O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol castigou Nuno Santos com um jogo de suspensão na sequência do processo disciplinar instaurado ao extremo do Sporting por factos ocorridos durante a final da Taça da Liga com o Benfica, no final de janeiro. O processo disciplinar foi instaurado depois de as câmaras de televisão terem captado Nuno Santos a proferir insultados a Everton, do Benfica, junto à linha lateral quando estava ainda no banco de suplentes – o atacante leonino só entrou ao minuto 88 nessa final que o Sporting venceu por 2-1.

Nuno Santos não entrará, assim, nas opções de Rúben Amorim para a deslocação a Tondela, no próximo sábado, em partida referente à 29.ª jornada da Liga, o que nos conduz ao lado do romantismo que dá titulo a este post.

Ruben Amorim tem plena consciência da forma como funciona o futebol em Portugal. Foi jogador num dos clubes mais beneficiados e protegidos, o benfica, leva dois anos como treinador do Sporting, tempo suficiente para ironizar com o suposto favorecimento dos Leões por parte da arbitragem. Ainda assim, Amorim recusa-se a gerir os cartões amarelos.

Se recuarmos duas jornadas, o Sporting chegou a Guimarães com cinco jogadores em risco de exclusão, caso vissem amarelo: Ugarte, Pedro Gonçalves, Matheus Reis, Paulinho e Palhinha. Nem um forçou a cartolina que lhe permitiria limpar, em Alvalade, na recepção ao Paços, uma das partidas teoricamente menos complicadas de jogar até ao final da época.

Nesse jogo, Palhinha viu amarelo por voltar a fazer aquele movimento que lhe vale sempre cartão, espirrar, e fica de fora da visita a Tondela, véspera da recepção ao benfica, partida que poderá decidir a história dos primeiros três lugares deste campeonato. Ora, nem de propósito, surge este castigo a Nuno Santos, o que torna mais complicado, por exemplo, a poupança de Matheus Reis, a não ser que Amorim coloque Feddal e lance Vinagre na ala canhota.

Por outras palavras, o Sporting arrisca chegar ao dérbi sem Ugarte, Matheus Reis, Pedro Gonçalves e Paulinho, sendo os dois primeiros parte do lote de quatro jogadores mais em destaque na equipa (junte-se-lhes Coates e Sarabia) e todos temos noção do quão fácil será saltar um amarelo que obrigue a cumprir um jogo de castigo, como aconteceu com Porro, que ficou impedido de ir ao Dragão. Podem dizer-me que fomos dar três à Luz sem Palhinha e Coates, mas nem isso me altera a ideia de que há pouco espaço para romantismo e seriedade num futebol de castigos e nomeações a la carte.