Se estiveres de férias, esta é uma entrevista perfeita para leres entre mergulhos. Se não estiveres, tens que ler na mesma. Porquê? Porque, por vezes, tropeçamos em entrevistas que nos passaram ao lado e que nos desarmam pela sinceridade e frontalidade, e que nos deixam a pensar. Foi o que me aconteceu com esta entrevista ao Fábio Paím, ao Bola na Rede.
Bola na Rede: Estás na Polónia?
Fábio Paím: Sim, estou na Polónia.
Bola na Rede: Quantos graus estão aí?
Fábio Paím: Não sei. Não ligo ao frio. Nunca tenho frio [risos]. Diria uns 15 ºC. Está tranquilo.
[…]
Desculpa a demora.
Bola na Rede: Não faz mal. Como estás?
Fábio Paím: Bem, vêm aí coisas boas. Ainda não falei sobre isto publicamente e não quero fazê-lo enquanto não tiver certezas, mas acabei de receber um pré-contrato.
Bola na Rede: Vou respeitar. Ando atrás de ti há meses.
Fábio Paím: Só aceitei dar-te esta entrevista porque, embora não te conheça, gostei da maneira como me abordaram. Eu tento “ajudar-vos”, mas vocês, comunicação social, nunca me tentaram ajudar. Escrevem e dizem o que querem, sem direito ao contraditório. A entrevista é com imagem?
Bola na Rede: Não, apenas texto.
Fábio Paím: Senão vestia a camisola do clube.
Bola na Rede: Como te sentires mais confortável. Se achas que as entrevistas que já deste foram boas, espera até veres esta.
Fábio Paím: [risos] O Cristiano, não é? São frases que marcam a vida de uma pessoa, ainda por cima dito por ele.
Bola na Rede: Mantêm contacto?
Fábio Paím: Há muito tempo que não falamos, há muitos anos. As nossas vidas seguiram rumos distintos e tenho de ser sincero: o homem está noutro nível. Desencontrámo-nos e é normal; acontece com os amigos, também. Mas o carinho e o respeito mantêm-se.
Bola na Rede: Antes de avançarmos tira-me uma dúvida. Cresci a ouvir falar num jogo contra o Belenenses, em que fintaste meia equipa adversária – guarda-redes incluído – e voltaste para trás. Aconteceu ou é mito?
Fábio Paím: Aconteceu em vários jogos, inclusive contra o Benfica, em Alcochete. Eu era mau, era “chateado” e cresci com esse talento fora do normal de que as pessoas falam e ainda não apareceu alguém igual. É o talento, um dom, que tanto pode ser bom como pode ser mau. É difícil de explicar.
Bola na Rede: Vamos às tuas raízes. Os teus pais são angolanos, mas já nasceste em Portugal. Como é a tua relação com eles?
Fábio Paím: Do meu pai sou um bocadinho afastado, apesar de agora estarmos a criar uma ligação. Ele desligou-se de mim muito cedo. A minha mãe e o meu tio são os pilares da minha vida. São pessoas humildes, que trabalharam e trabalham muito. O meu tio foi quem sempre me acompanhou e era quem me levava aos treinos. A minha mãe, uma mulher de trabalho, é uma pessoa muito parecida comigo. Vieram muito cedo de Angola, por força da guerra, e vieram para trabalhar, como muitos africanos que vieram para Portugal nessa altura.
Bola na Rede: De que forma a cultura angolana se fazia sentir em tua casa?
Fábio Paím: De todas as formas que possas imaginar. As nossas raízes são de festa. É algo que sempre esteve comigo e que eu e a minha mãe adoramos; é por isto que digo que ela é a pessoa mais parecida comigo.
Bola na Rede: Onde moravam?
Fábio Paím: Em Alcoitão. Até hoje a minha mãe ainda lá tem a casa.
Bola na Rede: Continua a ser onde ficas quando vens a Portugal?
Fábio Paím: Não, mas vou lá muitas vezes. Quando vou a Portugal fico em Alvide, com a minha mulher e com os meus filhos.
Bola na Rede: A Associação Familiar e Desportiva da Torre era o clube mais perto?
Fábio Paím: Atualmente sim, mas antigamente era o Alcabideche, que já não existe. Agora é a Torre, o Fontainhas e outro clube onde o Hélder, que jogou no Benfica, treinou…
Bola na Rede: Talaíde?
Fábio Paím: É isso mesmo.
Bola na Rede: Chegaste a jogar na Torre?
Fábio Paím: Não, só joguei no Alcoitão, onde comecei. Depois fui logo para o Sporting. Joguei foi no Torneio da Torre.
Bola na Rede: Como foste parar ao Sporting?
Fábio Paím: Foi nesse torneio, onde nem sequer podia jogar porque não tinha idade suficiente. Tinha sete anos e não podia ser inscrito. Joguei com outra identificação [risos]. Estavam lá Sporting, Benfica e outras equipas de bom nível e eu joguei pelo Alcoitão. Foi quando o Sr. Aurélio Pereira me viu e falou com o meu tio. Perguntou-lhe se me deixava ir fazer testes ao Sporting.
Bola na Rede: O que é que o Sr. Aurélio Pereira tinha de especial?
Fábio Paím: Ao longe via um talento. Ele acompanhava estes pequenos torneios e sabia que os grandes craques vêm dos sítios com menos possibilidades. Quando me viu foi amor à primeira vista. A maneira como ele fala com as pessoas é diferenciada.
Bola na Rede: Lembras-te de alguém com quem tenhas jogado no teu primeiro ano de Sporting?
Fábio Paím: Lembro-me de todos. O Daniel Carriço, por exemplo, é um irmão. Apesar de não convivermos todos os dias é uma pessoa que, sempre que precisei, estava lá. É uma pessoa diferente, é “O Capitão”.
Bola na Rede: Onde vivias nessa altura?
Fábio Paím: Comecei a viver no estádio antigo, depois fui para a Academia. O Daniel chegou depois e, muitas vezes, era o pai dele que me levava para os treinos e para os jogos. Cheguei a ir com eles de férias para Montargil. Mas depois a vida, e a nossa cabeça, leva-nos para um lado e as outras pessoas vão para outro.
Bola na Rede: Podes contar alguma história dessa altura que nunca tenhas revelado?
Fábio Paím: Lembro-me de uma, também com o Daniel, em que estávamos a ir para o treino e íamos apanhar o comboio, em Cascais. Como ainda faltava algum tempo para o comboio chegar, lembrámo-nos de ir andando pelas praias até ao Monte Estoril e apanhávamo-lo mais à frente. Fomos andando e passámos por umas piscinas junto à praia; nesse momento veio uma onda e mandou-nos para dentro da piscina. A sorte é que estava muito calor.
Bola na Rede: Ires viver sozinho com 16 anos foi um passo maior do que a perna?
Fábio Paím: Eu não tinha noção do que era e do que poderia vir a ser. As pessoas falavam comigo, mas eu não dava importância. Pensava que só me queriam chatear, mas não. Não tinha alguém para quem olhasse e pudesse ter como referência.
Bola na Rede: Estreias-te como profissional em 2007, por empréstimo do Sporting, no Olivais e Moscavide. O que te disseram antes de seres emprestado?
Fábio Paím: Disseram-me que já não podia fazer parte da equipa de juniores porque estava a estragar o grupo. Mas foram eles que me criaram; a pessoa que sou hoje devo-o ao Sporting, para o bem e para o mal. Tudo o que consegui foi graças ao Sporting, onde cheguei com sete anos. Sou sportinguista até hoje, amo o Sporting e estou eternamente grato, mas não conseguiram acompanhar-me, a nível humano, na transição de miúdo para homem. Eles “fizeram-me” para ser profissional e eu estava preparado para jogar na equipa principal. Não aconteceu, por vários motivos, inclusive erros meus. Mas quem me formou foram eles. Voltando à tua pergunta, disseram-me que tinha de ser emprestado porque já não estava a fazer nada nos juniores. Na minha opinião, mais ninguém vai conseguir igualar o que eu fiz nos escalões de formação. As pessoas têm esta mágoa e eu também. Mas eu sou Sporting.
Bola na Rede: Quais foram as principais dificuldades que sentiste no futebol profissional?
Fábio Paím: Foram os mais velhos, que não queriam reconhecer o talento a quem chega. Mas, pela minha maneira de ser, eu não queria saber. Não admitia faltas de respeito. Sabes como são os mais velhos no futebol…eu com 17 anos já tinha um bom ordenado, se calhar infelizmente. Apesar de tudo mantenho boa relação com toda a gente e, para ser sincero, não senti grandes dificuldades na transição. A minha maneira de ser é que me dificultou em muita coisa.
Bola na Rede: Por falares em mais velhos, no Trofense coincides com o já veterano Idalécio. Há pouco tempo, disse-nos sobre ti “Ele tinha de facto muita qualidade (…) mas faltou-lhe apoio”. Eram os treinadores que não te percebiam ou o contrário?
Fábio Paím: É muito difícil conviveres com jogadores e treinadores conceituados. Eu era uma criança com muita qualidade, mas com falta de muita coisa. O Idalécio, quando cheguei ao Trofense, era um capitão com muito nome e muita moral, mas era alguém diferente. É alguém mais velho, mas com espírito jovem. Convivi com a sua família, na sua casa e é um amigo. Havia quem não gostasse disso. Como te disse, eu era um miúdo imaturo que estava a chegar ao mundo dos grandes e eu próprio compliquei a minha vida. Queria divertir-me… os mais velhos também o faziam, mas de maneira esperta. Assumo sem problema: fui eu quem rebentou com a minha carreira, mas quem estava por trás não soube ajudar-me.
Bola na Rede: O Trofense acaba por ser campeão, mas tu mudas-te para Paços de Ferreira.
Fábio Paím: Fiz quase todos os jogos, joguei quase todos os minutos, marquei golos… fui muito importante na subida do Trofense. Mas o que sai nos jornais? Que não era profissional, que não era jogador para fazer a pré-época no Sporting, que era tudo de mau. Não faço os dois últimos jogos – a subida já estava garantida –, não recebo o título de campeão da Segunda Liga e vou para Paços de Ferreira. A minha pergunta é porque é que não faço a pré-época no Sporting? Porquê?
Bola na Rede: Nunca te foi dada uma justificação para não teres feito uma pré-época no Sporting?
Fábio Paím: Não tinham de dar-me justificação. É a mesma coisa que trabalhares numa loja: o patrão faz o que quer. A maior mágoa da minha vida é nunca ter tido uma oportunidade no Sporting. E as pessoas que não me deram essa oportunidade sentem-se culpadas.
Bola na Rede: Referes-te a Paulo Bento?
Fábio Paím: Não vou dizer nomes. Fui importante para o Sporting e vou ser sempre importante para o Sporting.
Bola na Rede: És agenciado desde que idade?
Fábio Paím: Fui agenciado desde os 15 anos.
Bola na Rede: Jorge Mendes foi sempre o teu empresário?
Fábio Paím: Não. O Jorge Mendes chegou depois.
Bola na Rede: É ele quem te leva para o Chelsea?
Fábio Paím: Sim. Isso só foi possível por ser ele o meu empresário. Não posso aceitar que seja normal estar no Paços de Ferreira, regressar ao Sporting e estar a treinar à parte e, depois, ir para o Chelsea.
Bola na Rede: Estavas a treinar à parte?
Fábio Paím: Eu, o Saleiro, o Tiuí, aquele guarda-redes grande que teve uma confusão com o Paulo Bento no balneário…
Bola na Rede: O Stojković?
Fábio Paím: Exatamente.
Bola na Rede: Então como se deu a mudança para Londres?
Fábio Paím: Soube pela minha mãe. Acordei e ela disse-me que estava nos jornais. Antes do senhor Jorge falar comigo, soube pelos jornais. Foi tudo muito rápido, tanto para o bom como para o mau.
Bola na Rede: Jogaste sempre pelas reservas ou ainda te estreaste pela equipa principal?
Fábio Paím: Treinava sempre com a equipa principal e jogava na segunda equipa. Não sei se as pessoas sabem, mas a segunda equipa não competia em campeonatos. Faziam-se uns jogos com outras equipas, mas funcionava sobretudo para os jogadores da equipa principal que não estavam bem jogarem. Era muito difícil de singrar. Se tinha qualidade para poder jogar? Tinha. Não quer dizer que fosse melhor que o Drogba ou que o Terry, mas treinava com eles e sabia que podia jogar àquele nível.
Bola na Rede: Foste treinado pelo atual treinador do Leicester, Brendan Rogers. Como era ele?
Fábio Paím: Grande treinador. Ele via mais além.
Bola na Rede: Gostaste?
Fábio Paím: Amei. Ele falava em espanhol e dizia-me “Fábio, eu não quero estar aqui. O meu lugar não é na equipa B. o meu lugar é ali, na equipa principal” e eu pensava “Este gajo é maluco”. Passado um tempo, o homem estava no Liverpool. Fico feliz porque ele trabalhou para isso. É merecido.
Bola na Rede: E como era a convivência com os craques?
Fábio Paím: Davam-me conselhos. O Paulo Ferreira, o Deco, o Bosingwa, o Ricardo Carvalho… todos me deram conselhos. A cabeça de um jovem quando não está boa… deu errado.
Bola na Rede: E o Scolari não te dava na cabeça?
Fábio Paím: Tínhamos pouca ligação, porque os resultados também não eram os melhores. Foi quando quis pôr o Drogba de fora e foi uma altura muito atribulada. Tinha maior ligação com os portugueses.
Bola na Rede: Mas é nesta altura que és chamado aos sub-21 de Portugal.
Fábio Paím: Estás bem informado… cheguei ao estágio da seleção quatro dias antes do primeiro jogo. Acabei o jogo das reservas pelo Chelsea e viajei logo para Portugal.
Bola na Rede: Lembras-te quem substituíste quando entraste em campo?
Fábio Paím: Lembro-me que eu estava com o número 10. Não sei se foi o Ukra ou o Candeias.
Bola na Rede: Foi o Candeias. Qual foi a sensação de vestir a camisola de Portugal?
Fábio Paím: Eu estive no Euro 2004 com os craques no Jamor. Fui a todas as seleções. Com 16 anos treinava com o Luís Figo, com o Cristiano. É difícil olhar para trás. Se atualmente ainda continuam a acontecer casos como o meu, com toda a informação que existe, imagina no meu tempo. Sou culpado e vou carregar este fardo para o resto da vida.
Bola na Rede: Para onde vais quando sais de Inglaterra?
Fábio Paím: Quando saí do Chelsea fui para o Massamá. Fui para a Segunda B. Tinha vários convites, mas acabei por assinar pelo Real um dia antes do fecho do mercado. Antes disto estava novamente a treinar à parte em Alcochete. Fui para a equipa satélite do Sporting, onde estava o André Martins, o Diogo Salomão… eram vários. Eu vinha de uma realidade diferente, de outro mundo; isso mexe muito com o psicológico. Infelizmente, não soube gerir as coisas.
Bola na Rede: O ego atraiçoou-te.
Fábio Paím: Não foi o ego. Eu sou uma pessoa muito tranquila. Se perguntares aos meus colegas vão dizer-te isto. Não falto ao respeito a ninguém. O meu ego é igual ao teu. O que mudou foi a minha cabeça. Sabes o que disse quando cheguei ao Real? “Vou fazer o que me apetece”. Depois o que acontecia? Ou não treinava ou chegava atrasado e “maluco”. Rebentei comigo.
Bola na Rede: O que fizeste depois de saíres do Real?
Fábio Paím: Estive parado dois ou três anos. Deixei de jogar.
Bola na Rede: Como ocupavas o tempo?
Fábio Paím: Sair, beber… só porcaria.
Bola na Rede: Mas conseguiste retomar a tua carreira.
Fábio Paím: Não foi fácil. Estive parado muito tempo, na vida louca. Eu era o Paím, era o “Rei”. Quando dei por mim, já estava numa situação complicada. Tentei voltar a jogar, mas já estava com peso a mais. Até que o Paulo Torres me deu a mão.
Bola na Rede: Foi quem te levou para o Torreense.
Fábio Paím: Sim, é um homem espetacular. Fiquei lá uns cinco ou seis meses. Pagaram-me tudo: casa, alimentação, ordenado. Até que o Primeiro de Agosto me contactou: era um contrato muito bom e tanto eu como o clube aceitámos. A partir daí foi sempre a descer.
Bola na Rede: Como era o futebol angolano?
Fábio Paím: Não tem nada a ver.
Bola na Rede: Então?
Fábio Paím: Outra realidade. Mas tinham muito dinheiro. O Primeiro de Agosto é o melhor clube de Angola e sabes como é: pessoas grandes, com outros interesses, por trás de clubes, mas o culpado é sempre mesmo. As pessoas não tentaram perceber o que aconteceu.
Bola na Rede: Sentiste-te mais português em Angola ou angolano em Portugal?
Fábio Paím: Portugal é a minha casa. No entanto, em Angola, não estava à espera de ter sido recebido como fui; não tenho nada a apontar e sinto saudades do país. Aliás, todos os países me receberam de braços abertos pela pessoa que sou.
Bola na Rede: Esperavas ter sido convocado para a CAN 2012?
Fábio Paím: Não. Peço desculpa aos angolanos, mas a minha seleção é Portugal.
Bola na Rede: Porque é que não deixaste que te operassem à fissura que tinhas no pé?
Fábio Paím: O que aconteceu foi o seguinte: quem me quis lá foi o Drulovic; ele foi despedido e foram para lá uns portugueses – não vou dizer os nomes, as pessoas sabem quem são – que começaram a impor o seu ego. Só que eu já lá estava. Num país onde nunca tinham estado, chegaram e arranjaram confusão. Entretanto já encontrei a pessoa – pela qual tenho o maior respeito pelo que fez no futebol português -, mas o ego dele prejudicou-me e quis emprestar-me.
Bola na Rede: Estás a referir-te a Carlos Manuel.
Fábio Paím: Emprestou-me ao Benfica Luanda e desculpem-me, mas se o Primeiro de Agosto já era mau, fui para um clube ainda pior. Foi quando tive a fissura, a que me queriam operar. E eu disse que não. Tinha dinheiro e disse que ia para Portugal e pagava os tratamentos do meu bolso. Quiseram rescindir comigo por justa causa por que fui para Portugal tratar-me. Vim embora sem nada, sem me pagarem o resto do contrato.
Bola na Rede: Apesar de tudo jogaste com alguns consagrados do futebol angolano. Como foi ser liderado pelo Kali?
Fábio Paím: Até hoje é o meu capitão. O rei de Angola, o rei da “banda”. É um Homem.
Bola na Rede: Ary Papel tinha qualidade para vingar no Sporting?
Fábio Paím: A primeira vez que o vi foi na bancada, num jogo da equipa B. A ele e ao Dala. Não tenho uma ligação íntima com ele, apesar de trocarmos umas mensagens. É o jogador tipicamente angolano. Em Angola é o rei, mas o futebol em Portugal é outra coisa. Tenho-o como um bom jogador, mas são realidades diferentes.
Bola na Rede: O regresso a Portugal para jogares no Clube Futebol Benfica foi um ato de humildade ou de desespero?
Fábio Paím: As pessoas não podem dizer que eu não tentei. Se devia ter tentado mais cedo? Sim. A idade é o melhor amigo do homem. Às vezes pergunto-me “Estou longe da minha mulher e dos meus filhos; será que vale a pena?” e fico chateado. Mas estou a fazer por mim. Já estou com 32 anos; vou jogar mais dois anos? Três? Mas estou na batalha. Quem conhecia a equipa onde estou? Quem? As pessoas só criticam. Quantos jogadores que jogaram no Benfica ou no Sporting hoje têm outras profissões? Digo isto com todo o respeito, porque eu também já trabalhei na Uber. Como é o Paím ninguém dá valor.
Bola na Rede: Por falar em valor, acredito que fosse alto o que foste receber no Qatar.
Fábio Paím: Fui para o Qatar, mas não joguei. Em Portugal disseram “mais um clube onde não vingou”, mas não foi assim. Fui para o Qatar fazer testes como, aliás, também aconteceu em Malta. Com 80 ou 90 kg. Quiserem ficar comigo, mas não me deram o que estava combinado. Então se estou num país que não conheço e não me pagam vou voltar para casa.
Bola na Rede: Como é que alguém com a tua personalidade se deu num país do Médio Oriente?
Fábio Paím: Aquilo tem festa a sério! Privadas, claro. Eu tenho sorte.
Bola na Rede: Nessa fase, um bom salário era mais tentador que um bom projeto?
Fábio Paím: Eu não peço um bom contrato. Peço só que sejam certos comigo. É pedir muito? E o que sai nos jornais é outra coisa. Por exemplo, dizem que aqui, na Polónia, tenho zero jogos e zero golos; é mentira! Já marquei golos e fiz assistências.
Bola na Rede: Corrige-me se falhar algum: Malta, Lituânia, Luxemburgo, Portugal, Brasil e Polónia. Disse todos?
Fábio Paím: Agora há mais um. As pessoas deviam olhar para mim de maneira diferente. Nunca fui bandido. Saí da cadeia há um ano e estou a trabalhar. É algo que acaba com a vida de uma pessoa. E em menos de um ano vou conseguir chegar à Primeira Liga, sem empresário, e as pessoas não vão valorizar.
Bola na Rede: De que país?
Fábio Paím: Não posso dizer.
Bola na Rede: Acompanhas o futebol português?
Fábio Paím: Não vejo futebol. O único clube que acompanho é o meu Sporting.
Bola na Rede: Incomoda-te seres usado como um mau exemplo?
Fábio Paím: Não, muito pelo contrário. Sei que em clubes grandes, nas academias, usam o meu exemplo como motivação. Fui um mau exemplo para mim, mas um bom exemplo para os que vêm.
Bola na Rede: O talento dos outros sempre te pareceu curto para quem conhecia o seu?
Fábio Paím: Tu já viste os meus vídeos na formação?
Bola na Rede: Claro.
Fábio Paím: Então deixa-me fazer-te um desafio: sei que o entrevistador és tu, mas do que viste – e foi pouco, porque antigamente não era como hoje, em que se tem acesso a tudo – achas que houve alguém com mais qualidade do que eu?
…
Não vai aparecer alguém igual. Quando digo a verdade dizem que sou arrogante. E nem joguei pela equipa principal do Sporting.
Bola na Rede: Numa dimensão diferente, também se diz de Quaresma que, com outro compromisso, podia ter tido outra carreira.
Fábio Paím: O que é o que o Quaresma podia fazer mais? Só ser o melhor do mundo. Fez uma carreira de sonho: campeão da europa por Portugal, jogou no Barcelona, no Inter… o que é que podem pedir mais ao homem?
Bola na Rede: Qual foi o momento mais alto da tua carreira?
Fábio Paím: Não sei responder-te a isso. O meu sonho era ter jogado pela equipa principal do Sporting e acabei comigo por não ter conseguido. É algo que vou levar comigo para sempre. O capitão do Sporting era para ser eu. O número sete naquele estádio. Vou tentar conviver com isto.
20 Julho, 2022 at 12:13
Mais do mesmo.
Podemos errar, já insistir no erro é outra estória…
20 Julho, 2022 at 12:42
É.. mas o Sporting, com a responsabilidade que tem, podia fazer mais.
Depois é um bocado acaso… Esta vedeta nunca se estreou… O Miguel Luís fez uma época inteira. Outros tempos, tudo bem. Mas fica sempre um sentimento amargo…
20 Julho, 2022 at 12:58
Subida obrigatória à equipa principal do Sporting (ou compra obrigatória para qualquer outra equipa) no CM3. Ele de um lado e o Zé Mário do outro, duas máquinas de 13/14 anos. Nenhum vingou…
20 Julho, 2022 at 15:38
CM 4, salvo erro!
Ele o zé Mário e um Bruno Fernandes (extremo direito tb) , jogavam tanto!
Bons tempos sem fazer a higiene pessoal por causa do vicio!! xD
Quanto ao Paim… há tantos casos como ele! Não sei o porquê de tanta imprensa por ele!
20 Julho, 2022 at 15:46
“Se acham que eu sou bom, esperem até ver o Fábio Paim”
Cristiano Ronaldo no dia da sua apresentação no Manchester United, em 2003.
20 Julho, 2022 at 22:54
Sim, era o primeiro CM4. Estava a fazer confusão porque o CM que mais joguei foi o 03/04 (campanha histórica com o Marinhense) e porque o Paim nasceu em 88 e nesse jogo tinha 13 anos, pelo que teria de ser 2001…e o CM 2000/2001 ainda era CM3.
Mas tem razão, era o 4, primeiro com o gráfico do campo com as ‘bolinhas’ em vez do comentário em texto…mind-blowing, na altura!
20 Julho, 2022 at 15:43
Cm 93/94, tudo ao ataque e vitórias fáceis.
20 Julho, 2022 at 13:25
Custa-me muito falar do tema Paím!
O gajo era um bocado “burro” e realmente fez de tudo para ter uma carreira de “merda” quando podia ter sido um “craque mundial”. Isto parece-me evidente, e até me é dito por um amigo do meu irmão que o conhecia.
Agora, o Sporting também não fez um acompanhamento como devia fazer para que um talento destes não se perdesse. Não é só conversar e alertar. É preciso um acompanhamento mais próximo, é preciso acompanhamento psicológico, é preciso motivá-los dando-lhe pequenos prémios – como fazer a pré-época ou particulares com a equipa principal – etc.
Eram realmente muito bons a descobrir talentos mas a formar pessoas sempre deixaram algo a desejar. Ainda hoje se fala nisso, de tantos casos.
Enfim, uma pena! Uma pena!
20 Julho, 2022 at 13:33
Passados tantos anos e tantas oportunidades, ele ainda acha que erraram com ele.
20 Julho, 2022 at 13:46
Não consigo ter “pena”.
Oportunidades teve! Se Paulo Bento preferiu um Pereirinha algo aconteceu.
Que consiga ser feliz é o que dessejo
20 Julho, 2022 at 13:48
Ninguém mais que ele se deve arrepender de tudo
20 Julho, 2022 at 14:18
Sabes uma coisa?
Acho que ele nem sequer se arrepende…
Acho que nós, que o vimos jogar no auge dele e dar o estoiro que deu, temos mais pena que ele…..
20 Julho, 2022 at 13:52
Perrenci em tempos a um grupo fantástico ( também) de soortuinguistas que nos juntávamos em Alvalade ( a ginja de Obidis era a bebida oficial…)… “ ForumSporting1906”
E nos juntávamos de quando em vez nuns almoços…
Recordo, vários na região de Lisboa…em Ponte de Sor ( onde esteve Bruno de Carvalho ainda não presidente é claro…), Castelo de Vide, Obidos e um dia no Montijo com 2 convidados especiais…o velho Hilário e o jovem Paíto…
Ambos seguiriam para o almoço comigo no carro de um amigo…
Devíamos juntar-nos em Alvalade…
Hilário, presente…
Paíto…nunca mais…
Ao fim de várias tentativas de Hilário…a resposta de Paíto…
Pedia desculpa…mas tinha-se deitado às 6 da manhã…
Pois… “ justifica algumas coisas…”
Que “ainda consiga aproveitar akgum ciisa…”
20 Julho, 2022 at 14:15
Foi o que foi.
O Sporting não ajudou? Ele não queria ser ajudado…é acompanhar todo o percurso. Queria oportunidades porque era craque e ser craque era suficiente. Só que não era. Nunca foi. Podem dar o acompanhamento todo do mundo…se a pessoa não quiser, não vai acontecer. E por isso é que ele assume que cometeu alguns erros mas o problema principal apontado é o Sporting, é o Torreense, são os mais velhos, são os mais novos, são os que chegam de novo, etc, etc…
É uma pena. Sim…o Paim deve ter sido o juvenil/júnior que vi jogar com mais qualidade. Daqueles casos que não deu jogador porque ele não quis.
Mas acontece. É natural e acontece a centenas ou milhares. Este ficou mais evidente porque realmente era um talento incrível. Mas é das coisas mais comuns do mundo. Há muito mais “Pains” do que “Ronaldos”. Curiosamente se o Ronaldo não tem dito o que disse ele tinha caído no esquecimento de quase todos como milhares e milhares de outros. Mesmo assim o Paim é falado por causa do Ronaldo.
20 Julho, 2022 at 14:23
Hoje em dia seria jogador/influenciador digital.
Olhemos o caso do Hachim Mastour, filho mais novo do Kluivert, Xavi Simons entre outros. De muito novos, ja tinham acompanhamento por agências.
Contratos com grandes marcas desportivas.
Quanto ao Fábio Paim, muitas oportunidades e pelas entrevistas, sempre mal acompanhado e nunca se instruiu como pessoa.
Parou nos 18 anos, quem o ouve falar parece que ainda é um adolescente.
No entanto boa sorte no futuro.
20 Julho, 2022 at 14:27
Eu acho o Paím uma história interessante de seguir, mas que não deve ser tomada como a principal causa do insucesso de muitos jovens que prometiam muito, mas que depois não vingaram. Se calhar deveriam também no Diogo Brás ou Bernardo Sousa por exemplo….
Eu não me lembro muito de o ver jogar, mas do que me lembro era um puto franzino, com técnina apurada sim, mas sem outro tipo de qualidades que o destacavam.
Não é só importante ter toque de bola e saber fintar. Sse fosse só isso, o Brasil já tinha para ai 10 copas do mundo….
O futebol de alta competição é muito mais que isso!!!
20 Julho, 2022 at 14:50
..faz-me lembrar aqueles miúdos que eram os maiores do liceu, mas anos passados nunca mais evoluíram e já trintões e quarentões continuam a comportar-se como miúdos do liceu e a viver das recordações dos tempos de glória no passado enquanto o resto dos colegas já ultrapassou essa fase e evoluiu.
Podia ter sido grande? pelos visto podia.
Foi grande? Não. Teve hipóteses? muitas.. mas fora do scp – mas nunca aproveitou nenhuma…
Todos os jogadores passam por fases más… o Porro veio emprestado para um clube de um campeonato periférico, e ninguém dava nada por ele nem pelos seus calções rotos.. mas soube dar a volta.. o Sarábia no ano passado estava velho e acabado…
como diz o proverbio… o importante não é o tamanho do cão na luta, é o tamanho da luta dentro do cão.
20 Julho, 2022 at 15:44
“I had a friend was a big baseball player
Back in high school
He could throw that speedball by you
Make you look like a fool boy
Saw him the other night at this roadside bar
I was walking in, he was walking out
We went back inside sat down had a few drinks
But all he kept talking about was
Glory days well they’ll pass you by
Glory days in the wink of a young girl’s eye
Glory days, glory days”
20 Julho, 2022 at 16:09
O Boss é e sempre será o Boss….
20 Julho, 2022 at 23:02
DOOT
DO DO DOOO
DOOT
DO DO DOOO
DOOT
DO DO DOOO
DOOT
DO DO DOOO!
(Faltava o instrumental…)
20 Julho, 2022 at 15:07
Assume que a culpa é sua, relata erros e falta de profissionalismo, que também assume, dá n exemplos de jogadores que o aconselharam e que ignorou pela sua cabeça o levar a escolher um sentido diferente, e depois ainda consegue culpar o Sporting por não o ter dado um melhor acompanhamento. Pergunto como?
Lembra-me o Carlos Martins que “emprenhava” pelos ouvidos quando ouvia que era o melhor médio do Sporting e que era uma injustiça não ser titular. Só que não aproveitava as oportunidades que tinha e na maioria dos jogos não corria a partir dos 60 minutos.
Paím sempre ouviu que era um prodígio, começou cedo a ganhar dinheiro e ignorou todos os conselhos que ouviu.
Ainda parece parece orgulhoso nas maluqueiras e festas da adolescência. Assim não há milagres…
20 Julho, 2022 at 15:08
“Ainda agora parece orgulhoso das maluqueiras…”
20 Julho, 2022 at 15:10
“O capitão do Sporting era para ser eu.”
Trabalhou ou esforçou-se para tal, ou contava ser capitão por decreto por ser um prodígio?
20 Julho, 2022 at 15:08
Trabalho, Trabalho e Trabalho. Estou ansioso por ver Ronaldo com o 7. Já estou a tomar comprimidos para a ansiedade, mal posso esperar o dia.
20 Julho, 2022 at 15:10
Uma coisa é verdade, o homem é Sportinguista. Ontem deu na transmissão a presença dele no estádio do Algarve.
20 Julho, 2022 at 16:37
É complicado, a questão é que tudo evolui na vida, até o acompanhamento psicológico, a única coisa que não vimos, nem vemos a evoluir é a mentalidade do Fábio…
Ninguém tem responsabilidade no que aconteceu a não ser ele, a culpa essa pode ser mais dividida mas a maior parte da culpa também é dele e o Fábio continua a querer “endossar” essa culpa maioritariamente aos outros, não fizeram isto, não me deram aquilo…
Acontece que o acompanhamento também evoluiu, hoje em dia continua a haver casos como o dele, não tão graves, dado o talento abismal que ele tinha, mas continuam a existir porque ninguém consegue ajudar quem não quer ser ajudado…
Todos conhecemos a triste história do Vitor Baptista, talvez o melhor, ou o mais completo, avançado Português que eu vi jogar, apesar de ser lampião, todos sabemos das festas, mulheres, carros e drogas, da fase de vagabundo, até á morte degradante que teve e agora alguém vinha dizer que a “culpa” e a “responsabilidade” era do carnide?
Então e os outros jogadores todos dessa equipa do carnide (que tinha lá outros jogadores pagos a peso de ouro como o Vitor) que não se “perderam” ? O carnide apoiava-os mais ou eles como pessoas é que eram diferentes? Tinham mais consciência, eram mais profissionais, mais dedicados, o Humberto não se “perdeu” nem o Shéu, ou o Toni etc etc etc
Isto é mais do mesmo, já irrita e nem sequer lhe faz bem, entrevistem-no, ajudem-no, deem-lhe visibilidade para ver se ainda se safa, mas parem com a merda do passado glorioso que falhou por culpa dos outros, do Mundo, do vento vir do Leste ou do Oeste, já chega ou se querem andar a repisar no passado ao menos paguem-lhe para que saia algo de positivo disso…
Porque ele merece mais, mais respeito, mais cuidado nas abordagens dos media e merece-o não como jogador mas como homem e como Sportinguista que é o que há para “salvar” agora…
SL
20 Julho, 2022 at 16:58
Muito bom!
20 Julho, 2022 at 17:01
Desculpa, mas o caso Vitor Baptista é muito diferente do caso Paím.
O Vitor Baptista degradou-se no fim da carreira, digamos assim, antecipando esse fim pelo mau caminho que tomou – tem talvez um paralelo com o Best. O Paím nem se pode dizer que começou uma carreira decente nos seniores… Foi um gajo que se perdeu ainda na fase final da formação… Um pouco como o Bruno Tavares – que vamos a ver se ainda vai a tempo de ser alguém no futebol porque talento não lhe faltava.
20 Julho, 2022 at 17:12
Tens de alargar o âmbito das tuas análises Miguel, nomeadamente as perspetivas, tu concentras-te num angulo e deixas de ver o resto, mas como diz o outro quem olha para a arvore de muito perto deixa de ver a floresta…
O percurso do VB e do FP é diferente, sim, mas os “pecados” são iguais estás a perceber? Agora se foi mais tarde ou mais cedo, isso é indiferente para a análise que eu estava a fazer que tinha que ver apenas e exclusivamente com condições, acompanhamentos, responsabilidades e culpas
SL
20 Julho, 2022 at 18:54
Sim, os pecados são iguais.
Mas um pecou mais para o final da carreira, e o outro antes de se poder dizer que tinha uma carreira. Logo, não são casos similares.
O Vitor Baptista teve uma carreira até interessante. Fodeu-a na parte final por ser um “maluco”, provavelmente por a fama lhe ter subido à cabeça.
O Paím nem se pode dizer que foi jogar profissional de futebol, que ele fez por nunca o ser. Dizer que são casos parecidos, no meu ver, é um exagero, porque não acho que sejam. 😉
Até porque o Vitor Baptista quando fodeu a carreira é mais que adulto e vacinado. O Paím era um puto e, aqui sim, podia ser que um melhor acompanhamento fizesse alguma diferença – mas também podia não fazer.
A única coisa em comum que eu vejo nestes 2 casos é que eram gajos sem cabeça, um bocado para o burro que achavam que podiam fazer tudo!
20 Julho, 2022 at 20:14
A única coisa em comum que vês é a única coisa que eu estou a comparar, ou seja MENTALIDADE E ÉTICA PROFISSIONAL, mas continua a falar de coisas que eu não comparei nem quero comparar se isso te faz feliz….
SL
20 Julho, 2022 at 17:38
Sinto sempre uma tristeza que a história tenha sido assim… Independentemente de culpas…
20 Julho, 2022 at 20:14
Mais um aqui
20 Julho, 2022 at 23:02
Por vezes estamos tão cheios de nós próprios que nos tornamos pesados, lentos. Paim era e é assim. O peso torna se tão evidente que os outros passam por nós a uma velocidade que não acompanhamos. Depois vem o jogo da culpa. Eu tenho alguma mas os outros também…enfim, visto e revisto. Mas ajudava se o Paim crescesse efetivamente e não ficasse em décadas passadas, o que não parece ser o caso. Muita sorte para ele, cada um faz as suas escolhas e vive com elas, tudo bem. Saúde!
20 Julho, 2022 at 23:06
Produzimos talentos que nem é comparável com outros clubes em Portugal. Mas também mais cedo ou mais tarde acontece qualquer coisa que acabamos por “perder” tantos que se calhar as culpas não é só dos atletas e empresários.
Se calhar temos mais jogadores formados no SCP que se perderam e/ou “traíram” a casa mãe, do que os formados no slb/fcp que se tornaram figuras dessas equipas ou figuras mundiais.