E concordo contigo, tenho quase a certeza que uma equipa de hoje limpava com a maior das facilidades uma das equipas tecnicas de outrora.
Acabar com o fora de jogo creio que iria tornar o jogo muito mais feio, dois pinheiros na frente e dois beckam a cruzar de todo o lado, pontapé para a frente e fé no Nuno…
Mais.logo ganhar, ganhar, ganhar, Kronos tem muito poder, cria pressão.
Passava a ser andebol… Dois momentos de jogo apenas.
Aliás, a alteração da regra do atraso ao GR foi das maiores revoluções introduzidas no jogo. Trouxe velocidade, pressão, maior amplitude de acção aos jogadores…
Fora de jogo é essencial.
um vidro de uma garagem + um vidro de uma janela do r/c. Copos de água não era preciso, que abríamos a boca de incêndio onde o jardineiro das câmara municipal ligava a mangueira. E estava sempre fresca!
Pela casa, vasos, vasinhos, porcelanas, e pechisbeques colados com cuspo ou miraculosamente equilibrados para não se desmaterializarem… o chinelo voador, os ténis que duravam 2 semanas… as pedras do caminho casa-escola-casa que abriam alas à nossa passagem…
E o vizinho rabugento do primeiro andar, porque a baliza era o portão da garagem?
Na minha escola, havia um ringue de hóquei com balizas de futebol de 5, que era onde a minha Adidas Etrusco que o meu pai me trouxe de França foi gradualmente erodida.
Aos fins de semana, entrava com o meu primo pelo buraco da rede e íamos os dois jogar à barra (10 pontos na barra, 5 no poste, 15 no canto), e baliza à baliza (dois toques apenas permitidos, e cada um no seu meio campo, não pode defender com as mãos).
as garagens, essas balizas incríveis. Mas o som mais assustador era quando alguém mandava uma charutada para o ar e a bola aterrava sobre o tejadilho ou ou capot de um carro, ficando ali a saltitar e a fazer barulho enquanto o pessoal se escondia onde pudesse e ficava à espera que a bola rebolasse para onde não fosse vista
Andava no 6 ano, foi num dia em que estreei umas calças novinhas em folha. Fui para o campo de terra da minha eb 2,3… como sempre gostei de jogar à defesa/trinco, passado 5 minutos, armado em Makelele, fiz um grande corte e rasguei as calças. Levei um raspanete daqueles e umas boas chineladas, mas valeu a pena 🙂
Que saudades da minha infância. Éramos d’aço.
Muitas bolas enviei pelo reataurante da praceta adentro, com as pessoas a almoçarem ao domingo.
Muitas bolas enfiei debaixo de carros. Parti janelas e fugi. Saltei o muro da escola primária para ir usar o campo com amigos. Saltei o muro da escola primária da.mata de Benfica, mesmo com um cão raivoso que nos perseguia. Sempre para jogar à bola. A infância, se bem vivida, é uma coisa incrível. Chegar a casa e ir comer tudo o que se encontrar. Voltar à rua, já todo cagado e com a mãe aos gritos porque a asma é fodida!
Que saudades de ser criança. Acabou por me calhat uma menina, mas quando nascer e já tiver 5 anos irei para a rua jogar à bola com ela, com as mesmas pedras da calçada que usava para fazer balizas. A primeira listada que lhe vou comprar terá Balakov escrito nas costas.
De dois em especial. de um que perdemos 26 -23 🙂
Começou ás 15h e acabou já passavam das 19h.
E e outro que com os nossos 12,13 anos fomos jogar á noite nas férias de verão depois do jantar. Começou eram 21h, e teve da acabar eram 23.30h porque os pais nos foram buscar. Considerou-se aquele jogo nulo
Pedras da calçada, camisolas, tudo servia para fazer balizas. E a jogar no alcatrão, que era da maneira que ninguém se atirava para o chão em simulações…
Sou pouco de saudosismos, tudo tem o seu tempo e evolui. Muitas vezes é ciclico, mas nunca volta ao ponto de partida. Volta a algo semelhante, sim, mas um patamar acima, com mais bagagem. É a vida. Viva o Sporting que hoje é dia!!!
De vez em quando lá íamos para os relvados da Gulbenkian, fazer uma jogatana a sério. Durava 10 minutos até vir o guarda a correr com a gente.
As balizas eram feitas com as calças, num montinho. Calções de terilene, pretos, com três riscas verdes, comprados na feira de Carcavelos.
Ou então Parque Eduardo VII, onde hoje está o clube de ténis. Alcatrão bem duro, bolas chutadas para o Marquês, muito joelho esfolado, jogar até não poder mais ou quando vinham os ciganos e nos roubavam a bola com ameaça de ponta-e-mola. Um dia normal, chegar a casa, comer o jantar cedo, ouvir os Parodiantes de Lisboa e adormecer com as conquistas do Sporting (imaginárias ou não). Sonhar com a mais bonita da turma e desejar que não nos rejeitasse ao primeiro avanço. Meus ricos anos 70-80.
as faltas eram marcadas quase sempre justamente não havia cá o aí aí e nem era preciso apitadores.
A luta pelos melhores jogadores era terrível e preconceituosa nem tudo era perfeito mas a alegria de jogar a tarde toda até escurecer essa era insubstituível, era ali que se jogava a liga dos campeões.
Tive a sorte de jogar sempre em relva que o agricultor vizinho disponibilizava as crianças daquele bairro onde vivia.
Vidros partidos ?
Ninguém foi, o var não viu :))
Aquele futebol perfumado já não volta mais .
Na minha zona, nas férias, começávamos a jogar às 10h, parávamos para almoço, voltávamos e era até à hora do jantar!
Tantas vezes apanhei por chegar atrasado ao jantar porque “quem marcar ganha”!
Mas eram outros tempos.
Hoje há pouco ou nenhum futebol na rua.
No Restelo tínhamos 3 espaços relvados que usávamos para jogar. Um deles enorme, que dava para fazer 3 jogos ao mesmo tempo.
Éramos uns privilegiados!
Num deles plantaram uns arbustos e deixou de ser praticável.
Noutro “plantaram” uma Igreja provisória que existe há mais de 30 anos!
No espaço grande “plantaram” uma escola primária.
Não há como jogar à bola hoje!
Quem quer, e os pais podem, tem de ir jogar futebol para os clubes da zona…
Eu também jogava no Restelo, mas não nesses espaços. Mas conheço-os bem 😉
Joguei muitas vezes na Secundária, onde estudei, ou junto à Capelinha, às vezes no Belenenses, campo de baixo pelado, onde parti um braço, mas sobretudo na Epul, alcatrão puro e duro. Tinhamos um dizer quando alguém chutava a bola para fora do campo improvisado: para Belém é sempre a descer. E lá ia um desgraçado a correr atrás da bola que com sorte, parava nas redes da bancada Norte do estádio do Restelo. Eheheh, foi há 100 anos…
outra grande diferença. Os pelados dos clubes, incluindo o Barreirense ou a CuF que eram os mais emblemáticos no Barreiro, estavam sempre livres fora dos horários de treino. Hoje não encontro um campo se quiser ir jogar com a minha filha e tenho que andar a ver ringues que tenham buracos na rede…
Antes dos treinos de futsal, costumávamos jogar ao “rápido”, ao “vira o cu” ou à “volta ao mundo”. A escola da minha aldeia tinha um um pátio coberto na parte de trás e um jardim de terra na parte da frente, quando chovia jogávamos na parte de trás antes das aulas quando estava bom tempo era na parte da frente. E como o portão era minúsculo, saltávamos para ir jogar durante a tarde. Bons tempos 🙂
E a melhor parte é que nem precisavamos de fazer balizas, as paredes de cada lado tinham rachas com o espaço perfeito para uma baliza. É uma pena só ter podido andar naquela escola no primeiro e segundo ano antes de ter fechado porque tinha poucos alunos
Uma vez levei uns bons açoites porque eu e mais uns 10 miúdos estávamos a jogar num pátio de um prédio e uma bolada contra o portão de uma garagem de uma loja de ferragens que existia lá, fez soar o alarme e a polícia foi a minha casa o que não agradou muito aos meus pais… ups 😀 Isto em França, ainda.
Por cá, já não jogava tanto na rua, mas há um ring num bairro aqui de Lamego (aliás há vários, completamente à borla), mas esse concentrava sempre muita gente durante o verão e era futebol das 21h à 1h, 5×5, 4/5 equipas. Quando os “grandes” vinham, um gajo ia jogar para a relva aos cruzamentos ou ao “bota para trás”, depois somos nós que nos tornamos “grandes” e mandamos os putos para a relva 😀
Eu sou do tempo do IND, de ir depois de almoço e chegar a casa para jantar, ou de ir para o colégio, mas o normal era mesmo na rua, a parte de cima da rua contra a parte de baixo, o meu prédio era dividido ao meio e metade jogava por uma equipa e a outra metade pela outra, os rings apareceram mais tarde, nas amoreiras, perto do pingo doce, no continente, aquele perto do sonho… Já eu andava na faculdade… Mas ainda fui a tempo de espalhar magia… 😀
Porra! Os vossos comentários deixaram-me nostálgico. Estava a tentar “esconder” essas recordações e logo tinham que virem vocês “abrir feridas antigas”
Que saudades. Estou velho. É a vida
Jogar nos intervalos nem que fosse os de 5 minutos. Não havia bola era comparta prensada. Jogar no bairro, qualquer árvore dava para poste. Passar do bairro para os jogos de Lisboa apesar de detestar futebol de 5. Ir nas férias do verão para o campo fazer remates. Não havia malta para jogar íamos só os dois fazer remates.
Foda-se que saudades. O tempo passava mais devagar.
Thread memorável. Até os odiosos escreveram coisas decentes (ou somos todos uns velhadas do cacete)). Eu até hóquei cheguei a jogar no alcatrao da rua, sem patins.
Vamos, Sporting. Ganhar aos facadas vai dar-nos anos de vida – ső para te ver ganhar.
O amigo Cherba do que gosta é de nostalgia. Eh eh eh.
Esta paixão pela bola – e pelo Sporting – não é mais que uma eterna tentativa de parar o tempo, de inverter o seu curso e voltar ao momento inocente, ingénuo e profundamente feliz que é a infância.
Ou conforme diria Javier Marias: ” o futebol é uma “recuperação semanal da infância”.
20 Março, 2021 at 9:01
Hoje é tudo formatado, há uma “robotizacao” do futebol que é cada vez mais físico e menos técnico.
Enfim.
SL
20 Março, 2021 at 10:56
Sim, só que se calhar uma equipa de hoje em dia limpava na boa uma equipa equivalente do passado.
Era mais agradável de ver sem dúvida. As regras do futebol, especialmente a arbitragem, deviam evoluir para proteger o espectáculo.
Eu penderia bastante mais o custo/benefício de fazer faltas em defesa do jogador criativo, por exemplo.
Gostava de ver o que acontecia se acabássemos como o fora de jogo, baixar a linha para meio do meio campo. Era logo muito mais espaço para jogar.
20 Março, 2021 at 12:02
E concordo contigo, tenho quase a certeza que uma equipa de hoje limpava com a maior das facilidades uma das equipas tecnicas de outrora.
Acabar com o fora de jogo creio que iria tornar o jogo muito mais feio, dois pinheiros na frente e dois beckam a cruzar de todo o lado, pontapé para a frente e fé no Nuno…
Mais.logo ganhar, ganhar, ganhar, Kronos tem muito poder, cria pressão.
SL
20 Março, 2021 at 16:57
Passava a ser andebol… Dois momentos de jogo apenas.
Aliás, a alteração da regra do atraso ao GR foi das maiores revoluções introduzidas no jogo. Trouxe velocidade, pressão, maior amplitude de acção aos jogadores…
Fora de jogo é essencial.
SL
20 Março, 2021 at 9:04
Era chato na estrada, um gajo tinha de tirar as pedras para os carros passarem…
20 Março, 2021 at 9:16
Quantas vezes atravessaste a estrada sem olhar, atrás da bola que tinha sido chutada?
20 Março, 2021 at 9:21
Quantos vidros de portas de prédios partiste qd a baliza era em frente?
Quanto copos de água pediste à vizinha do r/c enquanto chutavas contra a parede?
20 Março, 2021 at 12:05
um vidro de uma garagem + um vidro de uma janela do r/c. Copos de água não era preciso, que abríamos a boca de incêndio onde o jardineiro das câmara municipal ligava a mangueira. E estava sempre fresca!
20 Março, 2021 at 9:23
E quando ela pulava os telhados ia para os quintais dos vizinhos e desaparecia de vez?
O tempo passa….depressa!
SL
20 Março, 2021 at 9:32
Quem atira vai buscar.
20 Março, 2021 at 10:18
<3
20 Março, 2021 at 10:29
Quem marcar ganha…
20 Março, 2021 at 10:46
Muda aos 5, acaba aos 10.
20 Março, 2021 at 10:49
1 golo, e roda na baliza 🙂
20 Março, 2021 at 10:52
O Grilo que se apanhasse a ganhar por um, punha a bola debaixo do braço e ia para casa, que estava a ficar escuro.
Dassaev na baliza, e no Inverno não valia levantar a bola nos jogos a meio da semana. Ninguém queria a marca da casa.
20 Março, 2021 at 11:22
😀
Curiosamente (ou não), isso nunca me aconteceu.
20 Março, 2021 at 12:08
esses esquemas de dono da bola eram tremendamente irritantes
20 Março, 2021 at 12:17
Par ou ímpar para ver quem escolhia as equipas…
Sou novinho mas ainda cheguei a jogar com estas regras à antiga 🙂
20 Março, 2021 at 12:18
Quem escolhia primeiro*
20 Março, 2021 at 10:24
Pela casa, vasos, vasinhos, porcelanas, e pechisbeques colados com cuspo ou miraculosamente equilibrados para não se desmaterializarem… o chinelo voador, os ténis que duravam 2 semanas… as pedras do caminho casa-escola-casa que abriam alas à nossa passagem…
20 Março, 2021 at 11:00
E o vizinho rabugento do primeiro andar, porque a baliza era o portão da garagem?
Na minha escola, havia um ringue de hóquei com balizas de futebol de 5, que era onde a minha Adidas Etrusco que o meu pai me trouxe de França foi gradualmente erodida.
Aos fins de semana, entrava com o meu primo pelo buraco da rede e íamos os dois jogar à barra (10 pontos na barra, 5 no poste, 15 no canto), e baliza à baliza (dois toques apenas permitidos, e cada um no seu meio campo, não pode defender com as mãos).
20 Março, 2021 at 12:13
as garagens, essas balizas incríveis. Mas o som mais assustador era quando alguém mandava uma charutada para o ar e a bola aterrava sobre o tejadilho ou ou capot de um carro, ficando ali a saltitar e a fazer barulho enquanto o pessoal se escondia onde pudesse e ficava à espera que a bola rebolasse para onde não fosse vista
20 Março, 2021 at 11:41
Quantas chineladas e quantos castigos apanhámos por esfolar as calças nos joelhos e rebentar os ténis novos a jogar à bola?
20 Março, 2021 at 12:14
usasses joalheiras de napa. Triplas!
20 Março, 2021 at 12:38
Andava no 6 ano, foi num dia em que estreei umas calças novinhas em folha. Fui para o campo de terra da minha eb 2,3… como sempre gostei de jogar à defesa/trinco, passado 5 minutos, armado em Makelele, fiz um grande corte e rasguei as calças. Levei um raspanete daqueles e umas boas chineladas, mas valeu a pena 🙂
20 Março, 2021 at 14:12
Que saudades da minha infância. Éramos d’aço.
Muitas bolas enviei pelo reataurante da praceta adentro, com as pessoas a almoçarem ao domingo.
Muitas bolas enfiei debaixo de carros. Parti janelas e fugi. Saltei o muro da escola primária para ir usar o campo com amigos. Saltei o muro da escola primária da.mata de Benfica, mesmo com um cão raivoso que nos perseguia. Sempre para jogar à bola. A infância, se bem vivida, é uma coisa incrível. Chegar a casa e ir comer tudo o que se encontrar. Voltar à rua, já todo cagado e com a mãe aos gritos porque a asma é fodida!
Que saudades de ser criança. Acabou por me calhat uma menina, mas quando nascer e já tiver 5 anos irei para a rua jogar à bola com ela, com as mesmas pedras da calçada que usava para fazer balizas. A primeira listada que lhe vou comprar terá Balakov escrito nas costas.
20 Março, 2021 at 9:46
Lembro-me de alguns resultados!
De dois em especial. de um que perdemos 26 -23 🙂
Começou ás 15h e acabou já passavam das 19h.
E e outro que com os nossos 12,13 anos fomos jogar á noite nas férias de verão depois do jantar. Começou eram 21h, e teve da acabar eram 23.30h porque os pais nos foram buscar. Considerou-se aquele jogo nulo
20 Março, 2021 at 10:38
e jogos que continuavam no dia seguinte?
20 Março, 2021 at 11:43
Na minha zona não havia disso.
Tinham de acabar no dia.
Por norma eram aos 30.
Ou se não, golo de ouro 🙂
20 Março, 2021 at 12:06
os dias de verão começavam às 9h e terminavam quando tinham que terminar
20 Março, 2021 at 9:11
Pedras da calçada, camisolas, tudo servia para fazer balizas. E a jogar no alcatrão, que era da maneira que ninguém se atirava para o chão em simulações…
Sou pouco de saudosismos, tudo tem o seu tempo e evolui. Muitas vezes é ciclico, mas nunca volta ao ponto de partida. Volta a algo semelhante, sim, mas um patamar acima, com mais bagagem. É a vida. Viva o Sporting que hoje é dia!!!
20 Março, 2021 at 9:33
E quem nunca encheu uma bola de cautchu (ahahahaha) rasgada, com pedras da calçada?
Finges que vais chutar, vem sempre o pai de um amigo armado em Maradona…
E depois fugimos.
20 Março, 2021 at 10:10
Tchiiiii…. Do que se foram lembrar… 🙂
20 Março, 2021 at 10:38
Fixe era na terra. Com uns caniços de 2 metros a fazer de poste. E a trave imaginária, que ia desde onde o redes chegasse até ao topo das canas.
20 Março, 2021 at 10:41
Muda aos 10, acaba aos 20.
Havia o dia especial, segunda feira. Quando o Adi (Ademar), se juntava e era ele contra nós todos.
20 Março, 2021 at 10:44
Bendito Cavaco e o seu horário de Verão.
20 Março, 2021 at 10:49
De vez em quando lá íamos para os relvados da Gulbenkian, fazer uma jogatana a sério. Durava 10 minutos até vir o guarda a correr com a gente.
As balizas eram feitas com as calças, num montinho. Calções de terilene, pretos, com três riscas verdes, comprados na feira de Carcavelos.
Ou então Parque Eduardo VII, onde hoje está o clube de ténis. Alcatrão bem duro, bolas chutadas para o Marquês, muito joelho esfolado, jogar até não poder mais ou quando vinham os ciganos e nos roubavam a bola com ameaça de ponta-e-mola. Um dia normal, chegar a casa, comer o jantar cedo, ouvir os Parodiantes de Lisboa e adormecer com as conquistas do Sporting (imaginárias ou não). Sonhar com a mais bonita da turma e desejar que não nos rejeitasse ao primeiro avanço. Meus ricos anos 70-80.
20 Março, 2021 at 12:08
nos jardins da Gulbenkian só comecei a jogar quando fui para a fac. Fiz logo amigos entre os “veteranos”. Ou não.
20 Março, 2021 at 10:53
as faltas eram marcadas quase sempre justamente não havia cá o aí aí e nem era preciso apitadores.
A luta pelos melhores jogadores era terrível e preconceituosa nem tudo era perfeito mas a alegria de jogar a tarde toda até escurecer essa era insubstituível, era ali que se jogava a liga dos campeões.
Tive a sorte de jogar sempre em relva que o agricultor vizinho disponibilizava as crianças daquele bairro onde vivia.
Vidros partidos ?
Ninguém foi, o var não viu :))
Aquele futebol perfumado já não volta mais .
20 Março, 2021 at 10:59
Na minha zona, nas férias, começávamos a jogar às 10h, parávamos para almoço, voltávamos e era até à hora do jantar!
Tantas vezes apanhei por chegar atrasado ao jantar porque “quem marcar ganha”!
Mas eram outros tempos.
Hoje há pouco ou nenhum futebol na rua.
No Restelo tínhamos 3 espaços relvados que usávamos para jogar. Um deles enorme, que dava para fazer 3 jogos ao mesmo tempo.
Éramos uns privilegiados!
Num deles plantaram uns arbustos e deixou de ser praticável.
Noutro “plantaram” uma Igreja provisória que existe há mais de 30 anos!
No espaço grande “plantaram” uma escola primária.
Não há como jogar à bola hoje!
Quem quer, e os pais podem, tem de ir jogar futebol para os clubes da zona…
20 Março, 2021 at 11:10
Eu também jogava no Restelo, mas não nesses espaços. Mas conheço-os bem 😉
Joguei muitas vezes na Secundária, onde estudei, ou junto à Capelinha, às vezes no Belenenses, campo de baixo pelado, onde parti um braço, mas sobretudo na Epul, alcatrão puro e duro. Tinhamos um dizer quando alguém chutava a bola para fora do campo improvisado: para Belém é sempre a descer. E lá ia um desgraçado a correr atrás da bola que com sorte, parava nas redes da bancada Norte do estádio do Restelo. Eheheh, foi há 100 anos…
20 Março, 2021 at 11:25
Há espaços que entretanto foram construídos aos longo dos anos, cercados por redes altas (não dá é para futebol 11).
Dá para futebol 5, basket, etc.
20 Março, 2021 at 13:51
(os chamados “rings”)
20 Março, 2021 at 11:39
A urbanização e requalificação das cidades em PT é motivo de orgulho para todos.
20 Março, 2021 at 12:11
outra grande diferença. Os pelados dos clubes, incluindo o Barreirense ou a CuF que eram os mais emblemáticos no Barreiro, estavam sempre livres fora dos horários de treino. Hoje não encontro um campo se quiser ir jogar com a minha filha e tenho que andar a ver ringues que tenham buracos na rede…
20 Março, 2021 at 11:40
E quando a bola atropelava um cagalhoto de cão… ninguém metia a cabeça… ou pelo menos os que estavam a par …
20 Março, 2021 at 12:13
ahahahahahahahahaha
20 Março, 2021 at 11:45
E para onde ia sempre o gordo?
20 Março, 2021 at 12:08
Ir buscar a bola à horta, lixar o feijão todo ao homem…bolas e bolas cortadas à navalha e nós pianinho.
E ainda me lembro de jogar na terra batida, e descalcos, que ” a rua de trás” e o largo da igreja não eram alcatroados.
Já passou.
SL
20 Março, 2021 at 12:35
Antes dos treinos de futsal, costumávamos jogar ao “rápido”, ao “vira o cu” ou à “volta ao mundo”. A escola da minha aldeia tinha um um pátio coberto na parte de trás e um jardim de terra na parte da frente, quando chovia jogávamos na parte de trás antes das aulas quando estava bom tempo era na parte da frente. E como o portão era minúsculo, saltávamos para ir jogar durante a tarde. Bons tempos 🙂
20 Março, 2021 at 12:38
E a melhor parte é que nem precisavamos de fazer balizas, as paredes de cada lado tinham rachas com o espaço perfeito para uma baliza. É uma pena só ter podido andar naquela escola no primeiro e segundo ano antes de ter fechado porque tinha poucos alunos
20 Março, 2021 at 13:02
Uma vez levei uns bons açoites porque eu e mais uns 10 miúdos estávamos a jogar num pátio de um prédio e uma bolada contra o portão de uma garagem de uma loja de ferragens que existia lá, fez soar o alarme e a polícia foi a minha casa o que não agradou muito aos meus pais… ups 😀 Isto em França, ainda.
Por cá, já não jogava tanto na rua, mas há um ring num bairro aqui de Lamego (aliás há vários, completamente à borla), mas esse concentrava sempre muita gente durante o verão e era futebol das 21h à 1h, 5×5, 4/5 equipas. Quando os “grandes” vinham, um gajo ia jogar para a relva aos cruzamentos ou ao “bota para trás”, depois somos nós que nos tornamos “grandes” e mandamos os putos para a relva 😀
20 Março, 2021 at 13:04
Agora já ninguém aparece para jogar sem ser combinado… é triste.
20 Março, 2021 at 14:41
Eu sou do tempo do IND, de ir depois de almoço e chegar a casa para jantar, ou de ir para o colégio, mas o normal era mesmo na rua, a parte de cima da rua contra a parte de baixo, o meu prédio era dividido ao meio e metade jogava por uma equipa e a outra metade pela outra, os rings apareceram mais tarde, nas amoreiras, perto do pingo doce, no continente, aquele perto do sonho… Já eu andava na faculdade… Mas ainda fui a tempo de espalhar magia… 😀
20 Março, 2021 at 13:25
Porra! Os vossos comentários deixaram-me nostálgico. Estava a tentar “esconder” essas recordações e logo tinham que virem vocês “abrir feridas antigas”
Que saudades. Estou velho. É a vida
20 Março, 2021 at 14:06
… e a minha rua era de “macdame” e lá de vez em quando uma topada numa pedra e um dedo a sangrar…
… e a meio de um jogo chega um polícia e …. acabou o jogo e todos a fugir dada um para o seu canto…
… e eu que tinha a mania que era o Carlos Gomes …era cada frango….
… acabei por jogar a avançado, aí já marcava uns golitos!!
Belos tempos que já não voltam!!!
Bom dia e saúde.
Recordar é viver!!!
SL
20 Março, 2021 at 14:46
Jogar nos intervalos nem que fosse os de 5 minutos. Não havia bola era comparta prensada. Jogar no bairro, qualquer árvore dava para poste. Passar do bairro para os jogos de Lisboa apesar de detestar futebol de 5. Ir nas férias do verão para o campo fazer remates. Não havia malta para jogar íamos só os dois fazer remates.
Foda-se que saudades. O tempo passava mais devagar.
20 Março, 2021 at 15:31
Thread memorável. Até os odiosos escreveram coisas decentes (ou somos todos uns velhadas do cacete)). Eu até hóquei cheguei a jogar no alcatrao da rua, sem patins.
Vamos, Sporting. Ganhar aos facadas vai dar-nos anos de vida – ső para te ver ganhar.
20 Março, 2021 at 17:07
O amigo Cherba do que gosta é de nostalgia. Eh eh eh.
Esta paixão pela bola – e pelo Sporting – não é mais que uma eterna tentativa de parar o tempo, de inverter o seu curso e voltar ao momento inocente, ingénuo e profundamente feliz que é a infância.
Ou conforme diria Javier Marias: ” o futebol é uma “recuperação semanal da infância”.
SL