Estes dias têm sido grandemente preenchidos por jogos e mais jogos das diversas modalidades do Sporting, quer no feminino, quer no masculino. Nas pistas, nos pavilhões, nas quadras e nos estádios, não há dia em que o Leão Rampante não esteja presente nas camisolas de atletas. Houvesse tempo para seguir todas e todos.

Ora não havendo tempo para conseguir acompanhar todos os eventos, torna-se mais e mais fundamental e relevante o trabalho que alguns Sportinguistas fazem nas redes sociais e nos blogues à causa das Modalidades.

É um serviço público notável que estes Sportinguistas fazem e que é extensível também aqui ao Leonino, que se desdobra na tentativa de não deixar ninguém para trás. E, quer-me parecer, esse trabalho está a resultar, pois as modalidades estão a ganhar quota de atenção nos adeptos, contrariando a “ditadura” do futebol que suga todo o share dos prime-times nas notícias, exceto quando uma seleção consegue um feito como a de andebol atingiu (e, mesmo assim, passa depressa a atenção dos holofotes).

Tenho para mim que a melhor decisão tomada por uma Direção do Sporting na última década foi a de que as quotas fossem 100% do Clube e para as Modalidades, em vez dos anteriores 25% com os consequentes 75% para a SAD. Com essa decisão, muitas pessoas aproximaram-se ainda mais do Clube, com a certeza que o dinheiro não seria “investido” em negócios milionários, mas sim no desporto em estado mais puro e no ecletismo que faz parte do ADN do Sporting.

A segunda melhor decisão foi construir o Pavilhão João Rocha, permitindo-nos sair da vergonhosa situação de andarmos com a “casa às costas”, algo que aconteceu durante mais de uma década e que atirou as nossas modalidades para Odivelas, para Loures, para Alverca, para o Vale Fundão, só para citar alguns dos destinos.

Portanto, há uma responsabilidade acrescida desta Direção que recebeu este legado: a responsabilidade de cuidar e fazer crescer. O crescimento só será possível cuidando de perto todo o edifício das modalidades e… oh se há tanto ainda por fazer!

O principal passa por trazer mais e mais adeptos para a vivência do dia-a-dia das modalidades. Fazê-los assistir a um jogo no João Rocha, pois aí sentirão o que é a vibração espetacular de ter os atletas ali tão perto e um público que, em certos jogos, nos transporta para um ambiente verdadeiramente escaldante e muito difícil para os adversários.

Ambiente difícil e, mais do que isso, pautado por ameaças à integridade física, foi o que as nossas voleibolistas terão passado esta semana, em Matosinhos, contra o Leixões. E é bom recordar que, já no ano passado, tinha havido apedrejamento ao autocarro da equipa feminina de Futsal. Episódios como este do Voleibol, têm de ter a devida chamada de atenção por parte do Conselho Diretivo do Sporting. Não se pode deixar passar em branco estas questões, assim como a preparação dos jogos tem de ter em conta estes “detalhes” da segurança e a(o)s atletas têm de saber que estão a cuidar dela(e)s.

Este cuidar dos nossos fez-me lembrar de um episódio de há muitos anos, na primeira metade da década de 90, num jogo de Basquetebol, no Pavilhão da Luz, em que Carlos Lisboa, atual treinador dos rivais, ainda jogava – que dor era vê-lo de vermelho – e eu ainda tinha idade de júnior. A certo momento, a minha equipa, Académico FC, confrontou-se com uma decisão errada da equipa de arbitragem que nos prejudicava. O nosso capitão virou-se para o Lisboa e perguntou-lhe: “então, não dizes nada?”. A resposta veio pronta: “Eu trato da minha equipa, tu tratas da tua!”.

Cuidemos então dos nossos, pois ninguém o fará por nós!

Texto escrito por Nuno Sousa no site Leonino.pt
*“outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na internet verde e branca