O post “O desabafo de Fátima que vale a pena ler“, publicado na Tasca a 10 de Março passado próximo, suscitou vários comentários que trouxeram de novo à baila a dúbia questão da competitividade do Futebol Feminino (FF) em Portugal.

Desde logo esclareço que apenas acho esta questão dúbia porque ela é frequentemente colocada num plano de determinismo fatalista com o qual EM NADA concordo.

Que o FF em Portugal é muito pouco competitivo acho uma verdade pouco questionável. Que essa falta de competitividade se deve à sua incapacidade de gerar receitas que tornem sutentável a profissionalização e construção de um quadro competivo atraente, é apenas meia-verdade. Que só a aposta na massificação e qualificação da Formação permitirá criar um FF mais competitivo é uma inverdade. Que o FF se manterá inevitavelmente pouco competitivo … só será verdade se nada for feito para alterar esse estado de coisas.

Desde logo, o primeiro grande passo para revolucionar positivamente o marasmo em que se encontra o FF em Portugal passa por MAIS E MELHOR INVESTIMENTO. Da Federação, das Associações de Futebol, da Liga, dos Clubes e do Desporto Escolar. E não falo apenas (nem sequer sobretudo) de investimento financeiro. O mais urgente é o investimento organizacional e promocional. O problema é que estamos claramente a perder um combóio que está em bom andamento em boa parte da Europa há mais de 6 anos (vide a evolução gigantesca apenas nesses 6 anos do FF em países Europeus como a Inglaterra, a Espanha, a Itália, a Holanda e a França ou mesmo a Alemanha – que já era uma potência mas que a nível de Clubes também teve um boom). E em Portugal pior que não termos evoluído, foi, em larga medida, termos regredido.

Deixem-me lembrar-vos o que aqui escrevi há 2 anos e 10 meses, sobre a necessidade de mudança:

«Como objectivos mais imediatos: a profissionalização completa das equipas de arbitragem  na Liga BPI; a criação de regras de condicionamento do (ab)uso de jogadoras estrangeiras através de limitação ao máximo de 1/3 (6) na lista de jogo; a introdução imediata do VAR nos jogos da LIGA BPI e nas meias-finais e final da Taça de Portugal. Como metas a curto médio-prazo destacaria: a completa profissionalização do quadro da 1ª Liga até ao início da época 2021-22 e a redução desse quadro competitivo para 8 equipas; a partir dessa época; a semi-profissionalização da Liga de Promoção (2ªa Liga) com uma 1ª Fase de 4 grupos regionais de 6 equipas cada e uma Fase Final de Promoção com as 3 primeiras de cada grupo a disputar a subida num Grupo de 12 a 2 voltas e as 3 últimas noutro Grupo idêntico a disputar a manutenção; quaisquer equipas que conquistassem os 2 lugares de Promoção à Primeira Liga teriam de submeter à federação um formulário com os quesitos de adesão às Regras de Profissionalização vigentes na nessa Liga e, caso alguma(s) não conseguisse(m) preencher esses quesitos avançariam as classificadas nas posições seguintes e que fossem habilitadas para os preencher; na época de 2021-22 e 2022-23 não desceria qualquer equipa da 1ª para a 2ª Liga, ficando a Liga profissional, a partir da época 2023-24, novamente com 12 equipas, mas agora, todas profissionais. Essas e outras medidas (de sustentação da Formação desde o Desporto Escolar às Associções de Futebol, de condições de sustentabilidade económica e financeira do negócio, de promoção e propaganda da Modalidade e das Atletas, etc) deveriam ser bandeira do Sporting Clube de Portugal na liderança de um projecto de verdadeira e radical mudança do Futebol Feminino em Portugal.» (in “O Futebol não é para Meninas” de 20 Maio 2019).

E, no post da mesma rubrica da semana seguinte:

«(…) veio a público uma muito interessante entrevista de Nuno Cristóvão (NC) ao diário “desportivo” O JOGO, depois da sua saída do Sporting. Para o que pretendo debater, destaco dois momentos dessa entrevista que contribuem para levantar um pouco o véu sobre o futuro próximo do Futebol Feminino (FF) em Portugal: “(…) sabendo que o próximo ano será de transição no modelo competitivo das mulheres e raparigas em Portugal. Na época 2020/21, a primeira divisão, hoje com 12 equipas, só terá 10, (…)” (NC dixit). Ou seja, a federação já percebeu que o actual quadro competitivo da Liga BPI é uma  aberração. E vai alterá-lo já daqui a 2 anos! Muito bem! É menos uma batalha no caderno de alterações para a melhoria do FF em Portugal. Mesmo assim, talvez 10 sejam ainda muitas equipas para integrar o quadro de uma competição que se pretenda integralmente profissional. “(…) mas vai acontecer a médio prazo, porque o que acontece na América do Sul vai acontecer na UEFA e para poderem entrar em competições europeias, os clubes terão de ter equipas femininas. Vai ser mais rápido do que pensam. Uma competição que se reduz a três equipas, contando com o Benfica, é mais pobre. Nas duas últimas épocas, a liga decidiu-se em dois jogos e se queremos uma competição com mais qualidade, tem de haver mais equipas, apostando os clubes na formação. Quando estas jogadoras jovens chegarem aos seniores não vão caber todas nas equipas profissionais e como querem jogar, vão reforçar outras equipas do nível abaixo e também isto vai fazer com que o nível competitivo seja mais alto e equilibrado. Esta época já vimos 2/3 equipas fazerem campeonatos muito interessantes, mas é preciso mais. Com a entrada de mais equipas, o fosso vai diminuir e o nível será cada vez mais equilibrado (…)” (NC  dixit). Este momento é ainda mais esclarecedor! Nuno Cristóvão entende que: não há como fugir da profissionalização; competir a 2 ou 3 e o resto ficar a ver navios é que mata o Futebol; há que criar condições para serem mais a ter armas competitivas para almejar o topo; não se cria a competitividade baixando o nível dos 3 destacados, mas aumentando o nível dos outros ou criando mais equipas com capacidade de se destacar; a evolução internacional (particularmente europeia) do FF “obrigará” quase que “naturalmente” a que outros emblemas de projecção adiram ao FF em Portugal. Vou só relembrar algo que respondi ao  mui honorável tasqueiro Pavel Hörvat, num dos comentários do post da semana passada (ainda antes de conhecer a entrevista de NC): “(…) Pavel, a profissionalização é o caminho seguido em TODO O MUNDO. Ou acompanhas, ou esquece e perdes o combóio. Porque não podes ter 3 equipas profissionais e as outras amadoras. Não existe competição, assim. Tens apenas 4 ou 5 jogos que “puxam pelas atletas” por temporada e isso é extremamente pernicioso para os que investem. O pessoal tende a achar que é um problema para os “pequenos”, mas é exactamente o inverso. Os que não têm “pernas” para o andamento profissional ou “unhas para tocar esta guitarra”, santa paciência, desçam de divisão.O que não faz sentido é teres uma Liga BPI com 12 equipas!!! 12 equipas num paísinho de merda em que o FF está na pré-História!! Nos EUA a NWSL, a Liga Profissional americana tem 9 (NOVE!) equipas! 20 vezes mais população, o Futebol Feminino mais avançado do Mundo a sua Liga profissional joga-se com 9 equipas! (…)” (Álvaro Dias Antunes 21 Maio, 2019 at 1:08). Ou a resposta que dei ao também mui honorável tasqueiro leonidas, num outro comentário ao mesmo post: «(…) O Sporting, o Benfica e o Braga teriam a obrigação de exigir à FPF que seguisse as recomendações expressas no “Women’s Football Strategy” da FIFA: criar condições para profissionalizar o Campeonato principal. O mais rápido possível, e sempre antes do próximo ciclo de novo Mundial. Ao cumprir com essa recomendação, a selecção faz-se naturalmente: os clubes que não preencham as condições para obterem a certificação para competir na Liga Profissional são excluídos. Ponto! Descem para a 2ª Divisão e começam aí a sua adaptação à profissionalização. Garanto que, iniciando a profissionalização integral na época 2021/22, o difícil será garantir que hajam 8 equipas que preencham os requisitos para participar. Mas, acreditem que, após haver um Campeonato Profissional, bem organizado e bem promovido por todos os envolvidos, cedo o FF começará a impor-se como uma excelente oportunidade de negócio e a atrair Clubes como o Porto, a Académica de Coimbra e outros que podem também movimentar boas assistências e tornar ainda mais atractiva a Modalidade para públicos e investidores. (…)». (Álvaro Dias Antunes 27 Maio, 2019 at 23:19. (in “O Futebol não é para Meninas” de 27 Maio 2019).

Como vêem, a falta de competitividade actual do FF em Portugal deve-se, ANTES DE TUDO MAIS, ao desinvestimento da FPF e ao alheamento da LPFP.

Desde logo, porque o que a FPF prometera em 2019 foi que, na época de 2020 -2021, o campeonato principal passaria para 10 equipas e o que se verificou nessa época foi passar para 20!!! Mas também porque não tem canalizado as verbas que anualmente recebe da FIFA e da UEFA (com o fito do desenvolvimento do FF) para o real aumento da competitividade, para a massificação da Formação e para uma eficiente promoção do jogo. Provavelmente e na melhor das hipóteses só teremos um Campeonato a 10 equipas, como prometido, em 2023/24. E sem que se tenham dado quaisquer passos organizativos para que essas 10 equipas garantam uma boa competitividade. O fosso entre as 3 melhores e a 4ª é algum, entre essas 3 e a 5ª já é considerável e com as abaixo do 6º é baixo é confrangedor.

E essa diferença acentuou-se de imediato exactamente porque a FPF teve a peregrina ideia de (em tempo de pandemia, ainda por cima) aumentar de 12 para 20 em vez de reduzir para 10. O que conseguiu foi que, em vez de meia dúzia de Clubes para absorver parte do resultado da maior aposta na Formação dos 3 maiores, teve mais de uma dúzia atrás do mesmo bolo. Isto em 2 anos em que, na maioria do tempo, não houve competições de formação e, logo, muitas das pequenas entre os 14 e os 16, 17 anos desses 3 Clubes (e as melhores de outros) até poderiam ter estado a rodar nas equipas seniores dos  Clubes das 2ª e 3ª divisões, aumentando a competitividade quer dessas pequenas, quer das equipas para onde fossem.

Depois persiste a incongruência de apenas 2 Associações terem quadro competitivo feminino desde as sub-13 (Braga e Setúbal) e apenas mais outra (Lisboa, a partir da época em curso) desde as sub-15. Existem Clubes com equipas seniores que apostam na formação de pequenas e as têm de integrar em equipas de rapazes (ou, no caso das sub-13 do Sporting, de as colocar a competir contra equipas de rapazes sub-14). O mínimo exigível era que TODAS as Associações se tivessem comprometido a promover junto dos seus Clubes a criação de equipas de sub-15 que integrassem jogadoras desde os 12 ou 13 anos e a organizar um Campeonato distrital para essas equipas; e, caso tivessem dificuldade em juntar várias equipas só no seu distrito, então congregarem esforços com as Associações geograficamente adjacentes com problemas idênticos para organizarem competições regionais. Se já tivessem iniciado esse processop há 4 anos, provavelmente já estaríamos a falar de um quadro competitivo no qual todos os “distritos” teriam competições de FF desde as sub-15 e alguns desde as sub-13 e até já poderíamos falar de Fases Regionais e Nacionais de sub-15 e sub-17.

Depois há o alheamento da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Parece difícil de compreender esse alheamento num organismo que deveria ser impulsionador dos mecanismos de expansão do Futebol profissional em Portugal. Mas essa dificuldade de compreensão só existirá em quem se recuse a constatar o efectivo funcionamento da LPFP. Em primeiro lugar, este organismo tem-se revelado historicamente uma institição muito mais corporativa do que  desenvolvimentista. Depois porque, à boa maneira Lusa, esse corporativismo é condicionado pela subordinação a jogos de influência de interesses particulares. Finalmente, porque esses jogos de influência no Desporto em geral e no Futebol em particular se alimentam em décadas de predomínio institucional corrupto e corruptor dos interesses particulares específicos de 2 clubes (Benfica e Porto) e em torno dos quais vão gravitando as necessidades conjunturais da esmagadora maioria dos restantes Clubes associados (apenas Sporting e Vitória de Guimarães tendem a algum autonomia nesta arquitectura de poder).

No caso da assunção da profissionalização do FF, o desinteresse da LPFP é reflexo do desinteresse dos tripeiros e do interesse monopolista dos lampiões. Aqui nada de mais “natural”: um dos habituais polos de influência não quer saber do FF para nada (por enquanto); o outro, sabendo dessa ausência, vê terreno livre para exercer o seu domínio do modo que mais gosta e procura mesmo, estrategicamente, aproveitar o tempo que durar esta situação para acentuar predomínio e cavar distâncias para os restantes (neste caso Sporting e Braga). O Braga, até como extensão das práticas do FM, procura a gravitação em torno dos interesses do Benfica para ir colhendo alguns frutos e procurar sobrepor-se ao Sporting. O mais estranho neste processo é a “demissão” do Sporting  da luta pelo desenvolvimento do futebol feminino profissional. Porque é quem mais perde com esta inércia e com esta falta de competitividade. Ao Sporting competia, logo em 2019, quando a FPF anunciou a sua intenção de introduzir um novo quadro competitivo, de a complementar com um caderno reivindicativo de propostas que aperfeiçoassem esse quadro competitivo, tornando-o mais robusto, mais transparente, mais equilibrado e mais justo, que priorizassem políticas de promoção do jogo e das atletas, que  criassem mecanismos de viabilização financeira e de sustentabilidade do crescimento. E, até teria tido, nessa ocasião, uma excelente ocasião para liderar esse processo, secundando mas também enquadrando a forma como muitas das atletas reagiran, na altura, às propostas da FPF (em matéria de plafonds orçamentais) limitadoras da liberdade contratual (e que, na prática correspondiam a um nivelamento obrigatório por baixo).

Esta atitude proactiva no sentido de apresentar um conjunto de propostas que configurasse um modelo sustentável do desenvolvimento e profissionalização do FF em Portugal deveria já ter sido a primeira linha de intervenção do Clube para dar sustentabilidade ao seu projecto. O restante seria procurar ser o mais forte  no contexto de um quadro competitivo aberto e leal. E aí teríamos sempre as enormes vantagens de possuirmos o associativismo desportivo mais implantado (organicamente) no país e internacionalmente (graças à rede de Núcleos, Filiais, Delegações, Escolas e Academias), de sermos o Clube com maior tradição e afirmação eclética em Portugal (e um dos maiores no mundo nesse particular) e de possuirmos uma massa adepta que compreende mais facilmente que as rivais que o investimento no Futebol Masculino não pode ser um sorvedouro de recursos que inviabilize ou condicione a restante actividade do Clube.

Na minha opinião, actualmente, a Sporting SAD deveria alocar cerca de 4M€ do seu orçamento 2022/23 para o conjunto do FF, assim distribuídos:

  • cerca de 2,5M€ para as suas equipas seniores A (profissional) e B (semi-profissional) tendo como objectivo de época a conquista do campeonato nacional e subsequente apuramento para as pré eliminatórias da Women’s Champions League;
  • cerca de 1M€ para iniciar o apoio à consolidação de um projecto nacional de Formação que, além das equipas SCP de sub-13, sub-15, sub-17 e sub-19, trabalhasse com agrupamentos regionais de Núcleos e com Autarquias para a criação de EAS-L (Escolas Academias Sporting-Ladies) de modo a constituir equipas para competir em Distritais Femininos de Futebol de 7 no escalão de sub-15 (com jogadoras de idades entre os 11 e os 14 anos), de Futebol de 9 no escalão de sub-17 (com jogadoras entre os 14 e os 16 anos) e de Futebol de 11 no escalão de sub-19 (com idades de 16 e 17 anos) (o investimento Sporting seria, sobretudo no apoio técnico em coordenação com a Formação do FF SCP; o dos Núcleos focar-se-ia na captação de atletas, promoção dos jogos, apoio logístico e caso o desejassem e isso se viesse a revelar viável na constituição de equipas seniores dos Núcleos SCP; o das Autarquias da construção ou cedência de infraestruturas tendo como contrapartida o alargamento da oferta de formação e prática de Desporto no Feminino nos seus Concelhos);
  • cerca de 0,5M€ para investir na promoção dos jogos e das atletas e em Merchandise próprio do FF.

Complementarmente, o Clube deveria:
– realizar todos os jogos em casa no EJA;
– realizar um  jogo de apresentação com uma equipa espanhola de média dimensão da La Liga Feminina (e.g. Madrid CF, Villareal ou SC Huelva) a anteceder o jogo de apresentação do FM, e um jogo para atribuição da Taça Maria Octávia Bastos Andrea com a equipa feminina da Fiorentina  a anteceder o jogo do Torneio Cinco Violinos;
– instituir um upgrade voluntário das Gamebox FM com um custo adicional de 10€ englobando os 2 jogos internacionais de pré época, os 16 ou 18 jogos do Campeonato Nacional e os jogos em casa da Taça de Portugal, num total de 18 a 22 jogos e com direito a aquisição de 1 bilhetes de acompanhante ao preço de 0,5€ para qualquer dos jogos contemplados;
– acordar com os G.O.A. a venda de 1400 a 2000 Gameboxes FF pelo preço de 10€ com lugares reservados na Curva Sul; acordar com os mais de 50 Núcleos com sede situada até 100Km do Estádio José Alvalade a venda de até 50 gameboxes por Núcleo ao preço de 10€ e com lugares reservados nos sectores A1, A2 e A3 (centrais poente inferiores);
– quaisquer destas gameboxes Núcleos e G.O.A.s poderiam ser transmissíveis mas não negociáveis; instituir preços de bilhética por jogo de 2€/sócio para os jogos contra Benfica e Braga e de 1€ para os restantes e dobrar esses preços para não sócios;
– usar o ecran gigante do estádio para passar publicidade dos 3 sponsors principais;
– usar a publicidade dinâmica junto ao relvado para anunciadores específicos e/ou outros patrocinadores; estabelecer metas ambiciosas  de assistências para cada jogo em conjunto com os G.O.A e com os Núcleos e procurar sempre superar essas mesmas metas, prometendo como garantia o aumento da “oferta promocional” de Gameboxes na época 2023-24, incluindo eventuais jogos da Champions sem alteração de preços;
– dependendo dos horários, realizar, antes dos jogos, acções de campanhas de promoção de merchandise nas Lojas Verdes com a participação de atletas do FM ou de outras Modalidades;
– transmissão de todos os jogos em casa na SportingTV com pré acordo de fees de transmissão ou, caso já esteja instituído o VAR, participação em negociação centralizada de direitos televisivos com qualquer outra operadora com direito a retransmissão com um mínimo de 24h a posteriori no Canal do Clube  (e obrigatoriedade de nenhum jogo poder ser transmitdo em directo por quaiaquer operadoras de Clube);
– nas deslocações mais longas, combinar com o Núcleo mais próximo, acção de merchandise com a participação das atletas a efectuar antes do jantar do dia que antecede o jogo;
– manter páginas Facebook, Teewter, Instagram e TikTok do nosso FF actualizada com: planteis de todas as equipas das sub13 às A e dados sobre as jogadoras (datas e locais de nascimento, altura, peso, posições preferenciais, “curriculos de carreira”); com datas, horários e locais de todos os jogos e informações de interesse (no caso das deslocações, por exemplo restaurantes, moradas de Núcleos próximos, etc), com publicitação de todas as acções de campanhas de merchandise (deveria ser realizada 1 por semana em diferentes pontos de Lisboa como as Lojas Verdes, Lojas FNAC ou Bertrand de Centros Comerciais para lançamento de Livros, Revistas ou bandas desenhadas FF da Leo) e com depoimentos/videos promocionais dos jogos com participação das jogadoras;
– associar a actividade das atletas do FF a causas, trabalhando em conjunto com a Fundação Sporting, os Leões de Portugal, o Grupo Stromp, os Cinquentenários ou o Solar do Norte em campanhas como: a Luta contra o Cancro (momeadamente o da Mama), a Luta pela Igualdade de Condições de Géneros, o Acolhimento e Integração de Refugiados (nomeadamente as colegas da selecção feminina afegã ou agora os Deslocados da Invasão Russa da Ucrânia focando nas mães), a luta contra o Racismo no Desporto e na Sociedade, a Luta contra a Violência no Desporto, a Luta pela Verdade Desportiva, a Luta pelo Desporto Inclusivo e Para Todos (nomeadamente em colaboração com atletas do desporto Adaptado como as nossas campeãs do mundo de Clubes em Goalball), a Promoção da Prática do Desporto como Hábito Salutar de Vida.

Como vêem com um pouco de criatividade, com uma praxis directiva unificadora e mobilizadora e com o apoio solidário de muitos (G.O.A.s, Núcleos, Fundação, voluntários, etc) tudo se poderia tornar mais concretizável. Mas o mais notável é que a concretização deste tipo de medidas tende a gerar efeitos multiplicadortes e a aumentar o entusiasmo de TODOS/AS: Sócios/as, Adeptos/as, Dirigentes, Técnicos/as, Atletas, instituições do Universo Sporting. E criavam-se hábitos de assistência em ambiente de FESTA. E essa é uma importante condição para o sucesso desportivo e para a sustentabilidade financeira desse sucesso. De realçar que estas medidas podem significar um encaixe de receitas na ordem dos 300.000€, o que não é dispiciendo.

Na época 2023/24 deveriam ser mantidas todas estas medidas promocionais e o mesmo nível de investimento no plantel principal, mas, particularmente se fizéssemos uma campanha animadora na Champions (oitavos ou melhor), deveríamos aumentar em 20% os custos ao consumidor das medidas promocionais e em 30% as receitas de sponsors e publicidade e fazer um upgrade do investimento na equipa A para um plantel de 23 jogadoras e um investimento de 3,5M€ (salários de  atletas e equipa técnica + equipa B,  deslocações e estadias); e proceder a esses ajustes de preços anualmente em 2024-25, 2025-26 e 2026-27, quase duplicando ao fim desses 4 anos os custos ao consumidor das medidas de bilhética (que mesmo assim manteriam níveis de cerca de 1€Jogo para as gameboxes) e de 2 a 4€ para os bilhetes avulso para sócios. Mas teríamos a absorção de boa parte dos 0,5M€ para promoção do jogo e das atletas (que, sendo o projecto bem sucedido, com o tempo acaba por se auto-promover), passando esses custos para valores quse residuais e teríamos cerca de 1ME ou mais de receitas de prémios de jogos da Champions League, além das receitas geradas por tranferências de atletas. Importante em todo este processo seria utlizar as plataformas Facebook, Tweeter, Instagram, TikTok, Messenger, Watsapp ou outras do nosso FF para divulgar com total transparência a evolução e o impacto de todas estas medidas, bem como incluir o FF numa rubrica separada nas Contas, Orçamentos e Balanços da SAD vertendo nessa rubrica todos os dados financeiros de todas estas operações e respectivos resultados.

Não é sustentável? Não é competitivo? Não é sustentável?
Só se insistirmos em NÃO QUERER QUE SEJA!

 

 

* dos Açores com amor, o Álvaro Antunes prepara-nos um petisco temperado ao ritmo do nosso futebol feminino