No passado sábado disputou-se a derradeira jornada do campeonato BPI de Futebol Feminino. Para ela estava reservado o jogo decisivo para a atribuição do título e que iria opor os dois primeiros classificados, Benfica e Sporting, na casa do segundo. A este só a vitória interessava. Ao primeiro bastava o empate. O jogo serviu, sobretudo como “prova do algodão”, demonstrando à saciedade o estado do FF do Sporting e em Portugal. Não vou fazer sequer a análise ao jogo, porque acho muito mais importante tentar perceber o estado em que se encontra o Futebol Feminino do Sporting, das razões que levaram a esse estado, das perspectivas de futuro e das soluções que proponho.
A – AVALIAÇÃO DO PROJECTO DO FF DO SPORTING
1) O Início:
O projecto foi iniciado no verão de 2016 e o Sporting demonstrou que pretendia construir um Projecto coerente, holístico e não parcelar, estruturante e não conjuntural. Para isso, contratou o técnico co maior palmarés no FF nacional, criou um Departamento que dotou de um Directora competente, trabalhadora e assertiva e assegurou o compromisso da Direcção com esse Projecto. Esse projecto assentava na valorização da Jogadora Portuguesa, na Formação como sua base de sustentação futura e na meta de fazer parte do top 8 europeu no prazo de 5 anos.
E até pareceu que estava bem construído:
– na primeira época (2016/2017), sem uma única jogadora estrangeira, a Equipa Senior conquista a dobradinha (Campeonato e Taça); a equipa sub19 (cuja jogadora mais velha tinha 17 anos sagra-se campeã distrital e vence a Taça de Portugal e idêntica performance foi assegurada pela equipa de sub 17 (cuja jogadora mais velha tinha 15 anos); o Sporting promoveu ainda jornadas de captação para meninas entre os 9 e os 13 anos, de onde viriam a formar equipas que competiriam em mini-torneios que o próprio Sporting organizava . Pelo meio, a demonstração do enorme impulso que as entradas das SAD de SC Braga e, sobretudo, Sporting CP deram ao desenvolvimento e visibilidade do FF em Portugal: em 25 de Fevereiro de 2017, a decisão da Direcção da SAD e do sei Departamento de FF em realizar no Estádio José Alvalade o SCP vs SCB que seria decisivo para o título, decisão sustentada por uma boa promocão do jogo “provocou” o primeiro grande record de assistências do FF em Portugal (9.263 adeptos) e então também em competições nacionais na Europa; esse record seria de novo batido, a 4 de Junho do mesmo ano, na final da Taça de Portugal, jogada no Jamor entre as mesmas equipas. TUDO PERFEITO!
– na segunda época (2017/2018) foi um pouco de mais do mesmo: triplete para a equipa sénior (juntando agora a Supertaça aos outros 2 Troféus Nacionais), que entretanto contratara as suas 3 primeiras estrangeiras (as americanas Carlyn Baldwin e Sharoh Wojcik e a Costa Riquenha Carolina Venegas); conquista de todos os troféus em sub 19 e sub 17 (que mantiveram as mesmas composiões etárias da época anterior) uma equipa de meninas sub13 (em que a mais jovem tinha 10 anos) competia no Campeonato sub14 Masculino da 2ª Divisão da AFL, Futebol de 7 e viria a ocupar o 6º de 11 lugares do seu grupo. EM TERMOS DE RESULTADOS TUDO CONTINUOU PERFEITO, MAS COMEÇARAM A SENTIR-SE OS PRIMEIROS SINAIS PREOCUPANTES. A recepção ao Braga voltou a ser em Alvalade mas com uma promoção muito deficiente e com uma assistência de menos de 6.000 espectadores (o que não seria mau, não fosse, na minha opinioão obrigação da Direcção da SAD e do Departamento de FF coordenarem uma campanha espicaçando adptos G.O.A, e Núcleos e visando ultrapassar os recordes estabelecidos no ano anterior); o anúncio da entrada do Benfica (na época seguinte na 2ª divisão mas com forte investimento relativo) e mesmo o reforço de investimento do Braga, não era acompanhado assertivamente pelo SCP (com efeito, no defeso de 2017, as aquisições das 3 estrangeiras, da Ana Leite, da Mariana Azevedo, da matilde Fidalgo e até mesmo da Carole deixaram muito a desejar e vieram engordar bastante a folha salarial, de um plantel que passou de 23 para 33 jogadoras; as perspectivas ficavam ainda mais sombrias quando nos dois anos em que acedemos à fase de Grupos da Liga de Campeões falhámos o acesso aos 16 avos de final, por via do claro desequilíbrio no plantel que poderia ter sido suprido com alguma assertividade.
3ª época (2018/19) Foi com essa 2ª eliminação nos Grupos da Champions que iniciámos a época e, logo de seguida, perdemos a Supertaça para o Braga. Entretanto a Raquel Sampaio deixa de ser a Directora Desportiva do FF, sendo substituida por Filipe Vedor. Depois, mais 3 jogos com o Braga e uma equipa que passou 2 anos seguidos sem 1 derrota interna, perde mais 2 vezes (por 0-2 para o campeonato, em “casa”, num jogo que já não se disputou em Alvalade, o que diz bem do “desinvestimento” e por 3-1 em Braga para a Taça de Portugal) e empata outra (0-0 em Braga para o campeonato, quando só a vitória e por mais de 2 golos servia). DE REPENTE DE DUAS ÉPOCAS EM QUE SE GANHOU TUDO PARA NÃO SE GANHAR NADA. SOAVAM OS ALARMES! mas nem tudo estava tão bem antes, nem tudo estaria tão mal nessa época. Na Formação foi formada a equipa B, para competir na 2ª Divisão Nacional e, acima de tuido para “oferecer” um quadro competitivo mais exigente à nossas atletas Juniores que só tinha a competição da AFL em Futebol de 9 e passavam a jogar 2 vezes ao fim de. As sub 19, as sub 17 e principalmente as sub 13 continuavam a mostrar a sua raça e a obter ótimos resultados. A comparação com o Braga que passou a conquistar (quase) tudo essa época só se podia fazer em termos de equipas A e não de Projectos porque o do Braga não contemplava formação (isto apesar de pertencer à única Associação de Futebol de Portugal continental que oferecia um quadro competitivo em todos os escalões Femininos,das infantis, às sub 19; Lisboa, por exemplo, só a partior das sub 17). Já o benfica arrancava com um projecto de forte investimento na equipa A, logo na 2ª Divisão (13 jogadoras estrangeiras!!); mas também na formação criando equipas sub17 e sub 19 que “davam” treino e jogo a meninas desde os 14 anos. O Sporting arriscava-se a ainda perder mais combóios, sem mudar de estação. O dado mais relevante da época foi um jogo de solidariedade para com as vítimas do ciclone Idaí: mesmo com bilhetes vendidos (2,5€), a assistência superou as 15.000 pessoas e o número de telefone da FPF e o IBAN fornecido para donativos bateram o melhor dos recordes apoiar, num momento de sofrimento, o povo moçambicano, nosso irmão na lusofonia. Mas o prórpio frenesim desportivo gerado pelo evento deveria acicatar as vontades de responsáveis. Nem da parte da Federação, nem da parte da Liga e, mais incrível ainda, nem da parte de alguns Clubes (quase todos) aprece haver a noção do potencial de crescimento do FF ou a vontade em o aproveitar e impulsionar.
Depois vêm as 2 épocas atípicas em que, por um lado a COVID-19 interrompeu os ciclos competitivos e fechou durante mais de um ano as portas à Formação e o outro vírus horribilis, chamado FPF que apresenta uma versão de via para a redução de clubes da competição principal que começa por passar dos muitos 14 para os se calhar não tantos 20 (!!) e uma proposta de profissionalização do quadro competitivo principal que aponta um folha salarial máxima que era igual à cláusula de rescisão pela qual o Famalicão vendeu a Mylena Freitas aos chineses. Ao nível da pior tragicomédia da literatura de cordel. Mas, durante esse tempo, o Sporting (que é quem mais nos deve interessar) continuou a sua senda de desinvestimento e de estapafúrdias opções de recomposição do plantel.
B – A IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS
Durante esse período, dos últimos 3 anos sem nada ganhar, que se não pense que o Sporting não investiu, porque até o fez. Não o terá é feito muito bem nem com uam clara ideia de recomposição coerente do plantel, antes parecendo sempre que a maioria das aquisições são algo avulsas. Nesses 3 defesos: em 2018 saíram Matilde Fidalgo, Carolina Venegas e Ana Leite (as 3 entradas no defeso anterior) e entraram (a sérvia Nevena Damjanovic, a americana Syd Blomqvist, a sueca Nathalie Person e a internacional portuguesa Carolina Mendes); em 2019 sairam Syd Blomqvist, Nathalie Persson, Sharon Wojcik, Solange Carvalhas, Matilde Figueiras, Constança Silva e a capitã Patrícia Gouveia que pôs fim à sua carreira de futebolista, ficando na estrutura do Clube e entraram a alemã Wibke Meister, a mexicana Amanda Pérez, a brasileira Raquel Fernandes e a neozelandesa Hannah Wilkinson (que rescindiria na paragem Covid, para regressar à sua terra natal); em 2020 saíram a Carole Costa (para o rival Benfica) e a Mariana Azevedo (além da já falada neozelandesa) e foi adquirida a central Mónica Mendes e promovidas as jovens Alícia Correia, Inês Gonçaves e Vera Cid. O plantel que sempre foi desequilibrado, mais desequilibrado foi ficando e não porque se tenha poupado mais. Nunca (excepto nesta útima época) se deixou de investir em aquisições (a maior parte que nada acrescentaram) e continuou-se a manter uma folha salarial relativamente alta.
O resultado é um plantel curto em soluções de qualidade, com muita juventude e sem grande experiência de qualidade que faça essa juventuide crescer. Por outro lado é manifesto o desequilíbrio entre sectores a partir do 2º terço da época. Há quem elogie a qualidade da defesa, mas talvez seja relevante perceber que é o sector menos chamado à acão em boa parte dos jogos. O problema está em que, para os mesmos jogos, o meio campo e a avançada (que pouco varia de jogadoras porque as opções são curtas) têm um desgaste muito maior pois são muito mais “chamadas” a intervir no jogo; e com o acumular dos jogos (nacionais e internacionais) isso começa a pesar e principalmente nas centro campistas (todas internacionais e que têm sido muito solicitadas, também na seleção A); acresce a isso o desgaste de opções técnicas que não priveligiam refrescar as jogadoras promovendo substituições (Neto e Cova são muito conservadores e apáticos a ler o jogo). Urge, por isso, recompor o plantel. Significará isso um grande investimento. Não me parece que seja necessário muito investimento para garantir um plantel com possibilidade de dominar o Campeonato português.
C – QUE SOLUÇÕES DESPORTIVAS?
Será necessário ter a capacidade de operar a duas alterações do paradigma que parece ter (des)orientado a composição do plantel A nos últimos 4 anos, ao mesmo que se mantém o eixo central desse paradigma. A manter: a aposta na Formação e na Jogadora Portuguesa. A alterar: um muito maior rigor nas aquisições, um corte radical noq eu considero “gorduras excessivas” (e refiro-me claro a peso na massa salarial de algumas jogadoras que não oferecem o suficiente à qualidade e ao equilíbrio do plantel para justificar esse peso relativo).
Assim, começava por identificar as posições onde estamos carentes e do que carecemos para essas posições. Na minha opinião necessitamos de: uma lateral direita agressiva e competente a defender e que incorpore bem as manobras atacantes; de uma defesa central alta, ágil, boa de pés e que seja capaz de dominar o jogo aéreo defensivo (e ofensivo, nas bolas paradas), de uma posição 6/8, simultâneamente “física” e “técnica” que saiba “varrer jogo” à frente das defesas e acorrer a dobras em ambas, mas que também seja capaz de sair com a bola e construir na transição ofensiva; uma jogadora para posições avançadas que seja intensa e polivalente (para jogar quer a 10 em 4-3-3 ou nas alas em 4-4-2), de 2 pontas de lança que se compelementem na agilidade, na intensidade, no faro de golo, na participação na primeira fase de transição defensiva, no desgaste das defesas adversárias, uma extrema esquerda rápida e boa no um para um, mas que seja capaz de procurar jogo interior sem ser necessariamente na ala contrária. Isso porque pressuponho: 2 saídas que parece já se confirmam (Patrícia Morais, de que não vejo necessidade de substituição e a Carolina Joia faz um grande 2ª opção; Raquel Fernandes que requer a tal avançada polivalente e a extrema esquerda); a dispensa de outras 3 estrangeiras que acho não acrescentarem o suficiente ao plantel (Wibke Meister, Amanda Perez e Carlyn Baldwin) e de pelo menos 2 portuguesas que pesam muito na folha salarial para aquilo que produzem (a Mónica Mendes e Carolina Mendes). Estão aqui sete jogadoras que, seguramente, estarão no top 12 das mais caras do plantel. E, para que tenham uma ideia de como se pode ser assertivo nas entradas aponto um nomes possíveis para cada uma das posições identificadas: Lateral Direita – Rayane Machado (aquisição ao Braga, brasileira, 2 internac. A, 27 anos, 1.67m, 69Kg); Defesa Central – Gi Santos (aquisição ao Famalicão, brasileira, 25 anos, 1.78m, 70Kg); Trinco/pos.8 – Vanessa Marques (aquisição ao Ferencvaros de Budapeste, portuguesa, 78 internac. A, 25 anos, 1.75m, 68Kg); avançada polivalente – Andreia Norton (aquisição ao Braga, portuguesa, 47 internac. A, 25 anos, 1.66m, 60Kg); Ponta de Lança – Vitória Almeida (aquisição ao Famalicão, brasileira, 22 anos, 1.85m, 72Kg); Ponta de Lança – Telma Encarnação (aquisição ao Marítimo, portuguesa, 7 Internac. A, 20 anos, 1.69m, 59Kg) e Extrema-Esquerda – Diana Silva (empréstimo Aston Villa, portuguesa, 64 internac., 1.61m, 56Kg) a opção da extrema esquerda é a última por ser, na minha opinião dadas as jogadoras que ainda ficavam e as outras que entravam, a posição menos urgente de adquirir. Renovava os contratos com todas as jogadoras que transitassem, com ligeiro aumento salarial, mas com cláusulas de rescisão. Procederia ainda a empréstimos a clubes da 1ª Divisão das jovens Joana Martins, Inês Gonçalves, Vera Cid Neuza Besugo (a 1ª e a última com cláusulas de opções de compra entre 15.000 e 30.000€; as outras 2 a regressar obrigatóriamente para a pré-época seguinte).
Estou seguro que entre as saídas, entradas e renovações não se acrescentaria ao actual orçamento mais do que 0,5M€ (na perspectiva mais pessimista (o que é menos de 1% do orçamento do FM; mas talvez seja bom lembrar que o FF pertence à SAD e que as transmissões dos seu jogos geram receita, muita ou pouca nem interessa,que não é alocada à equipa). A vantagem, além de conseguir um plantel muito mais equilibrado e competente, e, assim, ficar muito mais perto de voltar às conquistas, será a de ter alternativas viáveis para todas as posições, podendo rodar muito mais as jogadoras e gerir muito melho a sua componente física e a intensidade de jogo, já de si bastante melhorada pelas características das jogadoras adquiridas. Por outro lado aumenta a concorrência dentro do plantel o que combate a acomodação e pode ser um factor de crescimento das jogadors mais jovens, desde que o grupo seja motivacional e emocionalmente bem gerido.
E aqui chegamos ao penúltimo “toque” de recomposição do plantel: em minha opinão era altura de alterar o comando técnico da equipa e entregá-lo a uma equipa técnica jovem e ambicios, que tem sabido extrair imenso de uma equipa com muitas limitações finaceiras, dando primazia à formação local e treinando-as para o máximo de polivalência tática, oferecendo sempre soluções quer para se adaptar reagindo às contingências do jogo quer para proagir introdizindo soluções que colocam mais dificuldades aos adversários. Refiro-me ao treinador Luis Gabriel (42 anos) e ao seu adjunto e preparador físico Luis Faria (44 anos) que tão bom trabalho têm produzido no Club Sport Marítimo.
D – A CONSTRUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE ESTRUTURAL
Deixei para o fim o que consider a mudança mais radical a ser operada para que o projecto vingue: torná-lo galvanizante e motivador de cada vez maiores assistências e seguidores. Para isso há que:
1) ter a tal equipa que proporcione bons espectáculos e seja competente e eficiente;
2) adoptar uma política agressiva, criativa e orientada de promoção do jogo e da equipa e contar, para isso, com a participação organizada e protocolada dos 4 G.O.A. e de todos os Núcleos (mas com o envolvimento mais activo dos Núcleos de Lisboa, da Margem Sul/Distrito de Setúbal, da Zona saloia dos arredores de Lisboa, do Ribatejo e da Região Oeste, por forma a oferecer boas assistências (pagas, mesmo que a preços simbólicos) aos jogos nos Estádios e o máximo de apoio enérgico e criativo à equipa em TODOS os jogos, em casa ou fora;
3) jogar todos os jogos em casa contra Benfica, Braga, Famalicão, Estoril-Praia, Marítimo (e outras equipas mais competitivas ou de proximidade) no estádio José Alvalade, bem como todos os jogos internacionais que disputemos em casa;
4) promover cada jogo “espicaçando” adeptos G.O.A. e Núcleos para a procura de bater recordes de assistência, divulgando sempre, interna e externamente os números conseguidos
5) realizar todas as pré-épocas 1 jogo internacional de apresentação em Alvalade (com equipas do meio da tabela dos campeonatos inglês, ou espanhol ou francês) e um torneio internacional em Alcochete, no Aurélio Pereira e no outro campo principal de 4 equipas (o Sporting, outra portuguesa e 2 internacionais vencedoras de campeonatos relativamente “periféricos” – húngaro, sérvio, grego, escocês, irlandês);
6) produzir e promover merchandising específico FM desde as camisolas oficiais, a calendários com fotos mais espetaculares, a vídeos com compilações de melhores momentos do nosso FF e com a apresentação das atletas, à presença regular da mascote Leo nos jogos e nos eventos promocionais; 7) política mais agressiva de procura de sponsoring oficial da equipa e de parceiros para publicidade nos jogos em Alvalade e no Aurélio Pereira;
8) apostar desportivamente na participação regular na Champions, com sucessivos mas assertivos e cirúrgicos upgrades do plantel, com vista a entrar no top 16 até 2025 e no top 8 até 3 ou 4 anos depois;
9) atribuir ao Futebol Feminino uma Directora Desportiva própria (a sugestão do Diogo Carvalho na escolha da Ana Couto ou a Patrícia Gouveia, após formação específica na área, estagiando num Clube internacional de topo com o qual possamos estabelecer parceria, por exemplo, o Chelsea, ou o Lyon, ou o Barcelona, ou a Fiorentina) que pudesse ter um Gabinete com áreas como a gestão desportiva, claro, mas também o apoio às atletas e equipas técnica e médica, a promoção dos Jogos, o controlo do merchandising próprio, as relações com os adeptos, os G.O.A. e os Núcleos e restante Universo Sportinguista, a Comunicação específica do FF (incluindo Formação) interna (para o Universo Leonino) e externa (para a C.S.);
10) apresentar, negociar e publicitar um caderno completo e assertivo de propostas para a dinamização, desenvolvimento, integridade e sustentabilidade do Futebol Feminino Português em todas as suas vertentes (competição, profissionalização, semi-profissionalização, Formação, Desporto Escolar, promoção, regulamentação, arbitragem, jurisdição, disciplinar, etc).
Acima de tudo, COMUNICAR. Comunicar aos sócios sempre, sem tabus e com total Verdade e Transparência. E procurar sempre envolver os Sócios, os Adeptos e todo o Universo Leonino nas metas e objectivos do Projecto.
* dos Açores com amor, o Álvaro Antunes prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino. Às terças!
25 Maio, 2021 at 16:39
Excelente texto.
Perfeita leitura do antes, do agora e do possível futuro, assim esta direcção o queira.
Nota, saindo Baldwin é quase certo que sai a Nevena.
25 Maio, 2021 at 16:45
Pois….
É preciso dinheiro para investir e competência para dirigir. E acreditar que da nossa formação vão sair “equilíbrios” a curto/médio prazo.
Foi das equipas que vi mais esta época e no final via-se que estavam fisicamente de rastos, fosse por incompetência na preparação fisica fosse pela limitação de opções validas que permitissem rotação na equipa; uma ou outra (ou ambas em simultâneo) maus indicadores.
SL
25 Maio, 2021 at 17:13
Eish, que posta de bacalhau fantástica Álvaro. Parabéns.
25 Maio, 2021 at 17:44
Do atual plantel destaco, por serem acima da média, a Nevena, Ana Borges, Raquel e Capeta. As demais andam entre o esforçado, o mediano e o mauzinho…
Mas, a bem da verdade, até podia ter dado para o titulo. A “falta de comparência” em Braga foi qualquer coisa…
Resumindo e a bem da qualidade que defendo para usar aquele simbolo… Precisamos de uma equipa (quase) nova! Incluindo, aqui, um novo elenco no banco.
Que assim seja! 🙂
25 Maio, 2021 at 18:38
Curiosamente já depois de, ONTEM, ter “despachado” a “encomenda” desta semana ao Cherba, deparei com a notícia da Diana Silva (uma das 7 aquisições que preconizava no post para recompor o plantel tornando-o mais equilibrado, mais intenso e com mais soluções). Mas até era a aquisição menos “premente”, para os pressupostos de saídas que enunciei .
Ora acontece que (embora não conheça confirmações) começaram a circular notícias de outras saídas (e já contava como adquiridas as da Raquel Fernandes e da Patrícia Morais) que acho muito penalizadoras para o plantel e para uma sua recomposição assertiva e pouco dispendiosa (o Cherba dava como adquiridas as saídas de Ana Capeta, de Fátima Pinto e como prováveis as de Nevena Damjanovic e Inês Pereira; em fim de contrato estariam ainda Carolina Mendes e a Joana Martins e, supostamente, a Wibke Meister, a Carlyn Baldwin, a Amanda Perez e a Neuza Besugo; apenas não falou de saídas da Joana Marchão, da Alícia Correia e a Ana Borges – esqueceu-se de referir em que situação ficariam as internacionais Andreia Jacinto e Tatiana Pinto, ou ainda a Mariana Rosa e a Marta Ferreira, entre as que me interessaria manter no plantel).
Ora a “proposta de recomposição” de que falava nunca revolucionaria dessa forma o plantel . Nas saídas não contava nem com Inês nem com Nevena (espero que não se confirmem). Mas também não contava com as saídas de Fátima Pinto ou de Ana Capeta. Já as saídas de Wibke, Carlyn, Amanda e Carolina mendes são, na minha opinião necessárias à recomposição do plantel (bem como a da Mónica Mendes), porque têm tido pouquíssima utilização e não marcam diferença e estão entra as mais altas da folha salarial.
SL
25 Maio, 2021 at 19:16
Álvaro, a Vitória Almeida renovou este ano com o Famalicão até 2023,será possível o resgate?
Também não acredito que o Trolha facilite na Rayana e na Andreia Norton.
A Cloe Lacasse renovou com o Benfica, será que pelo menos tentamos?
Assim apetecível fica a Telma do Maritimo, mas será que conseguimos? Nos jogos do Maritimo ficou-me na retina uma brasileira, falha-me agora o nome, alta e esguia….
25 Maio, 2021 at 19:45
A Vitória Almeida há-de ter uma cláusula de rescisão. É pagá-la!
A Rayane e a Andreia Norton hão-de depender da situação contratual mas não vejo que o trolha possa exigir muito no FF.
Com o Marítimo a negociação seria pela equipa técnica e pela Telma, podendo o Sporting oferecer boas contrapartidas (empréstimos ou cedências de jogadoras jovens e dinheiro).
A Diana terá custado alguma coisa. Porque haverá de ser diferente com as outras jogadoras de que falei? é daí que falo em investimento de mais 0,5M€. Por outro lado poupar-se-à algo em salários dadas as saídas de jogadoras como a Patrícia, a Raquel, a Wibke, a Carlyn, a Amanda, a Carolina e a a Mónica, que estavam no top 12 de salários da equipa. E nem todas as que entrariam têm salários tão altos (talvez a Diana, a Vanessa e a Dolores; não a Vitória, a Telma, a Rayane ou a Gi Santos).
A brasileira que fala do marítimo é a Marcelly. Não é má jogadora mas não acho que seja para o nível de que necessita o Sporting (tal como não acho a Chandra Davidson aquilo de que necessitamos)
Um abraço e saudações leoninas
25 Maio, 2021 at 20:15
Mas, dado o estado calamitoso do Departamento, acho que PARA ONTEM era colocar a Patrícia Gouveia (parece que é a “Directora Desportiva” embora não tenha lido qualquer notificação à CMVM da saída de Filipe Vedor) a:
– tratar rapidamente de TODAS as renovações possíveis e desejáveis [Inês Pereira (?), Carolina Jóia, Mariana Rosa, Bruna Lourenço, Carolina Beckert, Nevena Damjanovic (?), Joana Marchão (?), Alícia Correia, Rita Fontemanha, Tatiana Pinto, Andreia Jacinto (?), Ana Borges, Marta Ferreira, Inês Gonçalves, Neuza Besugo, Vera Cid];
– colocar o que possa ser excedentário (Wibke Meister, Carlyn Baldwin, Amanda Perez, Carolina Mendes, Mónica Mendes) de preferência conseguindo algumas receitas ou contrapartidas para o Clube;
– esclarecer os sócios e o mercado (é bom lembrar que a equipa é profissional e faz parte de uma SAD colocada em Bolsa) sobre as outras saídas (se rescindiram ao fim de contrato não renovado pelo Clube, se por sua iniciativa em fim de contrato, se saíram a custo zero ou se houve verbas recebidas pelo Sporting);
– rescindir com a equipa técnica e iniciar rapidamente a sua substituição;
– acordar com a Direcção da SAD um aumento de 0,5M€ no Orçamento para poder abordar o mercado agressivamente na recomposição do plantel
– acordar com a nova equipa técnica o que pretende para a recomposição do plantel e;
– estabelecer como objectivos claros para o curto e médio prazo: conquistar o campeonato de 2021/22; atingir os oitavos de final da Champions e conquistar o Campeonato em 2022/23 e em 2023/24; atingir os quartos de final e conquistar o campeonato em 2024/25 e 2025/26.
SL
25 Maio, 2021 at 18:41
Há pelo menos um tipo que se lê isto vai dizer que o post não é mais nem menos do pôr demasiados caminhos nas pedras.
25 Maio, 2021 at 19:15
Excelente análise, como sempre.
Não falta nada, a não ser a eventual incapacidade da actual” direcção “, para a pôr em prática
25 Maio, 2021 at 19:26
Obrigado Álvaro, grande post, como sempre!
Eu confesso, eu começaria a mudança pela treinadora, é verdade que nunca gostei da Sra. mas, sinceramente, não acho que seja treinadora para o Sporting. Ela e o selecionador… Noop!
Infelizmente e, gostaria muito de estar enganada, não vejo grande interesse desta Direção no FF…
25 Maio, 2021 at 20:16
Eu falo nisso e até indico quem acho que teria o perfil ideal para liderar o projecto.
SL
25 Maio, 2021 at 20:39
Concordo com praticamente tudo mas nao tenho esperanca alguma. A miopia dos imbecis que tomaram o poder no clube é clara e evidente há um bom par de anos. Além doos jogos em casa que menciona com 3/4 do estádio fechado e precos simbőlicos, nao se perderia nada em termos de “criacao de público em associar os jogos “menores” das Leoas ‘aqueles dos B em Alcochete segundo uma lőgica de “compre um bilhete por uma ninharia, veja dois jogos”.
Além do reforco da aposta na formacao e uma prospeccao a sério no território nacional, mantenho que, dado o predomínio desse factor no contexto feminino da modalidade teríamos tudo a ganhar em estabelecer convénios com entidades formadoras na Escandinávia, Leste da Europa e América do Norte para empréstimos (anuais) sinérgicos com raparigas universitárias em contextos de intercambio, bem como tentar pescar algumas jogadoras prometedores nos palop. Tudo isto custaria menos do que um pé de um inútil como Ilori….
25 Maio, 2021 at 21:53
Belo comentário Antão.
E com ótimas sugestões para a expansão nacional e internacional da Formação.
Quanto à esperança na mudança também tenho pouca, até porque não percebo como a Patrícia Gouveia (que foi a primeira capitã e um referência inicial deste retorno leonino ao FF) parece ter ficado sem qualquer mão no grupo de trabalho. Era suposto ela poder ter uma influência positiva na vontade e no compromisso das atletas, mas parece-me que esta Direcção da SAD anda aos papéis (ou simplesmente desleixa) no FF e confere a quem lidera tecnicamente a equipa poder a mais. Terá sido assim com Nuno Cristóvão e o afastamento da Raquel Sampaio; esta foi então substituída (pela SAD) por Filipe Vedor; ainda na fase final de Nuno Cristóvão o anúncio de fim da carreira de futebolista da Patrícia, prenunciou a sua passagem a Directora Desportiva; mas parece que a substituição de Nuno Cristóvão por Suzana Cova, retirou poder à Patrícia Gouveia (a COVID também não deve ter ajudado). Enfim, as palavras de Suzana Cova (após se confirmar o insucesso competitivo da época com uma humilhante derrota caseira face às rivais de Carnide) onde afirma que o Projecto é continuar a aposta na Formação, só valida a incompetência de quem não percebeu ainda as limitações do plantel que tinha, a germinação de revolta no seio do mesmo e que, após mais de um ano de paragem de todos os escalões de Formação, querer assentar nesta a recomposição do Plantel só pode ser uma piada de muito mau gosto.
Obrigado Antão.
Um abraço e saudações leoninas
25 Maio, 2021 at 20:50
Serviço publico na Tasca, Obrigado Álvaro
25 Maio, 2021 at 21:43
Obrigado Alvaro pelas ideias mas acima de tudo pela estrutura lógica e “entendivel” do teu plano, apenas uma ressalva para mim um projecto desportivo seja ele qual for começa pela equipa técnica, como vimos no futebol masculino, depois sim vem o resto
Abco e SL Campeão
25 Maio, 2021 at 22:13
Caro Tenham Orgulho, tal como respondi à Leoa de Portugal eu refiro a necessidade de mudar a equipa técnica (e até aponto as pessoas que acho terem o perfil indicado para essa mudança). Se calhar deveria ter esclarecido com um “Last but not least” que não existia uma lógica de prioridade no facto de ter apresentado primeiro as mudanças de plantel e só no fim a mudança da equipa técnica. A única lógica foi a de tornar mais compreensível e coerente o post: após elencar as razões do insucesso essencialmente assentes num plantel desequilibrado, limitado e construído sobre sucessivos equívocos, quis dar o exemplo de como ele poderia ser radicalmente alterado sem que isso implique necessariamente grande investimento. Falei depois da necessidade de mudar a equipa técnica, por achar que essa mesmo essa ideia de plantel potencialmente dominador teria dificuldade em ganhar o que quer que seja com esta equipa técnica que havia classificado de conservadora e apática a ler o jogo (ou a mexer com ele).
Espero que, com esta explicação fique mais “compreensível” ter colocado como “penúltimo” toque de recomposição do plantel a mudança técnica e como última a mudança de direcção desportiva. Apenas porque procurei, propositadamente, inverter a “cronologia” da mudança com vista a que se percebesse mais facilmente por que razões ela é necessária.
Claramente foi meu defeito, mas fica assi explicado.
Obrigado, um abraço e saudações leoninas
25 Maio, 2021 at 21:59
Bom post Álvaro. Para alguém, como eu, que não acompanha de perto o FF, ler isto permite sempre ficar com uma ideia do que vai acontecendo
25 Maio, 2021 at 22:06
Disseste tudo, Álvaro, como sempre.
A ver se alguém do Sporting vem ler isto, uma vez que está a papinha toda feita.
Já nem me lembrava da Syd Blomqvist ou da Venegas. Cum caraças.
25 Maio, 2021 at 22:24
Obrigado Diogo.
Essas contratações foram apenas alguns de muitos e sucessivo equívocos no que respeita a contratações em todos este anos parecem só ter acertado com a Ana Borges, a Nevena Damjanovic e a Hannah Wilkinson. Valeu a boa formação.
Mas é desolador comparar as abordagens ao mercado de Sporting, já nem falo com as dos dois Carnides que também gastaram mais, mas com um Famalicão que soube fazer muito boa prospecção (scouting, é? … devem ter um bom Agrupamento de Escutas lá na terra) e, indica claramente querer construir um projecto sustentável ao contratar colocando cláusulas de rescisão.
Um abraço e saudações leoninas
26 Maio, 2021 at 14:49
Esqueci-me de colocar a Raquel Fernandes entre as boas contratações.
SL
25 Maio, 2021 at 22:20
Miguel Santos, deixa o Braga para abraçar novo projecto? Será?
25 Maio, 2021 at 22:30
Falando do Braga, o que pensa o Álvaro do valor da Diana Gomes, contratada ao Valadares Gaia, da Madeirense Erica e das Americanas Keane e Delgadillo, serão jogadoras para o Sporting?
25 Maio, 2021 at 22:32
Não o queria no Sporting nem oferecido!
SL
25 Maio, 2021 at 22:38
Outro aqui!
25 Maio, 2021 at 22:41
E se for?
25 Maio, 2021 at 22:42
E se correr bem?
26 Maio, 2021 at 11:33
O treinador ideal, seria o adjunto do futebol senior masculino do Boavista.
25 Maio, 2021 at 22:34
Grande texto, Álvaro.
O texto e o complemento dos comentários.
Acrescentaria que em 2018/19 saiu também a Carolina Vilão (guarda-redes), para os nosso vizinhos “amegos”, embora ela fosse sub-19.
26 Maio, 2021 at 15:01
Apenas citei as que jogavam nas A. A Carolina até chegou a fazer parte do plantel mas apenas para eventualidade de lesões de alguma das outras 2. Nunca chegou sequer a ser convocada para 1 jogo das A.
Houve outras jovens dos escalões jovens que foram para as seniores, por exemplo, do Estoril-Praia, o que é natural e até acho boa política: uma vez que é impossível a A absorver todas as jovens do projecto há que “liberar”algumas e “abastecer” equipas com menores possibilidades financeiras. Acho que é o que já sucede no Sporting e vai suceder no Benfica, que também, já apresentava uma boa Formação, mesmo antes da paragem Covid (embora só a partir das sub 17). O Braga vai demorar mais um pouco porque também demoraram (só no 4º ano) a apostar no escalão sub-19 ( e logo em época que viria a ser “confinada”).
Mas este é outro debate interessante como apostar na Formação? O que se pretende extrair dela? Que quadros competitivos exigir? Que saídas para as que atingem a idade (ou a qualidade senior)? No caso do Sporting, como aproveitara para expandir geograficamente a Formação? Como envolver o Universo leonino? Como fazer disso um elemento da Cultura Leonina para integrar no compromisso das jovens formandas?
Um abraço e saudações leoninas
25 Maio, 2021 at 22:37
Excelente texto, Álvaro, como sempre! Mesmo quando não concordo aqui e ali, o texto não deixa de ser bom e mostrar que está tudo pensado com alguma lógica – que aqui e ali pode não ser a minha mas em grande parte é!
Posto isto, fica deste texto toda uma explicação do que tenho vindo aqui na Tasca a opinar sobre o FF do Sporting. Ao contrário do que a maioria dos tasqueiros diz, o FF do Sporting tem regredido de época para época e a única coisa que eu vejo que se mantém ao mesmo nível inicial é a entrega das nossas jogadoras que dão sempre tudo pelo melhor resultado. Acontece, especialmente nestas 2 últimas épocas, mas não só, é que cada vez podem menos por 2 razões, na minha opinião:
a) cada vez o plantel é mais fraco e desequilibrado e isso faz-se notar na qualidade do jogo da equipa e a necessidade das boas jogadoras terem de dar muito mais para compensarem o que falta noutras;
b) a equipa técnica tem deixado muito a desejar, principalmente nos últimos 3 anos – 1 do Nuno Cristóvão e 2 da Susana Cova – com especial incidência para os 2 últimos. Isso reflectiu-se numa má preparação da equipa e, especialmente, numa ausência de evolução em 90% das jogadoras – evoluíram a Inês e a Marchão, e as jogadoras que vieram da formação, por razões óbvias!
Em relação ao texto quero relevar novamente que o Nuno Cristóvão foi o 4º nome abordado para tomar conta do projecto inicial. Já disse isto aqui várias vezes mas parece que continuam a ver a pessoa como a cara do projecto, o que não foi de todo.
3 nomes recusaram antes do Nuno Cristóvão ter sido abordado e aceitar.
Ao fim do 1º ano, apesar do sucesso desportivo conseguido, já havia problemas entre a Raquel Sampaio – que foi quem montou o projecto praticamente sozinha – e o treinador.
As contratações da 2ª época são todas indicadas pelo treinador. Carlyn Baldwin, Sharon Wojcik e Carolina Venegas foram trazidas para o Clube por um amigo do treinador e nenhuma trouxe nada de especial e, principalmente, algo que faltava ao plantel.
No fim do 2º, campeões, com a saída da Direcção do Bruno de Carvalho e a entrada da Direcção do Varandas, a Raquel quis substituir o treinador porque já era evidente que algo não ia na direcção que ela esperava – nem bem!
Acabadinho de chegar, o Varandas deposita confiança no treinador e substitui a Raquel por esse tal Vedor.
Daqui para cá tudo piorou.
O decréscimo de qualidade foi não só maior como passou a ser evidente e mesmo com 2 excelentes contratações como foram a Carole (no ano anterior) e a Damjanovic, a equipa esteve sempre a um nível inferior aos 2 anos anteriores. mostrando claramente que a Raquel tinha razão em querer alterar a direcção da equipa e dar-lhe outras coisas.
Os 2 anos da Cova foram ainda piores, não totalmente por culpa dela mas também porque o Sporting não deu ao plantel a necessária qualidade!
Eu sou uma pessoa que defende a 100% a formação, desde que me conheço. E gosto, defendo, a aposta em atletas jovens. Mas isto não me faz cego!
Nem toda a gente que anda nas camadas jovens do clube tem qualidade para chegar a uma equipa principal, assim como há atletas que, faltando algo, só mais tarde lhes dá esse click – isto é transversal a todas as modalidades, sejam masculinas ou femininas!
Acho fantástico o que a formação do FF tem feito, em especial aquele projecto que colocavas uma equipa de miúdas a competir com rapazes. Agora, há que entender que o perfil normal da jogadora portuguesa deixa muito a desejar – baixas, pouca capacidade física, algo lentas, fraco remate – e isso, só por si, já condiciona bastante o desenvolvimento com vista a termos nas equipa principal atletas de um nível pelo menos “médio alto” como, por exemplo, a Ana Borges ou a Cláudia Neto dos melhores tempos.
Não me quero alongar muito na analise mais detalhada às jogadoras e vou só pegar nas defesas…
Eu olho para a Bruna (22 anos, 1,69m), que tem 5 épocas de Sporting, e hoje vejo muito menos potencial nela do que via na 1ª época. Com 17 anos via ali uma jovem que poderia evoluir e, mesmo sendo relativamente baixa para central, podia conseguir chegar a um bom nível para o nosso panorama. Hoje, com 22 anos, vejo uma jogadora que não evoluiu nada e que me parece demasiado lenta para o nível mínimo que eu acho que uma jogadora do Sporting tem de ter.
Depois, vindas da formação, quer a Mariana Rosa (20 anos, 1,59m), quer a Alicia Correia (18 anos, 1,59m), quer a Carolina Beckert (20 anos, 1,66m), não vejo potencial para serem jogadoras dum Sporting que lute pelo título e que faça alguma figura na Europa. São demasiado lentas! Têm dificuldade no confronto físico e não estou a ver que atinjam um nível que se espera numa jogadora do Sporting.
Olho para a Joana Marchão quando chegou, há 5 anos, e era muito mais jogadora do que elas são hoje. E ela evoluiu para um nível interessante mas não passará muito do que é hoje, até porque mais à frente, com a idade, perderá velocidade – que já não é muita.
Eu olho para, por exemplo, as laterais do Benfic@, e vejo ali muito mais potencial. A DD, a Amado, dá pau com fartura mas tem velocidade e bate-se bem. Não sendo nada de especial, é muito mais jogadora e tem mais potencial que a Mariana. A DE, Lúcia Alves, não tem a lentidão das nossas jogadoras e bate-se bem no confronto físico.
Custa-me é a perceber como é que o Benfic@, que chega 2 anos depois e vai para a 2ª Liga, consegue apanhar jovens como estas duas que falei, a Beatriz Cameirão, a Andreia Faria e, principalmente, a Kika – esta vai ser a melhor jogadora portuguesa em 2 ou 3 anos!
Portanto, mesmo apostando na formação, trazendo as melhores jovens e dando-lhes uma boa formação, o contexto é fraco. Primeiro pelas próprias normais características das jogadoras: baixas, lentas, pouco físicas! Depois pelo quadro competitivo de praticamente zero exigência.
Não é fácil fazer cá grandes jogadoras. Ou há condições raras individuais numa ou noutra, ou não é fácil desenvolver até o potencial que algumas mostram.
É preciso uma aposta diferente que, a meu ver, passa muito mais pelos próprios clubes do que pela FPF – que (quase) só tem feito disparates!
É fundamental competir num grau de exigência muito maior. Por isso é preciso algum clube chegar-se à frente, fazer uma boa equipa mesmo – melhor que as do Sporting ou Braga nos 2 primeiros anos – e obrigar as outras a investir também. Depois é competir na WCL, com as melhores.
É preciso apostar em bons treinadores. Não é com Covas, nem Netos, nem Patonas, nem os treinadores do Braga e do Famalicão que o FF vai evoluir. É preciso muito mais que isso. Ou trazer estrangeiros que já andem no FF há muito tempo e com sucesso, ou ir buscar treinadores ao FM.
O Álvaro fala do treinador do Marítimo… Não me parece!
O Marítimo joga pouco e vive da Telma e de outra jogadora que é melhorzinha que o resto. Porque o resto, Santa Engrácia! Não vejo nada no futebol do Marítimo para conseguir olhar para o treinador!
Volto a dizer o que disse há um dia ou dois! O problema não pode ser o dinheiro quando o FF está na SAD que tem 60M€ de orçamento! Se tirarem 3M€ aqui, é por isso que se deixa de ser campeão no FM? É por isso que se aumenta a divida?
3M€ não é nada. É um Eduardo, um Jésé, um Markovic, um Ilori… Meio Diaby ou 1/3 dum Alan Ruiz. É um Castaignos!
Até um Antunes dava um fulgor incrível ao FF…
O problema é falta de visão e falta de vontade!
O problema é não haver lá uma maluquinho qualquer que queira o FF a bombar porque para o FF bombar é preciso muito pouco comparando com o FM!
25 Maio, 2021 at 23:02
“O problema é falta de visão e falta de vontade!
O problema é não haver lá uma maluquinho qualquer que queira o FF a bombar porque para o FF bombar é preciso muito pouco comparando com o FM!”
Essa é que é essa…
25 Maio, 2021 at 23:16
Obrigado Miguel. Também há coisas nas quais não concordo com o Miguel. Isso não deve impedir o são debate de ideias.
Em relação à formação a equipa de miúdas que defronta rapazes já recomeçou a sua saga. E agora vou ter o PRAZER de dar boas notícias sobre o nosso Futebol Feminino: essa equipa (Juniores C ou Iniciados – sub15, mas em que a mais velha tem 14 anos) está a disputar o Campeonato Juniores C MASCULINOS da AFL Lisboa, jogado em Fase única mas distribuído em 10 séries, sendo que as leoas, única equipa integralmente Feminina (e não sei se existe alguma menina nas outras equipas, que poderiam ser mistas), partilha o primeiro lugar à 2ª jornada com a ADCEO (Associação Desportiva e Cultural da Encarnação e Olivais -o “meu” bairro; Associação que detém o Cinema da Encarnação), após terem ganho fora à Alta de Lisboa “B” por 0-13 e em casa ao Oriental “B” por 2-1. Mais uma vez OUTRA fornada de leoas de raça, sem medo de assumir os confrontos contra rapazes (a maioria até mais velhos) porque as move um enorme orgulho em vestir a listada verde e branca com o leão rampante ao peito e a certeza de que é elevando ao máximo o nível de exigência competitiva que vão crescer como atletas e como mulheres (mesmo que isso signifique não conquistar ou ganhar tantas vezes).
Para elas a manifestação do meu orgulho leonino no seu compromisso e raça. Estaremos sempre convosco e vou procurar obter sempre informação das sua prestações para aqui dar notícia das mesmas.
Para os tasqueiros que queiram saber quem são abaixo fica o link para a foto de grupo:
https://scpconteudos.pt/sites/default/files/whatsapp_image_2021-05-23_at_13.18.32.jpeg
COMO VÊEM, TAMBÉM HÁ BOAS NOTÍCIAS!!!
Um abraço e saudações leoninas
25 Maio, 2021 at 23:29
🙂
26 Maio, 2021 at 8:37
Excelente texto e excelente clube de coração, ADCEO.
O clube onde joguei e treinei.SL
26 Maio, 2021 at 10:10
Esse é um projecto muito bom.
Nunca calhou ver essa equipa jogar, apesar de ter muita curiosidade, mas deposito alguma esperança nesse grupo de jogadoras que jogam num contexto adverso e de grande exigência, tendo de se superar em cada lance.
Essas sim, farão um trajecto na formação de alguma exigência.
Estou curioso para saber se se manterão a jogar contra rapazes nos Juvenis e nos Juniores – era interessante que sim porque iam manter esse contexto adverso e muito exigente que precisam para serem realmente jogadoras seniores mais competitivas do que é o normal no FF.
Ver a nossa formação FF a derrotar outras equipas por 20-0 não me diz nada a não ser que as outras formações são uma brincadeira, tenham a idade que tiverem.
26 Maio, 2021 at 23:11
É por coisas como essa que Nunca acabaremos. )
SL
26 Maio, 2021 at 18:58
Miguel, desculpe por só agora poder responder ao conjunto do seu comentário.
Ele é longo e muito completo, por isso merece uma resposta mais cuidada, até porque aponta elementos interessantes para debate.
Há todavia alguns pontos em que não concordo inteiramente com o Miguel (na maior parte também não se trata de discordância total).
«Ao contrário do que a maioria dos tasqueiros diz, o FF do Sporting tem regredido de época para época e a única coisa que eu vejo que se mantém ao mesmo nível inicial é a entrega das nossas jogadoras que dão sempre tudo pelo melhor resultado.» (Miguel)
Acho que não houve regressão do projecto da 1ª para a 2ª época, houve sim um menor entusiasmo na aposta na equipa A (que se percebeu na promoção dos jogos com transmissão ou no Alvalade – apenas 2 e muito mal promovidos) e começaram as aquisições que não acrescentavam nada (Carly Baldwin, Sharon Wojcik, Carolina Venegas e Ana leite) a não ser um enorme “peso” à folha salarial. Mas consolidou-se o projecto da Formação, com a entrega da coordenação à Mariana Cabral e a criação de uma equipa de sub13 para competir na competição de rapazes sub14 de Futebol de 7 da Associação de Futebol de Lisboa; no ano seguinte seria a criação da equipa B para oferecer competição de Futebol de 11 (na 2ª Divisão Nacional Senior) às jovens com idade sub19 (18 e 19 anos) que já treinavam com as seniores mas que não tinham espaço competitivo na equipa e, sobretudo, às atletas inscritas no campeonato de futebol 9 sub 19 da AFL (que, na realidade, eram sub 17 pois tinham 16 e 17 anos e viam, assim, bem reforçada a exigência competitiva e de treino da sua Formação ). Por sua vez, a equipa de sub 17 (com jogadoras de 14 e 15 anos) competia Futebol de 7 Feminino sub17 na AFL (que abaixo desse escalão não tem nada).
Portanto procurando apenas clarificar o que penso ser a opinião do Miguel:
no 2º ano houve ESTAGNAÇÃO na equipa A e EVOLUÇÃO no Projecto de Formação e, em boa parte porque o CD (e particularmente BdC concentraram muitas atenções nos Seniores Masculinos [que, nesse ano e no(s) seguinte(s), funcionaram como um eucalipto no Orçamento da SAD]; nos anos seguintes houve progressiva regressão na construção da equipa A, mas, exercitemos a memória, essa época começa ainda com BdC e as aquisições de Carolina Mendes (6 de Junho) e Nevena Damjanovic (14 Junho 2018). E creio que era intenção de BdC recompor “em baixa” o plantel Senior Mascuilino A (regressando aos princípios delineados em 2013/14) e voltar a dedicar mais atenção à equipa feminina (até porque sabia que seria ano de expansão internacional do FF com o Mundial de França em 2019). Mas isso ficará sempre no campo das hipóteses: o único dado sobre a matéria foi a contratação da Nevena e a contratação já em Julho, mas ainda com a Raquel Sampaio e delineada com o CA da SAD anterior, da avançada neo-zelandesaHannah Wilkinson (óptima opção); depois foi interrompido. Nem sei, a manter-se o conflito entre a Raquel Sampaio e o Nuno Cristóvão, que “partido” tomaria BdC. Nem acho que agora interesse.
O relevante é que, a partir daí sim, a equipa A foi sempre a regredir (e apenas uma contratação foi assertiva, a de Raquel Fernandes; pelo meio Nathalie Persson, Syd Blomqvist, Amanda Perez, Wibke Meister, Mónica Mendes).
Não se ganho nada com elas, aumento-se imenso a folha salarial e gerou-se uma situação desconfortável para jogadoras com utilização bem mais assídua e vencimentos mais baixos. Agora, temos a “revolta na Bounty”.
Concordamos que «cada vez o plantel é mais fraco e desequilibrado e isso faz-se notar na qualidade do jogo da equipa e a necessidade das boas jogadoras terem de dar muito mais para compensarem o que falta noutras» (Miguel).
Também concordamos que «a equipa técnica tem deixado muito a desejar, principalmente nos últimos 3 anos – 1 do Nuno Cristóvão e 2 da Susana Cova – com especial incidência para os 2 últimos. Isso reflectiu-se numa má preparação da equipa e, especialmente, numa ausência de evolução em 90% das jogadoras – evoluíram a Inês e a Marchão, e as jogadoras que vieram da formação, por razões óbvias!». Acrescentaria que as outras não evoluíram, ou porque não tinham muito para evoluir devido à idade (Ana Borges, Carolina Mendes, Raquel Fernandes, ou porque duvido que tivessem capacidade para grande evolução (Mariana Azevedo, Carlyn Baldwin, Sharon Wojcik, Carolina Venegas, Ana Leite, Amanda perez) ou porque (como em termos genéricos o Miguel apontou) os treinadores não souberam tirar delas o melhor rendimento (Bruna Costa, Tatiana Pinto, Fátima Pinto, Ana Capeta, mesmo Syd Blomqvist e Nathalie Persson), seja por excesso de conservadorismo tático (treinando e jogando sempre com o mesmo “desenho” não conseguem “pintar” mais nada), seja por falta de coragem em operar mudanças (o recurso excessivo às mesma jogadoras, não lhes dando descanso, tem de necessariamente fazê-las baixar o rendimento; se esse excesso se limitar a 1 ou 2 jogadoras ainda pode ir sendo disfarçado; se for generalizado a quase toda a equipa, haverá uma altura da época a partir da qual todas parecem ter “desaprendido. É bem demonstrativo dessa limitação do plantel, mas também da incompetência técnica, o facto de, em todo o plantel, as jogadora que beneficiaram de maior rotação foram as duplas Ana Capeta / Carolina Mendes e … Inês Pereira / Patrícia Morais (!!).
Já quanto à apreciação que faz das mais jovens estou em completo desacordo. Acho muto mais jogadoras e com muito mais potencial e técnica a Mariana e a Alícia do que a Catarina Amado ou a Lúcia Alves. Em primeiro lugar porque como reconhece estas dão pau; têm a vantagem da cor das camisolas que lhes permite dar pau (a Lúcia não devia ter feito a 2ª parte do último Sporting-Benfica; a Catarina não resistiria a mais de meio da 2ª; já a Capeta não acaba o jogo) ; depois, temos a utilização que é dada a essas jogadoras. O Benfica teve 32 jogos na época; o Sporting 26. Mesmo assim, temos que: é verdade que a Catarina Amado de 21 anos, fez esta época 28 jogos no Benfica mais 1 na Seleção contabilizando 2253min no Clube e 1min na Seleção,enquanto a Mariana Rosa de 20 anos, só começou a ser usada a partir da 2ª jornada da fase Final e fez esta época um total de 1324min em 17 jogos; já a Lúcia Alves (23 anos, já foi senior para o Benfica) fez apenas 13 dos 32 jogos do SLB e completou 950min, enquanto a Alícia Correia fez 15 jogos no SCP (a LD e a LE) e 1 na seleção completando 1066min no Clube e 90min na seleção; em relação à jogadora que parece o João Félix do FF (a única coca-cola do deserto; boa jogadora mas com “boa Imprensa”), Kika Nazareth (18 anos) fez 23 jogos no Clube e 2 na Seleção num total de 1510min (1373min+137min) enquanto a Andreia “sem intensidade” Jacinto (18 anos) fez 26 jogos no SCP (2015 min) e 5 na seleção (142min) num total de 2157min. Estamos a falar de “rendimentos” de jogadoras integradas em planteis diferentes e em contextos de utilização diferentes.
Atenção que eu não considero que o Benfica não tenha uma boa formação. Até acho que tem. O que me recuso é a fazer comparações globais, pelo simples facto de que NÃO PODEM EXISTIR ELEMENTOS DE EQUIPARAÇÃO GLOBAL quando: o SCP começou a Formação em 2016/17 e o Benfica em 2018/19 e quando desde o início de Março de 2020 até há 3 semanas a formação é interrompida a nível nacional equipas/escalões de Formação; quando o Benfica antes da interrupção tinha 2 escalões de formação e o Sporting tinha 3 escalões de Formação e mais uma Equipa B, maioritariamente de sub19, a competir na 2ª divisão e o Benfica só esta época formou equipa B, para competir na 3ªa Divisão, por força da Covid 19 (que também interromperia esta competição); ou quando as jovens do SCP tinham 3 a 5 estrangeiras a “tapar” (e pouco) a sua progressão na equipa principal e as jovens do SLB tiveram entre 10 a 12 estrangeiras a tapar a sua progressão na equipa principal. SÃO ESSES CONTEXTOS QUE SÃO DIFERENTES. NÃO QUE A FORMAÇÃO DO BENFICA NÃO PRESTE. APENAS QUE O SEU CONTEXTO NÃO OFERECE O MESMO QUE A DO SPORTING.
Tenho que estar muito mais em desacordo com o Miguel quando afirma: «Portanto, mesmo apostando na formação, trazendo as melhores jovens e dando-lhes uma boa formação, o contexto é fraco. Primeiro pelas próprias normais características das jogadoras: baixas, lentas, pouco físicas! Depois pelo quadro competitivo de praticamente zero exigência.» O FF há muito que deixou de depender assim tanto do factor físico. Veja os jogos da NWSL (e eu acompanho-os desde 2018) e verificará que, no melhor campeonato do mundo, as jogadoras altas são muito poucas; por outro lado veja a progressão do ranking da nossa selecção nacional (e a maioria das jogadoras da seleção são do Sporting) e só não progredimos mais graças à BURRICE de uma merda de treinador, senão estaríamos já no top 25 e apuradas diretamente para a Fase Final do Europeu. Como já expliquei, desde as miúdas com 9 anos, o Sporting forma forçando o patamares de exigência competitiva e, logo, de exigência de treino. Se não houvesse boa formação em Portugal o FF não teria evoluído o que evoluiu nos últimos 5 anos. Porque, por mais carradas de estrangeira que alguns contratem, é a jogadora portuguesa a base da maioria das equipas, e por mais que se queira e SE DEVA falar da merda de quadro competitivo e da merda de regulação que a FPF escolheu para a competição principal, a verdade é que em 2015/16, não havia nenhuma equipa (nem o Fófó ou o Valadares-Gaia) com a qualidade e a capacidade competitiva dos actuais Estoril-Praia, Torreense, Marítimo, Clube Albergaria, para nem falar de Famalicão, Braga, Sporting ou Benfica.
Por isso, acho que devemos ter sentido crítico sim, mas também ter noção das comparações que fazemos nas nossas críticas. Que o Futebol Feminino ficou longe de aproveitar ao máximo o elan de desenvolvimento que propiciou todo o entusiasmo gerado em 2016/17, acho que é verdade. Dizer que regrediu acho um exagero desmentido pela realidade dos factos (Selecções nacionais e entradas de equipas como o Benfica e o Famalicão, mais assertivos investimentos de Clubes como o Albergaria, o Marítimo e o Estoril, para só falar nestes, porque outras apostas vingarão também em breve).
«O Álvaro fala do treinador do Marítimo… Não me parece!
O Marítimo joga pouco e vive da Telma e de outra jogadora que é melhorzinha que o resto. Porque o resto, Santa Engrácia! Não vejo nada no futebol do Marítimo para conseguir olhar para o treinador!»
Antes de mais gostaria de afirmar uma minha convicção: este Marítimo seria campeão nacional em 2015/16. É só uma convicção, mas basta ver aonde andam o Fófó ou o Valadares Gaia. E nem me fale que o Fófó só tem jogadoras portuguesas e a maioria da sua formação. Até é verdade, mas já o Valadares Gaia tinha 9( NOVE) estrangeiras no seu plantel desta época (5 brasileiras, 1 uruguaia, 1 argentina, 1 venezuelana e 1 norte americana): e o mais relevante é que o plantel do Marítimo tinha 32 jogadoras das quais 4 eram estrangeiras (1 só foi contratada em Janeiro) e 2 vieram de Portugal Continental; 26 foram formadas na Ilha da Madeira, onde o contexto de recrutamento é, logicamente, limitado. Se o Miguel não viu «nada no futebol do Marítimo para conseguir olhar para o treinador!» então, que me perdoe a sinceridade, mas ou viu poucos jogos do Marítimo ou não os viu com “olhos de ver”. O Marítimo na primeira fase ficou em 3º da Série Sul, com 5 vitórias (3 em casa com Fófó, Atlético Ouriense e Amora e 2 fora com A-dos-Francos e Damaiense), 1 empate (fora por 3-3 com o Torreense que tem 1 orçamento talvez 3 vezes superior) e 3 derrotas (2-1 no 1º jogo fora com o Estoril Praia; 1-3 em casa com o Benfica e 1-2 em casa com o Sporting); na 2ª fase termina em 6º lugar (a 1 ponto do 5º) tendo 5 vitórias (Torreense em casa 5-1!, Condeixa fora 0-2, Condeixa em casa 2-0, Torreense fora 1-2 e Albergaria em casa 4-0); as derrotas contra os 4 favoritos:casa – 0-2 vs Braga, 1-3 vs Famalicão, 0-2 vs Sporting e 1-2 vs Benfica; fora – 2-1 vs Braga, 3-1 vs Famalicão, 2-0 vs Sorting e 4-2 vs Benfica. Em toda a época não perdeu um único jogo por mais de 2 golos e, para além dos outros fez 10 jogos contra os 4 candidatos ao título. Mas, além dos números eu via equipas muitíssimo equilibradas, com TODAS as jogadoras a saberem muito bem o que fazer em campo, com várias jogadoras treinadas na polivalência e oferecendo ao jogo uma variedade táctica muito interessante e que colocava enormes dificuldades de adaptação às adversárias. Num jogo que poderia ser contido contra as mais fortes mas que nunca baixava demasiado “a guarda” e espreitava sempre as oportunidades para desferir golpes em transições ofensivas rápidas ou no jogo mais directo. Tomara eu tido isso no Sporting. Aquilo de que o Miguel falava criticamente («a equipa técnica tem deixado muito a desejar, principalmente nos últimos 3 anos – 1 do Nuno Cristóvão e 2 da Susana Cova – com especial incidência para os 2 últimos. Isso reflectiu-se NUMA MÁ PREPARAÇÃO DA EQUIPA E, ESPECIALMENTE, NUMA AUSÊNCIA DE EVOLUÇÃO EM 90% DAS JOGADORAS (…)» é exactamente o inverso do que acontece no Marítimo: com muito pouco fez-se muito mais; nota-se trabalho e nota-se evolução. Os Treinadores têm de ter mérito.
Tal como na Patão. O benfica evoluí CLARMENTE desde que, a meio da época, o Andrade foi despedido para entrar a Filipa Patão.
Caramba Miguel. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Aceito qualquer opinião e a análise no Futebol terá sempre muito de subjectivo. Mas há que procurar colocar alguma objectividade a sustentar as nossas apreciações subjectivas.
Quanto a tudo o resto (que acho o essencial) estamos em sintonia.
Um abraço e saudações leoninas
26 Maio, 2021 at 19:13
“(…)em relação à jogadora que parece o João Félix do FF (a única coca-cola do deserto; boa jogadora mas com “boa Imprensa”), Kika Nazareth (18 anos)(…)”
🙂
Destaco o «boa jogadora mas com “boa Imprensa”».
Alguém falava na / dava destaque a Telma Monteiro se não fosse do Benfocas?
Alguém falava no / dava destaque a Fernando Pimenta e Joana Vasconcelos se não fossem do Benfocas?
“Ah, e tal… Nelson Évora… Patrícia Mamona…”
O Nélson Évora teve mais destaque enquanto esteve no Benfocas.
25 Maio, 2021 at 22:45
Bom texto.
Ainda estou com azia. Sábado tramado.
25 Maio, 2021 at 23:05
‘Tás com azia? Toma!
https://www.iol.pt/multimedia/oratvi/multimedia/imagem/id/60a984e00cf26952d6c6c660/1024
25 Maio, 2021 at 23:06
😀
26 Maio, 2021 at 8:34
Foi o melhor momento do jogo.
26 Maio, 2021 at 9:33
🙂
25 Maio, 2021 at 22:53
Grande trabalho Álvaro!
No início do projecto apostámos bem.
Entretanto o FF evoluiu, principalmente com a entrada do Benfica e aposta em jogadoras de países bem mais competitivos, mas nós estagnámos.
A força da técnica foi suplantada pela técnica da força (claro que aliada a técnica).
Mas já se previa isso quando o Benfica se apresentou…
Hoje pergunto-me se não terá sido a razão da saída do Nuno Cristóvão. Sendo um profundo conhecedor do FF certamente terá previsto que o nosso rival iria ter um outro andamento e teríamos de investir a sério.
Vamos necessitar reformular o paradigma da nossa equipa, utilizando a espinha dorsal (se a mantivermos… por exemplo não me digam que conseguimos perder as duas melhores GR portuguesas ao mesmo tempo) e dotando-a de capacidade física com as contratações que fizermos.
E precisamos de um(a) treinador(a)… a Cova parece o JJ, constrói bem a equipa para o jogo, mas é tão má a gerir o jogo durante os 90 minutos, parece que fica paralisada.
Resta saber se a estrutura quer apostar… volto a pensar na saída do Nuno Cristóvão.
Quanto ao ponto D, concordo com tudo mas considero que o único marketing capaz de espicaçar das massas neste momento será o do reforço declaradamente (não supostamente) evidente.
25 Maio, 2021 at 23:30
Não Paulo R, a entrada do benfica só veio agravar os desequilíbrios do nosso projecto. Ainda o Benfica estava na 2ª divisão e já nós perdíamos Supertaça e Campeonato para o Braga.
No post explico como se foram sucedendo os “equívocos” e não foi só porque outros investiram mais, foi porque nós investimos MAL. E porque não soubemos manter e aumentar a chama galvanizadora que o projecto gerou logo no primeiro ano. E esta falha é tanto mais grave quanto nós somos, histórica e ORGÂNICAMENTE, o Clube em Portugal com melhores condições potenciais para poder gerar essa galvanização e tornar mais sustentável e mais rapidamente um projecto cronicamente vencedor.
Agora, já estamos “a correr atrás do prejuízo”.
Um abraço e saudações leoninas
25 Maio, 2021 at 23:10
https://pbs.twimg.com/media/E2EbwcPXoAIe4Vt.jpg
25 Maio, 2021 at 23:32
Grande post Álvaro!
SL
25 Maio, 2021 at 23:39
Muito bom, como sempre.
Parece-me que o início da queda dá-se com o desleixo de Bruno de Carvalho, ao pensar que a hegemonia estava garantida e que as bases estavam lançadas, o que se veio a provar uma falácia com a entrada do carnide e a forte aposta do braga sobretudo na componente física.
Duvido que alguém no Sporting consiga colocar em prática qualquer um dos pontos que analistas e propões, pois falta visão, paixão pelo FF e, acima de tudo, vontade.
Quanto aos nomes que se falam é de assustar e fugir. Olha, na loucura ia buscar o Joseph Montemurro que penso que está de saída do Arsenal.
25 Maio, 2021 at 23:55
Desculpa Pavel, mas o que é que achas que o o Joseph Montemurro viria fazer para cá? Meter-se neste caldinho que é o FF do Sporting?
Sejamos realistas, treinadores estrangeiros com currículo só depois de fazermos uns bonitos na Champions. E … pelo andar da carruagem … estamos mais inclinados para nos afastarmos desse objectivo do que de o vir a atingir.
Um abraço e saudações leoninas
p.s.: dê uma olhada no trabalho feito pela dupla Luis Gabriel/Luis Faria no Marítimo com um plantel 85 de madeirenses e bastantes jovens e como obteve resultados bem interessantes, especialmente como tornaram a equipa muito competitiva, muito bem trabalhada fisicamente, tacticamente muito versátil e como um grupo que transpira união, compromisso e felicidade (e usei transpira em vez de respira, porque todas suam a camisola)
26 Maio, 2021 at 0:08
Com um grande projeto e uma proposta financeiramente aliciante acredito que conseguiríamos atrair um nome com currículo internacional, agora neste amontoado de erros o mais provável é cair de paraquedas uma comentadora televisiva.
O Montemurro é uma panca minha, como gosto do arsenal cheguei a ver um outro jogo do FF do arsenal e ele até é um bom treinador que arruma bem as equipas, mas com toda a certeza que nunca aterraria aqui.
Dos jogos do marítimo esta época, só vi aquele realizado em alcochete ainda me parece verdinho, mas não invalida que esteja a fazer um excelente trabalho no marítimo e a ser um exemplo para a equipa masculina.
26 Maio, 2021 at 9:39
“mas com toda a certeza que nunca aterraria aqui.”
Depende.
Se fores buscar a Rapinoe, a Martens, a Morgan e a Hegerberg, talvez ele venha.
26 Maio, 2021 at 10:18
Não conheço o treinador mas se derem um projecto sustentado a muitos dos bons treinadores com carreira no FF, com um orçamento condizente, aposto que não se importam de vir trabalhar para cá para colocarem o Sporting no mapa do FF europeu em 2 anos – uma ano para ser campeão cá e outro ano para competir na WCL.
Agora, aí têm de dar entre 2,5% a 5% do orçamento da SAD ao FF…
Com orçamentos de 0,5M€, só apanham Covas…
26 Maio, 2021 at 10:01
Não acho nada que houvesse desleixe com o Bruno de Carvalho.
O problema foi que as ideias do Nuno Cristóvão e da Raquel Sampaio eram diferentes e isso criou problemas entre eles, até porque o treinador era uma velha raposa do FF e a Raquel era uma jovem que estava a dar os primeiros passos como Coordenadora num projecto.
O problema esteve aqui, entre estas duas pessoas. Não se entenderam e o treinador puxou da sua antiguidade e CV no FF para se sobrepor a quem tinha montado todo o projecto com muita competência, só porque essa pessoa era jovem e pouco experiente.
Talvez o Bruno não se tenha apercebido disso, até porque os últimos 6 meses dele no Clube foram cheios de outros problemas para resolver e o FF ainda foi campeão esse ano.
A partir daqui é que o problema ficou óbvio e claro mas aí o Bruno já estava fora do Clube e o Varandas chegou com o Nuno Cristóvão campeão 2 anos, com contrato e em claro conflito com uma jovem que poucos conheciam e provavelmente nem reconheciam todo o trabalho feito. Qualquer pessoa que desconhecesse o que se passava, tendo de optar entre uma velha raposa 2 vezes campeão no clube e uma jovem que dizia que a velha raposa 2 vezes campeão no clube não servia, obviamente escolhia o treinador.
Hoje é fácil ver o erro que isso foi.
Na altura, só quem estava atento, e algo por dentro, podia perceber que quem tinha razão era a Raquel.
Agora, não foi com o Bruno que se desinvestiu no FF, nem tão pouco se desleixou a modalidade. Foi com o Varandas!
26 Maio, 2021 at 10:39
“Qualquer pessoa que desconhecesse o que se passava, tendo de optar entre uma velha raposa 2 vezes campeão no clube e uma jovem que dizia que a velha raposa 2 vezes campeão no clube não servia, obviamente escolhia o treinador.”
O Varandas não é essa pessoa, pois conhecia bem o que se passava no Sporting.
Não era nenhum outsider.
26 Maio, 2021 at 15:45
Não era nenhum outsider, verdade, mas também não sei se era conhecedor do que se fazia no FF…
Das primeiras coisas que aconteceram após o Varandas ser eleito foi a saída da Raquel.
A supertaça que perdemos com o Braga – absolutamente roubados! – foi no dia de tomada de posse do Varandas, se bem me lembro. Se a memória não me falha logo de seguia contrata-se uma sueca e anuncia-se a saída da Raquel, ainda em Setembro ou logo o inicio de Outubro.
Eu não desculpo o Varandas por (eventualmente) não estar a par do que se passava no FF.
Se não estava a par, devia estar!
Se não estava a par, devia inteirar-se antes da Raquel sair porque tinha sido ela a montar TODO o projecto, e bem!
O que me parece é que o Varandas não tem problema em gastar 2,6M€ no Ilori, ou 3M€ no Eduardo, mas acha um problema gastar 1M€ ou 1,5M€ no FF… E é aqui que reside o problema!
Quando se prefere gastar um orçamento num pino que nada adianta ao FM em vez de gastar isso em colocar o Clube na alta roda do FF europeia, está tudo explicado!
E é por isso, entre outras coisas, como a bazófia e as mentiras, que eu não consigo estar ao lado do Varandas nesta hora de alegria do Clube.
26 Maio, 2021 at 0:12
Gosto do trabalho e das ideias da Madalena Gala, considero-a uma boa treinadora, mas desceu o fófó….
26 Maio, 2021 at 2:28
Pois, mas o fófó é quase totalmente amador e assim se quis manter, preferindo descer. Só jogadoras portuguesas e quase todas da sua formação.
Mas isso foi o que fez o Marítimo com apenas um pouco mais: 5 “contratações” externas (considerando externo o Continente) de baixo custo em 3 anos e muito bons resultados.
Também gostei do trabalho do João Ferreira, treinador que entra no 2º jogo da 2ª volta da Série de Apuramento de Campeão do Torreense, substituindo o Nuno Cristóvão que havia deixado a equipa apenas com 1 ponto. Nos 6 jogos que dirigiu, o Torreense perde em Alcochete 3-0 com o Sporting, vai a Albergaria perder apenas por 2-1 (tendo estado a ganhar por 0-1), recebe o Braga e ganha por 1-0, vai a Famalicão ganhar por 02- recebe o Marítimo e perde por 1-2 sofrendo 1 golo aos 90m após ter visto a si LD expulsa pr acumulação de amarelos aos 85 e vai a Condeixa ganhar por 0-2. Recebeu a equipa com 1 ponto em 8 jogos e faz 9 pontos em 6 jogos podendo com uma pontinha de mais sorte fazer 11 ou mesmo 14 e ficar em 6º ou 5º lugar.
Parece-me um treinador com bom futuro. Mas ainda não será aposta para os grandes.
26 Maio, 2021 at 10:02
Mais depressa tinha dado a oportunidade à Gala do que à Cova…
26 Maio, 2021 at 7:07
um post que se impunha, Álvaro, e que merece a atenção de todos nós ou, pelo menos, dos que se lembram que o futebol feminino existe para lá dos dias das conquistas, das derrotas marcantes ou dos piretes da Capeta (temos que mudar o nome da rubrica).
Tentando não repetir o muito que bem escreveste, penso que existe uma pergunta de base: o que queremos para o futebol feminino do Sporting?
Pegamos nas palavras de Maria João Xavier (afinal parece que temos alguém responsável pelo fut fem), senhora com cara de poucos amigos e, por aquilo que vou sabendo, com um ego infinitamente superior ao que a sua carreira de jogadora deveria permitir-lhe, e temos algo do género: “A formação faz parte do ADN do Sporting CP, que tão bons exemplos tem tido espalhados pelo Mundo. O que queremos é passar isto também para o futebol feminino e ter as melhores jogadoras. Estas chamadas têm por base a colaboração estreita entre a professora Susana Cova e a coordenadora da formação Mariana Cabral, que conversam diariamente” (…) No entanto, a dirigente do Clube de Alvalade lembrou que a formação não dará resultados no curto prazo: “É um caminho, até porque a formação não dará resultados ao fim de um ano. O Sporting CP, mesmo tendo retomado em 2016/2017, acrescentou equipas de formação com o passar das épocas. Estamos a começar a recolher os frutos dessa formação agora” (…) face à situação pandémica e à forma de olhar o mercado, a diretora do futebol feminino do Sporting CP afirmou que “as equipas vão ter de se adaptar ao que aí vem. Não podemos nem devemos ir buscar jogadoras que não sejam mais-valias para o plantel. Não vamos tapar o espaço a jogadoras da formação de qualidade idêntica. Estamos atentos ao mercado”.
Isto são palavras proferidas em Julho de 2020, no arranque da temporada que agora terminou com a copiosa e dura derrota caseira, com as lampiãs, e com o sentimento de debandada geral, incluindo de algumas das mais importantes jogadoras da equipa.
Ora, precisamente por aqui vemos a forma amadora como o nosso fut fem é olhado. Cabe na cabeça de alguém, deixar uma época caminhar para o final sem renovar contrato com a Inês, sabendo há meses que a Patrícia estava fora dos planos? Faz algum sentido termos duas jogadoras a anunciar a saída nas suas páginas pessoais, Patrícia e Raquel Fernandes, e, ao fim de quatro dias, não haver uma nota do clube? Faz algum sentido termos uma familiar da Ana Capeta a agradecer publicamente a todas as companheiras e a todos os adeptos pelo carinho, anunciando ao mundo que a avançada vai jogar para o PSV, enquanto o clube continua cantando e rindo como se nada se passasse?
Isto, no fundo, é o espelho do que se passa em Portugal no que toca ao futebol feminino. Podem existir projectos interessantes, como o que já apontaste várias vezes, do Marítimo, mas isso são pequenas bolhas que acabam por ser engolidas/rebentadas por uma inoperância da federação e das associações de futebol português. Alguém ousou aproveitar o impacto do último campeonato do mundo de fut fem, para fazer algo em Portugal? Zero.
Voltando ao Sporting, o que sinto é que está exactamente na mesma pasmaceira. Do projecto inicial, que passava por apostar nas melhores jogadoras nacionais para dominar internamente e ir crescendo a nível dos embates europeus, passou-se para este discurso da formação. Obviamente que eu gosto, ou não fosse eu um “formação lover”, mas é muito complicado estas miúdas cheias de talento crescerem assim:
– numa equipa amorfa, que vive dos esticões de raça de meia dúzia de atletas e que no restante parece não ter qualquer alegria a jogar. Esta equipa está robotizada, bem ao estilo da selecção nacional;
– com uma treinadora e uma directora desportiva cheias de vícios do fut fem tuga, mas com a mania que estão muito à frente vá lá saber-se do quê
E por muito injusto que isto possa parecer, gosto muito do regresso da Diana, mas, infelizmente, para mim é um sinal de mais do mesmo. Vou esperar, obviamente, por aquilo que aí vem, mas quase aposto que vamos ter um mercado sem rasgo e sem um único indício de que é para limpar tudo internamente e começar a preparar uma equipa para a Europa. A conversa da aposta na formação faz todo o sentido, mas precisamos de três ou quatro jogadoras que mudem radicalmente o paradigma e as vistas curtas que norteiam o futebol feminino em Portugal. Enquanto não houver vontade para entregar um milhão ao fut fem, vamos andar sempre nisto e nem descolamos futebolísticamente, nem descolamos enquanto máquina de marketing que, no que toca às mulheres, está completamente emperrada.
Continuo sem entender qual o medo de tentar trazer duas ou três jogadoras de topo que têm impacto imediato no futebol da equipa, fazem evoluir todas as outras e ainda te colocam sob holofotes do universo do futebol feminino. Dou-vos um exemplo: agarrar em 300 mil euros e ir a Bordéus tentar trazer a Khadija, tornando-a numa das referência de um projecto a quatro anos. O não está sempre garantido e sem tentar… Não dá esta? Mantém-se a bitola alta e vamos tentar contratar a Pauline Hammarlund! E já que falamos de suecas (a sério, não aquela boneca veio cá em erasmus), o que poderiam ensinar às nossas jovens jogadoras uma Carline Seger ou uma Nilla Fischer, no meio campo e no centro da defesa? Estão velhas? É vê-las jogar e pensar em todo o impacto que isso traria.
Por tudo o que escrevi acima, também sou da opinião que precisamos virar a mesa no que toca a quem se senta no banco. Precisamos de alguém que venha de um país onde o futebol feminino leva décadas de avanço em relação ao nosso. Um Norio Sasaki ou uma Florence Omagbemi, não aceitariam pegar num projecto consistente? E o que isso poderia abrir-nos ao nível do continente asiático e do continente africano a todos os níveis?
26 Maio, 2021 at 9:47
Excelente, Cherba!
Lá está, há falta de vontade em fazer algo bem feito.
A isto junta-se um amadorismo atroz e fica evidente porque cada ano que passa o panorama é pior!
O FF nunca evoluirá completamente enquanto se olhar para uma Mariana Rosa e se achar que está ali o futuro. Nada contra a rapariga, que dá o que tem. Não é ela que está em causa mas a maneira como olham para o FF e conseguem ver ali alguma coisa… Será uma jogadora para uma equipa qualquer da 1ª Liga, que não é nenhuma pino, mas não é uma jogadora para o Sporting. Faz-me lembrar o Pereirinha… Um jogador banal que nunca percebi como chegou a jogar na 1ª equipa do Sporting. Mas servia perfeitamente para o Belenenses da altura pois não era nenhum pino.
Agora, não admira que vejam na Mariana futuro quando os mesmos olhos vão buscar uma Amanda Perez… e ainda renovam com ela para uma 2ª época!
26 Maio, 2021 at 9:54
“Agora, não admira que vejam na Mariana futuro quando os mesmos olhos vão buscar uma Amanda Perez… e ainda renovam com ela para uma 2ª época!”
Um dos maiores erros de casting, a somar aos outros.
26 Maio, 2021 at 9:56
Há mais incompetência do que parece.
Para não voltarem a fazer estes erros de casting, agarram-se ao argumento da aposta na formação e vão buscar uma jogadora que já funcionou no clube.
É aguardar pelos próximos capítulos. Pode ser que o discurso mude (mesmo apostando-se na formação, sem dúvida… mas não basta).
26 Maio, 2021 at 10:14
Grilo, só não vê que há incompetência, e muita, quem não quer.
Mas eu falo nisso aqui na Tasca há 3 anos – já criticava o que se fez na 2ª época em termos de melhoramento do plantel! – e era o ÚNICO a fazer isso. Toda a gente me “batia”.
Infelizmente, quem tinha razão era eu. Foi uma situação muito similar ao Zazuz, quando em 2016 disse que o gajo não servia para o Sporting e (quase) toda a gente me caiu em cima.
26 Maio, 2021 at 11:49
Há mais soberba do que incompetência. Se como segundo se diz, apresentaram propostas de renovação o mês passado.,estavam à espera que as jogadoras não fossem resolver a sua vida em final de contrato só porque era o grande Sporting? O FF não pode ser dirigido como era no tempo de SC.
Quem acompanha o FF há algum tempo, e conhece o meio pensa como eu. O treinador ideal está neste momento no futebol masculino, no Boavista e pelo que sei foi um dos três nomes contatados que tu referistes. Outro dos nomes de tão ofendida a pessoa é na Sporttv pelos seus comentários, não sei como seria.
26 Maio, 2021 at 11:59
” Outro dos nomes de tão ofendida a pessoa é na Sporttv pelos seus comentários, não sei como seria.”
Estás a falar da Helena Costa?
https://lh3.googleusercontent.com/-T8Kw9uti6X4/XGxX7e0Z1aI/AAAAAAAAES4/4oyfGpXvPLothXJWtVhUDgF_vECtqSCfQCHMYCw/s5000/%255BUNSET%255D
26 Maio, 2021 at 12:07
Sim. Segundo foi público em 2016, ela teria sido convidada e terá recusado.
26 Maio, 2021 at 16:03
“Há mais soberba do que incompetência. ”
Por acaso acho que é exactamente o contrário.
Não vejo soberba nenhuma e vejo um grau de incompetência que me parece até difícil de acreditar numa estrutura profissional. Mas os factos, que vão aparecendo, porque a verdade chega sempre mesmo que demore, apontam para uma enorme incompetência, que pode muito bem estar associada a uma ausência de estratégia e rumo de quem dirige, primeiro o Clube e a SAD, e depois de quem está à frente da modalidade.
Não sei quem é essa pessoa do Boavista.
Mas se está num clube profissional, alguma coisa deve saber. É diferente de ir buscar alguém que jogou, sem grande relevo, e depois é professora de Educação Física.
Da Helena Costa tenho ouvido sempre dizer bem mas nunca a vi a trabalhar em lado nenhum relevante. Não aprecio por aí além os seus comentários na TV, o que me deixa de pé atrás, porque uma pessoa conhecedora normalmente faz comentários assertivos.
Além disso nota-se alguma parcialidade, o que numa profissional não é bom sinal.
Já vimos que o FM do Sporting mudou quando, finalmente, acertaram num bom treinador.
O Futsal vê-se o que faz, porque tem um excelente treinador.
O Hóquei é a mesma coisa.
Acho que o Basquetebol também tem um bom treinador e, por isso, está na luta pelo título.
Não percebo como se aposta numa professora de ginástica, sem grande CV no FF, para ficar à frente da equipa e assumir a luta pelo campeonato. Pior ainda quando lhe metem na mão um plantel desequilibrado.
Enfim, para mim são duas coisas: falta de estratégia/rumo e incompetência! E isso reflecte-se num treinadora fraca e num plantel que deixa muito a desejar e desequilibrado.
E no topo disto está uma falta de vontade evidente para com o FF.
26 Maio, 2021 at 20:44
O treinador adjunto do Boavista é o Pedro Bouças.
26 Maio, 2021 at 11:54
Não havendo transferências, é normal que se trabalhem plantéis através de finais de contrato, quer em entradas quer em saídas. Assim sendo, hoje é preciso preparar já o plantel de 2022/23.
26 Maio, 2021 at 15:49
Foda-se, ó Nuno, não é a 1 mês do fim da época que se apresentam propostas para renovar… Nem no FF, nem em porra nenhuma profissional!
Há piadas e há piadinhas sem sentido…
26 Maio, 2021 at 19:09
Não é piadinha, é como se deve fazer.
26 Maio, 2021 at 9:52
Só não vêm isso quem não quer mesmo ver.
26 Maio, 2021 at 10:26
Não percebo nada disso, mas há uma questão transversal a esta e outras modalidades. Estamos muitos e bons anos atrás de outros países no futebol feminino, por uma razão ou outra, em termos de competitividade. Não se vai a europeus, olímpicos e mundiais, por alguma razão será.
Assim sendo, era inevitável apostar numa estrutura estrangeira, treinador(a) e mesmo director(a). Vale para o Sporting como para a FPF.
Como estamos em ano olímpico, é ver o que fazem os países que querem dar cartas em modalidades em que não têm história. O primeiro passo é sempre ir buscar técnicos estrangeiros de potências. Portugal tem um exemplo na canoagem.
Só mesmo em Portugal o chauvinismo e o sectarismo falam mais alto.
26 Maio, 2021 at 10:42
Isto.
Continuamos a discutir quem sao os melhores entre os maus, onde “um fez merda mas o outro fez ainda mais merda”.
Nem sei se ‘e chauvinismo, se e’ corporativismo, se e’ incompetencia pura e falta de visao de mercado: queres competencia pagas. Nao tens essa competencia ao pe’ da porta, vais ‘a porta ao lado. Queres competencia e nao a queres pagar, reza…
SL
26 Maio, 2021 at 16:10
É tudo isso associado às características da jogadora portuguesa, que são baixas, pouco físicas e lentas. Estas características resultam logo, à partida, num perspectiva de óbvia falta de competitividade.
Portanto, pelo que tu dizes, e na minha opinião bem, e por isto, não se vai evoluir rapidamente se mantivermos a aposta no treinador português medíocre e na jogadora portuguesa média. Nunca vamos evoluir jogadoras deste tipo com treinadores medíocres e com equipas/campeonatos pouco competitivos/exigentes.
Por isso é que, 5 épocas depois do regresso do Sporting, e da entrada do Braga, ao FF, se percebe que a maioria das jogadoras que estavam inicialmente nessas 2 equipas não só na evoluíram como algumas regrediram.
26 Maio, 2021 at 22:59
Cherba é um facto que o nosso FF sofreu um forte desinvestimento por via de alguns equívocos de base que estão expressos nas palavras da Maria João Xavier.
Primeiro que o Futebol do Sporting vingará com base (só) na Formação e que será a Formação que lhe garantirá o sucesso.
Segundo, que as estrangeiras (e as portuguesa no estrangeiro) contratadas foram mais-valias.
Terceiro que não é necessário um investimento relativamente forte para fazer vingar o projecto de FF do Sporting.
A Formação está MUITO BEM desenhada e fornecerá decerto, com regularidade, boas opções à nossa equipa principal. Mas nunca poderá ser a sua exclusiva fonte se quisermos ter sucesso.
Sou de opinião que um plantel A do Sporting deve ter 5 ou um máximo de 6 jogadoras estrangeiras; mas qualquer delas terá de ter qualidade para ser uma titular que acrescenta algo à equipa e que pode ajudar as outras, principalmente as mais jovens, a crescer. Isso até pode implicar mais investimento, mas face ao nosso histórico (até temos tido 5 estrangeiras com esta direcção), diria que tem de começar por implicar MELHOR e MAIS ASSERTIVO investimento.
O que acrescentaram ao nosso plantel a Carlyn Baldwin, a Sharon Wojcik , a Carolina Venegas, a Syd Blomqvist, a Nathalie Persson, a Wibke Meister, a Amanda Perez, que não encontrássemos em Portugal (melhor e mais barato) ?
Ou mesmo o que acrescentaram a Ana Leite, a Carolina Mendes ou a Mónica Mendes para as irmos buscar ao estrangeiro e pagar-lhes os mais altos ordenados da equipa, que não conseguíssemos adquirir em Portugal a muito melhor relação preço/qualidade?
No post, quase não precisei de sair do nosso campeonato para indicar como, entre saídas e entradas, se aumentava exponencialmente a qualidade, o equilíbrio e as alternativas do plantel e feito o balanço até talvez só se tivesse aumentado o orçamento em menos de 100 ou 200 mil euros (claro que não contava com a sangria que parece que se avizinha; mas já preconizava uma “redução de gorduras” que até incluía algumas das que saem).
Sejamos claros: no actual Sporting, saindo a Patrícia, a Mónica, a Wibke, a Carlyn, a Amanda, a Carolina e a Raquel saem 7 vencimentos que estão seguramente entre os 12 mais altos do plantel e que podem permitir entradas que reforcem o plantel, implicando alguns custos de aquisição mas poupando na folha salarial. E quando falava da Rayane, da Gi, da Vanessa, da Norton, da Vitória, da Telma e eventualmente da Diana (que é quem acaba por vir), estaria a falar de custos de aquisição a rondar os 300.000 euros e poupanças na folha salarial a rondar os 100.000 euros.
Isto para ficares com um plantel que teria
Guarda Redes: Inês Pereira (?) e Carolina Jóia
Defesas Direitas: RAYANE MACHADO*1 e Mariana Rosa
Defesas Centrais: GI SANTOS, Nevena Damjanovic (?), Bruna Lourenço, Carolina Beckert
Defesas Esquerdas: Joana Marchão e Alícia Correia
Médias: Tatiana Pinto, VANESSA MARQUES*2 , Fátima Pinto (?), Andreia Jacinto, ANDREIA NORTON*3 , Marta Ferreira e Inês Gonçalves
Extrema Direita: Ana Borges, Ana Capeta *4 (?)
Pontas de Lança: VITÓRIA ALMEIDA e TELMA ENCARNAÇÃO*5
Extrema Esquerda: DIANA SILVA e Neuza Besugo
*1 A Rayane em caso de lesão ou gestão de esforço da Ana Borges, pode muito bem fazer com apreço a a ala direita ofensiva
*2 A Vanessa Marques seria preferencialmente trinco mas também é óptima a 8 (a Tatiana a trinco)
*3 A Andreia Norton é muito polivalente: pode ser um 8 box-to-box ou jogar a ala em qualquer dos lados num 4-4-2 losango
*4 A Capeta, se não saísse, poderá fazer qualquer das extremas ou avançada (P-L)
*5 A Telma Encarnação pode ser ponta de lança alternativa à Vitória, pode jogar “ao lado desta” o pode jogar a partir da ala direita para o interior da área.
Acho que esta, não havendo mais saídas, poderia ser uma abordagem muito assertiva do mercado e que nos daria uma equipa muto mais equilibrada, muito mais intensa e com muito mais opções, permitindo uma muito melhor gestão do esforço. Qualquer das jogadoras que entra acrescenta imensa intensidade ao jogo e 3 delas (a Gi, a Vanessa e a Vitória) também acrescentam altura. Claro que as eventuais saídas da Ana Capeta e, sobretudo, da Fátima Pinto implicam mais aquisições. A Dzsenifer Dzsenifer Maroszan, atualmente emprestada pelo Lyon ao OLReign de Seattle ou a Jill Roord, holandesa no Arsenal, qualquer delas seria opção de luxo para suprir o lugar da Fátima Pinto mas na posição “10” (com a Vanessa a trinco e a Andreia a 8 ou a Tatiana a trinco e a Vanessa a 8; a Marozsán ainda faz a posição de extrema esquerda com muito jogo interior); para o “lugar” da Capeta a Ludmila da Silva (extrema direita ou 2ª avançada). Estas seriam aquisições mais caras mas “oferecem” muito espectáculo e aumentam consideravelmente a qualidade de jogo. Com este nível de jogadoras, já apostaria na sugestão do Pavel de contratar para treinador o australiano Joseph Montemurro que parece estar de saída do Arsenal (onde esteve 4 anos; até poderia “facilitar” a vinda da Jill Roord).
Esta versão mais larga da recomposição do plantel, após entradas e saídas, deveria custar um aumento total de cerca de 0,7M€.
Na minha opinião valia bem a pena investir até mais 1,5M€ nos próximos 2 anos.
Mas não deve ser essa a opinião do CA da SAD. Devem preferir pagar mais um ano do Illori e do Camacho.
SL
27 Maio, 2021 at 0:00
As sugestoes de Treinadora a sério, exótica qb, mas que Sabe o que faz sao bem malhadas. Sem massa, resta a melhor afinacao possível das que ficam e daquilo que há. Mas nao dará para muito mais que isto com os actuais limites morfológicos da equipa.
(A formacao será mais rapidamente util no Futsal feminino mas bastaria um bom par destas bicampeas: https://www.youtube.com/watch?v=Wl4-mMXT6M0&t=60s para a equipa dar um Salto)
26 Maio, 2021 at 8:08
Não é difícil de perceber que o FF vai ter o mesmo tratamento que o voleibol.
O projeto passará por vermos chegar um carregamento de estrangeiras e…pode ser que resulte.
26 Maio, 2021 at 9:59
Se forem do meso calibre de Amanda Pérez…
Às tantas, vão buscar esta Amanda Perez… 🙂
https://photos.bandsintown.com/thumb/9926121.jpeg
26 Maio, 2021 at 10:34
*mesmo
26 Maio, 2021 at 9:04
Que grande radiografia do nosso FF.
Obrigado Álvaro pelas ideias e planos.
O que custa mais é que nem era difícil colocar este projecto a ter sucesso e mediatismo !
Com isso viriam sempre mais receitas o que poderia tornar a coisa muito sustentável.
26 Maio, 2021 at 10:09
Que grandíssimo post.
Parabéns Álvaro!!
26 Maio, 2021 at 19:20
Intervenções minhas:
https://twitter.com/humb_fern/status/1396640472479813632
https://twitter.com/humb_fern/status/1396640479505174529
https://twitter.com/humb_fern/status/1396305993529794565
https://www.facebook.com/SportingCPFutebolFeminino/posts/1448165438867258
27 Maio, 2021 at 23:51
Estamos num momento absolutamente definidor no projecto do Futebol Feminino Profissional do Sporting CP.
Impende sobre o mesmo, a olhos vistos (na praça pública), a real possibilidade de implosão, no que ele tem de substancial, de ser um projecto agregador de jogadoras nacionais de topo e de atractividade para quem olha de fora para ele.
Pouco importa neste momento, como chegámos aqui, sendo (para mim) certo, que a incapacidade de quem no comando do mesmo, quer no cargo de Treinadora e no de Directora do Futebol Feminino, ao não se mostrarem capazes de recolocar o clube na rota de sucessos, consubstanciada em títulos, confere-lhes a condição de ‘serem parte do passado’, e portanto não serem parte da solução que se deseja e antecipa, e que urge esteja a ser implementada, com gente credível na sua condução e com os meios que poderão fazer do projecto uma referência, no que quer que isso queira dizer.
O ponto será mesmo esse, da ausência, de anúncio público das mudanças, de quem esteja a sair do comando, e de quem passou a fazer parte do mesmo.
É que, bem recordo, todo o roteiro que iniciado (digamos) em 07MAI2019 (‘Quo vadis, Sporting?’ de ABM) e como ele se cumpriu com a publicitação do que entenderam:
– 05.05.2019 – o Sporting CP empatou 0-0 em Braga (21ª /penúltima jornada), quando um resultado com 3 golos de diferença lhe garantia o título.
E ainda as leoas/equipa ‘lambiam as feridas do desaire’, com uma jornada por realizar, segue-se o tal artigo, e a ‘pedrada’ (de 07MAI) que acabou por derrubar NC do comando.
Importa lembrar, aqui e agora, que desde o final da 1ª volta da época 2018/2019, já alguém (MJX) opinava (agoirava) a 10.12.2018: “o título está (quase) entregue”, para em 11.12.2018, assinar “O fim de um ciclo?”, ‘fazendo pontaria’, ora do blogue ‘passes em profundidade’ ora publicando do ‘Sindicato dos Jogadores’.
– 07.05.2019 – o referido artigo de ABM, clamando por mudanças.
– 13.05.2019 – noticia o jornal ‘O JOGO’ – *Os responsáveis do Sporting já estão reunidos com o próximo técnico, que deverá ser anunciado em breve.*
– 14.05.2019 – o prof. Nuno Cristóvão sai do Sporting CP, anunciando o clube que o técnico deixa o comando da equipa de futebol feminino.
– 15.05.2019 – o site, ‘Sporting Clube de Portugal – Futebol Feminino’, anuncia *“que não vão transitar para a próxima temporada as jogadoras Sydney Blomquist, Matilde Figueiras, Bárbara Marques, Constança Silva e a capitã Solange Carvalhas…”*
[nota minha: o anterior treinador (prof. Nuno Cristóvão), nada teve a ver com estas dispensas/saídas.]
– 29.05.2019 – entra (oficialmente…) Susana Cova – o Sporting CP anuncia a sua contratação como treinadora.
Seguem-se três contratações: Raquel Fernandes (26JUL), Wibke Meister (24JUL) e Hannah Wilkinson
Aquele roteiro contrasta com o está a acontecer.
– 22.05.2021 – o Sporting CP perde estrondosamente em Alvalade, e a derradeira hipótese de chegar a UM título que fosse em dois anos, jogadas CINCO competições, esfuma-se.
O que temos por ora, e ainda, são silêncios, a não ser os ecos do estrondo de saídas e de potenciais não renovações.
Um grande clube que tem como lema ‘Esforço, devoção, dedicação e glória’ e o motto do FutFem #NãoHáDesculpas, não pode olhar para um dos seus braços, a esvair-se, ‘encolhendo os ombros’.
https://twitter.com/humb_fern/status/1398001405684764679
28 Maio, 2021 at 1:17
Humberto, não foram 5 foram 6 competições consecutivas que não foram conquistadas: Supertaça e Campeonato 2019 (Braga), Taça de Portugal de 2019 (Benfica), Taça da Liga 2020 (Benfica) Taça da Liga e Campeonato 2021 (Benfica).
Concordo consigo que é URGENTE mudar o Rumo.
Mas, infelizmente,não vejo nesta SAD competência, nem tão pouco vontade para operar essa mudança. E era tão fácil!!
Um abraço e saudações leoninas
29 Maio, 2021 at 7:57
Sob o comando da treinadora Susana Cova e da Directora do Futebol Feminino, Maria João Xavier (que foi o objecto principal do que escrevi), reafirmo:
Houve ZERO títulos em CINCO provas disputadas no seu mandato, em que o Sporting tenha participado por direito:
2021.05.23 (terminou em) – Liga BPI 2020-2021: SLB
2021.03.17 – Taça da Liga BPI 2020-2021: SCP 1-2 SLB
2021.01.12 – Taça de Portugal BPI 2019-2020: SLB 1-3 SCB
2021.01.06 – Taça de Liga BPI 2019-2020: SLB 3-0 SCB
2020.02.23 (terminou com a 15ªJ) – Liga BPI 2019-2020 (não houve campeão – SLB designado/indicado para a UWCL)
Veio rectificar-me dizendo que foram 6 competições, mencionando a Supertaça 2019: (2019.09.08 – Supertaça Feminina de 2019: SCB 0-1 SLB)
Obviamente o SCP não perdeu essa competição, já que, nem nela tinha lugar, nem a disputou.
O que fez tem nome, e não repita que só lhe fica mal.