Belo jogo de futebol em Alvalade, com o Gil a querer exibir pergaminhos ofensivos e o Sporting, sem referência na área, a fazer girar o carrossel para uma goleada que até podia ter sido maior e que garante o acesso directo à Champions

 

A hora era imprópria, para não variar, mas quem foi a Alvalade assistiu a um belo jogo de futebol. O Gil, a quem basta um ponto para garantir o quinto lugar e o acesso à Europa, veio cheio de vontade de mostrar o porquê de ter ido ganhar à Luz, a Braga e de ter empatado no Dragão mesmo reduzido a dez, acrescentando-lhe a titularidade de um menino de 20 anos, Andrew, espécie de talismã para os gilistas, que nunca haviam perdido com este redes em campo. Aproveito para dizer-vos, que, ontem, era dia de aproveitar para deixar encaminhada não só a contratação do ponta de lança, Fran Navarro, como para incluir Andrew no negócio, que os cinco milhões que podem ser empatados em Virgínia já dão uma boa almofada para trazer dois jogadores que realmente fazem sentido.

E por falar em fazer sentido, Amorim apostou, e bem, no trio ofensivo PES (Pote, Edwards, Sarabia), que à falta de uma referência ofensiva associativa, garantiram em duas semanas, sete golos marcados e várias outras oportunidades criadas. Aliás, o Sporting ganhou por 4-1, mas podia ter ganho por 7-2, tal a vontade de ambas as equipas jogarem para a frente, algo que favorece, obviamente, jogadores rápidos a decidir o que fazer à bola, como são os três da frente já citados, ou outros, como Nuno Santos e Porro.

O primeiro golo viria de penalti claro, por muito que se reclame ter sido fora da área (a perna do gilista está completamente dentro), com o derrube a Nuno Santos a permitir que Sarabia marcasse o 18º golo da época (com este não apostava o agente do Paulinho…). O craque espanhol teve oportunidade de bisar logo a seguir, depois de cruzamento de Porro, antes do lateral direito ensaiar uma bomba que daria um golaço, não fosse a grande defesa do tal menino que devia ser contratado. Cheirava a segundo, que viria a acontecer num tiro cruzado e ajeitado de Edwards, o rapaz que não sabia se havia de sorrir. Pelo meio, o Gil reclamou um penálti, depois de Adán interceptar uma bola e, na sequência, chocar com o avançado adversário. Segue, disse o VAr.

A menos de dez minutos do final da primeira parte, o Sporting parecia ter quase encerrado o jogo, mas o Gil não se ficou e marcou duas vezes. O primeiro estava em fora de jogo, o segundo contou mesmo e foi marcado por aquele espanhol de quem também já vos falei e que devia vestir as nossas cores na próxima época. 2-1 ao intervalo, com garantia de que a animação estava para continuar no segundo tempo.

À vontade de subir do adversário, respondia o Sporting com bolas bem metidas em profundidade, nas alas, como aquele passe teleguiado de Matheus Nunes para Nuno Santos, que aproveitou a hesitação de Zé Carlos e cruzou para onde Sarabia já afiava os pitons, com Lucas Cunha, na aflição, a meter a bola na própria baliza. O Sporting continuou a carregar e Pote foi carregado dentro da área, com o 28 a pedir para ser ele a marcar o penálti, numa espécie de momento para ver se quebra o enguiço. Com 4-1 e com mais um golo bem anulado ao Gil, começou a roda das substituições, com Paulinho, Vinagre, Ugarte, Daniel Bragança e o jovem Rodrigo Ribeiro, a serem chamados, com destaque para este último que, aos 16 anos, foi ali para o meio dos centrais disposto a marcar o golo que carimbaria a manita. Não conseguiu, mas deixou indicações de que está ali verdadeiro ponta de lança em formação.

E assim, na noite em que os jogadores leoninos usaram nas costas o nome das respectivas mães, o acesso directo à Champions foi garantido, a decisão do campeonato foi adiada, e o treinador adversário, Ricardo Soares, a cumprir castigo e talvez colocado naqueles polémicos lugares atrás dos ecrãs gigantes, terminou o 1 de Maio a dizer que o Adán devia ter sido expulso. Sabes que mais, ó Ricardo? Tell mama!