outubro, 2020 at 20:47
Sem duvida. Com cabeça, tronco e membros e não como diz o nosso presidente. 🙂
20 Outubro, 2020 at 20:31
Bela crónica. Obrigado Tigas!
20 Outubro, 2020 at 20:46
Obrigado eu. 😉
20 Outubro, 2020 at 22:09
Completamente de acordo com a análise do Tigas, bastante completa e didática como é seu timbre. Vi exactamente os mesmos “defeitos” e o mesmo potencial nos 2 jogos relatados no post, especialmente no 2º. Quanto à questão de termos perdido na rotação, quando tens um bom período de tempo sem um jogador do 5 inicial é natural que a equipa se ressinta. Julgo que isso tenha muito que ver com a gestão de esforço com um início de época com uma carga relativamente grande após um largo período de paragem competitiva. Mas depois também tem factores mais momentâneos: por exemplo, o Amiel esteve claramente em dia não (ele que tem sido decisivo em jogos importantes, particularmente pelo modo como defende) e o Diogo Araújo também não esteve no seu melhor. Foram ainda dados minutos a jogadores que nem estão entre as primeiras 10 escolhas (ainda) como o Jeremias Manjate e o Jorge Embaló. Acho, no entanto, que iremos fazer uma época em crescendo e vejo no Porto o adversário mais perigoso quando tiver todos os seus estrangeiros aptos a jogar (ainda só jogaram 4, entre os quais uma das boas aquisições da época passada o base Landis que esteve lesionado a par do poste Mc Grew, que apenas fez 6 jogos a época passada antes de se lesionar e ainda não foi utilizado esta temporada; uma das aquisições desta época, o poste Jonathan Augustin-Fairell também ainda não foi usado no campeonato); o Benfica parece-me apresentar um plantel mais desequilibrado em que nos 14 inscritos conta com 3 jovens de 18/19 anos que ainda não tinham qualquer experiência competitiva senior de 1ª Liga (e que pouco tempo de jogo contarão) reduzindo, na prática as opções parra 11 jogadores, dos quais 7 têm agora entre os 30 e os 35 anos; muito provavelmente, à medida que a época for acumulando jogos. acusarão maior desgaste colectivo que os seus principais oponentes.
SL
20 Outubro, 2020 at 23:33
Concordo com a análise aos adversários. Por acaso ainda não vi a Oliveirense. Vou tentar ver na proxima semana, mas nunca é de menosprezar a qualidade do Norberto Alves, que coloca quase sempre a sua equipa em grande, na altura das decisões.
21 Outubro, 2020 at 0:22
Sem dúvida que há que contar sempres com a Oliveirense, mas os sucessivos desfalques que sofreu com o seus americanos (Eric Coleman para o Benfica; James Ellissor, Travante Williams e John Fields para o Sporting) nas últimas 2 épocas devem causar mossa.
SL
21 Outubro, 2020 at 12:26
Absolutamente correcto Álvaro. Esse Max Landis tem uma % de sucesso muito alta nos lançamentos de 3. Um verdadeiro perigo
SL
21 Outubro, 2020 at 6:15
É só para lembrar que foi esta direção que trouxe o basquetebol de volta. Obrigado e bom dia
21 Outubro, 2020 at 9:48
E?
21 Outubro, 2020 at 9:57
tenho pena de ter visto sair o nosso extremo poste de seu nome….
As entradas foram um sucesso mas, uma lesão que seja (e elas vão chegar) pode deita tudo a perder.
Ano passado, tivemos a justa sorte de o Porco ter os dois mais importantes jogadores “off the game for the seasob” o que, para nós foi determinante do sucesso.
A equipe dos Lampeões não faz sombra- É um “extremo poste de 60Kg”.
Dito isto, se ascoisas correrem de feição à saúde física dos nossos homens, o treinador e excelente equpe técnica garantirão a melhor das saúdes morais. Tenhamos esperança, já nos basta a tristeza de ver o Sporting nas mãos de quem só ensa em roubar-nos.
21 Outubro, 2020 at 9:57
tenho pena de ter visto sair o nosso extremo poste de seu nome….
As entradas foram um sucesso mas, uma lesão que seja (e elas vão chegar) pode deita tudo a perder.
Ano passado, tivemos a justa sorte de o Porco ter os dois mais importantes jogadores “off the game for the seasob” o que, para nós foi determinante do sucesso.
A equipe dos Lampeões não faz sombra- É um “extremo poste de 60Kg”.
Dito isto, se ascoisas correrem de feição à saúde física dos nossos homens, o treinador e excelente equpe técnica garantirão a melhor das saúdes morais. Tenhamos esperança, já nos basta a tristeza de ver o Sporting nas mãos de quem só ensa em roubar-nos.
21 Outubro, 2020 at 13:54
Referes-te ao Nazione? Eu gostava dele, embora talvez não se fosse encaixar bem naquilo que o Magalhães pretende dali.
Quanto às lesões, aconteceu no Benfica e no Porto o ano passado. A nós também… Resta saber se depois conseguimos suprimi-las, mas já se sabe, o que há no mercado nessas alturas, não é tão bom como aquilo que temos já lá.
21 Outubro, 2020 at 11:48
Aqui parece me que estamos bem.
Já vi 2/3 jogos e apesar de bem sempre termos estado bem, temos triunfado.
Aquela vitoria com o porco foi deliciosa tendo em conta a excelente recuperacao, elevando a moral das tropas.
SL
21 Outubro, 2020 at 12:16
Excelente trabalho Tigas. Não é preciso ser-se expert na matéria para concluir que estamos perante uma análise de grande qualidade.
SL
21 Outubro, 2020 at 13:52
Muito obrigado! 🙂 SL
21 Outubro, 2020 at 17:15
O SCP tem um orçamento gigante no basket ( para estes escroques dizerem que fizeram uma coisa bem )mas o dinheiro que tiraram ás outras modalidades , mormente ao hoquei e ao futsal foi errado , e até ao andebol , porque estas modalidades podiam ter hipóteses a nívem europeu , coisa que no basket não há a mais pequena hipótese de brilhar . O andebol é uma modalidade com tradição no SCP , e fomos campeões europeus em futsal e hoquei , pelo que era para manter a aposta , e não investir um balurdio no basket .
21 Outubro, 2020 at 17:21
ó ribeirito vai abafar palhinhas com o teu presidente , pá .