O título deste texto é o nome de um programa humorístico onde se fala de coisas sérias. Ao contrário e nada humorístico, foi a notícia que o Conselho Diretivo terá apelado ao Sportinguismo dos atletas da Canoagem, do Remo, do Tiro e do Ténis para representarem o nosso Clube a troco de… nada. A alternativa era deixarem imediatamente o Clube a troco de… nada.

Isto sim, é gozar com quem trabalha. Isto é gozar com Atletas de Elite do Sporting Clube de Portugal.

Sabemos que as Modalidades de cariz individual não são acarinhadas por este Conselho Diretivo, foi assim com o Judo, foi assim com o Ciclismo, foi assim com o Atletismo, e agora é assim com as que refiro acima. Parece que apenas o Surf interessará ao Presidente, talvez para que, no seu círculo de amizades, fique bem visto.

Que não fiquem dúvidas, este caminho já estava a ser seguido desde o início de mandato, pela mão de Miguel Albuquerque, que privilegiava as modalidades de pavilhão, e que transformou o Gabinete Olímpico numa espécie de SPA para os atletas das modalidades coletivas, quando este tinha sido fundado e liderado pela Sílvia Saiote com critérios de utilização pelos Atletas de Elite do Comité Olímpico Português. A verdade é que enquanto não afastaram a Sílvia Saiote não descansaram. Agora o seu substituto, que serviu de utensílio justificativo para esse afastamento, também bateu com a porta.

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Isto tudo aconteceu e acontece na obscuridade, sem uma palavra do Conselho Diretivo, quer do seu Presidente, quer do Vice-Presidente das Modalidades Miguel Afonso que, pasmem-se, foi o dirigente do ano para o Grupo Stromp. Isto se não é gozar com Francisco Stromp e com a memória e legado do Professor Moniz Pereira, então não sei o que é gozar.

Isto tudo é um reflexo de falta de preparação e estudo, pois embora o regresso do Basquetebol tenha sido uma promessa eleitoral, é sabido que num momento em que as quotizações entravam em declínio, esta modalidade retirou espaço orçamental às que já existiam cortando-lhes assim a competitividade.

Os Sócios do Sporting CP deveriam de ter o direito a serem devidamente informados e a poderem pronunciar-se sobre o aparecimento de novas modalidades, ou sobre o regresso de modalidades que já estavam extintas no Clube. Para criar uma Modalidade tem que se ter um business plan para a sua implementação, com as fontes de financiamento, e a estrutura física e humana necessária à sustentabilidade a médio e longo prazo da mesma.

Antes de se avançar para uma decisão deve haver uma análise clara se o Clube tem ou não condições, e não acrescentar uma nova modalidade sem que haja toda uma estrutura envolvente que a promova e desenvolva. Abrir modalidades só para se dizer que se tem muitas modalidades não é sustentável nem engrandece o nosso Clube. Quando isso se faz, só porque sim, como esta Direção o fez, logo se tem o reverso da medalha com estes tristes episódios das modalidades individuais e do projeto do Gabinete Olímpico a cair em desgraça.

Em sentido oposto acabar com uma modalidade também tem de ter uma justificação plausível e um estudo aprofundado do impacto, para ser apresentado aos Sócios, com as razões que levam a tal decisão tão drástica.

Assim, é minha opinião que, a criação ou extinção de uma modalidade deve passar pela aprovação em AG, ou por referendo quando o instituto deste for possível estatutariamente – onde passará a ser obrigatório – pois isso fará com que os Conselhos Diretivos tenham de estudar, refletir, medir impactos e acima de tudo informar os Sócios devidamente antes de forma populista fazerem apelos ao Sportinguismo de uns, e a outros, que não o são, pagarem pequenas fortunas.

Texto escrito por Nuno Sousa no site Leonino.pt
*“outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na internet verde e branca