Este foi um fim-de-semana onde a equipa feminina voltou a competir e a equipa masculina levou porrada da grossa nas redes sociais. Como tento sempre, vou procurar dar uma visão diferente das coisas ou contar histórias curiosas.

Equipa Feminina
Depois de uma interrupção devido à pandemia, voltamos a competir e era um jogo importante. A sua relevância devia-se ao facto de termos iniciado muito bem o campeonato e esta paragem podia complicar o ritmo da equipa. Felizmente eram receios infundados porque vencemos por 3-0 (25-12; 25-15; 25;18). O jogo não foi transmitido, mas comentar isto é chover no molhado. É cansativo voltar a explicar porque é que um jogo, que é à porta fechada, deve ter transmissão. Vou, antes disso, contar-vos 3 histórias:

– A malta normalmente associa o SC Braga, seja voleibol ou futebol, ao António Salvador, o que é normal. Eu quando penso no voleibol dos minhotos penso no Professor João Lucas. Há uns 17 anos conheci uma jogadora do SC Braga, a Maria Silva, de quem me tornei amigo. Fui ver uns jogos ao torneio internacional da Lousã e descobri um projeto muito interessante. O Professor João Lucas deu continuidade a um projeto começado na escola de Lamaçães, pela professora Guilhermina, e transportou-o para o SC Braga. Elas apareceram no campeonato nacional de juniores numa força incrível. Recordo-me da minha amiga oposta Maria Silva, a Ana e a Vera Silva (esteve até há pouco tempo no AVC) na entrada e a Alexandra Fernandes pelo meio de rede. Infelizmente não me recordo de mais atletas. Para mim é a cara que associo quando penso no voleibol feminino do SC Braga.

– Braga é a terra do O Restaurante Arcoense, mas infelizmente não é para todos. Só quem gostar de uma boa vitela, um ótimo cabrito ou uma valente pratada de chanfana pode lá entrar. Deixem-se conquistar porque eu…

– Tenho uma sobrinha do coração, filha de uns amigos, que mora pela região do Minho. A Leonor é do Sporting porque o pai a sabe educar bem. O resto está no áudio que se segue.

Equipas Masculina

Estou na terceira época da rúbrica e devem-se contar pelos dedos de uma mão as vezes que eu critico jogadores ou treinadores do Sporting. Não é falta de exigência, simplesmente sempre tive objetivos com esta rubrica e nenhum deles é tornar-me num polo negativo para os jogadores que representam o clube que apoio. Não vou começar hoje.

Depois dos jogos do fim de semana levantaram-se na minha cabeça duas dúvidas que podem explicar a derrota de sábado porque me saltaram à vista.

– Tem sido fácil bater do treinador nestes dias, mas eu não vou nessa. Desculpem. Eu já tenho mais horas de palestras/conversas de voleibol no Youtube e Instagram do Gersinho que as equipas do campeonato todas juntas. Horas e horas e horas a ouvi-lo falar de voleibol, por isso das duas uma: ou o Gersinho não treina o que diz e pensa, ou os jogadores estão desligados do treinador. Por exemplo, o Gersinho tem um posicionamento tático muito assimilado para o jogador que está em zona 6, quando o adversário ataca pelo centro de rede. Ele explicou isto imensas vezes nas palestras. Eu olho para o Sporting e o jogador de zona 6 não valida esse pensamento que tanto ouvi o mister explicar. E há mais exemplos, principalmente no bloco.

Outra situação. Ouçam a flash de final do jogo com o Esmoriz, vejam a postura do mister no jogo com o SC Caldas e validem o meu pensamento. O Gersinho parece-me um homem sozinho. Encostado à linha de jogo, analisa o jogo sozinho, muitas vezes sem apoio estatístico. E quando há tempo técnico assume todas as despesas dos diálogos.

Estas duas situações foram dois alertas importantes e podem ditar um futuro de sucesso desta equipa. Espero, sinceramente, que tenha sido um fim de semana bem atípico, senão temos um problema estrutural bem maior que uma derrota com o Esmoriz GC.

– O voleibol tem uma característica muito interessante. Os pontos geram constantemente movimentos de agregação entre os colegas. Quando se perde ou vence um ponto, isto cria sempre uns segundos de relação entre companheiros de equipa. Pelo que interpretei em Esmoriz, a equipa pode estar a passar por um momento menos positivo de união. A forma como festejam e, principalmente, a forma como reagem a um ponto perdido é esclarecedora disso. Não fui só eu a reparar, o jornalista da VoleiTv, na primeira pergunta que fez, questionou o Gersinho se a questão psicológica das derrotas com o SL Benfica afetou porque percebeu que as cabeças não estavam no lugar. Infelizmente a resposta não está na parte psicológica, como foi respondido. Então está onde? Eu intuo que possa ser relacional. Mais uma vez, espero estar errado porque continuo a achar esta equipa mais forte que a do ano anterior, mas a falta de química entre ela pode ser fatal. No domingo fomos vencer o SC Caldas e voltou-se a ver afastamentos físicos visíveis que indicam coisas. Que eu tenha visto mal.

No próximo fim de semana a equipa feminina faz mais uma viagem longa até Guimarães. A equipa masculina irá jogar com o CD Póvoa no sábado e recebe o São Mamede no Domingo. Esperam-se 3 vitórias!

*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo (ou, se preferires, é a crónica semanal sobre o nosso Voleibol) –