A Sporting SAD fechou o terceiro trimestre do exercício de 2020/21, onde quebrou o maior jejum de sempre sem ganhar o Campeonato, com um prejuízo de 23,5 milhões de euros, de acordo com a comunicação enviada na noite desta segunda-feira à CMVM. Os leões averbaram mais 16,6 milhões negativos entre dezembro e março.

“O resultado líquido negativo de 23,5 milhões de euros é resultante do impacto da pandemia Covid-19: o mercado de transferências teve contração a nível mundial do número de transações e valor, que resultou numa quebra do volume de vendas de jogadores de 66 milhões de euros, sendo ainda assim de destacar as transações de Marcos Acuña por 10,5 milhões de euros acrescido de variáveis e de Marcus Wendel por 20,3 milhões de euros acrescido de variáveis; e a quebra nas receitas operacionais excluindo transações de jogadores, em 15 milhões de euros no trimestre e 20 milhões de euros, estimados, na época”, explicam os leões no Relatório e Contas.

Ainda assim, e de acordo com a mesma missiva, “o modelo assente na formação, com 11 jogadores da formação na equipa” permitiu uma “redução dos gastos operacionais em 15,4 milhões de euros (19%), dos quais 3,3 milhões de euros são redução em gastos com pessoal (menos 7%), resultantes numa redução do déficit operacional excluindo transações de jogadores em 2%”. “Houve uma alteração de custos de estrutura, com a redução de 7% na massa salarial em 3,3 milhões de euros. De realçar que desde a época 2018/19, a redução salarial estrutural foi de cerca de 16 milhões de euros quando comparado com a época atual”, acrescentam.

“A reestruturação no plantel principal efetuada ao longo das duas épocas anteriores, e que resultou num custo extraordinário em indemnizações, permitiu uma poupança estrutural muito significativa, estando a Sporting SAD agora a colher os frutos desse planeamento. É de realçar que o empenho realizado para a aceleração de concretização deste modelo permitiu à SAD minimizar os efeitos causados pela pandemia, constituindo um escudo protetor fundamental para permitir a solvabilidade da sociedade”, advoga a SAD verde e branca.

“Os resultados do primeiro semestre da época 2020/21 resultam do impacto incontornável das consequências causadas pela pandemia Covid-19, cujo efeito tem sido global, não sendo a Sporting SAD exceção. A Sporting SAD fechou o terceiro trimestre da época desportiva de 2020/21 com um volume de negócios de 75,1 milhões de euros, o que representa uma redução de 52% face ao período homólogo. Num ano “normal”, sem o efeito da pandemia, os resultados agora apresentados seriam positivos, não se verificando a forte contração no mercado de transferências e a quebra significativa dos resultados operacionais sem transações de jogadores”, defende.

A Sporting SAD atribui também “responsabilidade” ao ligeiro aumento do passivo pela contratação de Paulinho ao Sp. Braga, que custou 16 milhões de euros para o Sp. Braga mais 772 mil euros de encargos. “As variações na posição financeira são essencialmente devidas a: redução do ativo em cerca de 20.049 milhares de euros, essencialmente explicado pela redução da rubrica de clientes e do cash disponível, que por sua vez é em parte compensado com o aumento do valor do plantel em 6.526 milhares de euros; ligeiro aumento do passivo em cerca de 4.030 milhares de euros, relacionado o aumento da rubrica de fornecedores pela aquisição dos direitos económicos do jogador Paulinho pelo montante de 16 milhões de euros; deterioração dos capitais próprios em cerca de 24.080 milhares de euros na sequência do resultado do trimestre e dos desvios actuariais relacionados com o complemento de reforma que ascenderam a 576 milhares de euros”, ressalva também.