O Leão não sabe jogar a brincar e mesmo quando está em modo gato leva as coisas muito a sério. É por isso que, em Penafiel, voltou a ganhar e chegou a divertir-se enquanto agarrava a primeira vaga na final da Taça da Liga. Sha-la-la-la 

 

Amorim queria mais intensidade na segunda parte, mas eu sou-vos sincero: gostei de ver aqueles homens, mais ou menos miúdos, a divertirem-se em campo sem perder a responsabilidade. Da letra ao calcanhar, por Nuno Santos, à tentativa de golo de side kick, por Peter Potter, passando por aquele passe incrível de Tiago Tomás, com a bola telecomandada e sempre rasteirinha à procura de Potter, já para não falar do momento em que Matheus Nunes, acabado de entrar, resolveu espreguiçar-se e arrancar por ali fora com três ou quatro marmanjos do Penafiel a tentarem derrubá-lo. Pelo meio, sorrisos.

Por esta altura, o Sporting já ganhava 0-1, vantagem conseguida relativamente cedo, fruto de uma entrada em campo que deixou o adversário de pés e mãos atadas. Os Leões apenas precisavam de um empate para chegar à final four da Taça da Liga, mas atiraram-se ao jogo com um compromisso que deve deixar-nos a todos orgulhosos e descansados. Mentalidade de campeão, creio que não ficará mal usar a expressão para falar da pressão que encostou a equipa nortenha à sua área e só abrandou quando Tiago Tomás meteu a bola no aconchego da rede. E bem mereceu ser ele a assinar o resultado desta partida, num momento que, esperamos, lhe trará de novo confiança e, espero eu, nos faça parar para lembrar que estamos a falar de um miúdo que fez 19 anos há meia dúzia de meses e que, há um ano, saltava directamente dos júniores para a responsabilidade de ser o único avançado do plantel durante alguns meses.

Num jogo que acabou por não ter assim muita história dentro das quatro linhas, mesmo que o Penafiel tentasse ser uma equipa a construir a partir de trás, mesmo que aflita para conseguir fazê-lo face à pressão alta do Sporting, também merece destaque o puto Gonçalo Esteves, verdadeiro furacão em formação pela ala direita, ou a presença invisível de Manuel Ugarte, puto uruguaio que parece tirado de uma série de anime e que nos tem feito esquecer que estamos a jogar sem o monstro Palhinha. De negativo, a expulsão de Tabata, aumentando o número de indisponíveis para a visita a Barcelos, uma daquelas partidas que pode valer um (bi)campeonato. Uma partida onde não poderemos ser um gato dos infernos vestido de lantejoulas, como fomos em Penafiel, mas no qual, quais macacos do Ártico, gritamos a esta rapaziada, What you waiting for? Sing another fucking Shalalala, shalalala, Shalalala, shalalalaaaaa…