O regresso do Leão a Alvalade contou com mais de 35 mil adeptos nas bancadas e isso foi o melhor de uma noite com jogo pobre, em o Sporting voltou a ter dificuldades para criar jogo ofensivo, em que Coates voltou a ser o pai de todos e a decidir, em que Daniel Bragança voltou a tornar a bola mais redonda e em que Paulinho voltou a coleccionar falhanços de forma exasperante

 

 

 

The dirty 3 points are very often the most important. A frase pertence a Jurgen Klopp e encaixa na perfeição neste regresso do Sporting a Alvalade. Na ressaca do brilho da Champions e com mais de 35 mil adeptos na bancadas, os Leões foram incapazes de ser consistentes e revelaram os mesmos problemas que começam a arrastar-se há demasiado tempo. Valeu, para não variar, Coates, que pouco depois dos 15 minutos de jogo foi lá acima para mandar uma cabeçada na bola que só parou dentro da baliza, enquanto todos os companheiros rodeavam o gigante uruguaio, pedra imprescindível a defender e abono de família a atacar.

A working class hero is something to be
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Antes disso, Alvalade tinha apanhado um valente susto, quando o puto Conté (que saiu da nossa Academia e que não custa quatro mãos cheia de milhões como um Vinagre) foi por ali fora e cruzou para Rafael Martins desperdiçar a primeira e única clara oportunidade de golo do Moreirense. Valeu a atenção de Adán e aquela luva marota a travar a bola e a dizer-lhe que perderia a força antes de chegar à linha de golo. E o pessoal só voltou a agitar-se nas bancadas quando faltavam cerca de cinco minutos para o descanso: Daniel Bragança, verdadeiro bordador de futebol bonito e em que a bola chega mais redonda onde tem que chegar, trabalhou com classe a meio campo, deixou dois para trás e serviu Sarabia; o centro do espanhol chegou aos pés de Paulinho, que da marca de penalti conseguiu atirar por cima.

A working class hero is something to be
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A cena repetiu-se a abrir o segundo tempo, agora com a bola a vir da direita, dos pés de Pedro Gonçalves (vai demorar a recuperar os índices), para Paulinho voltar a falhar, agora ajeitando para o lado errado do poste. Inacreditável e capaz de colocar o camisola 21 na “galeria dos Postigas”, pese os aplausos dos adeptos em forma de reconhecimento pela dedicação de João Paulo em campo. Aí, também eu gosto dele, mas a verdade é que para working class hero já temos Coates. Paulinho é a referência ofensiva e foi contratado para marcar golos, coisa que vai fazendo ao ritmo de um para cada seis ou sete oportunidades claras, números que, como Amorim disse e bem, acabam por complicar a vida a toda a equipa, nomeadamente quando os jogos, como ontem, estão a sair fracos, pouco inspirados e a posse de bola é um longo bocejo, até porque Sarabia e Potter andaram demasiadas vezes longe da área, por muito que Daniel Bragança os procurasse nas entrelinhas.

Tudo isto são questões que Amorim tem que resolver, não só porque Bragança voltou a mostrar que oferece algo ao meio campo que com Palhinha e Matheus Nunes não temos, mas também porque começa a existir dificuldade em aceitar os constantes falhanços de Paulinho em frente à baliza. Voltou a valer o Capitão Sebastião, como que entoando a canção de John Lennon e dizendo a toda a gente, If you want to be a hero, well, just follow me.