Carvalho era um guarda-redes com uma estampa física impressionante, e simultaneamente muito seguro e autoritário.
Principiou por jogar nas equipas jovens do Operário do Barreiro, mas com 18 anos passou a representar o Luso, onde começou a dar vistas despertando o interesse dos grandes clubes portugueses.
Em 1958 transferiu-se para o Sporting, numa altura em que Carlos Gomes tinha acabado de partir para Espanha, no entanto começou por ser suplente de Octávio de Sá, e só na temporada de 1961/62 passou a ser o dono camisola nº 1, conquistando então o seu primeiro título de Campeão Nacional.
A partir daí foi durante sete temporadas o dono da baliza leonina, prosseguindo a sua senda vitoriosa com a conquista da Taça de Portugal de 1963, que permitiu ao Sporting estar presente na edição da Taça das Taças da época de 1963/64, competição que terminaria com a vitória dos Leões, numa Finalíssima memorável, onde Carvalho foi herói, e reza a lenda que a sua determinação em ganhar aquele jogo decisivo era tal, que até deu um par de estalos em Pérides, por este se ter “encolhido” numa bola dividida.
Na época de 1965/66 voltou a ser Campeão Nacional, chegando então à Selecção A ao serviço da qual esteve presente na fase final do Mundial de 1966, onde actuou apenas no primeiro jogo em que Portugal ganhou por 3-1 à Hungria, perdendo depois o lugar para o guarda redes do Belenenses José Pereira, situação que não aceitou, manifestando o seu desagrado, e acabando por nunca mais ser chamado à Selecção onde totalizou 6 presenças. Foi Também durante essa época que passou a ser o Capitão da equipa numa altura em que Fernando Mendes continuava a debater-se com a sua lesão e em que José Carlos também desempenhou essas funções.
Na época de 1968/69 perdeu o lugar na baliza do Sporting para o jovem Vítor Damas, mas ainda teve direito à consagração merecida, despedindo-se em Matosinhos no dia 17 de Abril de 1970, no jogo da última jornada do Campeonato de 1969/70, em que os Leões golearam o Leixões por 5-2, festejando a conquista de mais um título, que para Carvalho era o terceiro. Na época seguinte já não saiu do banco, jogando apenas nas Reservas. Foi então para o Atlético onde terminou a sua carreira na temporada de 1971/72.
Posteriormente voltou ao Sporting como treinador de guarda-redes e foi ele que descobriu Rui Patrício no Marrazes. Também fez parte da primeira equipa técnica do Futebol Feminino.
Em 2011 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade.
Faleceu no dia 5 de Abril de 2022, com 84 anos de idade.
Até sempre, Campeão!
6 Abril, 2022 at 10:00
Já não sou do tempo dele, mas foi e é um dos nossos “Grandes”!
Z
6 Abril, 2022 at 10:06
Não tenho memória de o ter visto jogar mas sempre ouvi falar que foi um grande guarda redes no seu tempo.
RIP
6 Abril, 2022 at 10:09
Grande Leão. Descanse em paz.
6 Abril, 2022 at 10:43
Eu não me lembro mas ele morou na mesma rua de onde os meus avós eram e também onde eu morei alguns anos. Rua do Carrião
6 Abril, 2022 at 12:03
Eu tive o privilégio de o ver jogar. Grande GR.
Nunca percebi, porque deixou de ser titular, no mundial de Inglaterra
6 Abril, 2022 at 12:42
Que Descanse em Paz…
Vi alguns jogos dele…
6 Abril, 2022 at 13:38
R.I.P. 🙁
6 Abril, 2022 at 13:53
Os meus ídolos, porque gostava de jogar à baliza, começaram com o Azevedo e o Carlos Gomes, de quem eu dizia que era um deles!!
Carvalho também gostava muito dele.
O Azevedo foi o único que vi jogar aqui em Angra do Heroísmo, com o seu boné inconfundível!!
Também não percebi o Carvalho no mundial de 1966 ter sido preterido ao José Pereira do Belenenses!
Que descanse em Paz, grande campeão!!
SL
6 Abril, 2022 at 13:56
Aquando do Mundial de 1966, ouvia só relato e quando podíamos, pois, estava em Angola ao Serviço da Pátria!!!
SL
6 Abril, 2022 at 14:06
Um dos cromos que cheguei a ter no final dos anos 60!
Até sempre Joaquim Carvalho
6 Abril, 2022 at 14:53
Um dia depois da morte do Rui Pinheiro, componente dessa extraordinária equipa de basket do Sporting Clube de Lourenço Marques (com Mário Albuquerque, Nelson Serra, Sérgio Carvalho e outros), 4 vezes campeão nacional em fases finais que então englobavam o campeão da Metrópole, o de Angola e o de Moçambique. Infelizmente um deles foi-lhe retirado, alvo de protesto, prontamente atendido por dirigentes ligados ao clube que tinha perdido em campo, o Benfica. O SCLM ficou oficialmente sem o título, ganho em campo, que não foi atribuído, mas a verdade é que os jogadores pegaram na taça e levaram-na para Moçambique.
Depois da independência de Moçambique, no regresso a Portugal, voltaram-se a juntar e foram de novo campeões nacionais (Rui Pinheiro, Mário Albuquerque, Nelson Serra, conjuntamente com Augusto Baganha, Carlos Lisboa, Israel, Carter) agora sob o emblema sede do Sporting Clube de Portugal, em jogos imemoriais a que tive o privilégio de assistir no velho Pavilhão de Alvalade, defronto-me com a morte do Carvalho, o nosso guarda-redes campeão nacional em 1965/1966 e 1969/1070, títulos que já comemorei ao vivo no antigo Estádio de Alvalade.
O título de 1961/1962 e o da conquista da Taça das Taças (1963/1964), pelo Joaquim Carvalho e demais companheiros, foram vividos por mim à distância, via rádio em Moçambique e pela leitura tardia do jornal “a Bola”, trissemanário desportivo que nos chegava semanas mais tarde.
Mas relembro com tristeza o episódio de que Carvalho foi vítima, em que depois de ter feito como titular da selecção todo o apuramento para a fase final do Mundial em Inglaterra e de ter sido titular no jogo de estreia contra a Hungria, ter sido substituído sem justificação (a não ser pelo benfiquismo confesso do seleccionador José Maria Afonso e da “entourage” que o rodeava) por José Pereira (Belenenses) até ao final da competição.
Na baliza do SPORTING vira a ter como sucessor o nosso saudoso e eterno Vítor Damas.
Joaquim Carvalho e Rui Pinheiro descansem em paz, porque na memória dos sportinguistas serão sempre eternos.
6 Abril, 2022 at 18:12
Nunca o vi jogar (mas a geração anterior á minha era “o Carvalho isto, o Carvalho aquilo”) mas vou sentir a falta dele na mesma, RIP Carvalho, serás sempre dos nossos….
6 Abril, 2022 at 19:48
Dia triste, mas se existe Deus, que deixe Carvalho repousar em paz.
Fico sempre melancólico e triste quando se constata que aqueles que nos ajudaram a construir como “alma” coletiva são mortais também.
As sentidas condolências para a família, amigos e família leonina.
6 Abril, 2022 at 22:15
RIP.
7 Abril, 2022 at 9:23
Meu treinador nas camadas jovens do clube.RIP.