Escrevo após o jogo contra o SC Farense e o título deste texto pode fazer pensar que me refiro ao que se passou dentro do campo. Poderia ser, mas não é, porque esse “sofrimento” é normal e tanto maior quanto se lutam pelos objetivos. Assim, o título tem outra conotação.

Após o apito final do árbitro, dei por mim a pensar como teria sido o ambiente naquele estádio caso pudéssemos ter assistido ao vivo e enchido aquelas bancadas, pintando-as de verde e branco.

A viagem para “cima”, embora depois de longa semana de trabalho, numa sexta-feira e a horas impróprias, seria “fácil” com a adrenalina a impedir o sono e a vitória no bolso a colocar um sorriso nos lábios.

Não é fácil não se poder estar nas bancadas dos estádios, mas nem por isso tem faltado a presença dos adeptos e das claques pelo caminho, quer na ida, quer no regresso, ou, como aconteceu nos últimos jogos, no José Alvalade, e, ontem, no São Luís, à chegada da equipa, dizendo “presente”.

Este apoio sempre entusiasta e sem problemas teve uma exceção na segunda-feira passada onde, incompreensivelmente, se deu uma carga policial que passou por baixo dos radares e que não nos chegaria se não fossem as redes sociais.

É estranho que estas situações aconteçam apenas no José Alvalade, precisamente onde o organizador do evento é o… Sporting. Não faltará quem venha culpar a polícia, assim como já a culparam pelo descalçar de Sócios e Adeptos na época passada, ou pela caça ao cachecol com símbolos das claques, como se a polícia não tivesse mais nada com que se preocupar.

Agora que parecem afastadas quaisquer hipóteses de podermos ter adeptos nas bancadas até ao final da temporada, era bom que os Órgãos Sociais do Clube dessem um passo claro em direção à pacificação das relações entre todos. Podem começar por colocar os olhos no que publicou Palhinha, no seu instagram: uma foto que mostra o autocarro do Sporting a passar por um viaduto onde os adeptos prestam apoio, legendada com um “grande vitória de todos nós! Jogo a jogo lado a lado”. Haja quem perceba o significado da máxima “unir o Sporting”.

Texto escrito por Nuno Sousa no site Leonino.pt
*“outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na internet verde e branca