A suposta vinda do Paulinho obviamente não encaixa na política recente do Sporting. Não é jovem e não vai valorizar para uma venda. É uma aposta no título ou entrada directa na Champions League e dar ao Rúben Amorim o que ele acha ser o melhor para garantir esses objetivos.

Sempre achei que o mandato de Varandas pecava por muitos defeitos, sendo um dos mais graves tentar fazer bolos sem ovos. Este ano essa política mudou e recorreu-se a expedientes diferentes para trazer outro tipo de jogadores. Sem dinheiro para rivalizar com as promessas de outros, dividiram-se passes, lucros de vendas futuras, deram-se passes de outros jogadores em troca. Mas podendo criticar o aftermath destes negócios, é inegável que se tem outro tipo de competitividade e talvez outro tipo de resultados. No fundo o Sporting adequou melhor os seus recursos aos objetivos imediatos numa tentativa de não falhar uma catastrófica ausência da Champions em ano que o 3º lugar tb pode dar acesso.

Na minha opinião, podemos e devemos criticar tudo o que esteve para trás da época atual, mas merece menos desdém o que tem sido a política de aquisições mais recente. Paulinho é atualmente avançado internacional por Portugal, claramente um jogador ao nível dos 3 grandes (onde já estaria se não tivesse sido o fetiche de todos os treinadores que teve até agora no Braga) e underrated pela nossa imprensa que se pela por qualquer colombiano, sérvio ou argentino. Valer ou não 12, 13, ou 15M é uma discussão estéril, que importará mais ou menos consoante os resultados do final da época. Se o Sporting for campeão será uma aposta magistral, se ficar em 4o será uma asneira monumental, não faltarão os eternos “eu bem que avisei”, como se fosse fácil prever o futuro, como se as realidades aparentes fossem tão válidas como as factuais.

No que interessa verdadeiramente eu acho q Paulinho aproxima o Sporting do título, retira risco à contratação pelo trajecto que tem evidenciado e, talvez a chave de tudo isto, é o que Amorim mais acredita ser o que a equipa precisa. Isso devia ser suficiente para a maioria dos sportinguistas, pelo menos dar o benefício da dúvida, mas não tenho nenhuma fé que isso acontecerá. Misturar a aquisição de Paulinho no rol infindáveis argoladas de Varandas é uma observação fácil e sem qualquer análise ao que seria a melhor jogada para o próprio presidente leonino. Se pensarmos um pouco, a última pessoa ou clube a quem Varandas quereria ir dar dezenas de milhões de euros seria mesmo Salvador e o Sp.Braga.

Fá-lo, se vier a ser confirmado, como “sapo” que se tem de engolir pelo que Amorim vê ser a melhor decisão. Não sei por vocês, mas este comportamento não foi sempre o que exigimos aos nossos líderes? Que n deixem pedra sobre pedra para chegarmos ao título? Mesmo que custe bem mais do que achamos “aceitável”, quão criticável é fazer o máximo para dar a esta equipa a arma mais desejada pelo seu treinador?

Texto escrito por Zero Seis in twitter
*“outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na internet verde e branca