Entre uma equipa com alguns jogadores a acusarem a pressão e uma equipa de arbitragem a tudo fazer para que ela aumente, o Sporting empatou com o Famalicão e deixou encurtar mais dois pontos a vantagem que tinha em relação aos seus perseguidores

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Não era expectável perder pontos em Moreira de Cónegos, tal como não era perdê-los ontem, na recepção ao Famalicão. E, curiosamente, estamos a falar de dois jogos em que o Sporting criou mais oportunidades de golo do que em várias outras partidas da série “de 3 em 3 sempre a somar”.

Na primeira volta, em casa deste mesmo Famalicão, o Sporting empatou a dois golos, falhou um penálti, viu Pote ser expulso por protestos que só expulsam jogadores do Sporting, viu um golo ser inacreditavelmente anulado a Coates em cima da hora e Rúben Amorim foi expulso por dizer aquilo que todos estavam a ver: “vão pró caralho, isto é uma roubalheira!”. Ora, ontem, parte deste filme foi recuperado. Rúben Amorim voltou a ser expulso, desta vez sem se perceber o que disse ou fez, ficou por marcar um penalti claríssimo sobre Jovane, aos 84 minutos, e na maioria do tempo houve carta branca para os famalicenses baterem à vontade, com destaque para o central Patrick que jamais chegaria ao final do jogo só pelas faltas por trás que fez sobre Tiago Tomás. Palhinha, esse, viu um amarelo assim que se espreguiçou, num lance que até começa numa falta não marcada sobre o Famalicão.

Para muito boa gente isto vai soar a desculpas e a máxima será “temos é que jogar mais à bola!”. Nem vou entrar naquela discussão sobre a curiosidade do Sporting ser aquela equipa que tem, sempre, que jogar bem, golear, e dar margem aos árbitros para fazerem toda a merda que querem e nem assim conseguirem prejudicar, por isso, sim, é verdade que jogámos pouco. A equipa acusou a pressão (até o mais batidos, como Feddal) e fez 45 minutos onde se jogou pouco e se lutou muito. Marcámos um golo, numa boa pressão alta de Pote e numa boa leitura de Paulinho, logo a seguir sofremos um golo, que começa numa má abordagem de Porro (em claro abaixamento de forma desde que veio da selecção) e termina nos nossos centrais a desviarem-se de um gajo que levou todo o jogo a atirar-se para o chão e que tentou cavar o penalti, numa simulação que acabou por libertar o seu colega para metê-la lá dentro (mais um lance digno de registo no que toca a apitar).

O Sporting sentiu e muito esse golo e basta ver como Palhinha, até por já estar condicionado pelo amarelo madrugador, parecia ter encolhido face aos adversários. Era preciso fazer algo e Amorim fez, logo ao intervalo, colocando Bragança no lugar de Palhinha (nunca chegaria ao final do jogo) e Matheus Reis no lugar de Feddal, procurando dar outra dinâmica às saídas de bola, até porque se sentia a falta de Gonçalo Inácio. Viria uma perdida de Tiago Tomás (grande corte do gajo que devia ter sido expulso), viria uma defesa com a cara de Adan (no segundo dos dois remates do Famalicão), viria o penalti que todos vimos sem recurso ao VAR e viria o falhanço de Jovane, que havia entrado para o lugar de um apagado João Mário, deixando a equipa a jogar mais em coração do que em cabeça.

Na primeira volta, em casa deste mesmo Famalicão, o Sporting empatou a dois golos, falhou um penálti, viu Pote ser expulso por protestos que só expulsam jogadores do Sporting, viu um golo ser inacreditavelmente anulado a Coates em cima da hora e Rúben Amorim foi expulso por dizer aquilo que todos estavam a ver: “vão pró caralho, isto é uma roubalheira!”. Ora, ontem, parte deste filme foi recuperado e o que todos esperamos é que se recupere o que aconteceu depois dessa partida: Amorim teve a célebre frase “onde vai um, vão todos” e a equipa arrancou para uma série de vitórias que a colocou com folgada margem sobre os adversários. É disso que precisamos já na sexta-feira, em Faro.

(clica para ouvires a banda sonora desta jornada)