Eu tenho alguma facilidade em apaixonar-me por distribuidoras. Foi assim com a Sara Serrano, com a Bia, com a Ana Couto. Foi assim com a Ju Carrijo.

Antes de conhecer a Ju, eu pensava que era feliz e que estava satisfeito. Depois de ver a nossa distribuidora tocar na bola pela primeira vez, percebi que o mundo continua a dar-nos surpresas de alegria. Esta jogadora entrava no Sporting CP vinda de uma das melhores ligas do mundo, a brasileira. Competitivamente sabia o que era jogar ao mais alto nível e tomou a decisão, estranha até, de sair do Brasil e jogar num campeonato bem mais fraco do que aquele que estava. Na Europa tinha opções muito mais competitivas, se a ideia fosse mesmo emigrar.

Veio cá parar. Decidiu por um clube que trata bem as suas jogadoras, que apoia infinitamente em cada jogo, elogia cada momento e mima (muito) quem gosta de cá estar. Acho que recebeu tudo isto de nós.

Em termos de objetivos coletivos, a época não foi boa, mas individualmente a Ju Carrijo foi a melhor jogadora do campeonato. Arrisco até dizer que, dificilmente, voltamos a ter esta qualidade, no futuro próximo, no Sporting CP ou até na nossa liga. Foi uma sorte.

Pela quantidade de vezes que sorria, acho que foi feliz por cá. Entendo, racionalmente, a ida para a superliga brasileira. Emocionalmente, estou tristíssimo. Regressa a um clube com projeto e ambições. Deve ser das únicas jogadoras brasileiras de sempre que sai de uma equipa titular da superliga e volta para ser titular, depois de ter jogado em Portugal. O Sporting CP também soube ser uma boa montra e não decresceu em nada o seu valor, muito pelo contrário.

Eu vou continuar pelo Sporting CP com a certeza de que me diverti muito em ver a classe da Ju Carrijo pelo nosso clube.
Queria muito que tivesses ficado mais tempo.
Vou ter saudades.
Foi um prazer, Ju Carrijo.

 

*quando vê uma aberta no meio campo adversário, o Adrien S. puxa a bola bem alto e prega-lhe uma sapatada para ponto directo.