O tema da formação é sempre abordado quando falamos de futuro. A triste fatalidade de nunca termos criado equipas masculinas vai trazer consequências graves se não for rapidamente tratada.
O Miguel Albuquerque tinha grandes dificuldades em entender o voleibol de formação no Sporting CP e cito-o numa entrevista onde dizia: “Como é que eu posso apostar de um voleibol, se alguém souber que me ajude. Não existe formação de voleibol em Portugal. A pouca formação masculina que existe está a Norte e não tem suficiente qualidade para alimentar os clubes como o Sporting ou como o Benfica”.
Acontece que, com a vinda de José Carlos Manaças, houve uma alteração de postura e, para este ano, está a fazer-se algo para mudar este passado pouco vistoso. Estou a falar da formação masculina porque no feminino está a ser um grande sucesso. O número de atletas de formação, tal como o número continuo de interessadas em pertencer a este projeto, é sempre massivo anualmente.
Como dizia, tenho interpretado que o senhor Manaças tem chamado a si esta pasta. Digo isto com base nos seus posts do Facebook com a divulgação do open day (antes dos anúncios oficiais) e fotografias do último open day (creio que a Sporting TV não acompanhou os dias e ele foi o único a fazê-lo digitalmente). Portanto, quem chama holofotes para si, normalmente é porque é o responsável. Vou assumir desta forma porque é uma questão de ego.
A verdade é que há um projeto neste momento e por isso vou fazer comentários sobre alguns pontos que fui percebendo através de documentos, posts no Instagram e Facebook, comentários no grupo de voleibol. Tudo junto vou passar a minha interpretação. A parte boa é que eu, ao dar a minha opinião, partilho os dados que me levaram a ela por isso, cada um pode concordar ou discordar:
### Estrutura de Formação Feminina com muitas saídas onde realço a saída da Daniela Loureiro que é, para mim, a melhor (das melhores, se quiserem) treinadoras de formação (pelo menos) da região de Lisboa. A Daniela Loureiro era também a coordenadora do projeto ainda de quando estávamos na 2ª divisão e o Sporting CP não era o “petisco delicioso” que é agora. Ainda dava muito trabalho, digamos assim.
Vimos sair a Mafalda Botelho e repara-se que nenhuma atleta sénior está na formação. As saídas são muitas para um curto espaço de tempo. Tantas mudanças num projeto cimentado significa sempre novos rumos. Seja no futebol, seja onde for. Quando uma estrutura muda é porque o rumo mudou, as ideias mudaram, quem manda mudou.
### Pela página de apoio ao voleibol Feminino vão-se notando “bocas” aqui e ali. Nota-se que, o tema das saídas que abordei antes, pode influenciar algumas jovens atletas a mudar de clube. Vi também alguns apontamentos pela falta de informação. Só com o início da época é que vamos conseguir apurar isso.
### Na página de horários de cada uma das equipas, aparece um “*” que significa “acesso condicionado”. Quer isto dizer, digo eu, que a equipa está completa e só entrará algum jogador se tiver qualidade superior. A equipa de iniciadas feminina e todas as equipas de cadetes, juvenis, juniores e sub 21 estão completas. Boas notícias! Teremos muita gente a praticar voleibol no Sporting CP. Se no feminino é só uma naturalidade no processo, no masculino significa que começamos o processo de recrutamento pelos mais velhos. Havia duas maneiras de fazer isto: (1) captar minis e infantis e deixá-los crescendo, maturando o seu voleibol ao nosso jeito ou (2) acelerar tudo e abrir as portas. Naturalmente que quem é bom e está em equipas competitivas de juvenis ou juniores não vem para o Sporting CP, virão outros. Cumprimos com os numerus clausus. Tem mal? É uma escolha baseada na rapidez de resultados.
### Várias caras novas no projeto e desejo o seu sucesso porque o Sporting CP sairá vencedor! Destaco um nome que me diz muito porque é das boas pessoas que o voleibol tem. Não conheço o Yuri Madeira enquanto treinador de formação, mas sim enquanto pessoa e ex-jogador. Uma pessoa muito divertida e responsável. Tenho a certeza que terá muito prazer em estar neste projeto e neste desafio. Adora voleibol! Quero acreditar que, enquanto pessoa, será uma aposta ganha no nosso Sporting CP.
### Quando falamos em desporto de formação muita gente vê dinh€iro. Os pais percebem que qualquer atividade tem um custo e os clubes percebem que quase toda a gente está disposta a pagar. Se a parte financeira está pacificada, o objetivo da prática desportiva já pode ficar um pouco adulterado. Este é um tema que me preocupo porque tenho um filho e a decisão do desporto a praticar é importante. Tratam o meu filho como uma receita financeira ou como um desportista? O que lhe dão para ele se sentir motivado? Mostrar-lhe uma figura de autoridade (como um jogador sénior) ajuda a esse processo de formação? Como é que fazem para ele agarrar a identidade do clube? Tudo questões que, com o tempo, o Sporting CP responderá.
### De 6 a 10 de Setembro iremos ter um novo Open Day no Pavilhão João R… desculpem, na Escola Básica 2,3 Fernando Pessoa para quem quiser jogar no melhor clube do mundo. Será muito importante preencher todas as vagas para minis e infantis.
Daqui a uns meses vamos perceber como foi este processo de implementação do novo projeto voleibol de formação. Até lá, dificilmente haverá algo mais a dizer. Aceito que posso estar a ser um pouco duro na análise, por isso, como disse, deixo os dados que me levaram à mesma. A bem dizer nem é preciso de entender de voleibol para ter uma opinião, basta gostar de desporto de formação. Deixo-vos, em jeito de memória, o que é o voleibol de formação do Sporting CP.
*às terças, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.
31 Agosto, 2021 at 15:01
Isto no Voley tem de ser como no Futebol …. começar por baixo na Formação para se atingir o que se atinjiu esta e na passada época com jogadores nos AA.
Forma-se e teremos o proveito despostivo e financeiro!
SL
31 Agosto, 2021 at 15:02
“desportivo”
31 Agosto, 2021 at 15:25
Sinto que o Sporting CP está a evoluir, e pelo que já vi, está para melhor.
A minha filha teve a Daniela Loureiro (grande jogadora), como treinadora, e embora lhe reconheça a mesma raça, capacidade técnica e vontade de ganhar, a verdade é que na parte humana e social com as miúdas deixou muito a desejar, pouco acompanhamento e muito pouco interesse para tudo o que seja além do treino e não conseguiu criar espirito de equipa. Atenção nada pessoal contra ela só factos.
Este ano, novos treinadores na formação e atletas mais concentradas na equipa principal, temos um WIN WIN.
Vamos ter confiança que o futuro será sempre melhor.
#ONDEVAIUMVAOTODOS
31 Agosto, 2021 at 21:14
A minha filha também teve a Dani como treinadora e não teve nada essa experiência negativa extra treino. Estava (quase) sempre disponível e criou uma equipa com um bom espírito.
Mas pode ter a ver com a vida pessoal dela extra clube. Não faço ideia… Às vezes é complicado arranjar tempo…
31 Agosto, 2021 at 15:31
Os rapazes em Portugal estão muito mais ligados ao futebol, futsal e basquetebol. No entanto o Voleibol feminino é o desporto coletivo com mais praticantes femininas em Portugal e estava com grande dinâmica antes da covid. A aposta tem que ser em bons treinadores e melhores condições (nomeadamente horas de pavilhão). Olho para os horários do treino e vejo logo problemas porque as cadetes e juvenis (que estudam no 10º e 11º) têm aulas de tarde e não podem começar a treinar às 18h.
31 Agosto, 2021 at 16:01
Nem me passa pela cabeça quantos mini-atletas circularão por corredores “controlados” por nós e as possibilidades que temos de os vincular às nossas cores como foi dito no post.
Estas oportunidades são únicas, tem de haver formas de interacção.
Bons “ses & ?” deixadas nas entrelinhas.
SL
31 Agosto, 2021 at 16:04
OFF:
“ Espanhóis avançam que Pablo Sarabia está perto de reforçar o Sporting por empréstimo do PSG
Extremo de 29 anos pretende sair dos parisienses para jogar com regularidade “
?
SL
31 Agosto, 2021 at 16:33
existe um post chamado “cantinho do off” e existe um post só para o fecho do mercado
31 Agosto, 2021 at 19:09
Do que li deixo as minhas conclusões:
I) a formação masculina continuará a ser uma miragem. Cada vez nascem mais raparigas do que rapazes. E os poucos rapazes que nascem têm um contacto mais precoce com outras modalidades. Além disso, no voleibol o factor “tradição” conta muito. O Sporting quando extinguiu a modalidade na década de 90 levou a formação no processo.
Além disso, o próprio José Manaças veio do Ginásio Clube Português, onde pasma-se só havia voleibol feminino….
II) saíram treinadores que já tinham vários anos de Clube e que já haviam sido campeões regionais e nacionais noutros clubes. Seria interessante saber porquê!! Entram treinadores… do Ginásio Clube Português, e que se saiba nunca ganharam nada. Basta ver a formação daquele clube e onde andam as atletas por eles formados.
III) Na relação serviço prestado/custo, o custo parece elevado. Primeiro, os treinos iniciam-se cedo tendo em conta os horários escolares. Segundo, 40€/mês, mais equipamentos custeados pelos pais, claramente é só para alguns. Terceiro, 11 meses parece-me claramente demasiado. As épocas começam em Setembro e terminam em Maio (em regra). Devido à pandemia arrastaram-se até julho. Mas isto foi a excepção. Será que os 11 meses já incluem por exemplo um Campo de férias, ou é só para arrecadar receita, sabendo de antemão que nos meses de junho e julho a adesão é fraca?
IV) Não realizar o Open Day no Pav. João Rocha é mais um tiro no pé. Nas anteriores edições realizadas quer no Pavilhão João Rocha quer no Campo Cristiano Ronaldo, pelos números que foram tornados públicos houve mais de 150 crianças a participar.
Num pavilhão do tamanho de uma caixa de fósforos, talvez nem metade.
V) Espero estar enganado, mas o Voleibol do Sporting ao nível da formação parece caminhar para o voleibol lúdico e não competitivo. Basta ver o exemplo do Ginásio Clube Português. As pessoas são as mesmas.
31 Agosto, 2021 at 22:27
O caminho é este: formação.
Claro que para chegar um nível bem superior, há que compor com poderio físico e qualidade que na maioria das vezes só se consegue lá fora. É um desporto onde por exemplo a altura tem muita importância, tirando talvez uma posição.
A minha miúda joga pela escola, diria que se trabalha “bem”, mas não tenho termo de comparação para dizer se é o ideal.
Só o tentarei perceber quando saltar do mini vólei para a competição (daqui a um ano), até para estudar outras opções, dependendo da própria miúda em primeiro lugar.
31 Agosto, 2021 at 23:04
Não sei por onde começar.
Se a responder ao Adrien S., se a alguns comentários.
Vou começar pelos “Miguéis”. As vossas filhas foram treinadas pela Dani no Sporting ou noutro clube?
Se foi no Sporting , deixem-se de tangas e digam quem são para depois falarmos sobre a Dani.
Para o Adrien S., a Dani é humana como todos nós.
Podemos ser muito bons a fazer muitas coisas, mas quando fazemos tudo ao mesmo tempo dá merda. E deu.
Em relação ao Manaças (ele que me desculpe o á vontade se quiser) eu, agora da parte de fora, até estava a concordar com o projeto. Até me aperceber que a “limpeza” se ficou, nem pelo meio. Quer-me parecer que foi apenas cirúrgica com o único intuito de liberar as jogadoras Séniores de cargos de treinador. O que na minha opinião é correto, mas curto.
Para já não me alongo mais.
Tudo por um Sporting melhor.
1 Setembro, 2021 at 9:46
A mesma opinião, a pandemia ainda veio fragilizar mais o que já era mau. Este ultimo ano foi terrível. Tenho esperança que esta gente nova venha dinamizar mais a formação e que estas miúdas consigam evoluir sem constrangimentos e as miúdas que saíram possam voltar para tornar o Sporting CP mais forte no futuro.
#ONDEVAIUMVAOTODOS
1 Setembro, 2021 at 0:03
A minha filha foi jogadora da formação do Sporting durante dois anos e nada correu bem !! Falta de comunicação por parte do clube e treinadoras , pouco empenho nos treinos por parte das treinadoras ( pois queriam milagres sem ensinarem as miúdas as regras do voleibol) , isto resumindo e concluindo , sem ovos não se faz omoletes !!
1 Setembro, 2021 at 9:39
Concordo 100%. Nunca partilhei da bajulação geral às treinadoras, e achar que está tudo bem, mesmo quando está mal. Só quem lá esteve e viveu por dentro a experiência é que pode dizer o que sentiu. Atenção a Daniela é excelente jogadora, mas o ensinar não é gritar e perder a paciência, muito menos com miúdas que estão ali por gosto ao voleibol e pagam para jogar.
#ONDEVAIUMVAOTODOS
1 Setembro, 2021 at 11:11
Completamente de acordo, por isso retirei o ano passado de lá a minha filha !! Eu já não aguentava tantos gritos com meninas que tinham vontade de aprender e as treinadoras com vontade de estarem longe dali , falta de vontade dos treinos pela parte das treinadoras sendo que metade do treino era encher chouriços!!
No ano que passou estes noutro clube muito organizado e digo mais espetacular os treinos , treinadores , tudo mesmo !! Neste momento não troco nem por nada , só tenho pena de algumas meninas que estão ali na formação do nosso clube que se vão perder , isto pq ali não vão a lado nenhum …
1 Setembro, 2021 at 7:06
Belo post.
10 Setembro, 2021 at 20:32
Completamente de acordo com o Carlos Filipe.
Os treinos parecem mais mini-voleibol que outra coisa.
O Sporting CP não é o GCP nem o Filipa de Lencastre (com todo respeito que tenho por esses clubes)
Não somos obrigados a ganhar mas pelo menos temos de ter equipas competitivas.