A frase que dá título a este post aconteceu, se a memória não me atraiçoa, há sete anos. E, ontem, voltou a fazer todo o sentido.

De lá para cá, passámos por muita coisa juntos (até conseguimos, finalmente, saborear um campeonato, vejam bem). Na maioria das vezes, ao sabor do que acontece no mundo Sporting (e todos sabemos o que é possível acontecer nessa realidade paralela); noutras, porque para o bem e para o mal o Sporting influencia a nossa vida, acabamos a partilhar acontecimentos da vida uns dos outros, mais felizes ou mais dolorosos. E esse é o ponto que torna tudo diferente: em tantos e tantos casos, mesmo sem nos conhecermos pessoalmente, há uma surpreendente preocupação com quem está à distância. Há uma partilha que, arrogo-me no direito de dizer, torna diferente comentar na Tasca para a maioria de quem aqui vem. E, sim, escrevo maioria porque tenho a plena certeza de que são muito mais aqueles que respeitam quem com eles partilha este espaço do que os que apenas chegam para ofender e estragar, com esse “pormenor” de que é muito mais fácil estragar do que ajudar a construir.

É precisamente por isso que, horas depois do almoço que juntou quase 30 de nós, vos venho dizer “obrigado”. Nesta maratona que já leva oito anos de Tasca mais cinco de Cacifo, existe, obviamente, uma vontade muito minha, mas que é diariamente alimentada por vocês. Há quem continue a entrar sem comentar, há quem seja novo a chegar, há quem diga presente sempre que sentir precisar. Há um Sporting que a todos nos liga neste espaço virtual, mas que, individualmente, conseguimos tornar mais real. Porque queremos e insistimos em ser mais pessoas do que nicks.

Essa é uma vitória que devemos celebrar com sorrisos maiores do que aqueles que esboçámos em Maio, porque num mundo cada vez mais desprendido, vivendo à velocidade de tiks que ao fim de 15 segundos fazem tok, e assente numa rede digital de velocidade infinita onde a calúnia, o lançar de suspeição e a ausência de respeito a coberto de um teclado são o prato do dia, insistimos em ser mais pessoas do que nicks. Orgulhem-se disso. Mesmo.

Ontem, dois terços das caras presentes eram novas e não tinham idade, tal a distância do mais novo ao mais experiente. Uma vez mais, quem nunca se tinha visto cumprimentou o outro como se o conhecesse há anos. E até quem não pode vir tentou saber como estava a correr, ou enviou uma garrafa de ginja para que a tradição se mantivesse (grande Max!). É do caralho (e do pipi, já agora).

Da minha parte, o que posso prometer-vos é que, no que depender de mim, a Tasca e o Sporting serão sempre isto. Feitos de pessoas. Feitos para pessoas.

 

(faltam crianças na foto. Claramente escolheram travessuras em vez de doçuras…)