Caros fregueses desta tasca, aproveito para iniciar a minha crónica semanal com os eventos mais recentes. O mercado terminou às 24h da passada terça feira e com elas algumas novidades referentes às duas equipas que eu destaco mais nesta rubrica. Se por um lado Rodrigo Rêgo e Bruno Tavares foram parar ao Varzim, que na minha opinião é um passo demasiado grande para os dois jogadores de 19 anos (passarem de sub-23 para a segunda liga pode ser bastante duro), por outro lado vimos também algumas alterações no plantel da equipa B, com as saídas de Rodrigo Fernandes, do Joelson Fernandes e do Bruno Paz.

O primeiro segue para terras helvéticas, o segundo ruma ao Porto e o terceiro ruma ao Farense. Se Bruno Paz é um jogador feito e não terá problemas em ter muitos minutos no aflitos leões de Faro (juntamente com Loide Augusto e Elves Baldé), já Joelson e Rodrigo ainda são projetos de jogadores, o que vai depender da sua evolução e da sua capacidade de mostrar serviço para os levar a outros voos. Joelson terá a tarefa mais complicada, pois vai ajudar o emblema histórico helvético a quebrar a hegemonia do Young Boys, acarretando muitas esperanças e expectativas de ser um jogador desequilibrador pela direita. Uma questão que me deixou apreensivo é a duração do contrato do mesmo. Se as duas épocas de opção não forem accionadas, no final do empréstimo iremos deixar esta jovem pérola fugir a custo zero para outros clubes, algo que já deveria ter sido acautelado por Varandas e companhia.

No passado sábado, à mesma hora, as duas equipas entravam no terreno de jogo. Dois jogos, dois resultados diferentes, mas com muito boas indicações. Começo pela equipa de sub-23 que goleou em casa por 5-2 os sub 23 da B-SAD. Com algumas novidades no onze e uma variação de esquema tático, dado que se optou por jogar em 4x2x3x1 e não em 4x3x3 (João Daniel na posição 6, Renato Veiga a 8 e um trio de médio ofensivos que trocava constantemente de posições), viu-se a estreia de Kiko Félix, menino com muita qualidade e com bom entrosamento com Nikolai Skoglund. A colocação de João Daniel a posição 6 revelou-se acertada, pois com a sua posição entre os centrais no momento da construção, tendo também Gilberto Batista contribuído para a construção de jogo a partir da linha defensiva, permitiu que Renato Veiga tivesse mais liberdade para deambular e transportar a bola ao trio de médios ofensivos, que por sua vez tinham também mais liberdade para combinar e confundir a defesa adversária. Neste aspeto Mateus Fernandes teve particularmente bem, que muitas vezes foi visto a juntar –se mais a Renato Veiga para procurar mais o jogo, deixando o corredor para Martim Marques. Este esquema tático também apresenta as suas consequências, dado que João Daniel Santos não consegue cobrir um raio de área tão grande como se pede a quem ocupa a sua posição do terreno, a equipa partia-se a meio campo concedendo algumas chances aos B-sadianos.

O jogo começou a todo o gás, com várias oportunidades que partiram do flanco esquerdo, mas uma infantilidade na defesa originou um penalti que fez a equipa da B-Sad estreasse o marcador. A reação leonino foi muito positiva, e num lance gizado por Miguel Menino – Kiko Félix e Skoglund, levou ao avançado leonino a disparar um pontapé fulminante para as redes adversárias. Se na semana passada achei que Skoglund se tinha dado muito pouco ao jogo, desta vez foi muito interventivo e acima de tudo matador. Já se percebeu que precisa de poucas chances para rematar à baliza e é um avançado que só vê a baliza à frente. Muita verticalidade e poder de explosão. Destaques finais para o jogo sóbrio de Gilberto batista, exceptuando o patético segundo golo adversário, Skoglund com um hattrick à matador, Miguel Menino, dois golos e uma assistência, e a qualidade técnica de Mateus Fernandes. São sinais bons que não se viram na época passada, devido à melhor preparação dos atletas, juntamente com uma melhor assimilação das ideias do treinador Felipe Pedro.

A equipa B foi ao terreno do Torrense perder por 4-3. Perante um dos candidatos ao apuramento da fase de subida da liga 3, este era um teste de fogo numa fase da época precoce. Celikkaya procurou tornar o 4x3x3 num 3x5x2 híbrido, pois Rodrigo Fernandes juntava-se aos centrais no momento defensivo, juntando-se a Edu Pinheiro no duplo pivô do meio campo no momento ofensivo. A defender, Geny Catamo juntava-se a Bernardo Sousa para fazer uma linha de pressão à frente do Edu. Esta mudança estratégica tinha o intuito de ao recuperarem a bola, procurarem a verticalidade com Lucas Dias ou a capacidade física de Paulo Agostinho. Porém, esta aposta revelou-se infrutífera, dado que Geny e Bernardo Sousa são muito frágeis a nível físico e não tem capacidade para percorrerem muitos metros, o que fez com que o meio campo fosse facilmente derrotado. Gonçalo Esteves esteve em dia não, Lucas Dias não apareceu no jogo e a dupla de centrais, embora tenham marcado um golo cada um, estiveram desastrados. Embora a equipa mantivesse o espirito combativo, de resiliência e de nunca desistir, este jogo esteve sempre controlado pelos pupilos da casa, que durante largos períodos do jogo, jogaram a seu bel prazer.

Foi o jogo de despedida de Rodrigo e Joelson Fernandes. É necessário que alguns jogadores estejam prontos para os substituir, como Vando Félix e Duarte Carvalho.

*quando o deixam entrar na Academia, o JFCC coloca na ementa um prato com dedicatória para os #FormaçãoLover