“A contratação mais cara da Sporting SAD neste defeso foi a do jovem Marco Cruz, que era atleta do FC Porto B. Os “leões” pagaram 11 milhões de euros pelo jovem jogador, segundo comunicado divulgado esta segunda-feira pela SAD “verde-e-branca. Em contrapartida, os campeões em título transferiram o jovem Rodrigo Fernandes para o Dragão…a troco … de 11 milhões de euros”

Abre assim o artigo do JN, recuperando um movimento financeiro que se julgava estar assente em 4 milhões, mas que, afinal, se revelou bem mais “encorpado”, agora que foram finalmente divulgados os números das operações de mercado resultantes de vendas, contratações e empréstimos

 

 

A capa de hoje do jornal A Bola, é daquelas que torcem o estômago, com um tema sobre o qual vale a pena recuperar o que escreveu o tasqueiro Armando Braga:

 

As artimanhas desta Direcção já são previsíveis. Percebia-se que estavam à espera da realização das AG´s do Clube e da SAD para escaparem ao escrutínio de Sócios e Accionistas. Tendo fechado a 30.09 o Mercado de Verão ,só ao 25 º dia se ficaram a conhecer certos pecados, nomeadamente
– a operação de troca com o FCP
– o Custo do empréstimo do Sarábia, que sendo normal, foi contudo ” ignorada ” a informação falsa de que tinha sido sem custos.

A operação casada de troca valorizada por 11 ME é neutral a nível de tesoraria, paga-se 11 pela compra recebe-se 11 pela venda, soma nula. A nível de Conta de Resultados ( Lucros & Perdas ), sim influencia o exercício de 2021 positivamente, o actual, mas negativamente os seguintes em função do nº de anos de contrato dos atletas.

Admtindo que o Contrato é a 4 anos , então o custo a reconhecer é de 2,75 ME em cada um desses anos pela Compra feita enquanto os 11 ME pela venda são reconhecidos integralmente neste exercício. Assim o impacto na Conta de Lucros e Perdas será :

2021/2, 2022/3, 2023/4, 2024/5
1-Venda 11,00, 0, 0, 0
2-Aquisição 2,75, 2,75, 2,75, 2,75
3-Impacto(1-2) +8,25, – 2,75, – 2,75, – 2,75

A operação gera um efeito positivo de 8,25 ME neste exercício e um prejuízo nos três seguintes que totalizam um valor idêntico. Veremos se os Auditores aceitam este efeito sobre as contas, o que duvido, ou se o neutralizam exigindo a criação de uma imparidade ( Provisão/ Custo) de 8,25 ME que se iria anulando ano a ano pelo montante de 2,75 ME. Ou seja perante a suspeita de que a operação foi desenhada para produzir este efeito distorcido sobre as contas, a imparidade produz a correcção “puxando” o custo de 11 ME para o exercício de 2021/2, dando-lhe tratamento na prática idêntico ao dado ao Proveito da Venda.