Com uma segunda parte de altíssimo nível, o Sporting fechou a liga com uma goleada ao Santa Clara, numa noite onde mais do que despedidas e agradecimentos, ficou no ar um sonoro “até já” partilhado por adeptos, jogadores e treinador

 

 

Neto tinha prometido uma noite animada, logo aos 2 minutos, quando, na sequência de um canto, sacou um remate de ressaca para aquecer a luva ao redes, mas parecia ter sido mero fogo de vista. No longos 30 minutos que se seguiram, o jogo correu num ritmo de pré férias, com o Santa Clara a acabar por ter a melhor oportunidade, quando, depois de um passe arriscado de Coates, que até estava a ser um dos mais concentrados da noite, permitiu a Mohebi ficar na cara de João Virgínia, mas o iraniano não conseguiu o redes que se estreava na I Liga.

Durante este tempo, um dos grandes momentos da noite, aos 17′, com a prometida ovação ao craque que veste a verde e branca com esse número, Pablo Sarabia. Em nove meses, o espanhol conquistou o coração dos Sportinguistas, que não hesitaram em aplaudi-lo de pé no jogo que, infelizmente, marca a sua despedida de um Clube que, aposto, o marcará (é sempre assim com os que por cá passam e nos conquistam).

Até que, pouco passava dos 40′, Pote ganhou a linha pela esquerda e meteu no coração da área; a defesa açoreana atrapalhou-se e Tabata fez aquilo que quem joga na posição nove deve fazer: pimba lá para dentro e vamos todos para intervalo a ganhar 1-0.

O descanso fez bem aos Leões, que entraram determinados a esmagar o adversário. O primeiro sinal foi dado logo no primeiro minuto da etapa complementar, com a pressão alta a permitir lançar Sarabia para defesa do redes. A partir daí, só deu Sporting, e o golo tardou cinco minutos: Pote lança Nuno Santos e este faz aquilo que é exímio a fazer quando tem espaço, cruzar com régua e esquadro. Do outro lado, como se fosse uma locomotiva, surge Pedro Porro a disparar uma buja sem apelo nem agravo para dentro das redes.

Embalados e com Pote a aparecer mais perto do jogador decisivo da época passada, os Leões chegariam ao 3-0 quando o camisola 28 cruzou para a emenda que se pedida, de Pablo Sarabia, melhor marcador desta época leonina, com 21 golos, que assim teve oportunidade de festejar na despedida de Alvalade. O próprio Pote estaria perto de marcar, de cabeça, com a bola a passar a menos de um palmo do poste, numa altura em que o menino Rodrigo Ribeiro e introvertido Edwards já estavam em campo.

O inglês marcaria o golo da noite, aparecendo ali num espaço interior, vindo da esquerda, e disparando uma bomba que o redes só viu quando se anichou no ângulo da rede. O avançado, que acabado de fazer 17 anos vai ao choque com quem tiver que ir, afronta de bola no pé os defesa e está sempre de olhos na baliza, teve no pé esquerdo o 5-0, depois de um cruzamento em ponto caramelo de Porro, mas falhou o empratamento de tão delicada sobremesa.

Entretanto, o central Marsa também teria oportunidade de se estrear, e foi neste misto entre quem fica e entre quem sai, que ficou a certeza de não estarmos a assistir a um final de época com o rótulo de mudança, mas sim de um até breve, assente na ideia da continuidade do treinador e daquilo que perspectiva como sendo o melhor para a evolução dos atletas e do futebol do clube.