Sporting registou um lucro de 18,7 milhões de euros no primeiro trimestre da época 2021/2022, revelou a SAD do clube este sábado, segundo as contas divulgadas pela Comissão do Mercado Mobiliário (CMVM). Em igual período da época desportiva anterior, a SAD do clube de Alvalade reportou um prejuízo de 4,2 milhões de euros.

O volume de negócios do Sporting ascendeu a 55,6 milhões de euros, mais 96% do que o registado no período homólogo. O clube explica o aumento das receitas com os proveitos encaixados pela participação na Liga dos Campeões e pelo “pequeno incremento da receita corrente”, estimulada pelo regresso dos adeptos ao estádio após o levantamento das restrições devido à pandemia da Covid-19, ou seja, pelas vendas de bilheteira.

“Apesar do resultado positivo, é de salientar o impacto incontornável das consequências causadas pela pandemia Covid-19, cujo efeito tem sido global, tanto ao nível de bilheteira com os estádios a serem subutilizados e a venda das gamebox adiada, neste caso para outubro, como ao nível do mercado de verão de transferência de jogadores, que registou uma queda de 2.317 milhões (menos 40%)” a nível internacional.

A SAD do clube liderado por Frederico Varandas salienta, ainda, a importância do patrocínio da Nike na época 2021/2022, que contribuiu para estimular a retoma do negócio do merchandising. “Cresceu 2,5 vezes quando comparado com o trimestre homólogo, na primeira vez em que a Sporting SAD veste equipamentos Nike”. Foi, assim, alcançado um recorde de vendas “com o novo equipamento a vender quatro vezes mais no início da temporada do que o melhor equipamento que tinha, anteriormente, o melhor registo”.

Segundo as contas divulgadas, os 1,75 milhões de euros de um total de sete milhões arrecadados com o empréstimo do lateral Nuno Mendes, de 19 anos, são reconhecidos no trimestre em análise. Acresce os 22,8 milhões em receitas de transferências. Excluindo transferências, a SAD registaria um resultado operacional de 23,5 milhões.

O capital próprio da sociedade leonina, a 30 de setembro de 2021, revela uma melhoria face ao final do exercício da temporada passada, a 30 de junho de 2021, quando se fixava em pouco mais de 41,4 milhões de euros negativos. Nesta altura, apesar de ainda negativos – e por isso a ditarem uma situação de falência técnica – os capitais próprios fixam-se em 22,695 milhões de euros negativos.

Para estes valores contribuiu uma descida ligeira no passivo face a 30 de junho de 2021: passou dos 310,589 milhões de euros para os 308,241 milhões de euros. Mais do que isso, houve uma subida nos ativos, de 220,963 milhões de euros em junho de 2021 para 236,433 milhões de euros a 30 de setembro último. Uma melhoria assinalada, sobretudo, pela subida nos «ativos intangíveis – valor do plantel», de cerca de 70,1 milhões de euros para cerca de 74,7 milhões de euros, mas também numa subida de quase 11 milhões de euros (de 1,249 ME para 12,385 ME) na rubrica «outros ativos não correntes».

Não obstante, os gastos cresceram. “Em virtude do pagamento de prémios aos jogadores no valor de 4,5 ME, por mérito de participação na Liga dos Campeões, e do aumento do custo das mercadorias vendidas, consequência do crescimento das vendas de merchandising, os gastos e perdas operacionais sem transações com jogadores tiveram um acréscimo de 21% (4,7 milhões de euros)”, lê-se. Nota, também, para a continuação da dívida a fornecedores, que se situa perto do 70M€.