Jogo 1: Sporting 74 – 72 FC Porto
O FC Porto supreendeu no 5 inicial. Não sei se foi de propósito, ou se o Tanner Mcgrew estava tocado, mas coube ao ex-All American ficar de fora, indo o Porto a jogo com uma equipa mais baixa e móvel, mas com igual poder de fogo no jogo exterior. Contra Brad Tinsley, Jalen Riley, Garreth Nevels, Larry Gordon e Eric Anderson, o Sporting começou com o seu 5 habitual – Ventura, Ellisor, Travante, João Fernandes e Fields. À primeira vista teríamos vantagem no jogo interior, mas como já vimos no passado, uma equipa mais móvel e solidária defensivamente, pode compensar a falta de centímetros nas zonas próximas do cesto.

E assim foi… O Porto entrou a trocar bem a bola, conseguindo quase sempre encontrar o homem livre para lançar, mas as percentagens de lançamento estavam baixas. Do nosso lado começamos com Ellisor e Ventura a lerem bem o jogo e a tirarem partido das vantagens sobre os seus marcadores directos. O Porto defendia bem o 2×2 que Travante realiza e fechava muito bem a zona central à penetrações do americano do Alaska e de Sir James, e por isso ficavamos mais limitados em termos ofensivos. Um parcial de 11-0, muito conseguido em rápidas transições e contra-ataques levam-nos em vantagem para o intervalo.

O Porto faz um grande 3º período. Melhorou defensivamente, sobretudo na intensidade, os triplos começaram a cair e foram a ganhar para o 4º período, onde, com as nossas principais figuras tapadas, surgem Shakir e sobretudo Micah Downs. ambos estiveram muito bem a lançar dos 3 pontos e o reforço de inverno sofre falta a 2 segundos do fim, quando lançava de 3 pontos, com o jogo estava empatado a 72. Marcou os 2 primeiros lançamentos e falha o 3º de propósito para o tempo terminar. Micah termina com 27 pontos e 5/7 da linha dos 3 pontos e foi a grande figura do jogo.
Terminamos com 40% de eficácia da linha dos 3 pontos, contra os 33 % do FC Porto. De resto tudo muito igual em termos estatísticos, com o Sporting a destacar-se com os 43 pontos a vir do banco, muito por culpa de Micah Downs (27) e Shakir Smith (11).

Jogo 2: Sporting 69 – 81 FC Porto
Os mesmos 5’s iniciais, mas um jogo diferente, desde logo porque o Porto entrou com maior determinação na defesa e no ataque, os triplos começaram a cair desde o apito inicial. Eles conseguiam trocar bem a bola, com o seu ataque mais móvel e encontravam quase sempre o homem livre para lançar. O Sporting procurou desde logo ganhar vantagem na área pintada e na luta dos ressaltos e foi um jogo muito duro, cheio de faltas e paragens. O Porto esteve quase sempre na frente – 18-12 no final do 1º período, 29-32 no final do 2º e 49-63 no final do 3º.

No último período, ambas as equipas começam mal. Muita indefinição no ataque e precipitação levavam a maus lançamentos e perdas de bola. Até que, o Sporting, é a primeira equipa que parece querer acalmar e em conjunto com 4 turnovers seguidos do Porto consegue um parcial 12-0 e coloca-se novamente em jogo. O Porto só após dois timeout’s é que consegue estancar a hemorragia e regressa à partida com estrondo! Travante atinge a 5ª falta a 1:16 minutos do fim, com 66-73 no marcador, mas daqui até final o Porto esteve melhor e aumentou ainda mais a vantagem.

Eles foram melhores em todas as percentagens de lançamento, tendo o Sporting passado de 40% de eficácia nos lançamentos de 3 pontos, no Jogo 1, para uns miseráveis 17% no jogo 2. Se somarmos a isso os 68% da linha de lance livre, para onde fomos 22 vezes e se juntarmos à equação que, fizemos quase mais 20 lançamentos de campo que o FC Porto (68 contra 50), facilmente percebemos onde esteve o grande problema deste jogo (independentemente da exibição) – falta de eficácia nos lançamentos.

Jogo 3: FC Porto 87 – 73 Sporting
Após a derrota no João Rocha, o Sporting sabia que para ser campeão, tinha que ganhar pelo menos um jogo no Dragão. As equipas estavam igualadas e por isso nenhuma delas entrava mais pressionada que a outra. O FC Porto mantém o mesmo 5 inicial dos jogos 1 e 2, mas o Sporting troca Ventura e João Fernandes, por Shakir Smith e Micah Downs. Presumo que a intenção destas alterações, fosse ter maior poder de fogo na linha dos 3 pontos, logo desde o início do jogo, de forma a colocar o Porto em maior pressão para o vencer. A história aqui foi um pouco igual, com o Porto a entrar muito forte defensivamente, com a cabeça mais tranquila e melhores percentagens de lançamento.

O Sporting por sua vez, parecia muito nervoso e com ideias pouco claras, sobretudo no 2º período e embora eu ache que não que eu ache que tenha havido erros flagrantes na arbitragem (neste jogo), acho que a mesma condicionou certos jogadores. Travante e Ellisor eram bastante pressionados quando atacavam, sem que fossem marcadas faltas aos defensores e em situações em tudo semelhantes, no lado contrário do campo, as faltas saíam. Isto enervou os jogadores e Travante acaba expulso com 2 faltas técnicas ao fim de 12 minutos de jogo. A partir daqui o Sporting ficou mais desnorteado, até porque Ellisor estava off neste jogo (terminou mesmo com 0 pontos marcados) e não havia ninguém que parecia capaz de pegar na batuta da equipa.

Ao intervalo corrigimos algumas deficiências e preparamos a equipa para jogar sem Travante. Encetamos uma pequena recuperação e, após termos estado a perder por 18 pontos, ficamos a apenas 7 no final do 3º período. No último quarto do jogo, o Porto voltou a entrar forte e determinado a fechar o jogo e com um parcial de 26-19, passa para a frente da série por 2-1, ficando com a possibilidade de se sagrar campeão no jogo 4, em sua casa!

Travante fez 1 ponto em 12 minutos e Ellisor 0 pontos em quase 20 minutos de jogo. A jogar uma final, contra um adversário como o FC Porto, eu diria que é a morte do artista. E foi… O Porto voltou a ter melhores percentagens de lançamentos em toda a linha e ganhou com alguma margem a luta das tabelas, sendo que desta vez até fez mais lançamentos de campo que o Sporting.

Jogo 4: FC Porto 76 – 80 Sporting
O Sporting entrava muuuuito pressionado para este jogo. O Porto já sabia como ganhar-nos e sabia sobretudo que, com uma boa intensidade defensiva, conseguia ir sustendo as principais figuras do Sporting. Curiosamente, o Sporting até entrou mais tranquilo neste jogo que no anterior, mesmo estando mais pressionado e estivémos quase sempre na frente, mas talvez pelo que tinha acontecido no jogo anterior, ou pela pressão deste, Luis Magalhães protestava imenso e viu rapidamente 2 faltas técnicas, sendo expulso da partida. Coube a António Paulo, um dos adjuntos, pegar na equipa e a realidade é que a expulsão do principal timoneiro fez-nos bem. A equipa uniu-se mais em torno de si mesmo e tornou este 1º período muito equilibrado e não esmoreceu no 2º quando as rotações foram mais evidentes. Travante que só tinha feito 12 minutos no dia anterior jogava o jogo todo e o Sporting vai para o intervalo em vantagem por 34-42.

No 3º período, uma pecha do Sporting nos dois jogos anteriores, a toada manteve-se, com o Sporting a ter uma vantagem de 14 pontos, quando entravamos na fase final deste 3º quarto. O Sporting atacava os jogadores interiores do Porto que se iam enchendo de faltas, o que os obrigava a baixar a intensidade defensiva. Falo de Miguel Queiroz e Eric Anderson. O Porto sentiu algumas dificuldades com a rotação, pois quando colocava João Torrié em campo, a equipa ressentia-se.

Ora, eu não gosto muito de falar de arbitragens no basquetebol, pois existem 3 árbitros e acesso a pedido ao instant replay, mas vou ter que o fazer, porque num jogo grande como este, houve alguns erros flagrantes a partir deste momento (sobretudo no início do 4º período). O Porto conseguiu manter os seus principais jogadores com 4 faltas (Eric Anderson, Jalen Riley e Miguel Queiroz), enquanto que o Sporting chegou rapidamente às 5 faltas de equipa no início do 4º período, algumas delas erros flagrantes de arbitragem. O Porto soube aproveitar esse momento e quer de 3, quer da linha de lance livre foi recuperando e equilibrou o marcador. Travante é excluído com 5 faltas a 3:52 minutos do final e valeu-nos Shakir Smith com 2 lançamentos fantásticos, cheios de arco, que nos valeram 5 pontos consecutivos a 20 segundos do fim e nos deixaram com uma margem de 4 pontos de vantagem, garantindo-nos a vitória.
Travante foi o MVP com 19 pontos, bem coadjuvado por Ellisor com 14 e Fields e Micah, ambos com 11.

O Porto foi melhor nas percentagens de 2 e lance livre, mas o Sporting ganhou a de 3, embora ninguém possa ficar satisfeito com os 22 e 21% de eficácia de lançamento!

A Negra!
O Porto já sabe como nos ganhar, por isso não é de esperar grandes mudanças em termos estratégicos. Eles têm lançado muito de 3 pontos, nalguns jogos destas finais até mais do que de 2, não só pelas características dos jogadores que apresentam em campo, mas porque o Sporting tenta fechar bem a área pintada. Defensivamente têm conseguido igualar a intensidade defensiva do Sporting e fecham muito bem o centro do campo, com as ajudas a virem do lado contrário. Riley e Nevels têm sido uma carraças…

Quando falei nos reforços de inverno, porque houve muita celeuma com a contratação de Micah (que eu acho que nunca esteve realmente a 100% fisicamente), lembrem-se que o Porto neste momento tem 6 estrangeiros e Nevels, o seu 6º americano, tem sido um dos destaques nestas finais, por aquilo que tem acrescentado em ambos os lados do campo.

Do lado do Sporting, pede-se cabeça e serenidade, mas sem perder intensidade. Jogar com calma ofensivamente, escolhendo bem as vantagens que surgem e não forçando lançamentos. Na defesa… Dar tudo! Quem viu os jogos e viu o que aconteceu estatisticamente, vai perceber que, muito provavelmente, vai-se resumir tudo as percentagens de lançamento!

Vamos ver o que nos espera… FORÇA EQUIPA! É dia de dar TUDO caral…!

*quando o nosso Basquetebol entra na quadra, o Tigas dispara um petisco a saber a cesto de vitória sobre a sineta