Em momento de lamber a feridas resultantes da primeira derrota no campeonato, o Sporting não deu margem para que o Leça ousasse discutir a passagem às meias finais da Taça. Tabata foi o homem do jogo, numa noite onde Ugarte voltou a marcar pontos

 

 

Depois da inesperada derrota na sexta-feira, com o Santa Clara, a primeira em competições nacionais para o Sporting 21/22, o jogo contra o Leça exigia que não fossem deixadas margens para dúvidas. Em causa estava não só a passagem às meias finais da Taça de Portugal, como a necessidade de dar uma resposta a uma prestação que, como Ruben Amorim assumiria na conferência de imprensa pós jogo, pecou pela ausência de intensidade, quase como se o Sporting tivesse ido aos Açores com a sobranceria de achar que, a meio gás, traria os três pontos.

O Leça acabou por pagar as favas, colocando um ponto final no conto de fadas que já tinha deixado pelo caminho Gil Vicente e Arouca, pois desde o primeiro minuto o que se viu foi um Sporting apostado em resolver a partida. Amorim apostou numa verdadeira revolução no onze, deixando apenas Matheus Nunes e Gonçalo Inácio dos habituais titulares (Porro seria o terceiro, mas acabou por saltar para a bancada em cima do apito inicial), e aproveitando para fazer regressar à competição Feddal e Vinagre, ambos com ausência prolongada fruto de lesão. Virgínia ficou na baliza, Esgaio substituiu Porro, Ugarte completou o miolo, ficando o ataque entregue a Nuno Santos, Tiago Tomás e Tabata.

Seria precisamente o brasileiro a aproveitar a Taça para promover festa. Jogando como falso 9, Tabata foi claramente o homem do jogo, ou não tivesse marcado dois golos (o primeiro, num grande movimento individual, e o terceiro), oferecido o 0-2 a Matheus Nunes e ainda proporcionado ao redes adversário a possibilidade de fazer a defesa da noite. O 0-4 final seria marcado por Nuno Santos, já com os leceiros sem pernas para sair do seu meio campo, depois de um jogo onde tentaram imitar o que o Portimonense fez em Alvalade, chegando a ter uma linha de seis na defesa. O golo cedo ajudou a desmontá-la, a intensidade e a pressão alta dos Leões (belo jogo de Ugarte, a engolir o meio campo de caixa a caixa) acentuaram as diferenças de andamento e colocaram de lado qualquer oportunidade de haver Taça.

Sem ter que forçar muito, mas fazendo o que tinha a fazer com extrema competência e seriedade, o Sporting teve uma noite descansada, óptima receita para curar as feridas de uma derrota, dando até para a equipa se unir em torno de Esgaio, depois deste fazer a assistência para o 0-3. Os sorrisos voltaram aos verde e brancos (a quase todos, que Tiago Tomás é, hoje, um jogador claramente a precisar de confiança), que agora ficam à espera de saber se encontram Vizela ou fcPorto nas meias finais da Taça de Portugal.