Jogando 90 minutos contra uma equipa de arbitragem de encomenda, o mais miserável VAR do ano e um Nacional com carta branca para bater, o Sporting ganhou por dois, podia ter ganho por quatro ou cinco e está cada vez mais perto de conquistar um título que esta equipa merece sem reservas

jovane-feddal

O Sporting fez um belíssimo jogo contra o Nacional da Madeira e o 2-0 é pouco para contar uma história de sentido único, com dois momentos em que os insulares deram sinais de vida: logo a abrir, num forte demate de Camacho que passou perto, e no recomeço da segunda parte, com Éber Bessa a aproveitar o único erro de Coates para se isolar e ser parado por enorme e corajosa saída de Max. Tirando esses dois esporádicos episódios, os madeirenses limitaram-se a tentar parar, em falta, toda e qualquer tentativa do Sporting sair para o ataque. Foram 30 faltas em 90 minutos, o que dá uma falta a cada três minutos, com a agravante de um terço delas (pelo menos) serem passíveis de cartão amarelo.

Contra tudo isto, o Sporting tentou chegar ao golo das mais variadas formas. Com Bragança no lugar de João Mário, os Leões até começaram por não ter oportunidade de colocar a bola na canhota do pequeno craque, dada a marcação homem a homem de que os jogadores leoninos eram alvo. Com Daniel tapado e demasiado adiantado, Paulinho começava a descer várias vezes, tentando atrair e desmontar os três centrais, abrindo espaço para bolas em profundidade para Nuno Santos e Peter Potter, quase sempre lançados por Coates, ontem a assumir tantas vezes a saída de bola com uma precisão fora do comum. Paulinho chegou a uma de peixinho, foi a outra como maluquinho, viu um cruzamento do Gonçalves ser tão mal feito e atirou uma buja ao poste antes do Manel do Apito dizer que já não deixava marcar o canto. O próprio Gonçalves, Pedro de seu primeiro nome, teve nos pés um golo que não costuma falhar, mas António Filipe (haverá nome mais anos 80 do que este no futebol nacional?) estava inspirado e defendeu.

E com tudo isto fomos para o intervalo, num jogo que pedia, cada vez mais, a entrada de jogadores como Jovane ou Plata. Rúbem Amorim, que ia sorrindo incrédulo a cada momento do Manel do Apito, pensou a mesma coisa e não tardou muito a lançar Jovane lá para dentro, tirando Palhinha. Bragança assumiu a posição seis, Potter recuou para pegar no jogo mais atrás (e que bem esteve ele ontem a aparecer entre linhas, quase sempre servido por Bragança com ordem para o procurar) e Jovane mudou o jogo. Foi carregado em falta, no lance que deu o segundo amarelo ao Alhassan; fez um cruzamento fantástico, sem espaço e sem mexer o pé de apoio, para Feddal ir ao segundo andar marcar o primeiro golo; arrancou com fogo nos calcanhares rumo à baliza (e o passe de Coates, meus amigos?!?), sofreu falta e converteu o penalti ao ângulo. Que prémio merecido para quem tanto foi fustigado por lesões esta época!

Antes de tudo isto, houve uma jogada brilhante que terminou numa bomba de Porro a rasar (o espanhol acabaria por dar lugar a Plata e o puto voltou a entrar muito bem), houve uma perdida inacreditável de Nuno Santos que mostrou ao mundo que o pé direito só serve para apoiar e houve uma das mais vergonhosas arbitragens das últimas décadas (e vocês sabem o quão arriscado é dizer uma coisa destas, sendo adepto do Sporting). Ora, meus amigos e minhas amigas, estamos a falar de três penaltis por assinalar (sobre Paulinho a abrir, sobre Bragança antes do intervalo, sobre Coates na segunda parte) e de duas expulsões às quais o VAR fez vista grossa (entrada de pitons a Nuno Santos e murro na cabeça de Bragança quando o puto estava no chão). Junte-se-lhes a expulsão perdoada a Júlio César, que só à sua conta fez nove faltas, mais de metade para amarelo sem reservas. Quarta feira há mais.

Hello, fond farewell my dears
I hope you hear this nice and clear
Our love is unconditional
Our hate is yours to feed upon
The masses against the classes
I’m tired of giving a reason
When the future is what we believe in
We love the winter
It brings us closer together

(clica aqui para ouvires a malha dos Manic Street Preachers)