No domingo, a equipa feminina foi vencer ao campo do SL Benfica num combativo 3-2. Neste momento, e sem mexidas nos planteis, a verdade é que a qualidade das equipas é próxima como confirma o resultado.

O óbvio também voltou a estar à vista. Somos uma equipa com muita vontade de ganhar e que, quando as coisas não estão a sair fluídas, é necessário ir à força. E vão. Em Guimarães foi assim, na Luz foi assim. Felizmente, fomos brindados por uma vitória em ambas as situações.

Em termos genéricos, foi um jogo muito tático e com a mão dos treinadores a ser importante para o desfecho final. As equipas estavam encaixadas e a decisão foi no detalhe. Numa breve análise, percebemos que a aposta na Camila não estava a correr bem (veio de Covid?), que nos entregou o 1º set. Foi limpinho. No 2º set esta jogadora rival foi substituída pela jovem de 19 anos, Alice Clemente. Uma jogadora que vai dar cartas no futuro do nosso voleibol. A sua entrada nivelou o jogo. Apesar disso, a Alice foi tendo algumas dificuldades no ataque e na recepção, o que obrigou a Fernanda Silva muitas vezes a “tapá-la”. Em vários momentos, notou-se, claramente, uma preocupação por parte da líbero em trazê-la para jogo. O Sporting CP foi servindo bastante na Thaynara, como estava no esquema de jogo. No sentido contrário, o treinador do SL Benfica quis servir quase exclusivamente na Bochka. Das 88 recepções da equipa, 43 foram da russa. Isto é normal porque ao lado temos a Daniela e a Thaís que recebem para c*******. Perante isto, a verdade é que o nosso sucesso depende da performance desta jogadora.

Em termos de ataque destacou-se a oposto do SL Benfica, Letícia Bonardi, com 73 ataques e uma eficácia de 34%. No Sporting CP, e pela qualidade da distribuidora que temos, observamos uma variação grande das atacantes onde todas as jogadoras tiveram, pelo menos, 24 bolas para atacar. Em jeito de comparação, as centrais do rival atacaram, em média, 14 bolas cada uma. Na nossa equipa, a Aline fez 24 ataques (42% eficácia) e a Jady fez 27 (41% de eficácia). Ah! E estavam marcadíssimas no bloco, #AgoraPensa.

Em termos gerais, o destaque é tripartido entre a Ju Carrijo, Dani Loureiro e a, para mim, MVP do jogo Thaís Bruzza. Uma palavra para os adeptos verdes e brancos que se fizeram representar no pavilhão da Luz. Só não viu quem não quis que estavam mais pessoas afetas ao Sporting CP na Luz a ver o jogo, do que no sábado no PJR a ver a equipa masculina.

Destaques individuais:

Ju Carrijo: A sua qualidade técnica, juntamente com a tomada de decisão fazem dela a melhor distribuidora a jogar em Portugal. É um luxo poder acompanhar os seus jogos e assistir aos seus brilhantes desempenhos. O bloco do SL Benfica nunca a percebeu. Pode ser que o data volley ajude.

Regalado: Acho que esteve bem no jogo. Destacou-se pela positiva no bloco e ataque, mas um bocadinho aquém na defesa. Sem ser brilhante, penso que fez o melhor jogo até agora com a nossa camisola e espero que não fique por aqui.

Thaís Bruzza: Atribuo-lhe o prémio de melhor jogadora do jogo. Podia ser a Ju ou a Dani, mas acho que fica bem entregue. Segura na recepção, atentíssima na defesa e garantiu consistência no ataque. Acho sempre que vai pisar a linha no serviço, mas é só tontice minha. Craque!

Bochka: Por muito injusto que isto possa parecer, a verdade é que a sua performance nos diz se vamos ganhar ou perder um jogo. A única russa emocional do mundo (lembram-se do artigo do jogo com a AJM/FC Porto?) continua a festejar como uma cubana dos anos 90. Foi castigada pelo serviço do SL Benfica e esteve à altura do desafio. Esteve bem durante o jogo e por isso conseguimos garantir a vitória.

Jady Gerotto: Eu fico à espera do dia em que ela explode de raiva cada vez que falha uma bola. Odeia falhar e isso motiva-a. Neste jogo esteve sempre muito marcada, logo teve mais dificuldades em fechar pontos. Vi ali uma ou outra vez uma bola rápida nas costas que confundia o bloco do rival, que pensava que ía bater a china. Jogou muito bem e é uma alegria vê-la. Acho que tem clube de fãs, pelas mensagens que recebo.

Aline Timm: Melhor! Sempre melhor que o jogo anterior e nós precisamos disto. Voltou aos blocos importantes e aos ataques rápidos mais eficazes. A Ju Carrijo soube entender os seus momentos e a Aline foi aproveitando. Por algumas bolas falhadas, ainda se nota que não é a nossa Aline, mas está a chegar.

Dani Loureiro: Ainda há elogios possíveis a fazer sem me repetir? Se houver, alguém me ajude nos comentários.

Vanessa Paquete: Precisou de alguns pontos para entrar no jogo. Quando o fez, esteve (quase) a Paquete habitual. O treinador Rui Costa falou em atletas que tiveram Covid, parece-me que esta jogadora possa ter sido uma dela. Penso que entrou mais para segurar a defesa do que para ser eficaz no ataque. Cumpriu.

Daniana Esteves: Era um jogo difícil para quem estava condicionada fisicamente. Fez o que conseguir e deu tempo para a Bochka assentar as ideias. Cumpriu.

Margarida Rocha e Amanda: A pressão de entrar para servir num jogo tão intenso pode correr muito bem ou muito mal. É.

Lucia Verdier: Sim, ainda não jogou, mas andava pela bancada do pavilhão da Luz. A argentina é reforço da equipa de voleibol para a Zona 4, a tal posição que precisamos. Uma jogadora de força bruta e de pancada na bola. O perfil que procurávamos era precisamente este. A Lucia Verdier esteve nas 14 convocadas da sua seleção para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Como havia uma restrição de apenas 12 jogadoras, a jovem foi uma das preteridas. A jogadora de 1,82 de altura e nascida em 1999, é uma das nossas esperanças para esta época. Em termos técnicos, tem no ataque o seu ponto mais forte e a recepção o ponto a melhorar. Estou ansioso por vê-la jogar porque parece ser uma boa aposta para lutar com a Bochka pelo lugar a titular.

 

 

Seniores Masculinos

No sábado fomos derrotados pela AA Espinho de Miguel Maia. A verdade é que começo a ter poucas palavras para conseguir defender a equipa. A ausência do Tiago Pereira, que regressava de Covid, juntamente com a ausência do Paulo Victor (???????????????????????????????), tornaram este jogo bem complicado para a nossa equipa. O cubano Masso está longe de ser solução pelas suas dificuldades técnicas, juntando a uma fraca gestão emocional. Falo especificamente dele porque uma equipa sem oposto é como um guarda-redes sem braços. Com a vitória no 1º set, que festejei efusivamente aqui em casa, parecia que a equipa tinha tudo para se impor. Não se verificou.

Até ao final deste mês teremos o seguinte calendário: 2022-01-12 Narbonne; 2022-01-15 Leixões; 2022-01-20 Narbonne; 2022-01-22 Benfica; 2022-01-23 AA Espinho; 2022-01-29 Fonte do Bastardo

Vamos jogar com o líder da liga francesa para as competições europeias, depois SL Benfica, voltamos a jogar com o adversário de Sábado e, depois, a AJ Fonte do Bastardo. Pelo meio um jogo com o Leixões SC. Perante isto, eu só tenho uma pergunta: Devemos esperar o quê?

Amanhã começa a ser dada a resposta à pergunta. E quanto ao assunto “fechar o voleibol porque perde” é como achar que se deve colocar um filho na rua porque anda a tirar negativas. As coisas resolvem-se com responsabilidade, seriedade em relação à instituição e projeto. E, claramente, já não é projeto há muito tempo no voleibol masculino do Sporting CP. Daqui a 15 dias, depois desta maratona de jogos, falaremos com mais certezas.

 

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.