Leão Rampante

Já ontem tivemos esta conversa.
Essa ideia de ser necessário um “homem de área” atualmente acho que não se coloca.
Não estou a dizer que é melhor ou pior. Para alguns treinadores e sistemas táticos são imprescindíveis, para outros não.

Falar da Champions então… Alguém dizer que o City perdeu com o Real porque não tinha pontas de lança é de quem não viu a eliminatória mas apenas o resultado.
A Champions não é uma prova de regularidade, é uma prova a eliminar onde fatores “extra-qualidade de jogo” têm mais preponderância do que uma liga, entre eles a sorte e o estofo mental. Não foi a falta de ponta de lança que tirou a champions ao City.

Certo que o City comprou 2 pontas de lança e vendeu 1 esta época. Isso não está em questão. Vamos ver se funciona igual.
Relembro que Guardiola nos seus tempos de Barcelona comprou um dos melhores pontas de lança do mundo no seu topo de forma de seu nome Zlatan Ibrahimović e todos vimos como isso (não) funcionou.

Mas mesmo que Halland venha a mudar o City para melhor, isso não altera o que já foi feito. Ou seja, que o City a jogar uns 80% a 90% do tempo de jogo contra equipas em bloco baixo e sem ponta de lança consiga chegar aos 93 pontos na liga mais competitiva do mundo.

Para finalizar, temos outros 2 exemplos:

1º A tripla avançada do Liverpool que cada vez deu menos tempo a Firmino e mais tempo a Jota, Salah, Mané e Diaz e não os impediu de chegar aos 92 pontos.
2º O Chelsea, que gastou 115 milhões em Lukaku para o sentar no banco.
No entanto, o mesmo Lukaku no Inter era imprescindível.

Volto ao que disse no início: em 2022 PL no plantel não é imprescindível. É opcional.
Depende do sistema e das ideias do treinador.
Acresce que habitualmente é a posição mais cara no futebol. Ou seja, ou gastas pouco e tens um pinheiro para desenrascar, ou gastas muito e és “obrigado” a mete-lo em campo mesmo que prejudique a equipa.

Para isso mais vale ter jogadores de linha “com golo”. Vários que possam fazer as 3 posições e quem tiver melhor…. joga mais.

Então toda a sequência de comentários fala de Klopp, Guardiola, City, Liverpool, etc e depois eu é que não posso comparar?
Ok.

Mas por acaso até discordo. O “estilo” inglês no geral é como dizes, com mais espaço vertiginoso, etc.
Contra o City? Não vejo isso. Por vezes mais parece um jogo de andebol.
As equipas contra o City são ultra defensivas. Tanto ou mais que as equipas pequenas contra os grandes no nosso campeonato.

E se não posso comparar os jogadores de topo do City com os nossos, também não posso comparar os jogadores do Paços de Ferreira com os do Leeds.

Mas o ponto nem era a comparação em sí. O Ponto é demonstrar que se ao mais alto nível, contra as melhores defesas, nos melhores campeonatos é possível ter sucesso sem PL, em Portugal também o será.

E tanto é que lutamos mais por títulos agora do que quanto tínhamos Bas Dost (com exceção do ano dos padres).

Já disse, essa questão do PL para desatar, abordamos com Slimani este ano e a coisa não melhorou. Passa a haver uma atração para os cruzamentos na área sem sentido.
Deixamos de jogar o que sabemos.

Se vier um PL não me mete confusão nenhuma. O meu ponto é que atualmente isso não é imprescindível e é caro.
Prefiro soluções que para além de trazerem competitividade aos 3 da frente tragam imprevisibilidade para os adversários e provavelmente até são mais baratos.

Acho perfeitamente possível desatar as equipas fechadas no nosso campeonato sem uma referência ofensiva.

Não precisam de ser PL, precisam é de ter qualidade.