Começo logo pelo que a Ju Carrijo, inteligente e assertivamente, escreveu no domingo à noite – “7 dias, 4 jogos, 3 vitórias”. O ponto de partida é este. Não serve para justificar absolutamente nada sobre a derrota, por 1-3 com o Leixões SC, no entanto situa-nos.
Os anos a usar as palavras “levantar a cabeça” no nosso Sporting CP (futebol em particular) leva-me a odiar esse discurso pseudomoralista e motivador. Como só se baixa a cabeça para beijar o símbolo, não vejo nenhum motivo para a levantar. Também seria fácil bater numa equipa que não jogou o que nos habituou. O Leixões SC esteve quase perfeito em todos os âmbitos do jogo e nós muito mal. A ironia de tudo isto é que foi preciso o melhor Leixões SC da época para derrotar o pior Sporting CP da época. Mesmo assim metemos um set. Até me dá vontade de rir.
O treinador adversário, Miguel Coelho, juntamente com a sua histórica capitã, falaram em cumprir o plano de jogo na perfeição. Não entendo bem o jogo dessa maneira. A única coisa que aconteceu, realmente, foi que o Sporting CP não jogou. Com exceção do passe, e a receção a espaços, estivemos quase sempre irreconhecíveis. Não vou entrar sequer em análises particulares porque seria só “bater do ceguinho”, mas quero falar de um ponto que me incomodou muito.
Quem está no voleibol há muitos anos sabe a forma de jogar e estar do Leixões SC. Ainda eu não tinha nascido e já a equipa de Matosinhos tinha uma identidade muito própria. Quem já jogou no Pavilhão Siza Vieira ainda sabe melhor do que falo. Se a raça é uma das características, os insultos e provocações constantes também o são. Os últimos problemas de segurança que tivemos com as nossas equipas foram lá e não somos caso único. Este jogo teve novamente este denominador comum como muita gente na bancada bem repara também.
A minha questão é só uma, se sabemos que esse é o jogo delas, porque é que baixámos o nível, instabilizando-nos naqueles “picanços”. Estava toda a gente a deixar-se levar. Ainda o jogo mal tinha começado e já se percebia bocas de lado a lado. Para se entrar neste jogo é preciso sabê-lo jogar e, lamento, não é a nossa praia. Por isso, é necessário usar aquilo que nos tem tornado tão diferentes em relação às outras equipas: a inteligência. Vale tanto fazer uma defesa especular, ou um ataque incrível, como saber lidar com ambientes adversos. Para entrar neste “ambiente de picanço” de uma forma justa era necessário que o pavilhão estivesse cheio e a ferver! Não me parece que o Sporting CP esteja muito preocupado com as pobres assistências (seja em que modalidade for) no PJR, por isso não será certamente por aí. Jogaremos mais vezes contra o Leixões SC por isso teremos mais uma possibilidade de reverter esta gestão emocional.
Somos muito MAIS e MELHORES. Ah! E a Amanda? Desconhecia aquele braço forte. Benvinda!
A precipitação é inimiga da razão e, por isso, optei por não escrever nada sobre o voleibol masculino após a derrota, por 3-0, com o Leixões SC. Há uma boa expressão para aquilo que se passou depois da derrota da equipa sénior masculina contra o Leixões SC. A expressão é “chafurdar na lama”. Apesar de não ter reagido a quente nas redes sociais, os meus pensamentos foram os piores possíveis.
A opinião dos sportinguistas pode ser resumida, na minha opinião, em 3 perguntas:
- O Gersinho é o culpado?
- A culpa é só dele?
- E agora?
Responder agora seria criar novos fantasmas quando até reagimos com um belo jogo para as competições europeias. Voltamos, precisamente, àquele limbo em que estivemos depois do 1º jogo contra o Narbonne. Há a dúvida de como vamos voltar a estar nos jogos do campeonato. Esta “vitória” sobre o líder do campeonato francês trouxe confiança e, a meu ver, alguma malta está em bicos dos pés. Espero, sinceramente, que esse inchaço todo se traduza em vitórias em campo contra as equipas que realmente importam neste momento. A verdade é que já ninguém está a olhar para o SL Benfica, quando se percebe que Esmoriz GC, AA Espinho ou Leixões SC nos conseguem bater o pé.
Venha o próximo jogo que estamos todos curiosos por ver como é que vamos reagir. A margem de erro é praticamente inexistente, por isso a pressão existe. Espero que consigam dar a volta porque é sinal que ganhamos. A verdade é que, no final do dia, o que importa é o Sporting CP e se todos os envolvidos conseguem, ou não, estar à altura da camisola que vestem.
Numa semana tão cheia de nervos, importa ainda deixar as minhas notas finais:
– Eu admito que o Sporting ainda me consegue surpreender ao nível da comunicação. O meu filho acordou cedo no sábado e vim para a sala e liguei a Sporting TV. Estava a dar voleibol, equipa feminina, contra o Clube K… mas o jogo do ano passado. Abram concurso para um arquivista. Ajudas, Tiago?
– Fomos jogar contra o Narbonne e, para minha infeliz tristeza, estava agarrado a um site de apostas (que nem jogo) a ver o evoluir do resultado. Em 2022, o Sporting CP não achou importante arranjar forma de (1) dizer uma forma de assistir ao jogo ou (2) passa-lo no seu canal;
– O novo reforço Lucia Verdier Del Valle. Culturalmente, os países ligados a Espanha colocam os seus apelidos de uma forma diferente da nossa. O nosso último nome, geralmente do pai, corresponde ao penúltimo nome nessa cultura. Um exemplo é a nossa Brenda Pérez, tem como nome completo Brenda Pérez Soler. Ora, a Lucía Verdier del Valle será também Lucia Verdier. Eu se tivesse dúvida iria ao seu Instagram e via como é que a jogadora se gosta de chamar ou o que colocou como apelido na camisola. Portanto, a nova jogadora será Lucia Verdier;
– A saída do PV não foi explicada e se calhar não teria de ser porque “é só voleibol”. Era um elemento mais cotado do plantel e com uma referência salarial alta. Com a justificação que se ouve é que foi por problemas de indisciplina/profissionais. Se assim é, ontem era tarde. No entanto, a comunicação não acompanhou a gestão desportiva da seção;
– A Bárbara Gomes assinou por 2 anos e meio, o que mostra vontade de haver futuro no voleibol feminino do Sporting CP;
– Temos um novo diretor da seção de voleibol, Paulo Cunha, que com pouco tempo de casa parece ter a competência que faltou durante anos. Terá um desafio enorme com a comunicação no Sporting CP;
– Por fim, voltar a referir a linha editorial do jornal do Sporting CP. Numa página dedicada ao voleibol, dão destaque à derrota com o Leixões SC voltando a deixar a vitória da equipa feminina num pequeno quadrado amarelo.
Há trabalho para continuar a fazer e há gente boa para o assumir. Vamos trabalhar!
*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.
25 Janeiro, 2022 at 18:47
Acredito que vamos sorrir no final
25 Janeiro, 2022 at 18:56
Fiquei decepcionado com a derrota das senhoras, o mesmo erro repetido vezes e vezes sem conta…
Mas plena confiança na equipa.
Spoooooooooooorting
25 Janeiro, 2022 at 21:40
P V acabou sempre por ir… os relatos valem o que valem, mas coiso… os jogadores parecem mercenários, jogam cá um anito, ganham o seu, seguem. É que nem se valorizam nem nada, é mesmo passsagem.
As meninas estão na luta, vão sair-se bem.
26 Janeiro, 2022 at 10:15
A pressão de ter de ganhar só faz bem. Cria calo. O problema é saber-se que se não ganharem, a próxima época vai pelo cano.
Este ano, talvez por ser ano de eleições, decidiram apostar as fichas todas no feminino. Principalmente depois da vitória frente à AJM/FC Porto. Desde que esta Direção tomou posse, nunca se viu tamanho investimento no Voleibol feminino. Mas viu-se que sempre que o Voleibol não ganhou, desinvestiu (voleibol masculino).
Se a Bárbara vem por dois anos e meio, leio nas entrelinhas, que o Rui Costa irá continuar pelo mesmo tempo. Ganhando ou perdendo.
A saída do P.V. devia ser explicada. A equipa, apesar de não estar num bom momento, estava equilibrada. Tinha 2 opostos e 5 Zona 4. Agora ficou com 1 oposto, 1 adpatado a oposto e 4 Zona 4, sendo que um deles também já jogou a oposto.
O jogo em França podia ter servido para libertar a equipa. E dar ânimo. Esperemos que consigam dar a volta por cima.
Existe um rumor confirmado de que tinham tudo acertado para contratar um oposto russo para colmatar a saída do P.V. e que em cima do fecho do mercado a Direção mudou de ideias.
Seria bom que o novo Diretor ou alguém da Direção dissesse claramente o que representa o voleibol masculino.
Em 5 anos o voleibol masculino passou do Ouro à Lata.
O voleibol feminino parece estar bem. Parece ter projeto de futuro. Esperemos é que esse futuro não dependa de resultados imediatos.
26 Janeiro, 2022 at 11:18
Partilho a opinião sobre o jogo do Voleibol Feminino.
Foi um mau jogo e estivemos irreconhecíveis. No entanto não posso de mencionar a garra da Dani, sempre a tentar manter-nos em jogo e a motivar as companheiras – o que é mesmo dela, diga-se!
O Leixões teve poucas falhas e, juntando as duas coisas, deu no que deu.
Enfim, seguimos na luta.
O voleibol masculino, ultimamente, até me passa ao lado… Não percebo o que andam a fazer e qual é o objectivo.
26 Janeiro, 2022 at 14:11
A equipa feminina reforçou-se bem e parece-me em condições de lutar pelo titulo.
Teve um deslize já bem explicado acima.
A nossa ambição é vencer todos os jogos, vencer 3 e perder 1 não é motivo de orgulho.
O masculino parece que não acerta com os jogadores, tal a rotação nas ultimas 3 épocas.
3 anos de Gersinho será mais que suficiente para perceber que não vai dar.
Equipa erra muito na receção, no side out
Tem bons momentos em que parece imparável, quando de repente vem por ai abaixo.
no masculono não tenho esperança de ganhar o campeonato