Com uma defesa inédita e um onze completamente remodelado, o Sporting venceu o Varzim num jogo entretido e seguiu em frente na Taça de Portugal, com dois golos de Peter Potter. Para trás ficou Jovane, traído pela relva, esse adversário extra que os Leões têm que enfrentar sempre que jogam em casa

 

É impossível não falar dele, certo? Do relvado, claro, esse tapete que mudou de tratador por uma questão de poupança (as dívidas à red acumulavam-se, a sport relva apareceu com uma proposta de valores inferiores) e que, desde que a época arrancou, se revela um adversário extra sempre que o Sporting joga em casa. O trabalho invisível está à vista de todos e é um quadro completamente esborratado de mau, com a agravante de, ontem à noite, ter sido o miserável relvado a contribuir para a lesão de Jovane que, com a malapata que persegue o rapaz, tem tudo para ser grave. Ser eficiente não passa, obrigatoriamente, por gastar menos ou entrar no campo do miserabilismo.

Por falar em eficiência, ontem assistimos a mais uma noite onde há Pote e há todos os outros, quando toca a acertar com a bola dentro da baliza. Muito mérito para o redes do Varzim, Ismael, figura da sua equipa com uma mão cheia de defesas que foram adiando a decisão da eliminatória (que o digam Tabata, Bragança, Matheus Nunes e Matheus Reis, todos eles de mãos na cabeça quando o rapaz do penteado manhoso lhe tirou o golo certo, já para não falar da bomba de Jovane à barra) e enervando o Sporting ao ponto de Amorim meter lá para dentro Peter Potter, Sarabia e Pedro Porro, um trio que acabou por estar nos dois golos que permitiram aos Leões seguir em frente na Taça.

No primeiro, Sarabia juntou mais uma assistência e Pote anotou mais um golo. Tudo simples, já a segunda parte ia a meio, numa jogada onde Paulinho fez aquilo que costuma fazer tantas vezes e que ontem fez ao longo de noventa minutos: andou por ali e sorriu quando a equipa sorriu. No segundo, falta sobre Porro dentro da área que Potter, sempre com aquele ar impertinente, transformou no 2-1. Sim, o Varzim tinha marcado pelo inevitável Heliardo, que depois de, na primeira parte, ter pregado um cabrito a Esgaio e desmarcado Zé Tiago para uma correria de meio campo que terminou num borra cueca quando se viu frente a Virgínia e com o puto Esteves a respirar-lhe na nuca, transformou em golo uma falta de Nuno Santos dentro da área (mais um bom jogo de Nuno Santos como lateral esquerdo).

Resumindo e baralhando, Amorim fez a gestão física que teve que fazer, deu minutos a quem queria dar (Esteves, Bragança e Jovane, até se lesionar, aproveitaram-nos bem) e meteu artilharia pesada quando achou que tinha que meter. O Varzim fez melhor figura que muitas equipas da primeira Liga, tentando sempre esticar o jogo e acabou por merecer o golo marcado em Alvalade, dando um colorido extra a um jogo de Taça bem entretido, que terminou com a claque poveira a aplaudir o nosso Luís Neto que daquela casa é filho e com os adeptos leoninos a regressarem a casa com Wilson Pickett a cantar-lhes ao ouvido, Oh baby, don’t let, the green grass fool you…