O Sporting foi competente, mas foi curto. Foi personalizado, mas pouco audaz. Foi quase mestre a defender, mas só fez cócegas a atacar. E só se libertou da dúvida existencial entre destapar os pés ou a cabeça. quando o relógio já não tinha voltas suficientes para dar
Creio que a pior coisa que poderemos fazer depois da derrota de ontem, em Dortmund, é apanhar o barquito das vitórias morais. Mesmo que os nossos adeptos tenham sido incríveis, transformando 1500 vozes nas que mais se ouviam no estádio. Mesmo que a defesa tenha estado quase perfeita na arte de colocar os adversários em fora de jogo. Mesmo que durante largos minutos tenhamos tido o jogo completamente dividido e que tenhamos terminado o mesmo a tentar um assalto à área alemã. Mesmo que seja algo natural, nos dias que correm, o Sporting perder 1-0 em casa do Dortmund.
It is what it is
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A verdade é que, tirando os óculos verdes, o Dortmund foi a equipa que soube e tem condições para ser completa num jogo de envergadura Champions. Tem talento individual de sobra em 9 das 11 posições do campo e, enquanto equipa, sabe colocar esse talento individual ao serviço do colectivo. Por isso, chega a qualquer campo e bate de frente com o adversário que esteja do outro lado. O Sporting está longe de ser essa equipa em termos europeus. Também tem talento individual, claro, mas não tão abundante. E, enquanto equipa, esse talento individual dá-lhe solidez defensiva, dá-lhe alma a meio campo, dá-lhe músculo e força. Adan, Coates, Palhinha, Matheus Nunes. Este é o nosso núcleo duro. E quando queremos atacar, damos conta que o agitador de serviço aparece quando Pedro Porro, esse spanish stallion que devia assinar contrato vitalício, vai por ali fora.
It is what it is
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Acontece que, por este andar, Pedro Porro vai rebentar (é ver como o gajo já se contorcia de cansaço, ontem). Palhinha também há-de rebentar e por arrasto irá Matheus Nunes, quando no banco estão Bragança e Ugarte. Mas uma preocupação de cada vez. Escrevia eu, que a agitação ofensiva vem das investidas do nosso lateral direito. Jovane voltou a cair num buraco fundo, TT nem joga a extremo nem joga a ponta de lança, Sarabia teima em fazer a diferença entre linhas, Pote está lesionado, Nuno Santos não pode correr por todos (e centrar para nenhum), Paulinho parece ter encarnado todas as funções menos a de marcar golos. A culpa não será dele, obviamente, mas se lhe é pedido que seja o pivot dos movimentos ofensivos, que pressione e que jogue para a equipa, então tem que haver alguém para cumprir a tarefa de meter as bolas dentro da baliza (já para não falar da diferença que faz esse apoio efectivo, basta ver quando Coates vai fazer de ponta de lança).
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E se em termos do campeonato nacional o pouco poder de fogo é ultrapassado, até porque se torna muito mais fácil criar oportunidades, a nível europeu apenas conseguimos fazer cócegas aos adversários e, ontem, a melhor oportunidade acabou por sair de um remate acrobático de Coates na sequência de um canto. Pouco, muito pouco, mesmo sendo eu dos primeiros a defender que um caminho onde a aposta seja a formação terá sempre que passar por esta noção de que temos que comer muita aveia até sermos uma equipa como um Ajax ou um Dortmund. Por falar em Dortmund, os alemães foram justo vencedores, chegando ao golo usando a estratégia que permitiu ao Ajax golear-nos: usando o espaço nas costas de Palhinha e de Matheus Nunes, consecutivamente a terem que lidar com superioridade numérica dos adversários. Mais uma questão para Amorim resolver, até porque adaptar o desenho táctico ao nível europeu não tem que significar abdicar da identidade.
It is what it is
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(música aqui)
29 Setembro, 2021 at 17:58
Desafio-vos a procurar um avançado mais associativo que o Paulinho na história do Sporting recente, Doost, Ricky, Jardel, Liedson, Acosta, tudo gajos egoístas que só viam baliza, gajos que tentavam remates em vez de previligiar as assistências, pontas de lança com a mania que eram o elemento mais avançado da equipa e que queriam meter mais golos que os alas goleadores.
29 Setembro, 2021 at 18:09
O Slimani então… Só estava à mama.
29 Setembro, 2021 at 18:13
Quantos alas teríamos vendido se não fossem esses gajos a quererem fazer tudo…
29 Setembro, 2021 at 18:15
O jogador mais associativo que temos é o Coates: ele defende, ele ataca, ele marca golos…
29 Setembro, 2021 at 18:48
Boas tardes ,
a mim como adepto do SCP incomoda-me que conseguido o Grande objetivo de sermos campeões nacionais , não se apetreche a equipa para assumir a responsabilidade de ser Campeão ! quanto é que vale mesmo cada ponto na CL ? pois vale muito dinheiro e prestigio também , e não se podendo contratar á psg como é evidente , acho que o plantel do SCP não têm a qualidade mínima que deveria ter , que para o futuro do clube seria necessário ter . S.L.
29 Setembro, 2021 at 19:08
Não se apetrechou? Ias em primeiro lugar destacadissimo e deste 16 milhões pelo Paulinho.
Como campeão deste 5 milhões pelo Esgaio. Comprometeste 10 milhões para pagar 50% do Vinagre e ainda foste torrar 6,5 milhões pela metade do Ugarte.
Foram escolhas… Não foi falta de dinheiro.
Associado a isto achaste que Quaresma estava a mais… E preferiste despachar Pedro Marques, Luiz Phellype e Sporar porque Paulinho e TT chegavam.
Mais uma vez foram escolhas…
29 Setembro, 2021 at 22:05
Claro que são escolhas, mas o problema é que falta qualidade ao plantel
29 Setembro, 2021 at 19:35
Há uma coisa que me irrita um pouco no desporto de equipa, neste em particular.
O assumir das responsabilidades, que tantas vezes é hipocrisia pois no balneário a conversa é outra. Não estou a dizer que está bem ou mal, mas apenas o “levantar a cabela” supera isto.
Vamos lá ver. Se era bom encarar o Real, Dortmund, Chelsea, etc, no passado recente, então ontem foi bom.
Se analisarmos o jogo (depois do Ajax, diria competente), falta ainda regularidade e traquejo, mas isolando a partida sem o contexto geral, falta claramente poder de fogo.
Vivemos de Pote, temos o nosso PL (e não vou trazer para aqui agora a variável guita) que pelo sistem recua para abrir espaços (beneficia os restantes), mas depois de iniciar (ou dar seguimento) à jogada ofensiva, aparece na área e… pumba! Não marca.
Ou seja, gostei muito do rumor Yaremchuck, mas era Paulinho que o mister queria e gostei ainda mais do rumor Slimani (no fecho do mercado) porque não jogamos só o campeonato.
Uma LC que pode ser uma LE, mas jogos a meio da semana e até cá, adversário bem fechados a pedir poder de fogo na área.
Mau planeamento, aliado à falta de um central. Isto é a minha opinião, visão de bancada.
Não impede de forma alguma que estes rapazes sejam motivo de orgulho, dão tudo em campo, lutam pela vitória, deram-me uma tremenda alegria no ano passado e outra já este ano.
Penso que o próprio Amorim já percebeu e o mercado de inverno servirá para reforçar.
Até lá, estar na luta na principal champs onde estamos (campeonato), pois é meio caminho andado para estar naquela onde devemos estar sempre.
29 Setembro, 2021 at 19:35
“levantar a cabeça”.
29 Setembro, 2021 at 19:44
Isto.
O pensamento é “interno” pragmático e sem lirismos. Aprender a andar antes de correr, muito caminho para desbravar, muito mesmo – e muitos dos obstáculos foram criados internamente.
SL
29 Setembro, 2021 at 19:58
E os milhoes que não temos, porque gastamos o dinheiro em merda….
Será que um bom premio de assinatura João Mário ainda estaria de verde vestida…
ah pois é… Ugarte, Vinagre, Paulinho, Esgaio …. Famalicao ou Braga / Braga ou Famalicao !!! ou esta na mão esquerda ou mao direita do Mendes…
VALENTES !!!!! o badocha e o batuque são mesmo peanuts ao lado deste MERDUM todo !!!!
Ahhh falta o outro fornecedor priveligiado… o Rio Ave … VIVA O CARROUSEL !!!!
29 Setembro, 2021 at 20:21
O Liedson que fez gato sapato do Luisão, porque era um rato de área, sabia aparecer, ou desaparecer para aparecer de novo onde o defesa não estava à espera, o Jardel como por magia sempre no sitio certo onde a bola ia cair, sempre focado, mortifero e letal, Acosta, um lutador, um jogador que não desistia nunca, de ganas, de raiva de meter a bola lá dentro, Doost com aquela tranquilidade com que desviava a bola em direcção da baliza como quem põe sal nas batatas. Quem os viu jogar sabe o que é um ponta de lança, um avançado, cada um com as suas características específicas mas todos com aquele veneno no sangue com que um jogador naquela posição nasce.
Este estilo de jogo actual talvez não favoreça esta posição específica, mas há minimos olimpicos e as desculpas e retoricas da treta começam a chegar a um ponto demasiado surreal para ser serio.
Mesmo na restante equipa estes previlegios vão um dia destes começar a fazer mossa. Está na hora de Amorim fazer mudanças