Melhorar o desempenho físico e prevenir lesões. Resumidamente, é o objetivo da Unidade de Performance criada há dois anos no Sporting, que já monitoriza por GPS todos os treinos e jogos desde os sub-15, elabora planos individuais e de maturação para os jogadores e tem um preparador físico por escalão. A unidade é coordenada por Francisco Tavares, cujo passado é ligado ao râguebi – trabalhou no Glasgow Warriors, da Escócia, e nos Chiefs, um dos melhores clubes da Nova Zelândia – e lhe permite afirmar, à Tribuna Expresso, que o futebol ainda está a alguma distância do seu primo oval no que toca à literacia atlética
O que faz exatamente a Unidade de Performance do Sporting?
Balizamo-nos em duas grandes vertentes: o aumento da performance e a prevenção de lesão. São os nossos dois grandes focos e estão as duas interligadas, quanto mais capaz um atleta estiver para jogar o jogo, mais prevenido de lesões também está. Tem mais tolerância à carga, dizemos assim. O que fazemos é montar ferramentas e monitorizar de forma a conseguir levar os nossos atletas a esses dois grandes objetivos, tanto do ponto de vista individual, como do coletivo. Temos uma série de ferramentas que usamos frequentemente.
Por exemplo, se um miúdo entrar nos sub-14 e depois chegar à equipa principal, independentemente de quem lá esteja a treinar haverá informação sobre esse jogador relativa a todo o seu percurso?
Sim, o nosso processo é transversal e as ferramentas são aplicadas de forma progressiva. Mesmo os questionários para os atletas responderem quando chegam, para ver a prontidão para o treino, começam com coisas muito simples a determinada idade, depois vão complicando e ficando cada vez mais complexas até chegarem aos sub-17, onde os relatórios já são iguais aos da equipa A. Tentamos que o atleta vá ganhando alguma experiência, alguma noção. Muitas vezes aplicamos este tipo de ferramentas mais para o atletas saber que existem e ficar familiarizado com elas, do que propriamente para nos focarmos nos números que recolhemos. Um dos meus grandes objetivos é aumentar a educação atlética, que ultrapassa os anos de prática enquanto jogador de futebol. Podemos ter atletas com 10 ou 15 anos de futebol, ou até mais, mas cuja idade atlética é baixa. Gosto de defini-la como o conhecimento que o atleta tem em tudo o que são áreas peri-treino propriamente ditas: perceber porque está a ser testado; porque se utiliza o GPS e cardiofrequencímetros; perceber porque passam tempo no ginásio e esse treino vai assumindo diferentes características ao longo do ano; perceber porque têm de comer o que devem comer antes do exercício físico; e porque o sono é tão importante. Com um atleta que esteja educado neste sentido nós conseguimos responsabilizá-lo, porque ao nosso olhar não é justo responsabilizar alguém que não esteja educado, nem entenda as bases. Claro que todos os jogadores a este nível têm uma experiência muito grande, e valorizamos isso, mas, nesta área mais específica e que está em evolução muito grande, queremos mesmo montar um currículo de educação atlética.
Uma espécie de literacia atlética?
Sim, conteúdos que vão ser abordados em diferentes escalões e áreas, de forma a garantirmos que quando um atleta chega aos sub-17 ou aos sub-19 já saiba perfeitamente o que é um macronutriente, ou que tipo de suplementação deverá tomar na fase de treino em que está. Damos sempre supervisão, mas para nós é importantíssimo termos o buy in dos atletas.
O objetivo a longo prazo é conseguir que um jogador seja quase capaz de tratar sozinho dele próprio?
Não, não, é entenderem o porquê de fazermos o que estamos a fazer, perceberem que é para eles e conseguirem tirar o maior proveito possível. Mesmo em termos fisiológicos, no treino temos diferenças claras nas repostas conforme o atletas esteja motivado para o que está a fazer, ou não. Se vamos meter um jogador num ginásio, a fazer um certo exercício e lhe pedimos para ser o mais veloz possível, a diferença da motivação e do interesse vai levar a que as respostas fisiológicas sejam bastante diferentes. Queremos atletas que realmente façam as coisas por entenderem que é para eles, mais do que lhes estarmos a dizer.
Há dois anos, quando começaram, notaram que havia desconfiança e desinteresse da parte dos jogadores?
Sem dúvida.
No futebol ainda existe aquele cliché de a força, o ginásio e as cargas não importarem muito, porque o que interessa é o talento com a bola?
Notávamos. Ninguém consegue dizer que o treino físico desintegrado do futebol é mais importante do que o treino de futebol propriamente dito. Nós queremos jogadores de futebol e queremos otimizá-los. Mas vão existindo sempre opiniões diferentes. Tentamos ter uma abordagem atlética, acreditando que desenvolvendo o jogador enquanto atleta, potenciando as suas qualidades físicas, conseguimos torná-lo mais apto para jogar o jogo e que o jogador esteja menos tempo lesionado durante a época. Neste momento, estamos com muito boa sincronia com o departamento técnico, estamos aqui para os servir e nunca o contrário, temos plena noção disso. Percebemos que, em determinadas alturas, é importante desenquadrar o atleta de um contexto de futebol para o potenciar noutras áreas e se a decisão for nesse sentido, fazemos isso. Temos vários standards por posição e idade do ponto de vista mais analítico – testes físicos de força, potência, velocidade e resistência – e três vezes ao ano avaliamos todos os atletas da Academia. E o que queremos? Perceber onde está aquela atleta em comparação com os seus pares e perceber quais são os pontos fracos e fortes e desenhar um plano de treino que vá ao encontro das suas necessidades. Temos essa individualização dentro do trabalho coletivo.
Imaginemos que amanhã o Sporting vai buscar um jogador de 15 anos. Como começa o vosso processo com ele?
Temos sempre de entender qual é o background do atleta, não podemos queimar etapas. Às vezes, já sabemos que já passaram por três ou quatro anos de uma supervisão maior no clube anterior, mas os nossos profissionais conseguem facilmente percebê-lo e fazemos uma integração progressiva. Tentamos não ser muito agressivos na abordagem, quando acharmos que já estão capazes expomos o atleta aos tais testes e verificamos onde se encontra.
E se for um jogador mais velho e contratado para a equipa principal?
Muda um pouco, porque existem idades em que o risco de lesão é muito menor vs a carga. Depende um bocadinho da idade do atleta e ainda mais do background que tiver de treino. São jogadores que já têm muito mais horas de trabalho do que atletas mais novos, podem começar a ter algum de limitações e a última coisa que queremos é aumentar o risco. Para isso, as coisas têm de ser feitas talvez com ainda mais cuidado na equipa B.
Já aconteceu terem de desconstruir hábitos que jogadores tragam de outros clubes?
Não temos assim tantos atletas a virem de fora, temos muitos formados aqui e os que vêm de fora costumam vir de clubes mais pequenos em Portugal. Vindos do estrangeiro não acontece muitas vezes, mas temos alguns que vêm de clubes ingleses, onde esta parte é bem trabalhada, embora ache que eles percebem que temos um cuidado redobrado com estes assuntos, estamos bem em cima do acontecimento e bastante atualizados nesta área das Ciência do Desporto. Eles apercebem-se, sentem confiança e acabam por se integrar.
Os clubes grandes ingleses são os que estão mais à frente nesta área?
O Arsenal, certo. Onde está a liderança mundial é no Reino Unido, na Austrália e na Nova Zelândia. São os países onde a área está mais avançada, já existe uma linguagem comum e muito balizada. Ainda estamos a dar os primeiros passos nesta área das Ciência do Desporto, relacionadas com a otimização das qualidades físicas.
É uma questão de cultura desportiva ou de investimento?
Acho que acabam por estar ligadas. A partir do momento em que se desenvolvem departamentos capazes e que demonstrem competências e resultados, as direções dos clubes começam a aperceber-se que é uma mais-valia o investimento neste tipo de áreas. Acabamos por conseguir ter um processo, acima de tudo, e conseguir que este processo faça o grande objetivo no Sporting, que é formar atletas para a equipa A. Queremos acreditar que quando os nossos atletas lá chegam estão capazes de jogar o jogo que a equipa A quer jogar e resistir às exigências que coloca nos atletas. Essa é a nossa primeira motivação e a partir do momento em que as direção observam isso acabam por potenciar os seus bens, que são os jogadores.
Se o treinador da equipa A tivesse um estilo de pressão sempre alta, de reação muito forte à perda da bola e muita aposta nas transições rápidas. Adaptam o vosso trabalho a isto?
É quantificável e usamos muito o jogo de cada atleta como referência. Entre todos os jogadores da Academia temos os cinco jogos mais exigentes do ponto de vista física – carga locomotiva, através de GPS – e reportamos diaria e semanalmente com respeito a esses valores. Ou seja, após um treino, consigo perceber quantas acelerações e desacelerações teve o jogador X, quanto teve em certas zonas de corrida e conseguimos ter esse olhar e perceber que, se calhar, estamos a treinar abaixo de determinada característica física. E tentar arranjar estratégias que sejam integradas no futebol, através de exercícios, para conseguir que os atletas seja expostos a esse estímulo de treino. Dessa forma, se olharmos para a carga de treino do atleta – os valores de obtêm em várias métricas locomotivas -, conseguimos perceber que se passa de estar a treinar muito para ter pouco estímulo numa certa métrica, isso quer dizer que está a perder capacidade para, quando for necessário, por isso em prática. Olhamos do ponto de vista agudo (na sessão de treino) e crónico (semanalmente), olhando para as cargas.
Qual é a vossa postura quando um jogador também trabalha com um preparador físico externo ao clube?
Tentamos não entrar em grandes lutas e fazer o jogador perceber que, quando procura ajuda externa, é difícil que consiga entender o que se faz no clube. Acaba por poder ser contraproducente. Entendemos que queiram ocupar o seu tempo e fazer uma série de atividades, entre as quais ir a esses colegas, mas a preocupação não é muito, muito grande, porque na maior parte das vezes não treinam os membros inferiores ou coisas que possam lesar. É um bocadinho para inglês ver, para lhes tirar um bocadinho de dinheiro e ocupar-lhes o tempo.
Mas quem está do lado de lá diz o contrário.
Claro, temos perfeita noção, conheço os colegas e a maior parte não tem formação na área, só tem formação em Exercício e Saúde. Estou à vontade para falar sobre isso.
Tentam desincentivar os jogadores?
Não, tentamos educar. É a nossa palavra chave, educar.
“O futebol não é atletismo”. Ouvem muito este tipo de lugar-comum do futebol?
Não temos tido problemas, porque temos exemplos de casos bem-sucedidos dentro da Academia e os atletas tendem a olhar para os seus pares que são bem-sucedidos. Temos uma cultura de trabalho muito positiva, bastante diferente do que era. Temos os atletas altamente motivados, claro que há uns mais do que outros, isso é inquestionável, mas temos tido uma alteração na cultura muito grande. E acho que isso tem a ver com a própria cultura que se foi instalando, com o facto de os atletas estarem já num processo que, apesar só ter 2 anos e estar a dar os primeiros passos, existe um caminho. Acabam por confiar em nós e depois, no campo, acabam por sentir que estão capazes e por comprar. Mas estamos sempre abertos a ouvir o que os jogadores nos têm para dizer, é uma área que tende a ser muito de interação e de ouvir o feedback do atleta. Não há nenhum livro que nos ensine o que é treinar uma Academia de futebol.
Porque eles podem sempre achar ou sentir que esse tipo de trabalho não serve para nada.
E fisiologicamente há jogadores que respondem de forma diferente. Há jogadores que não são capazes de ter uma carga de treino tão alta, outros precisam de uma carga um pouco maior e conseguimos ajustar tendo um discurso, muitas vezes, informal com os atletas. Se vai jogar dois dias depois, já sabemos que não deverá puxar tanto num determinado exercício, falando no ginásio. No treino, talvez possamos falar com o treinador para ele gerir um bocadinho em algumas situações. Mas, no geral, isto corre sempre de forma fluida.
Os jogadores têm acesso aos dados, caso queiram?
Têm sempre, na equipa A também. Acontece eles pedirem. Através da tal educação atlética, o que quero é que eles realmente interpretem bem os dados. Não queremos que interpretem aquilo de forma errada, tipo ‘por que é que corri menos?’, quando às vezes é o jogo que o impõe. Convém estarmos a acompanhá-lo até terem o tal entendimento do que um relatório nos podem dizer, porque os números só nos contam a história até a um ponto. Há muitas coisas que não nos conseguem contar. Temos todo o gosto, e já o fiz, em sentar e explicar o que é cada coisa, o porquê de algumas serem mais altas que outras e o porquê de usarmos aquele esquema de cores.
Quais são as áreas englobadas pela Unidade de Performance?
O diretor é o João Pedro Araújo, que também é o médico principal da equipa A. A unidade está dividida em três áreas: a da Performance Física, da qual sou o coordenador; da Medicina, cujo coordenador é o Nuno Loureiro, médico da equipa A; e da Fisioterapia e Reabilitação, que tem como coordenador o Rúben Ferreira, fisioterapeuta da equipa A. Depois a nutrição entra aliada às três áreas, obviamente.
Como se controla o que os jogadores comem quando estão fora do clube?
Mais uma vez, depende da educação atlética e de o jogador perceber quais são as consequências – ao nível da lesão e da potenciação atlética – de não ter uma alimentação cuidada. Se quiserem ter uma refeição menos cuidada, quais são as outras estratégias a adotar, quase para compensar. Novamente, passa pela educação do atleta, porque não estamos com eles durante a maior parte do dia e a alimentação e o sono, no treino, são questões major.
Chegam ao ponto de entrar em contacto com os pais ou a namorada, se for preciso?
Com os pais, sim. Temos formação para os pais no Estádio Universitário de Lisboa sobre como confecionar, por exemplo. Muitas vezes, as pessoas até fazem um prato aparentemente saudável, e até pode ser, mas, se calhar, a forma de confeção e as proporções da comida não sucumbem as necessidades que os atletas possam ter. Estamos a tentar apostar na educação porque sabemos que os pais vão estar ao lado dos filhos durante muitos anos e queremos que tenham um sítio próprio, em casa, para também crescerem enquanto atletas.
Falando mais de ti. Como é que alguém com um passado tão ligado ao râguebi acaba por vir parar a um clube de futebol?
Não sou um caso pioneiro [ri-se]. Tens o Des Ryan no Arsenal que foi meu colega, era responsável por outra equipa do Pro14, onde trabalhei, na Escócia. Mas não sei, foi uma ocasião que surgiu. Gostei muito do projeto, o que me interessou foi o projeto e as pessoas que estavam envolvidas. O clube também, sou sportinguista [risos outra vez]. Mas o projeto em si, as pessoas, a cultura e o historial que o Sporting já tinha na área, mais a necessidade que acho que havia para dar um refresh nesta área. Depois, do ponto de vista pessoal, foi a hipótese de voltar para casa.
Nesta área, há muitas diferenças entre o futebol e o râguebi?
Acho que a cultura ainda é um pouco diferente, não pela modalidade, mas pelos países onde o râguebi é bem-sucedido. Na Nova Zelândia, na Austrália e no Reino Unido a área da preparação física é forte. Na restante Europa, o râguebi e outros desportos mais físicos não assumem um protagonismo tão grande na lista dos mais observados e, como tal, talvez não tenha havido um gatilho para o desenvolvimento da área e a cultura foi mais para a modalidade do que para o desenvolvimento atlético. Não acho que exista um certo e um errado, acho que o futebol tem de beber de outras modalidades e vice-versa. O futebol tem coisas ímpares e de extrema eficácia: a forma como interpreta e analisa o jogo, por exemplo. O casamento entre áreas e modalidades, muitas vezes, é proveitoso. Na Escócia, tínhamos vários treinadores e preparadores físicos de futebol que iam ver como trabalhávamos [no Glasgow Warriors] e nós também o fazíamos com o atletismo. Quando tínhamos uma questão mais relacionada com o sprint, a quem é que vou perguntar? A quem trabalha com isso de forma mais sistemática e há mais tempo. Convidávamos pessoas a fazerem apresentações e colocávamos as nossas questões.
Há uns anos, o Cristiano Ronaldo foi ter com o Francis Obikwelu. Mas, com a idade que já tinha, não era tarde demais para tentar alterar gestos da técnica de corrida que já lhe saem inconscientes?
Também não é com um treino ou outro que se altera alguma coisa. Somos muito eficientes na nossa abordagem involuntária do controlo motor. Para se mudar um padrão motor é porque o novo será mais eficiente do ponto de vista físico e terá um output mecânico maior, normalmente. Caso contrário, o nosso corpo vai ter resistência em mudar. Nem vai dar hipótese.
Em 2018, o Frederico Varandas revelou o plano para a Unidade de Performance dizendo que queria “colocar a ciência no futebol”. No râguebi há mais abertura do que no futebol?
Sim, e o presidente falou e muito bem de meter a ciência no futebol e não o futebol na ciência. Continuamos a ter o nosso caminho bem definido, a priorizar o futebol acima dos dados e esta distinção entre o que é interessa e determinante foi das tarefas mais difíceis que tive na minha vida profissional. Perceber em que caixa vou meter as coisas e qual é a repercussão que tem o esforço que vou investir. É que se vou investir muito num assunto que me vai dar muito pouco, então se calhar está mais do lado do interessante do que do determinante. Portando, aí o presidente falou bem. O futebol, realmente, está a ter um período de viragem e dado os recursos que tem, podemos estar aqui a ficar com a escala um pouco baralhada em várias realidades. Os clubes de futebol têm um poder económico muito superior aos de grande parte das outras modalidades, senão mesmo todas, e se calhar as pessoas vão e apostam em grande e metem muitas fichas numa área que é, de facto, uma grande mais-valia, mas não é uma solução para tudo. E acho que aqui estamos a tentar implementar as coisas tendo a noção até onde isto nos pode levar e, dentro das nossas limitações, estamos a dar passos com consistência sem querermos ser mais papistas que o Papa. E só mais uma coisa: no râguebi, por terem menos recursos, valorizam mais as coisas que são determinantes. Se só tenho um profissional por escalão, ele só pode trabalhar durante x tempo, com x número de ferramentas, ao invés de ter uma equipa de cinco em que um só faz uma coisa. No râguebi tem-se mesmo que criar prioridades, como nos clubes mais pequenos de futebol, onde têm mesmo de saber onde vão apostar as suas fichas. Se só há uma pessoa para cinco ou seis escalões, não vai poder fazer o mesmo que nós, que temos um preparador físico e mais um estagiário (da parte da manhã, outro da parte da tarde) por escalão, dos sub-15 até à equipa B.
No futebol, ver pessoas a tirarem conclusões olhando só para os dados e estatísticas ainda faz parte das dores de crescimento da entrada da ciência no futebol?
Sem dúvida. Temos de entender que isto tem de ser uma abordagem holística. E a abordagem que o Sporting está a querer implementar é termos um atleta, rodeado por oito áreas, onde cada uma dá o seu contributo e entente que a área técnica é a área-mãe. Aí estamos todos em sintonia. Acho que os treinadores de futebol são experientes demais para olharem só para os dados e essa experiência não se aprende em livros . O feeling, o entender do momento e do espírito coletivo, todas essas valência quando conciliados com um pouco de dados em treinadores abertos à opinião de todas as áreas, acho que é um casamento perfeito. E disso não nos podemos queixar.
Há treinadores que precisam de maior convencimento?
No Sporting, neste momento, não. Temos um processo transversal, os treinadores abraçam o processo e percebem que os nossos preparadores físicos, estando inseridos na equipa técnica, têm todos os objetivos que os treinadores têm – colocar atletas na equipa principal. Não temos, mesmo, qualquer tipo de entrave e somos totalmente abertos a sugestões. Estamos aqui para servir os atletas, em primeiro lugar, e os treinadores. Somos dinâmicos no processo: temos um standard que todos os escalões devem fazer da mesma forma e depois temos ajustes dentro de cada escalão.
22 Fevereiro, 2021 at 13:46
Sempre achei a ideia boa, pelo menos do ponto de vista teórico, uma coisa é certa do ponto de vista médico é muito positivo, porque quantos mais dados tiveres melhores são os diagnósticos e as terapeuticas, do ponto de vista da preparação fisica os resultados vão-se começar a ver agora, mas se a bitola é o raguebi, é uma bitola muito alta e exigente o que pode ser bom ou mau dada a tendencia para “prima donna” de muitos jogadores novos e velhos…
Uma coisa eu sei é que na equipa A correm todos que nem uns desalmados e durante o tempo todo, coisa que já não viamos desde o 1º ano do JJ, agora se é “disto” ou não…
É curioso constatar que no meio da desorganização e incompetencia toda revelada por esta direção, existem profissionais no Clube que são verdadeiros óasis de competencia no meio disto tudo, como sempre aconteceu com todos os CD, este como outros antes, por mais que se esforcem não conseguem estragar tudo e.g. a secção de futsal que sobreviveu e de boa saúde aos piores presidentes de sempre do SCP, mas que deve ser dificil olhar para cima e ver o que todos vemos e continuar motivado e dedicado, lá isso deve…
SL
22 Fevereiro, 2021 at 14:18
correm muito e com intensidade tenhamorgulho mas é preciso não esqueçer que só jogamos 1 vez por semana, a analise mais pormenorizada téra de ser feita na proxima época com jogos internacioinais e mais tempo na taça de portugal.
22 Fevereiro, 2021 at 14:42
Não nos últimos tempos. Jogámos quase tanto como os outros…
Agora sim, vai ser uma vez por semana até ao fim.
22 Fevereiro, 2021 at 14:51
antes da taça da liga jogamos menos, só tivemos o janeiro e o inicio de fevereiro carregado.
22 Fevereiro, 2021 at 16:48
A nossa carga no computo geral da época é bastante inferior, com tempos de recuperação muito superiores o que nos permite chegar aos “apertos” e ir buscar energia “á reserva” mas também não é assim uma diferença monstra no total da época….
Ficamos fora da Europa logo no inicio e fora da TP a meio, fizemos a TL toda (ao contrário do fcporco e carnide) não é exactamente igual a ter feito a época toda só com uma competição, como dizes e bem, há diferenças? Há sim, mas calma que também não é aquela diferença que a CS apregoa para diminuir o mérito do SCP….
22 Fevereiro, 2021 at 16:11
Talvez fosse isto que faltasse ao Izmailov, ao Matias Fernadez…
Mas isto não dá resultado num ano.
22 Fevereiro, 2021 at 16:41
Ao Negrete, ao Fraguito…
22 Fevereiro, 2021 at 23:01
A questão é que esta unidade de performance age sobre atletas desde os sub-15.
Ora, na equipa A, é um facto que apresentam uma ótima frescura física; mas aí há que contar também com 3 fatores importantes: não termos jogos europeus e termos sido eliminados algo prematuramente da Taça; termos muitos miúdos a querer “mostrar serviço” e a “incomodar” os mais batidos (incomodar no sentido de não os “deixar acomodar”), o que é uma “disputa” muito sadia, sobretudo quando aparece o terceiro fator que é a dinâmica de vitórias. Acresce o trabalho de “coaching” de grupo do Ruben Amorim que me tem surpreendido muito positivamente e, de facto, uma boa preparação (vê-se também pelo número diminuto de lesões mesmo com muitos jogos em terrenos impróprios para consumo). Além disso, para contrariar a tese do número mais reduzidos de jogos, temos a passagem com distinção naquele ciclo infernal de Janeiro.
Já me deixa preocupado, saber que a equipa B e os sub-23 usufruem da mesma Unidade de Performance e parecem umas lesmas.
De qualquer modo, esta foi uma das decisões muito acertadas desta Direção, até pelo currículo invejável do seu coordenador num ambiente muitíssimo exigente e onde a perfeição é lema: o Rugby e logo na Escócia e, sobretudo, na Nova Zelândia
SL
22 Fevereiro, 2021 at 14:21
No futuro todas as grandes equipas terão algo do género.
Implementar uma cena destas, com uma base de dados importante, leva tempo e devem estar esta época a ter os primeiros resultados importantes para servir de base a todo um trabalho actual e futuro.
Quem aqui vinha gozar com isto, há um ano ou ano e meio, é porque não tem a mínima noção do que é uma coisa destas e o trabalho e tempo que necessita até começar a ter resultados.
Para o ano ainda será mais importante pois, se tudo correr bem, teremos sempre jogos a meio da semana para a CL, onde o grau de exigência será muito grande.
Não houvesse mais nada de bom, aqui está um excelente exemplo de algo que o Varandas fez de bem. E esta época, com tão poucas lesões musculares, também está a beneficiar disto.
22 Fevereiro, 2021 at 14:27
E esta época, com tão poucas lesões musculares.
os poucos jogos também devem ter influencia penso eu mas concordo que possa futuramente ser uma mais valia.
22 Fevereiro, 2021 at 18:46
Não esqueças que mesmo havendo menos jogos, por termos sido eliminados da UEFA, temos jogado com mais frequência do que semana a semana.
Só me lembro duma lesão muscular do Jovane, este ano. Nos outros anos, por esta altura, já haviam umas quantas, em especial do Jovane.
E eu acho que esta é a primeira época onde se pode começar a tirar alguns dados disto. Quanto mais tempo estiver em actividade, mais relevante será.
22 Fevereiro, 2021 at 14:32
A equipa parece bem fisicamente este ano. Se é do trabalho do Gabinete, do calendário “leve” ou da moral que as vitórias dão, se calhar tudo junto. Ou então alguns ditos profissionais não eram assim tão dedicados quanto isso. Mas os adversários já não passam pelos jogadores como se fossem de mota. As lesões também são em menor número e duração. Tabata, Nuno Mendes (o que acaba por ser normal), Jovane, não me lembro de mais algum. E claro, a incógnita Phellype.
22 Fevereiro, 2021 at 14:41
“Mas os adversários já não passam pelos jogadores como se fossem de mota.”
Bem verdade!
Vamos ver a forma como recupera o Paulo pequeno e se não se resentirá.
22 Fevereiro, 2021 at 14:42
Isso não parte só da componente física, a mentalidade da equipa também mudou com o RAm*
22 Fevereiro, 2021 at 18:52
O Nuno Mendes têm sido sempre lesões traumáticas. O Tabata acho que veio com uma lesão já…
Um ou outro jogo que o Nuno Mendes faltou por “fadiga muscular” – e não foi o único – é exactamente a informação que sai deste Departamento que avisa a possibilidade de estar a entrar numa zona de possível lesão.
Faltam a um jogo, para recuperar, e voltam, em vez de jogarem e depois lesionarem-se, faltando 3 ou 4 semanas…
Não faz milagres mas ajuda a ter menos lesões. O caso do Phellype é fora disto e até duvido que tenham muitos dados relevantes dele, uma vez que esteve grande parte do tempo de actividade do Departamento sempre lesionado.
22 Fevereiro, 2021 at 14:34
Não sei se olhar para o copo meio cheio ou meio vazio, porque até um relógio parado marca horas certas 2 vezes por dia.
Verdade que a equipa principal corre como nunca, em campos pesados tem mostrado sempre estar bem, por outro lado os problemas musculares de que me recordo são justamente em atletas que são acompanhados desde sempre por esta Unidade de Perfomance (Nuno Mendes e Jovane)
22 Fevereiro, 2021 at 14:35
A ciência traz vantagens imensuráveis e deve ser sempre a fundação de todas as áreas do desporto.
Quando se começa a colocar política à frente da ciência, já sabemos os resultados nocivos que isso traz. Estamos a pagar o preço nos tempos presentes. Não só nós, mas o mundo inteiro.
Uma coisa é certa, por trás o clube pode ser dirigido por incompetentes, mas quem está dentro do clube, a tal estrutura invisível, é que carrega o clube às costas, seja em que modalidade for. Se há que dar mérito a estes pantomineiros? Claro! Mas também não nos podemos esquecer de toda gestão lesa-Sporting que tiveram nos últimos anos, com o derretimento de milhões de euros em jogadores de merda, treinadores de merda e da forma como trataram os adeptos e os sócios, como merda.
22 Fevereiro, 2021 at 14:45
Sou completamente a favor.
Não me lembro bem, mas já nas eleições JB tinha algo chamado “Sporting Performance”. Isto para dizer que todas as direções devem olhar para esta componente com seriedade.
Não tenho dúvidas que trará sempre resultados, seja a médio ou longo prazo.
22 Fevereiro, 2021 at 14:45
Se este departamento for como o de Scouting, então tá tudo dito…
22 Fevereiro, 2021 at 15:38
Então diz lá, mas sem morderes a língua. senão….acabas por cair por aí envenenado!
22 Fevereiro, 2021 at 14:58
Desenvolvimento de produto e visão holística de todo o processo… cada vez o futebol parece mais uma multunacional.
E o produto é para ser utilizado, espremido, dar retorno – nao é para ficar bonitonpara ir para um museu.
Excelente entrevista, a mostrar o que está para lá das corrinas de seda e a mostrar que o “inside Sporting ” só levanta uma pequeníssima ponta do véu.
Ah, e a dar a entenser que outros treinadores antes destes nao eram assim tão “cooperantes” com eate Gabinete.
SL
22 Fevereiro, 2021 at 15:02
acho que também que se está a perder aquele perfume do futebol tecnico, aquelas jogadas de levantar um estadio, aqueles rasgos individuais, hoje cada vez mais é o colectivo com a sua componente fisica/ tactica a ganhar os jogos, tira beleza com o futebol que a maior parte de nos crescemos, é a evolução mas como em todo ganhas algo e perdes tantas outras e a parte fisica está a sugar a parte tecnica/ criativa.
um dia destes os atletas sérão uns meros robôs.
22 Fevereiro, 2021 at 15:06
Importante é a equipa não se desequilibrar. Quando vejo um extremo só com um defesa pela frente e fazer um passe de 30 metros para trás… enfim, é o que é.
22 Fevereiro, 2021 at 15:08
anarquistas tipo um maradona e ronaldinho gaucho já não cabem neste futebol actual e do de futuro o que para mim não deixa de ser uma pena, aqueles jogadas como o ronaldinho fazia , que fintava 2 -3 adversarios com um sorriso estampado no rosto.
22 Fevereiro, 2021 at 15:32
É veres a escola de onde ele vem, do rugby, é se te lembrares de como eram os jogadores de Rugby à 30 anos atrás e de como são agora.
No futebol o melhor exemplo são os centrais: mais magros, mais esguios, mais rápidos e mais técnicos. Todos os desportos, fisicamente, mudaram. Lembro-me de ver uma piada engraçada do “ice man” a gozar com o Hamilton que ilustra muito isto, o que era dantes “os tais puristas” e o agora.
Homo Deus.
SL
22 Fevereiro, 2021 at 15:49
por isso mesmo que disse que perdes algo e ganhas outras tantas mas veremos se não vão aparecer outros ronadinhos gauchos porque estou convicto que essa parte alegre do futebol se perdeu e foi essa que me fez gostar de futebol.
22 Fevereiro, 2021 at 16:25
Podem aparecer, mas o futebol de rua de onde eles vieram está a desaparecer, os.putos hoje comecam nas escolinhas aos 6 anos, só um super talento.de um país em desenvolvimento poderia surgir com essa “pureza” de que falas.
22 Fevereiro, 2021 at 16:34
e desde cedo nas escolhinhas tiram esses certos vicios aos putos para serem robotizados, a imaginação e criatividade e alegria parecem cada vez mais um fruto probido.
22 Fevereiro, 2021 at 17:15
Por acaso o Cherba já publicou várias entrevistas de treinadores e elementos da nossa formação que fazem precisamente o contrário do que refere. Que não matam a veia artística do jogador durante a sua formação porque essa poderá fazer a diferença mais à frente na sua carreira. Que não dão na cabeça dos miúdos por tentarem o 1×1, que os incentivam a fazê-lo.
Quanto aos virtuosos e ao seu desaparecimento, ainda existem Neymares, Mbappes, entre outros que provam o contrário, que têm uma qualidade técnica e aliada ao poder físico no caso do Mbappe (que para mim é o próximo melhor do mundo de bem longe para todos os outros atuais). Se estão em vias de extinção? Talvez, mas é importante não esquecer que o futuro de um jogador não depende só da sua qualidade técnica, mas cada vez mais da sua qualidade mental em encarar a modalidade com a seriedade que ela merece.
Ainda assim, acho o futebol dos desportos coletivos um dos mais completos. Se compararmos com o basketball americano que talvez seja a modalidade mais seguida a seguir ao futebol (porque quase ninguém fora da América, uma minoria acompanha futebol americano ou basebol…) a nível mundial que hoje é um desporto mais técnico e menos físico do que aquilo que era no passado, que hoje depende mais da eficácia dos triplos porque o processo defensivo está muito bem sistematizado, mesmo há 10/15 anos atrás não se jogava para o triplo e hoje é o que mais se procura fazer, isolar alguém para lançar de triplo. No futebol a posse de bola no pré guardiola era sobrevalorizada, jogava se para o rasgo individual, para o golo de levantar o estádio, para a jogada de te fazer mandei um “eish” bem alto. Hoje em dia quem tem mais bola está sempre mais perto de ganhar o jogo, nem sempre acontece claro, mas é um jogo muito mais focado no coletivo da equipa. A prova disso é que equipas como Barça, Juve e PSG que têm os 4 melhores jogadores do mundo, têm coletivos muito fracos. O City nesse aspecto é uma equipa muito mais forte, pode não ter jogadores que aspirem a ganhar uma bola de ouro, o que não significa que não tenham qualidade, mas têm um coletivo fortíssimo. O Liverpool idem quando tem a sua defesa com o Virgil e com o Gomez. A qualidade dos jogadores tem subido cada vez mais e não temos aquele grupo restrito de jogadores bons que carregam a equipa às costas, a qualidade dos jogadores está muito mais equilibrada, mas medido por cima. As condições também são diferentes. Há outros meios. É impensável um atleta hoje em dia fumar e beber como antigamente. A verdade é que se são pagos a peso de ouro, pelo menos que justifiquem isso com todo o trabalho e sacrifício que têm de ter para se manterem nesse patamar.
SL
22 Fevereiro, 2021 at 17:41
Sim, um back to the basics.
E o gordo vai à baliza…ehehhe
SL, excelente discussão/tópico, obrigado.
22 Fevereiro, 2021 at 17:14
Há um grande movimento já dentro dos clubes e treinadores de escalões de formação que discute essa questão da ausência do futebol de rua ( uma questão sócio-cultural que os clubes não controlam), e os melhores clubes de formação têm já metodologias em que dão maior foco ao tempo com bola, ao desenvolvimento da coordenação motora nas idades mais tenras sem grandes amarras. Há já uma grande discussão sobre exercícios condicionados vs exercícios livres/funcionais nas idades mais tenras por exemplo. o Pior é a praga de treinadores de escolinhas que querem ser Klops e Mourinhos quando isso é tudo o que não se deve fazer. Mas dentro dos clubes de melhor formação (Sporting incluído) este assunto está na ordem do dia e há discussão sobre como potenciar a auto-aprendizagem que o contexto do futebol de rua com os amigos dava no contexto das academias.
22 Fevereiro, 2021 at 17:36
muito bem e ainda bem sendo verdade que seja tema que comece a preocupar, os nordicos principlamente a finnlandia já começou a ajustar o ensino dos miudos ( outro tema ) mas que tem como principio de deixar as crianças serem crianças e de terem mais tempo livre para a sua imaginação e criatividade, tenho o defeito de ver as coisas quase sempre pelo lado emocional 🙂
22 Fevereiro, 2021 at 17:38
de terem mais tempo livre para o desenvolvimento da sua imaginação e criatividade que se perdeu nos ultimos anos.
22 Fevereiro, 2021 at 15:50
Havia um jogador de rugby, que era algo absolutamente de extra-terrestre, chamava-se Jonah Lomu, que passava por todos como se fosse Moisés pelo mar vermelho. Acontece que desde que introduziram esta metodologia no rugby, a quantidade de jogadores aptos a placarem-no aumentou substancialmente assim como o aparecimento de novos Lomús. no fim ,a África do Sul, das ultima a introduzir este método de treino acabando por ser agora a actual campeã do mundo.
No caso do futebol o CR7 é o melhor exemplo deste tipo de treino e vai durar até aos 38 anos sem grandes lesões na carreira, no caso do método antigo tem-se o P. Futre que aos 27 anos foi para o benfica por se encontrar já na parte descendente do seu percurso como jogador (?!?!?!?!?!), com um acumular de lesões.
Para mim, esta é a nova revolução do desporto, o crescimento do atleta e não só do talento (vide J. Palhinha).
22 Fevereiro, 2021 at 16:22
O que eu gostava de ver o falecido Lomu a jogar! Parecia faca quente em manteiga, ainda há pouco tempo mostrei um best of dele à minha filha e quando lhe disse “o caparro” dele… eheheh
Uma enguia monstruosa, parecia um comboio ( aquele tipo dos wolves, o traore, podia ser quase um Lomu)
22 Fevereiro, 2021 at 16:36
Pois mas o Lomu que é um dos meus herois, não fosse eu um fanático dos rapazes da pena, mais conhecidos por All Black (um amigo meu casou-se, juntou as férias á licença de casamento e foi com a mulher para a Australia e NZ, como é obvio teve de ir a uma loja original dos AB para me trazer uma camisola que ainda tenho) o Lomu dizia eu também tomava muitos “suplementos” que lhe deram cabo da função renal…
22 Fevereiro, 2021 at 16:40
Naquela altura já existia controlo anti-doping e a NZ é um país onde essas coisas se levam a sério.
Lomu era uma força da natureza, prefiro ficar com essa imagem ( e com a do penteado! Lol).
Ja trabalhei no Pacífico Sul, os melanesios são “bichos” incríveis, têm uma força descomunal.
22 Fevereiro, 2021 at 18:21
Pois mas fica com esta, ele não se dopava no sentido de batota, os suplementos, legais, aminoacidos e cia que eu estou a falar é o que os maluquinhos do ferro, culturistas, halterofilistas tomam e que tal como ao Lomu lixam as funções hepaticas e renais…
22 Fevereiro, 2021 at 17:23
O LeBron também tem um regime muito parecido ao do CR7. Ambos com a mesma idade e ambos dois atletas muito completos, nem sempre virtuosos nos últimos anos como o eram no início das carreiras, mas eficazes e letais como nunca, é claro, muita experiência nas suas artes.
22 Fevereiro, 2021 at 16:20
Fico muito satisfeito com esta noticia, e não só porque sou do SCP …
A minha maior satisfação prende-se com a evolução do rendimento desportivo, a anos luz do que costumava observar … DEpois relembro que, ao longo dos últimos anos aqui n’A Tasca mencionei ‘n’ vezes que, um dos maiores problemas que explicavam o oscilante rendimento desportivo do SCP se prendia com a fraca preparação fisica …
Eu, como ex-atleta e Treinador de uma das modalidades mais completas que existem neste planeta, sempre o disse … Aqueles meninos precisavam era de “levar no lombo” … De irem treinar no Vale de Zebro, etc, etc … E, de facto, a sistematização e implementação de todas estas metodologias num clube desportivo em geral, e no futebol em particular não é ‘pÊra doce’, contudo, folgo em ver que o trabalho tem estado não só a ser bem implementado, mas sobretudo a dar os seus frutos …
Se há coisa que podemos dizer com Orgulho, é que estes LEÕES correm, e lutam, e correm , e esforçam-se até ao limite … Isso deriva da melhoria da condição fisica e depois com todo o aporte mental que a mesma comporta … Nos jovens isso ainda é mais notado … Por isso, se vê a alegria, o companheirismo, a solidariedade entres todos, pois sabem que estão no mesmo ‘barco’ … Que fazem os mesmos exercicios, que remam todos para o mesmo lado, que sofrem nos treinos, mas depois podem desfrutar em competição … Não é ‘rocket science’, mas é algo que muito me apraz registar e que nos devolve a alegria de vermos o nosso clube a caminhar na frente, de forma segura e descomplexada.
Viva o Sporting Clube de Portugal!!!
22 Fevereiro, 2021 at 17:36
Escolheste bem o desporto (que não o futebol)!
E concordo, muito futebolista a precisar levar no lombo… Soubessem eles o que é um atleta a sério, estes mimados.
23 Fevereiro, 2021 at 7:18
Fui Atleta Federado, Campeão REgional, Campeão Nacional …
Pratiquei durante uns 25 anos … E fui Treinador, tendo levado miúdos aos pódios e às selecções nacionais …
22 Fevereiro, 2021 at 16:52
🙂
22 Fevereiro, 2021 at 17:17
Na verdade o Daniel Bragança por exemplo potenciou imenso as suas capacidades condicionais durante esta época. Outro que está bem diferente é o Joelson que está bem maior (embora este ainda não tenha atingido a maturidade física).
22 Fevereiro, 2021 at 17:20
Mas bem maior! Até o TT, nota-se bem
22 Fevereiro, 2021 at 17:27
Pelo que soube … O Daniel Bragança aumentou … 9kg … de massa muscular desde o inicio do Verão passado …
Isso dá-lhe mais velocidade, poder de choque, etc, etc … dEpois, a qualidade técnica que ele tem irá lançá-lo par ao patamar que todos esperamos …
22 Fevereiro, 2021 at 17:22
A Alemanha foi campeã Mundial, pela primeira vez, em 1954 (9 anos depois do fim da 2ª Guerra Mundial e quando já havia duas Alemanhas, ou seja, menos talento ainda) porque tinha duas vantagens sobre todas as outras: chuteiras feitas pelo Adi Dassler (Adidas) e melhor preparação física.
Sempre fiquei com isso na cabeça.
Tive a sorte de trabalhar (pouco tempo, infelizmente) com o Francisco Tavares e posso dizer que é MUITO bom no que faz.
Mais.
Posso dizer que ele tem capacidade de revolucionar a mentalidade do clube para os próximos 10 anos.
Porquê?
Porque os jogadores de futebol são, muito provavelmente, os piores profissionais do desporto que por aí andam – ao termos um gajo destes no clube, a mudar a mentalidade de merda que os futebolistas têm nas idades mais importantes de todas (quando ainda ouvem os outros e se aplicam a melhorar o seu jogo) irá potenciar não só o seu próprio talento como irá transformar jogadores em atletas.
Não tenho dúvidas que já começamos a ver o seu trabalho (TT, Quaresma, Nuno Mendes, Inácio são tudo gajos que passaram por ele) e será sempre a melhorar a partir daqui.
22 Fevereiro, 2021 at 23:16
Pois, é tudo muito bonito com a equipa A … mas vejo um jogo dos sub23 e tenho de verificar no comando se a TV não está em modo de slow motion.
A Unidade de performance não é a mesma?
A questão também deve ter de ver com as metodologias de treino e o coachinhg coletivo e individual e se eles se adaptam às indicações da Unidade de Performance.
Dito de outra forma, ou a competência é transversal, universal e coordenada ou estaremos a subaproveitar talento e boas estruturas.
SL
23 Fevereiro, 2021 at 7:19
Bom ponto de vista …
23 Fevereiro, 2021 at 14:42
Percebo perfeitamente o ponto de vista, mas não nos vamos enganar… O que interessa É a equipa A. Os sub23 são refugo e a equipa B é que é a antecâmara dos A; por norma se não estão na equipa A é porque não têm o que é preciso – e muitas vezes não é talento, é vontade mesmo. Vão subindo nos escalões, vão perdendo o que os diferenciava (ou trabalham menos do que os outros) e arranjaram está equipa de sub23 para isso mesmo – refugo. Mal acabem o contrato, pontapé no cu deles.
É feio o que digo, eu sei, mas é a verdade.
De resto, é a lei natural… Nem todos chegam lá mas os que chegam estarão muito melhor preparados que até à pouco tempo.
23 Fevereiro, 2021 at 14:43
“mal acabam” o contrato e não “acabem” – longe de mim querer o mal de alguém.
23 Fevereiro, 2021 at 9:10
Confesso que acho esta área muito importante mas que deve ser algo interno.
Este ano é completamente atípico. Até porque não jogamos comp. europeias nem taça. Temos menos quê? 8? 10 jogos? Que porco, lampiões e lampiões do norte? Mal seria. O ano passado a equipa andava toda rota pelo campo, bastava fazer 4 ou 5 jogos a meio da semana e estava tudo de gatas. E temos sempre uma coisa crucial nestas coisa que é a organização da equipa e a forma de jogar que pode defender mais os jogadores. Só o facto de estarem organizados já ajuda…
Depois…lesões temos. O que não falta é casos que não se desembrulham nem por nada. Tivemos Dost, Rosier, Luis P., o próprio Jovane…
O Bragança parece mais forte. O TT tem esse lado que acho curioso que é parecer franzino mas aguenta-se muito bem ao choque. Mas isso também acontece muitas vezes…
Nas camadas jovens o mesmo…
E não é nestes putos que agora se nota. Antes os putos também subiam e também uns lesionavam-se mais que outros….O R. Leão tinha lesões em catadupla, o Gelson não se lesionava nem por nada…
Por isso…menos entrevistas, mais trabalho….e fazerem o trabalho como deve ser. Daqui a 5 ou 6 anos podemos dizer que há um padrão. Não é por um ano bom…