Dominando a partida do início ao fim, o Sporting foi a Moreira de Cónegos ganhar por 2-0, numa noite em que Edwards e Porro voaram como borboletas, Slimani voltou a picar como uma abelha e João Pinheiro confirmou que tudo o que aconteceu no dragão não foi obra do acaso

 

 

Quatro golos nos últimos três jogos para o campeonato. Houve quem desconfiasse dele, mas, aos poucos, Slimani entrosou-se na forma de jogar da equipa e trouxe-lhe algo que ia faltando: frescura física e acerto na finalização.

Ontem, frente a um Moreirense mais interessado em prolongar o 0-0 do que em chegar-se à frente, o Sporting demorou até conseguir ultrapassar aquele 5-4-1 que, por vezes, se transformava num 5-5 de linhas baixas. Edwards, titular pela primeira vez, queria bola e queria mostrar serviço, mas era o homem que com ele partilhava a faixa direita que dava sinais de ter o segredo para ultrapassar os cónegos. Porro, assim se chama esse Pedro que muito provavelmente é o mais completo lateral direito que já vi com a camisola do Sporting, recebe a bola sempre a pensar na melhor forma de colocá-la jogável para galgar metros de relva. Foi o que fez por volta dos 15 minutos, numa arrancada que nasce da primeira combinação com o tal Edwards e terminou num cruzamento tenso para um remate cruzado de Matheus Reis.

Esse posicionamento interior de Marcus Edwards, ia desposicionando a defesa adversária, como no lance em que a bola vem de Porro e o inglês faz a ligação para a subida e remate de Matheus Nunes, obrigando o redes adversário a fazer a defesa da noite. Na sequência do canto, a bola andaria de um lado para o outro até chegar aos pés do camisola 23, que a levantou redondinha para a zona onde apareceu Slimani a fazer o que deve fazer um ponta de lança: mandar uma ferroada em forma de golo.

Well, I’m a king bee
Buzzin’ around yo’ hive
Well, I’m a king bee
Buzzin’ around yo’ hive
Well, I can make honey, baby
Let me come inside

Embalados pelo espírito do argelino, pouco depois aplaudido por uma recuperação de bola a meio campo, os Leões voltaram a fazer estragosnuma combinação entre Edwards e Porro, com a locomotiva espanhola a ter uma recepção fantástica, tirando o seu marcador da frente e acelerando rumo à linha final, antes de cruzar a régua e esquadro para a emenda certeira de Paulinho. Que jogada!

No segundo tempo, Amorim aproveitou para dar minutos aos regressados Palhinha e Pote, e mandou Sarabia fazer recuperação activa. O craque espanhol até teve nos pés o 3-0, num dos raros momentos em que o Sporting resolveu acelerar no último terço, de tão confortável que estava a gerir a vantagem. O único desconforto vinha mesmo da forma como os jogadores do Moreirense começaram a bater em tudo o que mexia, com destaque para o entrado Ibrahima, para Paulinho e para Pablo. A todos eles, João Pinheiro, artista do apito que impediu o Sporting de ganhar no Dragão, foi poupando cartões, com destaque para o segundo amarelo que ficou por mostrar a Pablo.

Chama-se a isto, desfilar impunidade. Que continuemos a ter borboletas e abelhas que nos permitam continuar a ganhar neste pântano.